Ciência
28/08/2024 às 16:12•5 min de leituraAtualizado em 28/08/2024 às 16:12
Que a Inteligência Artificial (IA) está em alta, ninguém tem dúvidas. Tanto é que recursos como o ChatGPT ganham, a cada dia que passa, mais adeptos.
Só para se ter uma ideia, em janeiro de 2023, a pouco mais de dois meses do seu lançamento, o software desenvolvido pela OpenIA já tinha 100 milhões de usuários em sua base. Foi considerada a aplicação com o maior número de pessoas usando em um curto espaço de tempo, historicamente falando.
Seja para uso profissional, seja pessoal, o fato é que as IAs na versão de Generative Pre-trained Transformer (GPT) caíram nas graças do povo. E o mesmo acontece para fins educacionais. A seguir, entenda mais sobre o uso crescente da IA na educação, em especial na Educação a Distância (EAD), suas aplicações, vantagens, desafios e perspectivas futuras.
Com o processo de digitalização do ensino cada vez mais acelerado, acompanhando uma dinâmica que também é percebida em outros setores da sociedade, surge a necessidade de encontrar soluções para atender às demandas sociais em constante evolução.
Sem contar contextos desafiadores, como foi o caso do distanciamento social vivido com a pandemia da Covid-19, tornando a aprendizagem online uma necessidade para manter os estudantes ativos.
Somente em 2021, um total de 3,7 milhões de pessoas foram matriculadas em cursos a distância, de acordo com dados do Censo da Educação Superior 2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Passado esse momento global, o fato é que o ensino online segue sendo uma opção para quem deseja ter acesso ao conhecimento de forma flexível. E é nesse cenário que a IA agrega valor ao ser aplicada em várias áreas educacionais.
Os algoritmos podem ser usados em sistemas de gerenciamento de aprendizagem e até mesmo em ferramentas de avaliação automatizada. No EAD, serve como uma forma de otimizar a experiência de aprendizagem, promovendo maior interatividade, personalização e acessibilidade.
Sobre esse assunto, uma análise divulgada pelo Fórum Econômico Mundial identificou que o uso da IA promove a chamada educação 4.0, com o potencial de beneficiar as seguintes áreas:
Mas, você deve se perguntar: como a IA pode ser usada para fins didáticos, na prática? Vamos detalhar cada um dos pontos abordados antes. Continue a leitura para saber tudo, tim-tim por tim-tim.
Esses sistemas podem utilizar algoritmos de aprendizado de máquina, o famoso machine learning, para adaptar o conteúdo e o ritmo de ensino às necessidades de cada aluno. Consequentemente, a medida torna o aprendizado mais personalizado e efetivo.
Por exemplo, dá para aplicar IA para fornecer feedback em tempo real e ajustar o nível de dificuldade das lições com base na performance individual do estudante. Legal, né?
E por falar em chatbots alimentados por IA, eles já são usados em plataformas de EAD para fornecer suporte aos estudantes. Assim, as pessoas podem usar o recurso a qualquer hora do dia ou da semana.
Com esses robozinhos, é possível ter acesso rápido a respostas gerais, orientações sobre o curso ou explicações sobre conceitos. Um exemplo é o Jill Watson, desenvolvido em 2015 pelo Instituto de Tecnologia da Georgia, nos Estados Unidos, e que atua como um assistente virtual em cursos online.
E quando existem grandes conjuntos de dados? Deve dar um trabalhão para analisar tudo rapidamente. Mas, é aí que a IA dá as caras por meio da análise preditiva. Como o próprio nome sugere, a tecnologia age para prever o desempenho dos alunos.
A medida permite que os educadores possam avaliar, antes do tempo, os estudantes que possuem, por exemplo, algum risco de evasão — parar de estudar — ou que necessitam de suporte.
É como a Purdue University, em Indiana, Estados Unidos, aplicou a IA há alguns anos, quando essa tecnologia não era tão acessível como na atualidade. O sistema, chamado de Course Signals, identificava alunos com dificuldades acadêmicas.
O processo de avaliação também pode ser mais ágil com IA, especialmente quando é preciso corrigir respostas dissertativas e ensaios. Além de fazer com que os professores possam economizar tempo, uma contrapartida tecnológica é que os estudantes passam a ter acesso rápido ao seu desempenho.
A plataforma digital Gradescope, por exemplo, utiliza IA para auxiliar professores na correção de trabalhos escritos à mão e/ou digitados.
Com a evolução das gerações, já dá para notar que nem todo mundo pensa igual e muito menos aprende do mesmo jeito! Pensando nisso, tecnologias como a IA também podem ser usadas para criar mecanismos de aprendizagem personalizados.
Dessa forma, é possível adaptar o conteúdo do curso às preferências e necessidades individuais de cada estudante. Sistemas como o Knewton utilizam IA para recomendar materiais de estudo e atividades com base no histórico de aprendizagem do aluno.
Já deu para perceber com esses exemplos que usar essa tecnologia emergente para fins educacionais ajuda todas as partes envolvidas, não é mesmo? Então, para facilitar ainda mais, confira um resumo com todas as vantagens de usar a IA na educação:
Mas a verdade é que “nem tudo são flores”. Pode ser que em algum momento da jornada a mesma tecnologia que ajude também possa atrapalhar de alguma forma. Assim sendo, entre os principais desafios da IA na educação, estão:
À medida que a IA é mais usada na educação, surge a necessidