Com a crescente escassez de mão de obra no Japão, a JR West decidiu usar robôs humanoides gigantes para manutenção ferroviária.

A JR West, como é conhecida a West Japan Railway Company, é uma das empresas do grupo Japan Railways, que opera na parte oeste da ilha de Honshu. Em parceria com a Jinki Ittai Corporation e a Nippon Signal Corporation, ela acaba de transformar a manutenção ferroviária no Japão com a introdução de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/111063-robo-humanoide-ensina-budismo-em-templo-no-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">robôs humanoide</a>s avançados. Em atividade a partir de julho de 2024, esses robôs foram criados para realizar tarefas críticas de manutenção, ajudando a combater a escassez de mão de obra e melhorando a segurança dos trabalhadores.<h2>Inovações tecnológicas na manutenção ferroviária</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/13/13145141389003.png" alt="Um operador humano controla os movimentos do robô. (Fonte: JR West/Reprodução)"><figcaption>Um operador humano controla os movimentos do robô. (Fonte: JR West / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A introdução de robôs humanoides gigantes é uma resposta direta à escassez de mão de obra no Japão, um país com uma das populações mais envelhecidas do mundo. Aproximadamente 29% da população japonesa tem mais de 65 anos, o que pressiona a economia e o mercado de trabalho. Com o novo robô ferroviário, a JR West espera reduzir a necessidade de mão de obra em aproximadamente 30%, contribuindo para que trabalhadores mais experientes e qualificados se concentrem em tarefas mais complexas e estratégicas.Os robôs humanoides são operados por humanos que controlam seus movimentos a partir de uma cabine equipada com joysticks e óculos de realidade virtual conectados a câmeras na cabeça do robô. Isso permite uma operação intuitiva e segura, mesmo em tarefas complexas como pintura de suportes de catenária e corte de árvores obstrutivas. Com braços capazes de levantar objetos de até 40 kg e alcançar alturas de até 12 metros, essas máquinas são equipadas com diversas ferramentas para realizar múltiplas tarefas de manutenção nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128733-estrada-no-ceu-a-ferrovia-qinghai-tibete-e-a-mais-alta-do-mundo-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ferrovias</a>.<h2>Benefícios para a produtividade e segurança</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/13/13145433213004.png" alt="Visão do robô em atividade. (Fonte: JR West/Reprodução)"><figcaption>Visão do robô em atividade. (Fonte: JR West / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os benefícios da implementação desses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121448-os-7-robos-mais-incriveis-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">robôs</a> vão além da simples substituição de mão de obra. A mecanização das tarefas visa eliminar acidentes de trabalho, como quedas e eletrocussões, comuns em trabalhos pesados e em altura. A JR West aposta na tecnologia para criar um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente, permitindo que pessoas de qualquer gênero ou idade possam realizar tarefas pesadas com segurança.Ou seja, a operação remota dos robôs possibilita que os trabalhadores realizem suas tarefas em um ambiente controlado, reduzindo a exposição a riscos. Essa inovação tanto aumenta a segurança, quanto melhora a produtividade, já que os robôs podem trabalhar ininterruptamente e realizar tarefas de maneira mais precisa e rápida.A introdução de robôs humanoides nas ferrovias japonesas representa um avanço significativo na manutenção de infraestrutura, em uma abordagem inovadora para resolver o problema da escassez de mão de obra e garantir a segurança dos trabalhadores. Com a contínua evolução tecnológica, o futuro parece mais promissor e seguro do que nunca.

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Robôs humanoides podem ser solução para falta de mão de obra no Japão

Sul-coreanos sofrem com a privação do sono em um dos países com menor índice de qualidade de vida.

A Coreia do Sul é um dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com menor índice de qualidade de vida. O relatório Indicadores de Qualidade de Vida da Coreia em 2022&nbsp;mostrou que o país ficou em 36º lugar entre 38 países da OCDE, com base em dados coletados de 2019 a 2021, com uma pontuação de 5,9 de 10, inferior à média de 6,7 da OCDE.Uma pesquisa publicada em fevereiro desse ano pelo Statistics Korea descobriu que a menor satisfação dos coreanos com a própria vida estava relacionada a renda mais baixa e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/kodokushi-e-godoksa-as-mortes-solitarias-no-japao-e-na-coreia-do-sul" rel="noopener noreferrer" target="_blank">idade avançada</a>. Em compensação, um total de 6.936 pessoas cometeram suicídio na Coreia entre janeiro e junho, um aumento de 8,8 em relação ao mesmo período do ano passado, conforme a Fundação Coreana para Prevenção do Suicídio (KFSP). Muitos o fizeram devido a dificuldades financeiras após anos da pandemia de Covid-19, sendo que há uma prospecção que as taxas aumentem mais.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10143924588280.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Coreia do Sul possui o menor índice de qualidade de vida. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mais de duas em cada cinco de todas as mortes entre adolescentes (43,3%) são atribuídas ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127829-suicidio-pode-ter-raizes-geneticas-novo-estudo-indica-que-sim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">suicídio</a>. O número sobe para 50,6% em caso de pessoas na faixa dos 20 anos e depois cai para 47,9% para aqueles na casa dos 30 anos. Mas nem tudo é apenas sobre dinheiro. Os ideais coreanos, não só aqueles milenares baseados no confucionismo, mas também no esforço governamental para se erguer dos destroços da Guerra da Coreia de 1950, construíram uma sociedade sob altos níveis de competição e sucesso, problemas graves associados ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/o-grave-problema-com-consumo-de-bebida-alcoolica-na-coreia-do-sul" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alcoolismo</a>, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/126942-como-a-industria-de-cirurgia-estetica-coreana-destroi-sua-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pressão estética</a>, solidão e excesso de trabalho.Entre essa quantidade de problemas, a Coreia do Sul tem o maior índice de privação do sono e obsessão por remédios para dormir.<h2>De olhos abertos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10144018317283.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estima-se que mais de 100 mil coreanos são viciados em remédios para dormir. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Não há estatísticas oficiais, porém, segundo Ji-hyeon Lee, psiquiatra especializada em sono, estima-se que mais de 100 mil coreanos são viciados em remédio para dormir, disse ela em entrevista à BBC. A questão já é considerada uma verdadeira epidemia nacional.Médica na Dream Sleep Clinic, no movimentado bairro de Gangnam, em Seul, Lee relatou que costuma atender clientes que tomam até 20 remédios para dormir por noite e enfrentam uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128796-como-sempre-ter-a-melhor-noite-de-sono-de-acordo-com-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vida insone&nbsp;</a>por mais de 10 anos.“Leva tempo para adormecer, mas os coreanos querem dormir muito rápido”, informou ela. Isso porque, normalmente, a maioria desses insones crônicos sofrem do que é conhecido como hiperexcitação, um estado de alerta aumentado causado por estresse ou trauma – duas circunstâncias que os coreanos enfrentam muito em seu cotidiano.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10144111169284.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Um em cada cinco coreanos desenvolvem insônia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Portanto, quando não conseguem dormir, a maioria recorre ao consumo de álcool em cima da medicação, trazendo consequências perigosas, desde morte a outros tipos de doenças relacionadas à combinação perigosa.Um estudo de 2009, publicado na National Library of Medicine, apontou que um em cada cinco adultos desenvolve insônia na Coreia. A prevalência do distúrbio do sono aumenta com a idade, sendo que aproximadamente 50% dos idosos têm dificuldade em iniciar ou manter o sono. O problema é categorizado por ser multifatorial, tendo o tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, estresse, trabalho excessivo, frustração, tensão, baixa escolaridade, baixa renda e má alimentação como um dos motivos.<h2>Sedentos por sono</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10144152279285.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Coreanos costumam tomar até 20 remédios para dormir por noite. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A procura desesperada por maneiras para dormir fez florescer uma indústria inteira dedicada a "consertar" o sono dos coreanos. O tamanho desse mercado aumentou seis vezes nos últimos anos, de US$ 416 milhões em 2012 para mais de US$ 2,5 bilhões em 2020. Seul possui desde lojas de departamento vendendo travesseiros com componentes tecnológicos que induzem o sono a farmácias com remédios e tônicos à base de plantas.Atualmente, as principais categorias de medicamentos muito usados pelos coreanos para dar um jeito na insônia são os benzodiazepínicos, não benzodiazepínicos e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127891-por-que-antidepressivos-demoram-para-fazer-efeito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antidepressivos</a>. Essas pílulas têm como alvo receptores no cérebro e, na prática, quanto mais tempo é usada, mas difícil se torna seu desmame. Para piorar, os pacientes não se sentem tão revigorados durante o dia quanto imaginam.Apesar do excesso de medicamentos à disposição, a Coreia possui leis rigorosas que orientam tanto os profissionais da saúde quanto as formuladoras de medicamentos. Até mesmo compostos contendo melatonina são ilegais de serem vendidos sem prescrição médica.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10144401890289.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Coreanos procuram fontes alternativas para tratar a insônia, como a meditação. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura e da empresa finlandesa de tecnologia de saúde Oura Health Oy divulgaram um estudo sobre os hábitos de sono de pessoas em 35 países, mostrando que os sul-coreanos dormem em média 6,3 horas por dia, colocando a Coreia como o segundo menor no ranking, ficando muito atrás da média da OCDE. A satisfação com o sono dos coreanos pontua apenas 2,87 de 5, exibindo um declínio consistente anualmente. A deterioração da qualidade do sono levou a uma perda econômica nacional estimada em US$ 9 bilhões, fazendo as autoridades colocaram um problema como questão de saúde pública.Enquanto os formuladores de políticas públicas não se movimentam de maneira efetiva para resolver o problema da sociedade, as pessoas tentam alternativas até mesmo desesperadas para terem uma noite de sono decente. Esse é o caso daqueles que recorrem a templos tradicionais que se flexibilizaram e passaram a receber os privados do sono em seus espaços, onde usam a meditação e o budismo como forma de ensiná-los a assumirem a responsabilidade por seu estresse.No entanto, médicos e especialistas alegam que pode ser muito problemático enquadrar a solução para a privação de sono e desgaste físico e mental como algo a ser tratado individualmente. Afinal, essas pessoas estão nessas condições por culpa de uma estrutura baseada no trabalho irracional e vários tipos de pressões sociais. Optar por esse método, portanto, seria o equivalente a culpar as vítimas.

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A privação de sono e a obsessão por remédios para dormir na Coreia do Sul

Japão é conhecido por seu senso de gentileza e respeito culturais, mas enfrenta uma onda de habitantes que assediam moralmente prestadores de serviço.

O Japão é conhecido por ter uma das jornadas de trabalho mais longas do mundo a ponto de resultar no fenômeno <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123383-karoshi-os-japoneses-realmente-morrem-de-tanto-trabalhar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">karoshi</a>, a morte por excesso de trabalho. Desde 1987, o governo japonês instituiu a Lei do Trabalho que recomenda uma jornada de 40 horas semanais, o mesmo que alguns países da Europa, por exemplo. No entanto, o que tornam as políticas de trabalho brutais no país são as horas extras.Os funcionários japoneses são obrigados por políticas internas das empresas a darem conta dos seus afazeres, ajudar os colegas ou apenas permanecer em sua mesa e não sair do escritório até que um superior o faça. Dessa forma, também cunhou-se o termo "assalariado" para se referir a pessoas ambiciosas que almejam uma carreira de sucesso e um salário elevado no futuro. Afinal, sacrificar-se pelo trabalho é visto como um sinal de dedicação e devoção, não uma má gestão do tempo, exploração do ambiente hierárquico corporativo e do sistema.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/27/27122914476137.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O Japão possui alto índice de horas extras. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 2018, entrou em vigor a Lei de Reforma do Estilo de Trabalho, após o escândalo do caso do jovem Matsuri Takahashi, que tirou a própria vida após trabalhar 100 horas extras em um mês, como identificou o Labour Standard’s Bureau de Tóquio. A situação não fez diminuir o número de mortes anuais relacionadas ao excesso de trabalho no país. Assim como o Acordo 36 da Lei de Normas Trabalhistas Japonesas, que limita a 15 horas extras semanais e 45 horas mensais, podendo resultar em prisão de 6 meses ou multa no equivalente a US$ 1 milhão, também não impediu as empresas explorassem seus empregados.Como se todo o sistema disfuncional ao redor do trabalho não fossem o suficiente, os&nbsp;trabalhadores japoneses ainda precisam lidar com o kasuhara, uma epidemia de clientes desrespeitosos.<h2>Desconstruindo uma verdade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/27/27123000728138.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A gentileza e respeito japoneses são aspectos culturais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O povo japonês é conhecido por sua gentileza cultural, atribuída a fatores históricos, filosóficos e sociais. O budismo e xintoísmo influenciaram muito esse aspecto da cultura social japonesa ao promover valores como compaixão, respeito pelo próximo e harmonia. A ênfase na hierarquia e no respeito mútuo, conhecido como&nbsp;keigo, é ensinado desde muito cedo para que as pessoas saibam como tratar os outros com respeito e cortesia.O ensinamento é reforçado em casa, na escola e em várias instituições que constituem os pilares da sociedade, portanto, muitas pessoas recebem com choque a informação de que o Japão possui um longo histórico de desrespeito contra o funcionário.&nbsp;Um ditado popular japonês diz: kyakusama wa kamisama, que significa “o cliente é Deus”. No entanto, o abuso desse poder começou a fazer as autoridades e empresas do setor de serviços reconhecerem a necessidade em proteger os funcionários de comportamentos autoritários do público.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/27/27123052927139.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Japão sofre onda de desrespeito contra funcionários. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma pesquisa realizada pelo UA Zensen, um dos maiores sindicatos industriais do Japão, com 1,8 milhão de participantes, revelou que, dos mais de 30 mil membros que trabalham no setor de serviços em 2024, 46,8% alegaram sofrerem assédio moral de clientes nos últimos dois anos em seu ambiente de trabalho. A maior parcela dos entrevistados, 39,8%, citou linguagem abusiva como meio de ofensa, enquanto 14,7% reclamaram de intimidação, e 13,8% disseram sofrerem de queixas repetitivas, enquadradas como perseguição pessoal.A emissora japonesa de rádio NHK foi às ruas para perguntar como anda a conduta dos clientes aos trabalhadores do setor de serviços. Em entrevista, uma caixa de supermercado disse que foi xingada violentamente por um cliente que reclamou que não conseguia trocar dinheiro, embora a loja estivesse sinalizada e equipada com máquinas de troca automatizadas. Uma vendedora de loja de roupas relatou que um cliente exigiu que um item, esgotado, fosse enviado para sua casa. Ela informou que o tratamento rude faz com que ela perca a motivação para interagir com os outros. “Tenho vontade de sair do setor de serviços por isso”, acrescentou ela.<h2>Mudando o status quo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/27/27123118519143.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Três em cada quatro japoneses assediados moralmente por clientes tiveram problemas de saúde mental. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A fala da entrevistada vai de encontro com a pesquisa realizada pela Confederação Sindical Japonesa, ou Rengo, que descobriu que três em cada quatro trabalhadores assediados moralmente por clientes tiveram suas vidas mudadas. Eles citaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122908-depressao-conheca-os-6-tipos-mais-comuns-da-doenca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depressão</a> no trabalho e problemas relacionados a saúde mental como consequência.A própria<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106498-solidao-e-isolamento-o-lado-oculto-do-desenvolvimento-do-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;estrutura de trabalho hierárquica&nbsp;</a>rigidamente apoiada na tradição de tratar os clientes como realeza, não dispõe de recursos tampouco permite as queixas dos empregados que, temendo represálias, perda de reputação ou demissão, acabam recorrendo à antiga cultura do silêncio. Isso contribui para um alto nível de estresse, levando ao absenteísmo, problemas de ordem emocional e, em última análise, cria-se uma força de trabalho que se sente desvalorizada e sobrecarregada.Não é à toa que essas práticas começaram a entrar em choque com as expectativas modernas de cultura do local de trabalho, à medida que a nova geração de japoneses mais educados sobre seus direitos como funcionários do que sobre seu dever no local de trabalho, forçam o status quo da estrutura japonesa.<h2>As medidas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/27/27123217712145.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O governo metropolitano de Tóquio deve aprovar uma lei que enquadra assédio de clientes contra prestadores de serviço. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em maio desse ano, o governo metropolitano de Tóquio, sob o comando da governadora Koike Yuriko, apresentou uma portaria para proteger os funcionários de abusos e agressões de clientes. A política discutiu propostas desenvolvidas por um grupo de trabalho dentro do governo desde 2023, planejando adotar a portaria após a aprovação da Assembleia Metropolitana até o fim desse ano.O grupo propôs que a portaria defina assédio de cliente ao funcionário como violência, ameaças e outros atos ilícitos, bem como injustiças que possam prejudicar o ambiente de trabalho de algum indivíduo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/27/27123322632146.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>"Kusuhara" é o nome dado ao assédio moral de clientes contra prestadores de serviço no Japão. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A questão sobre não incluir penalidade para a prática de kasuhara&nbsp;na portaria, ainda é algo a ser discutido. De um lado, temos aqueles que acreditam que, dessa forma, a portaria serve como uma medida dissuasora em vez de punitiva. Do outro, há quem diga que a definição de penalidades para ações específicas poderia fazer com que o público sentisse que ações não sujeitas a punição serão permitidas.Do ponto de vista social, a portaria será essencial para definir uma imagem clara do que constitui assédio moral ao trabalhador, uma vez que isso difere de empresa para empresa, com alguns casos sendo considerados como visivelmente graves, enquanto outros apenas como insignificantes ou "cinzentos".

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Kusuhara: Japão enfrenta 'epidemia' de clientes desrespeitosos

Existem sinais que todo trabalhador pode ficar atento para descobrir se seu empregador está satisfeito com seu desempenho profissional.

Todo funcionário deseja saber o que seus superiores estão achando de seu desempenho profissional, mas nem sempre os chefes conseguem oferecer esse tipo de retorno. Profissionais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/cotidiano/98599-8-habilidades-que-ajudarao-voce-a-conseguir-um-bom-emprego.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">recursos humanos</a> apontam este como um dos principais desafios para manter sua equipe engajada.Em entrevista ao Business Insider, Michael Dooling, um profissional de recursos humanos com mais de três décadas de serviços prestados a empresas como a PwC e British Airways, compartilhou algumas dicas de como é possível captar feedbacks positivos de seus superiores. Suas sugestões podem ser aplicadas no dia a dia da empresa.<h2>1. Eficiência no trabalho</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09200536973028.jpeg" alt="Ter domínio sobre sua função torna qualquer funcionário preponderante para uma equipe. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Ter domínio sobre sua função torna qualquer funcionário preponderante para uma equipe. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma das principais características apreciadas em um trabalhador, segundo o especialista Michael Doolin, é a eficiência na execução das tarefas, cotidianas ou não. Quanto mais fácil é para um profissional <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/as-horriveis-condicoes-de-trabalho-nos-abatedouros-das-fazendas-industriais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">realizar seu trabalho</a>, mesmo os mais desafiadores, mais gestores apreciam.Uma forma de saber se você é eficiente é acompanhar se a quantidade de e-mails em sua caixa de entrada está diminuindo e se, ao final do expediente, sobra tempo – ou, até mesmo, se suas tarefas do mês acabaram antes. Ao mesmo tempo, se você nota que atividades têm se acumulado e o dia parece menor do que suas tarefas, isso pode indicar que seu desempenho está abaixo do esperado.<h2>2. Consegue manter uma rotina planejada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09195009555026.jpeg" alt="Manter uma rotina planejada e conseguir cumpri-la agrada todo gestor. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Manter uma rotina planejada e conseguir cumpri-la agrada todo gestor. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Todo profissional que se planeja adequadamente é bem visto por seus gestores. A razão é bem simples: quando você organiza sua rotina, consegue priorizar a parte do trabalho que é primordial, equacionando seu tempo e reduzindo o foco em atividades menos importantes. Isso costuma resultar em trabalhos melhor executados e na interpretação de maior competência por parte do seu chefe, apontou Michael Doolin à Business Insider.<h2>3. Feedbacks positivos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09195131325027.jpeg" alt="Os elogios também podem vir de clientes e colegas de trabalho, demonstrando bom desempenho. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Os elogios também podem vir de clientes e colegas de trabalho, demonstrando bom desempenho. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Nem todo feedback positivo virá dos seus superiores, o que pode ser um bom indício de que eles estejam satisfeitos com seu trabalho. Uma das medidas do sucesso profissional está nos comentários positivos que vêm de clientes, consumidores ou mesmo colegas de trabalho.O bom relacionamento com clientes costuma resultar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121313-6-habitos-para-te-ajudar-a-alcancar-a-independencia-financeira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">retorno financeiro</a> para a empresa, e nenhum líder deseja perder o funcionário que é capaz de cativar sua clientela e mantê-la fidelizada. Esse tipo de retorno sobre seu trabalho é, certamente, sinal de que você está fazendo algo bom.<h2>4. Engajamento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09201731314029.jpeg" alt="Ser um profissional engajado certamente é uma característica reconhecida por superiores. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Ser um profissional engajado certamente é uma característica reconhecida por superiores. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O quanto você se engaja nas suas tarefas cotidianas e nos desafios que surgem de modo imprevisto no trabalho podem servir como índice de desempenho, aponta o especialista em RH Michael Doolin. De acordo com o ex-diretor de recursos humanos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124119-as-companhias-aereas-mais-e-menos-seguras-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">companhia aérea British Airways</a>, líderes estão sempre atentos a como sua equipe se envolve com a empresa de diferentes maneiras.A presença, uma boa aparência, a relação com outros colaboradores, a eficiência na execução de tarefas, o desejo por aprender mais sobre outras áreas e de participar de reuniões que não sejam, necessariamente, de seu setor são compreendidos como o desejo de estar envolvido com a empresa. &nbsp;E também demonstram motivação.<h2>5. Você entrega soluções</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09202152774031.jpeg" alt="Ser o funcionário que resolver problemas ao invés de criá-los é fundamental no mundo corporativo. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Ser o funcionário que resolver problemas ao invés de criá-los é fundamental no mundo corporativo. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ser um solucionador de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125586-4-sintomas-estranhos-causados-por-problemas-de-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">problemas</a> é uma característica que todo chefe gostaria de ver em seus empregados, aponta Michael Doolin, da Clover HR. Segundo o especialista, líderes compreendem um profissional que procura oferecer soluções como alguém munido de muitas ideias, e uma pessoa que planejou e pesquisou todos os aspectos fundamentais à execução da tarefa.Profissionais que oferecem soluções também podem se equivocar esporadicamente, mas são considerados mais propensos a terem uma alternativa para o próprio equívoco.

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5 sinais que você é um bom funcionário, segundo um especialista em RH

Recusar bebida alcoólica na Coreia do Sul pode resultar em demissão e ostracismo social.

A cultura na Coreia do Sul é implacável de todas as formas possíveis. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/126942-como-a-industria-de-cirurgia-estetica-coreana-destroi-sua-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistema de ideais confucionista</a> importado da China e oficializado em meados de 1390 beneficiou a antiga sociedade agrícola em alguns aspectos, como valorizar o trabalho duro e proteger seus semelhantes. Afinal de contas, o país alcançou um crescimento notável nos últimos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/80-anos-do-dia-d-quando-a-invasao-da-normandia-quase-deu-errado" rel="noopener noreferrer" target="_blank">80 anos desde o final da Segunda Guerra Mundial</a>, se colocando como a 14ª maior economia do mundo e a 4ª maior da Ásia, se livrando do fantasma da pobreza enquanto colônia agrária.A questão é que, com o crescimento e a modernidade, a estrutura de governo falhou em fornecer políticas de conscientização ou ressignificação desses valores que modelaram os coreanos como sociedade. Como resultado, o trabalhar a qualquer preço facilitou o suicídio como escapismo; a obediência aos valores cimentou muitas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/spycams-mulheres-sao-vigiadas-em-banheiros-publicos-na-coreia-do-sul" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulheres em locais de subserviência</a>; e a ordem e decoro impediram que muitos dissessem não.Um bom exemplo disso é que, se sentar à mesa de um restaurante após o horário de trabalho e se recusar a tomar álcool, é considerado um desrespeito passivo de demissão e ostracismo. Mas não é só por essa razão que a Coreia do Sul possui um grave problema com o consumo de bebida alcoólica.<h2>Os novos alcoolistas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/10/10134408021007.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Coreia do Sul possui uma sociedade repleta de alcoolistas funcionais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A sociedade ainda carrega a imagem estereotipada de um alcoólatra: uma pessoa incapaz de manter o próprio emprego, em constante conflito com seus relacionamentos românticos e familiares, muitas vezes até na sarjeta, e sem rumo. Mas é aí que está o engano. Muitos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121828-vicio-em-opio-tambem-assolou-as-sociedades-ancestrais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dependentes químicos&nbsp;</a>conseguem levar uma vida normal, com todas as responsabilidades do cotidiano de uma pessoa não adicta, convivendo com a doença camuflada em sua psicologia. Isso é chamado de&nbsp;alcoolismo funcional.“Esses alcoolistas trabalham em tempo integral e até alcançam sucesso profissional. Eles têm famílias estáveis. Superficialmente, não há problema algum. Alcoolistas altamente funcionais ou altamente adaptativos podem passar vários anos sem perceber que têm um problema”, disse Lee Hae-kook, diretor da Academia Coreana de Psiquiatria de Dependência e médico do Hospital Uijeongbu St. Mary, em entrevista ao Hankyoreh.Essas pessoas não vêm problema no modo que ingerem bebida alcoólica diariamente, aumentando a quantidade de doses até que não saibam mais discernir seu estado são do torpor causado pelo teor do álcool. Esses efeitos nocivos e progressivos podem e vão interferir em diversos aspectos da vida da pessoa.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/10/10134632333008.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Um sul-coreano consome cerca de 14 doses de bebida alcoólica por semana. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 12 de dezembro, um homem de 60 anos se apresentou à Delegacia de Polícia de Gangdong, em Seul, para denunciar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/pulmao-de-ferro-o-enorme-equipamento-medico-usado-contra-a-poliomielite" rel="noopener noreferrer" target="_blank">médico</a> que havia suturado uma ferida em seu rosto na noite anterior. Em seu depoimento, o homem alegou que o profissional, na casa dos 20 anos, estava sob forte influência de álcool.A polícia foi ao Hospital Geral de Gangdong-gu e o exame que fizeram no médico detectou um índice "bem expressivo" de álcool em seu sangue, como relataram ao Channel A, uma rede sul-coreana de televisão por assinatura. O médico, no entanto, não foi processado porque não há regulamentação que puna o ato de estar embriagado durante uma prática médica. Contudo, conforme a Lei Médica, a qualificação da licença do profissional pode ser suspensa em um ano porque a prática se enquadra no “ato de ferir gravemente a dignidade pessoal de um profissional médico”.<h2>Aliviando o estresse</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/10/10134807203009.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O custo socioeconômico do consumo de álcool na Coreia é de US$ 11,560 milhões. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O caso foi um escândalo no início de 2024 no país e serviu para expor ainda mais o problema que é a cultura do consumo de bebida alcoólica na Coreia do Sul que, só em 2019, resultou em um custo socioeconômico de 15,8 trilhões de wons, o equivalente à cerca de R$ 62 bilhões.O que aconteceu foi apenas a ponta do iceberg das centenas de notícias anuais envolvendo motoristas dirigindo embriagados, o mercado clandestino de falsificação de testes de bafômetro, e mortes por negligência devido ao torpor alcoólico de alguns profissionais.Em 2022, a pesquisa feita pelo Statista revelou que cerca de 88% dos sul-coreanos, com idades entre 19 e 29 anos, afirmaram que faziam consumo de álcool. Oito anos antes, o Relatório de status global da OMS sobre álcool e saúde de 2018, da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que o volume médio de consumo de álcool pelos coreanos com 15 anos ou mais foi de 10,2 litros per capita, um número superior aos volumes médios consumidos por essas faixas etárias em qualquer país do mundo.Colocando em perspectiva, só o ato de beber por dia dois ou mais copos de Soju, um tradicional destilado coreano feito de arroz, pode aumentar em 1,4 vezes a taxa de incidência de câncer de fígado. O Euromonitor fez um levantamento em 2014 que mostrava que os sul-coreanos consomem, em média, 14 doses de bebida alcoólica por semana, enquanto os estadunidenses bebem cerca de 3 doses.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/10/10135056998012.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Coreia do Sul é um dos países com jornadas de trabalho mais longas.(Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Dados recolhidos pelo Statistics Korea revelaram que 5.100 pessoas morreram em 2020 devido a doenças relacionadas ao consumo de álcool na Coreia. Isso significa 10 mortes a cada 100 mil pessoas, a maior associada à bebida alcoólica, segundo a agência de estatísticas.A Coreia do Sul chegou a esse nível porque o álcool se tornou parte essencial da vida diária de muitos dos cidadãos, fazendo jus ao histórico que a bebida tem em representar um papel importante no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127359-estudo-diz-que-a-cerveja-foi-a-grande-responsavel-pelo-desenvolvimento-da-civilizacao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">engajamento social e formação de vínculos</a>.Em entrevista ao Al Jazeera, o banqueiro Suh Seung-Beom, morador de Seul, disse que reúne contatos de negócios e amigos para beberem depois do trabalho. Apesar de ficar embriagado rapidamente e continuar bebendo, ele negou aos jornalistas que o objetivo seja esse. “É apenas um meio de construir laços nos negócios e com as pessoas, já que no trabalho não podemos fazer isso”, revelou.Assim como ele, um de seus parceiros, Brent Lee, também não acredita que bebam muito, mas sim que o consumo de álcool é algo benéfico para a sociedade porque ajuda a aliviar o estresse. Afinal, estamos também falando de uma das sociedades com alguma das jornadas de trabalho mais longas do mundo, são 40 horas semanais, podendo chegar a 52 horas em algumas profissões.<h2>Lucro acima de tudo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/10/10135152763013.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O tamanho total da indústria de bebidas alcoólicas sul-coreana atingiu US$ 8,6 bilhões em 2023. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Há 20 anos que a Associação de Saúde Pública da Coreia do Sul formula políticas que podem reduzir o consumo de álcool no país, como aumentar o preço, regular o quanto é vendido, e limitar os anúncios. Nenhuma delas nunca passaram na Assembleia Nacional.Talvez seja possível encontrar o motivo disso nos números. Tendo como base os dados relativos à produção local e os valores de importação, o tamanho total da indústria de bebidas alcoólicas sul-coreana atingiu US$ 8,6 bilhões em 2023, conforme o Korea Market Insights. Há mais de 500 importadores licenciados de bebidas no país, com os 10 principais detendo uma participação de mais de 50% de atuação no mercado.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/10/10135317227014.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Um coreano médio consome cerca de 53 garrafas de Soju por ano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar de um crescente apelo por bebidas importadas, o Soju segue na liderança entre o gosto popular, com um coreano médio consumindo cerca de 53 garrafas por ano da bebida. O mercado de Soju deverá crescer 0,93% entre 2024-2029, resultando em um volume doméstico de US$ 2,44 bilhões, conforme o Statista Market Insights.O governo não faz nada em relação ao problema que é a bebida alcoólica porque investe apenas uma fração dos impostos que obtém de suas vendas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128769-por-que-ninguem-aparece-bebendo-nos-comerciais-de-bebida-alcoolica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campanhas</a> de conscientização da população. Enquanto isso, o lobby empresarial pressiona os formuladores de políticas a não agirem, afinal, foi sob o lucro que a sociedade sul-coreana se (re)construiu.

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O grave problema com consumo de bebida alcoólica na Coreia do Sul

A inteligência artificial já está terminando postos de trabalho, mas também criando novos.

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127289-como-sabemos-se-uma-inteligencia-artificial-se-tornou-consciente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência artificial</a> (IA) veio para ficar. Cada dia conhecemos novas tecnologias e aplicações que foram criadas para desempenhar ações que supostamente auxiliam os seres humanos em tarefas simples e complexas.Há quem diga, aliás, que a inteligência artificial irá aniquilar vários empregos, o que não deixa de ser uma verdade. Contudo, há novos trabalhos que devem surgir justamente por conta das potencialidades trazidas pela tecnologia. Resta agora só saber se haverá um equilíbrio entre as perdas e ganhos para nós, trabalhadores.<h2>Empregos que devem ser substituídos</h2><h3>1. Trabalhos que envolvem inserção de dados</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27125842424152.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Trabalhos que envolvem inserção de dados no sistema estão entre os primeiros a serem substituídos por IA. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Se o seu trabalho envolve fazer a entrada de dados em um sistema (como, por exemplo, alguém contratado para digitar ou atualizar sistemas com informações), sentimos dizer, mas é muito provável que ele irá acabar nesse novo cenário. Isso porque a inteligência artificial consegue fazer esse tipo de tarefa, hoje feita manualmente, de uma maneira muito mais rápida, organizada e sem falhas do que qualquer ser humano. E por mais que isso possa parecer assustador, lembre-se que a ideia é também possibilitar que as pessoas se liberem para tarefas mais produtivas e sofisticadas.<h3>2. Telemarketing</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27125904994155.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Logo mais, todos os atendimentos por telefone serão feitos por robôs. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os trabalhos em <a href="https://www.megacurioso.com.br/humor/45350-e-agora-como-escapar-do-pessoal-do-telemarketing.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">telemarketing</a> ainda são executados por muita gente hoje no Brasil e no mundo. Você já deve ter notado, mas tem se tornado cada vez mais comum que essas ligações sejam executadas por robôs que veiculam gravações quando você precisa resolver alguma coisa. Ocorre que a inteligência artificial deve deixar esse sistema cada vez mais arrojado, e é provavelmente que você nem note mais que está conversando com uma máquina.<h3>3. Locutores</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27125926756158.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A IA já consegue produzir vozes com diferentes tonalidades e estilos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Esta é uma informação que gera muita polêmica, mas alguns especialistas têm apontado que a inteligência artificial, por ser capaz de gerar voz de maneira cada vez mais eficiente, será muito em breve capaz de substituir os locutores, os narradores e até os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121793-8-artistas-que-tambem-sao-dubladores-brasileiros-e-voce-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dubladores</a>. Com um detalhe a mais: estarão equipadas para criar qualquer tipo de tom de voz, estilo ou mesmo sotaque. Resta saber se essas vozes não ficarão todas parecidas entre si, trazendo o saudosismo quanto às dublagens clássicas típicas da Sessão da Tarde.<h2>Novos trabalhos que podem surgir</h2><h3>1. Instrutor de inteligência artificial</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27125949809159.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>As empresas tendem a contratar no futuro instrutores de inteligência artificial. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma vez que as ferramentas de inteligência artificial vão estar cada vez mais onipresentes, certamente teremos demanda por profissionais especializados em lidar com elas e ensiná-las para as pessoas. O instrutor de IA, por exemplo, será essencial, uma vez que ele será o responsável por treinar e orientar funcionários das empresas para trabalhar com as plataformas e manejar os possíveis riscos trazidos por elas.<h3>2. Gerente de crise</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27125811447150.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A IA vai demandar de profissionais aptos para lidar com crises geradas por ela. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Sabe-se que as aplicações de inteligência artificial abrem a possibilidade de se enfrentar novos problemas (um exemplo é o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117846-deepfake-assustadoramente-real-de-tom-cruise-viraliza-no-tiktok.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">deep fake</a>, que consiste na geração de vídeos e áudios falsos a partir de conteúdos reais, e que são usados para enganar e aplicar golpes). Por isso, profissionais qualificados para lidar com as crises ocasionadas pelas plataformas serão cruciais nesse novo cenário, de modo a trazer segurança jurídica para as instituições.<h3>3. Editor de imagem e vídeo</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27130048956161.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>No futuro, serão necessários especialistas em reconhecer e editar imagens de IA. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Dentro do tema dos riscos, um que deve se tornar mais visível é aquele causado pela presença cada vez maior na nossa vida de imagens, áudios e vídeos criados por inteligência artificial. Muitas vezes, estes conteúdos são gerados com alguns problemas, como dedos extras nas mãos ou alfabetos que não existem, e que nem sempre são notados rapidamente. Por conta disso, ter um editor preparado para reconhecer e resolver esses defeitos será fundamental.<h3>4. Criadores de conteúdo "humano"</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27150817789213.jpg" alt="Os artistas que fazem obras autorais tendem a ser mais valorizados por conta da inteligência artificial. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os artistas que fazem obras autorais tendem a ser mais valorizados por conta da inteligência artificial. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>É uma certa ironia, mas a ascensão da inteligência artificial pode promover o interesse por profissionais que tragam justamente o toque autoral humano. É isso mesmo. Em breve, é possível que artistas, pintores e criadores que elaboram um trabalho com autenticidade sejam mais procurados, de modo a se destacar no meio da alta quantidade de conteúdos gerados por inteligência artificial. Ou seja, o aumento da IA deve valorizar justamente aquilo que só os humanos são capazes de fazer.

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3 trabalhos que a inteligência artificial deve extinguir — e 4 que ela deve criar

O fenômeno Grande Exaustão explica por que as pessoas estão esgotadas, deprimidas e se demitindo dos seus empregos, principalmente a geração Z.

Todo mundo está cansado – quase que literalmente. Uma pesquisa feita pela empresa Asana em 2022 analisou mais de 10 mil trabalhadores em sete países, e descobriu que 70% deles experimentaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121655-sindrome-de-burnout-6-fatos-sobre-a-doenca-do-cansaco-extremo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">burnout</a>&nbsp;no último ano. Os índices variam conforme as gerações, sendo que 84% da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123178-geracao-z-e-a-obsessao-pela-fama-a-qualquer-custo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">geração Z&nbsp;</a>relata sofrer de exaustão, e 74% dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106572-o-que-e-a-geracao-millennial-e-porque-essas-distincoes-existem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">millennials</a> relataram o mesmo.No que diz respeito ao sexo, 67% das mulheres relataram sofrer de burnout, em relação a 59% dos homens. No geral, conforme o estudo do Asana, 63% dos funcionários já experimentaram o distúrbio emocional e, infelizmente, 40% dos trabalhadores acreditam que o burnout&nbsp;é uma parte inevitável do <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/72889-5-formas-divertidas-de-ter-sucesso-na-vida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sucesso</a>.Para aqueles que não estão familiarizados com o termo, a síndrome do esgotamento profissional, mais popularmente conhecida por burnout, não se trata apenas de um cansaço mental ou físico, mas uma exaustão tão extrema e crônica que pode levar a picos de ansiedade paralisantes, cefaleia, pressão alta, alterações no apetite, dores musculares, insônia e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122908-depressao-conheca-os-6-tipos-mais-comuns-da-doenca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depressão</a>.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13145536635166.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Cerca de 40% dos trabalhadores acreditam que sofrer um burnout&nbsp;faz parte de uma carreira de sucesso. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 12 milhões de pessoas perdem dias de trabalho devido à depressão e a ansiedade, gerando um custo de US$ 1 bilhão por ano em perda de produtividade para as empresas. Em seu relatório State of the Global Workplace: 2022, o Instituto Gallup descobriu que, com a insatisfação, os trabalhadores estão experimentando taxas impressionantes de desengajamento e infelicidade. Sessenta por cento das pessoas relataram estar emocionalmente desapegadas no trabalho, e 19% se sentem extremamente infelizes. Apenas 33% relataram se sentirem engajadas – e isso é ainda menor do que em 2020.Não é para menos que os especialistas dizem que estamos vivendo na era da Grande Exaustão.<h2>Vivendo o esgotamento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13145700850168.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>A Organização Mundial da Saúde estima que aproximadamente 12 milhões de pessoas perdem dias de trabalho devido à depressão e a ansiedade. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em julho de 2022, o Departamento do Trabalho dos EUA confirmou que o mercado de trabalho estadunidense enfrenta um fenômeno: a ampla oportunidade de empregos é fruto dos altos níveis de demissões voluntárias, mesmo após o período devastador causado pela pandemia de covid-19 no começo de 2020, que lançou mais de 9 milhões de estadunidenses ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123319-como-se-mede-o-desemprego-de-um-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desemprego</a>, conforme dados do Pew Research Center.Acreditava-se que a flexibilização da rotina de trabalho com a possibilidade do home office nessa nova realidade pós-pandêmica diminuiria as taxas de demissões voluntárias, mas o que aconteceu foi um efeito rebote com a quantidade de pessoas adoecendo por não conseguirem mais estabelecer um limite entre a vida pessoal e o trabalho, e devido a um sentimento de insatisfação geral.Como ficou claro no relatório do Instituto Gallup, isso acontece porque a maneira como esses trabalhadores vivenciam o trabalho, ou seja, como são gerenciados, treinados e tratados, é mais relevante do que carga horária reajustada, flexibilidade do trabalho e políticas de folga adequadas.Entrevistados relataram que o tratamento injusto no trabalho, em um ambiente que não enfatiza o respeito, a comunidade e o reconhecimento da contribuição, propiciam os sintomas de frustração, depressão e até mesmo levam ao burnout. No entanto, em muitos casos, se as pessoas não sofrem de algum sintoma de exaustão clínica, eles só desistem porque não aguentam mais as políticas corporativas, o preconceito, favoritismo e o excesso.<h2>A Grande Exaustão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13145848675174.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Cerca de 56% da geração Z está deprimida. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em um artigo para a revista&nbsp;Time, a psicóloga Emily Ballesteros disse que a sociedade enfrenta o que o escritor Cal Newport chama de Grande Exaustão, um contraponto à Grande Renúncia, ou Big Quit, quando mais de 40 milhões de estadunidenses se demitiram em 2021 ao repensaram sua relação com o trabalho.Segundo a psicóloga, chegamos a esse ponto porque construímos uma sociedade que prioriza os negócios, não as necessidades humanas. Agora, os efeitos estão começando a ficar cada vez mais aparentes com o nível de produção em todo o espectro do capitalismo.“Podemos suportar as dificuldades com uma moral mais elevada quando mantemos a esperança que as coisas vão melhorar, mas quando em todos os lugares há notícias de que nada vai melhorar, começamos a quebrar”, escreveu Ballesteros.Uma vez que há várias gerações somos uma sociedade centrada no trabalho mirando o sucesso, tonou-se cada vez mais difícil convencer as pessoas, sobretudo da geração Z, a viver uma vida ocupada que se resume ao trabalho, sendo que isso não se traduz na qualidade de vida que se espera – nem a curto ou a longo prazo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13145943399175.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Geração Z está cada vez mais desapegada do trabalho.(Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os millennials e a geração Z foram criados sob muita pressão para se tornarem grandes realizadores, sendo que os millennials fizeram isso a todo o custo, inclusive sacrificando seu matrimônio, saúde mental e física e momentos de lazer. E apesar disso, muitos não tiveram o retorno que esperavam.Segundo dados da pesquisa de consumo do U.S. Financial Health Pulse de 2019, cerca de 43,4 milhões de millennials estão enfrentando problemas financeiros, lutando com alguns, mas não necessariamente todos, aspectos de suas vidas financeiras. E muito embora 56% da geração Z esteja deprimida, os millennials continuam na frente com 59% dos casos, segundo o Vivian Healthcare Workforce Report de 2024.Sendo assim, a geração Z, que está começando a construir sua carreira, se depara com um cenário caótico em que há pouca autonomia, liberdade para encontrar um emprego significativo e bem remunerado em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/as-horriveis-condicoes-de-trabalho-nos-abatedouros-das-fazendas-industriais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrutura de trabalho&nbsp;</a>que não seja abusiva em todos os aspectos.&nbsp;Por essa razão que os jovens estão cada vez mais desapegados e se demitindo em um número maior que os millennials. Muitos não têm a ambição de assumir cargos de liderança ou alcançar um patamar muito exclusivo em suas carreiras, não se for necessário passar por um burnout. E aqueles que o fazem, inevitavelmente, se deparam com um diagnóstico do distúrbio emocional ou outro tipo de doença oriunda das políticas workaholic&nbsp;do sistema.<h2>Pequenas decisões</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/13/13145758203169.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Segundo dados da pesquisa de consumo do U.S. Financial Health Pulse de 2019, cerca de 43,4 milhões de millennials enfrentam problemas financeiros. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para o The Economist, o psicanalista Josh Cohen explorou o burnout no fenômeno da Grande Exaustão definindo a sociedade como uma grande caixa de fósforos em que cada palito que queima até o fim significa um passo a mais direção a um futuro em que a estrutura vai começar a falhar de maneira trágica, caso não haja uma mudança significativa.Enquanto isso, as pessoas procuram restabelecer sua relação com o trabalho de alguma forma que reduza a sensação generalizada de drenagem, mas precisam fazer isso tendo que lidar com problemas pessoais, estressores globais, inflação, instabilidade do governo, e outros fatores que ameaçam a exaustão física, mental e emocional.Portanto, no final do dia, é a forma que nos sentimos que determina as pequenas decisões que tomamos. Enquanto alguns simplesmente rompem ou desabam, outros tomam pequenas decisões que fazem uma grande diferença, de escolher dormir mais a evitar discutir trabalho fora do horário, enquanto esperam que as mudanças aconteçam de cima para baixo nesse sistema de trabalho fracassado.&nbsp;Fonte adicional:&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;

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"Grande Exaustão": como o trabalho está acabando com a saúde das pessoas

Fazendas industriais se tornaram incubadoras de patógenos que submetem seus funcionários a condições de trabalho desumanas e fazem uso de mão de obra infantil.

Já sabemos que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128832-como-a-industria-da-carne-cultivada-em-laboratorio-esta-sendo-boicotada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não fomos feitos para viver de carne</a>, mas mesmo assim consumimos uma média de 346 milhões de toneladas por ano dessa proteína, sendo que há projeções de um aumento de 44% até 2030, alcançando 453 milhões anuais. Uma pesquisa feita pelo Statista mostrou que cerca de 86% das pessoas entrevistadas em 39 países alegaram que mantém uma dieta rica em carne.A <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-o-sistema-alimentar-mundial-esta-falido" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indústria da carne</a> sofreu uma rápida aceleração desde a segunda metade do século XX, levando o planeta e sua população ao extremo com o rendimento em larga escala. Estamos falando de mais de 70 bilhões de animais terrestres abatidos anualmente, como mostrou o estudo do Faunalytics em 2018, enquanto 60% das terras agrícolas do mundo são utilizadas apenas para essa finalidade.Sabemos que para manter o nível de produção, essa indústria precisa <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127598-nipah-o-virus-letal-que-assombra-a-india-pode-causar-uma-pandemia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">confinar milhares de animais</a>, normalmente em condições insalubres, em locais superlotados e totalmente não naturais, criando o ambiente propício para a incubação de doenças.Mas esse é só um lado do problema. Essa é a verdade por trás das condições de trabalho nos abatedouros das fazendas industriais.<h2>Sob pressão e perigo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25130645683132.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Cerca de 70 bilhões de animais terrestres são abatidos anualmente. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por meio de consequências desastrosas em escala global, a todo o momento enxergamos os resultados do que produzir demais no setor da indústria pecuária têm atraído para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127223-quao-perigoso-e-o-calor-extremo-para-os-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">saúde do planeta</a> e dos seus habitantes, ainda que de maneira silenciosa ou indireta.&nbsp;Afinal, nem todos sabem que desde 1970 já surgiram cerca de 500 novas doenças zoonóticas, de gripe aviária ao ebola, oriundas da relação cada vez mais disruptiva entre humanos, animais e seu habitat natural. Sabem menos ainda que trabalhar em uma fazenda industrial é algo tão perigoso quanto exaustivo. O Employment Statistics aponta que mais de 500 mil pessoas nos Estados Unidos trabalham em matadouros, uma das profissões consideradas mais perigosas do país.Isso porque, em sua empreitada em manter um volume de produção que atenda à demanda mundial que apenas cresce, as corporações multimilionárias conscientemente colocam em risco a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118581-direitos-trabalhistas-como-eles-surgiram-e-para-que-servem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">segurança dos seus trabalhadores</a>. Uma vez que há décadas os órgãos estaduais e federais falham em instituir, monitorar ou cumprir leis trabalhistas básicas nesse setor, as empresas acabaram por criar um verdadeiro lobby em que elas definem e seguem as regras. Com isso, não apenas os direitos dos trabalhadores são comprometidos como os animais à espera do abate, sofrem.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25130930440136.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O ser humano consome cerca de 346 milhões de toneladas de carne por ano. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>China, EUA e Brasil são os países com mais matadouros, e o termo "a qualquer custo" é o que define as condições de trabalho e produção. Os estadunidenses são conhecidos por abusarem de uma mão de obra estrangeira para engrossar sua linha de produção, contratando pessoas pretas e latinas que vivem em comunidades de baixa renda. A Food Empowerment Project estima que cerca de 38% dos trabalhadores de abatedouros nasceram fora dos EUA. Uma grande porcentagem também trabalha conscientemente sem documentação para conseguir sobreviver.A ameaça de demissão alimenta um ambiente hostil e perigoso, desencorajando os trabalhadores a relatar preocupações de segurança, lesões ou outros problemas graves. Um exposé em 2013 feito por um repórter investigativo da VegNews mostrou ao mundo as mazelas da profissão.&nbsp;“Você tem que ser capaz de pendurar cerca de 35 aves por minuto, mesmo quando os músculos de suas mãos e as articulações de seus dedos ficam tão doloridas que não consegue mexê-las”, disse o repórter à revista.Muito embora os matadouros sejam altamente mecanizados, o trabalho manual ainda se faz necessário em várias etapas de produção, como sangria, eliminação de gordura da carne, músculo e osso, e entre outras etapas. Recebendo às vezes menos que US$ 2 mil por mês, esses trabalhadores enfrentam jornadas diárias de mais de 10 horas, sem dias de folga ou férias, executando ações repetitivas sem parar, chegando a urinar diretamente no equipamento por não poder fazer uma pausa.<h2>Exploração sem fim</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25131050420139.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Desde 1970, já surgiram cerca de 500 novas doenças zoonóticas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Como resultado, os animais, que já são submetidos a instalações minúsculas em péssimas condições, acabam atacando os funcionários devido ao estresse que sofrem. Segundo o repórter da VegNews, tocas, óculos de proteção, avental, botas e máscaras não impedem dos animais deixarem suas marcas naqueles que os manuseiam.Os funcionários acabam entrando em contato direto por pele ou vias aéreas com sangue, urina e fezes dos animais que se debatem e contorcem freneticamente. “Entra nos olhos, nariz, boca, nos ouvidos. Não há uma descrição adequada como é ficar trabalhando por horas com fezes de galinha por todo o seu corpo. Não importa quanta roupa ou fita use para se proteger, é absolutamente inevitável”, confessou ele.O repórter passou 3 anos por dentro das instalações da Tyson Foods, a mesma em que a jornalista Hannah Dreier, do The New York Times, desmascarou em 2023. Com a Perdue Foods, essas companhias não só produzem um terço das aves vendidas nos EUA, como também estão sob investigação federal por explorar mão de obra de crianças migrantes, submetidas à lavagem de matadouros e à linha de produção em suas fazendas industriais.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/25/25131227300142.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Our World Data indica que cerca de 265 milhões de crianças no mundo trabalham.(Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Dreier se concentrou na história de Marcos Cux, cujo braço foi esmagado em uma correia de um equipamento de processamento de carne em 2022 enquanto ele higienizava uma área de desossa na fábrica da Perdue Foods. Ele estava na oitava série do ensino fundamental. Cux foi apenas uma das centenas de crianças de até 13 anos encontradas nas fábricas da empresa na costa leste da Virgínia.Parte de uma nova economia de exploração que nasceu no cenário pós-pandêmico, Cux e seus colegas de profissão são apenas uma das milhares de crianças mexicanas e centro-americanas que vieram sozinhas para os EUA desde 2021 e acabaram em empregos perigosos e extenuantes. Os poderosos donos de frigoríficos seguem alegando que não têm conhecimento de toda sua linha de abastecimento, portanto, não podem ser culpados de "eventuais casos de exploração infantil".Só que esse não é o único problema. A estrutura inteira de trabalho é apoiada em comportamentos exploratórios e criminosos. Os chefes das corporações sabem que reclamar ou desafiar seu poder, ou até mesmo depositar fé no sistema jurídico americano, exige a coragem e o privilégio que um imigrante não tem.&nbsp;Dessa forma, respaldados também pelo completo fracasso das agências reguladoras estaduais e federais na proteção destes trabalhadores, mantêm-se o produzir sem parar e o trabalhar a qualquer preço.

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As horríveis condições de trabalho nos abatedouros das fazendas industriais

As mulheres que produziam os palitos de fósforo tiveram sua saúde destruída pelas condições de trabalho, e por isso encabeçaram o primeiro movimento trabalhista.

A convocação de todos os jovens e homens adultos para lutar no front da Primeira Guerra Mundial na Europa, em 1914, deu início a um movimento incomum: o trabalho às mulheres. O governo britânico obrigou que elas assumissem os empregos de seus filhos ou maridos nas fábricas para que a produção não despencasse, afetando o país mais do que a própria guerra.Em meio a todos os setores em que as mulheres foram admitidas, o que mais se destacou foi o de fabricação de munições de trinitrotolueno (TNT). <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118969-garotas-canario-as-mulheres-que-enchiam-municoes-na-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Essas mulheres ficaram conhecidas como Garotas Canário</a>, um apelido que surgiu devido à constante exposição tóxica que sofriam com o manuseio sem equipamento adequado dos componentes químicos da TNT, que deixava a pele com uma cor amarelo-alaranjada, tal qual a plumagem de um canário.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13160424881299.jpg" alt="(Fonte: Messy Nessy Chic/Reprodução)"><figcaption>Trabalhadores em fábrica de munição. (Fonte: Messy Nessy Chic/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O trabalho trouxe a elas dores de cabeça, irritações cutâneas e náuseas, além de terem sofrido com anemia e icterícia, visto que o pó do TNT causa toxicidade hepática. Entre os 400 casos registrados de icterícia tóxica proveniente do manuseio dos agentes químicos, 100 foram fatais.A história delas foi marcante, mas as mulheres já enfrentaram situações ainda mais letais para que indústrias e economias se sustentassem antes do século XX. Aqui está como as mulheres fabricantes de palitos de fósforo revolucionaram os direitos trabalhistas.<h2>As luzes de atrito de Walker</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13161020697304.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>A fabricação de fósforo acabou com a vida de mulheres no século XIX. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>As Garotas do Rádio ficaram receberam certo tipo de prestígio no início do século XX por pintarem mostradores de relógio com tinta autoluminosa nas salas da fábrica da United States Radium, na cidade de Orange, em Nova Jersey, Estados Unidos. A sociedade e algumas mulheres as invejavam e achavam fascinantes o ofício, até que partes dos seus rostos começaram a apodrecer devido ao manuseio e à alta exposição a níveis diários de radiação nas tintas.Muitos registros históricos indicam que as Garotas do Rádio foram as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/104697-estudo-diz-que-mulheres-sao-melhores-que-homens-no-setor-de-tecnologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primeiras mulheres a irem à justiça</a> tentar obter algum tipo de compensação, mas as que construíram a indústria do palito de fósforo vieram antes.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13161118092305.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Com a guerra, mulheres assumiram posições de trabalho tradicionalmente masculinas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1827, o inventor inglês John Walker tinha uma loja de químicos em Stockton-on-Tees, no nordeste da Inglaterra, e percebeu que sua formação em química e botânica lhe dava uma perspectiva única sobre as coisas. Naquela época, o mundo ainda se esforçava para encontrar <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/254809-humanos-controlavam-fogo-cozinhar-alimentos-ha-780-mil-anos.htm">uma maneira de fazer fogo</a> de forma mais rápida e eficiente.&nbsp;Durante testes para desenvolver uma pasta combustível que acelerasse esse processo, ele friccionou um pedaço de madeira que estava usando para mexer sua pasta e acabou fazendo uma faísca e, em seguida, fogo.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122779-limpador-de-chamine-o-trabalho-infantil-que-explorava-e-matava.htm">Limpador de chaminé, o trabalho infantil que explorava e matava</a></li></ul>Assim surgiram as denominadas “faíscas de atrito” de John Walker, que se tornaram extremamente populares. O problema é que o inventor acreditava que todos deveriam ter acesso a esses palitos que faziam fogo fácil, então nunca solicitou uma patente. Sendo assim, várias empresas surgiram e começaram a fazer negócio em cima de sua ideia. Até o início da década de 1830, Walker já estava falido.<h2>Exploradas e doentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13161217370306.jpg" alt="(Fonte: Longevita Dental/Reprodução)"><figcaption>Mandíbula de fósforo. (Fonte: Longevita Dental/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por volta de 1860, a produção de palitos de fósforo alcançou escala industrial e muitas empresas adicionaram o fósforo à pasta antes feita à base de enxofre em que os palitos eram mergulhados, visando dar ao produto uma chama maior e mais brilhante. No entanto, isso criou um problema imenso.As cubas gigantes da mistura à base de fósforo começaram a emanar a toxicidade de sua substância, surtindo em consequências catastróficas para os trabalhadores após 3 a 5 anos de exposição constante.Assim <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123472-mandibula-de-fosforo-a-doenca-que-levou-a-greve-de-trabalhadoras-de-1888.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">surgiu a condição "mandíbula de fósforo"</a>, que acometeu cerca de 11% das mulheres que fabricavam os palitos de fósforo. Uma vez que os tecidos moles da boca e da mandíbula são mais propensos a absorverem o fósforo, o primeiro indício das consequências eram as dores de dente, que não demoravam para cair. Depois, se formavam abscessos, pus e buracos tão grandes e profundos que o osso da mandíbula ficava exposto.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13161415126309.jpg" alt="(Fonte: Wight on Family/Reprodução)"><figcaption>Mulheres trabalhando na Inglaterra vitoriana. (Fonte: Wight on Family/Reprodução)</figcaption></figure></figure>As <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128143-as-mulheres-pre-historicas-tambem-cacavam-evidencias-indicam-que-sim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">condições de trabalho</a> nas fábricas da era vitoriana contribuíram para que a condição se tornasse endêmica, associada ao nível de fabricação do produto. As mulheres, pré-adolescentes e adolescentes, eram submetidas a uma jornada de trabalho que variava entre 12 a 16 horas diárias, amontoadas em salas claustrofóbicas cheias de cubas liberando fumaça tóxica para destruir sua saúde e seus corpos.Como se isso não bastasse, elas viviam sob constante pressão, ganhando um salário de 4 xelins, o equivalente a 12 centavos, baseado em quantas remessas de palitos de fósforo elas faziam em cada turno.&nbsp;As mulheres raramente levavam para casa o que ganhavam, visto que eram obrigadas a pagar pelo próprio suprimento, como escovas de dentes, e saldar multas arbitrárias que recebiam de seus empregadores.<h2>A salvadora</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13161512242310.jpg" alt="(Fonte: History Extra/Reprodução)"><figcaption>Greve das mulheres fabricantes de fósforo. (Fonte: History Extra/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1888, Annie Besant escreveu um artigo ao jornal The National Reformer chamado "White Slavery in London", advogando em defesa das mulheres que trabalhavam nas fábricas de palito de fósforo e estavam morrendo sistemicamente devido às condições de trabalho e à exposição a componentes nocivos à saúde.Por meio de entrevistas com funcionárias, a escritora expôs tudo o que sabia sobre a vida fabril no geral, mas suas acusações se concentraram na fábrica Bryant &amp; May. Com a repercussão sem precedentes do seu trabalho, Besant foi informada que as funcionárias estavam sendo intimidadas pelos capatazes da fábrica na tentativa de descobrir quem havia falado com a imprensa, resultando em demissões massivas.Em defesa, Besant não só iniciou uma campanha para compensar as trabalhadoras pela renda e emprego que perderam, como também apelou ao público que comprasse produtos apenas de empresas que pagassem salários decentes, o que não incluía a Bryant &amp; May. Não só pessoas doaram, sensibilizadas com a causa, como outros jornais começaram a falar sobre a história.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13161715177311.jpg" alt="Annie Besant. (Fonte: Roman Road London/Reprodução)"><figcaption>Annie Besant. (Fonte: Roman Road London/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A empresa então passou a coagir seus empregados a assinarem um termo alegando que estavam satisfeitos com as condições de trabalho em suas instalações. Em vez de fazerem isso, mais de 1.400 funcionários se reuniram e declararam greve.As mulheres saíram às ruas para protestar, e os apoiadores não só se uniram em solidariedade, como fizeram doações para repor os salários que elas estavam perdendo. Quando se dirigiram ao Parlamento, o governo não teve outra alternativa senão ouvi-las e, em questão de semanas, a greve chegou ao fim.As mulheres conquistaram uma vitória não só para si em quesito de direitos trabalhistas, como também para outros funcionários, formando um sindicato responsável por disputas futuras e por supervisionar a mudança para melhores salários e condições mais seguras de trabalho.&nbsp;Assim nasceu o Sindicato das Mulheres Trabalhadoras, que revolucionou a organização dos trabalhadores na história britânica, servindo de modelo para o mundo. Ficou com alguma dúvida? Conte para gente em nossas redes sociais. Até mais!

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Como a produção de palitos de fósforo destruía as mulheres no século XIX

Ao longo da história da humanidade, a profissão de bibliotecário sofreu diversas transformações e foi importante para várias sociedades diferentes

Comemorado no dia 12 de março, o Dia do Bibliotecário foi instituído no Brasil em 1980 para ser comemorado em todo o território nacional. Esta data foi escolhida por tratar-se do dia do nascimento do bibliotecário Manuel Bastos Tigre, considerado o primeiro concursado nessa função na história do Brasil.<ul style="list-style-type:disc;"><li>Saiba também: <a href="https://www.tecmundo.com.br/produto/276994-livros-abertos-usp-ler-baixar-gratuitamente.htm">Como ler e baixar gratuitamente os Livros abertos da USP?</a></li></ul>A importância da biblioteca para a preservação e conservação do conhecimento é algo inquestionável e que se manteve intacta ao longo de vários séculos. Mas o que esses profissionais realmente fazem e como suas profissões foram sendo transformadas com o passar do tempo? É sobre isso que falaremos abaixo!<h2>Bibliotecas ao longo dos anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/07/07001315490004.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">As bibliotecas desempenham um papel importante na história da humanidade. (Fonte: Getty Images)</figure>Entre os séculos VIII e VII a.C. surgiram as grandes bibliotecas da antiguidade. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/104245-biblioteca-de-alexandria-o-que-se-sabe-dessa-maravilha-da-antiguidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Biblioteca de Alexandria</a>, por exemplo, representa o ápice desse período. Durante sete séculos, ela reuniu o maior acervo de cultura e ciência da antiguidade e até hoje é considerada a mais famosa e importante do mundo antigo. Ela também sobreviveu a muitos saques e incêndios. Os bibliotecários que lá trabalhavam organizaram seu acervo em rolos, etiquetados com nomes dos autores e títulos das obras.Além disso, esses profissionais tinham um papel muito importante, pois as suas funções transcendiam as obrigações habituais. Eles, além de serem encarregados de reorganizar as obras dos autores, atuavam também como tutor dos príncipes reais, orientando-os nas leituras que deveriam fazer. Já na Idade Media, predominaram as bibliotecas ligadas a ordens religiosas.Os mosteiros e conventos foram os responsáveis pela preservação da antiga cultura greco-romana e definiam-se como bibliotecas. Todos os grandes mosteiros possuíam um scriptorium, que nada mais era do que uma oficina de copistas que o trabalho era distribuído aos monges. Os monges, por sua vez, atuavam como guardiões dos livros.<h2>Evolução até a modernidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/07/07001336136007.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">A profissão de bibliotecário exige uma atualização constante do profissional que deseja atuar na área. (Fonte: GettyImages)</figure>A partir dos séculos XIII e XV, importantes mudanças intelectuais e sociais afetaram a Europa. Uma delas foi o surgimento das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127524-como-era-a-vida-dos-estudantes-nas-primeiras-universidades-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">universidades</a>, que apresentaram o primeiro catálogo unificado para atender os estudantes, bem como a indicação das bibliotecas onde poderiam ser encontradas tais obras.&nbsp;Considera-se que foi a partir da criação das bibliotecas universitárias que a profissão de bibliotecário realmente surgiu como uma pessoa que atuava na organização das informações e na disseminação do conhecimento.<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115078-7-das-bibliotecas-mais-arrepiantes-do-mundo.htm">As 7 das bibliotecas mais arrepiantes do mundo</a></li></ul>A relevância pública e social das bibliotecas acabou ganhando impulso no século XVII, expandindo nos países mais desenvolvidos da Europa e depois nos Estados Unidos. Desde esse período, as bibliotecas públicas passaram a representar um senso de modernidade. E a profissão de bibliotecário não parou de se atualizar aí.No século XXI, com a globalização sendo um conceito importante, o acesso às <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128653-6-tecnologias-inovadoras-que-prometem-revolucionar-2024.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">novas tecnologias</a> de informação e de comunicação transformou completamente como as bibliotecas operam. Sendo assim, os bibliotecários modernos precisam sempre estar atualizados, capacitar-se para desenvolver pesquisas e manusear suportes variados de informação, privilegiando as demandas informacionais do público e também sabendo mexer com os novos meios digitais. Gostou de saber uma pouco mais sobre a profissão de bibliotecário? Então continue acompanhado o Mega Curioso para sempre ficar por dentro de mais profissões interessantes e curiosas como esta. Até a próxima!

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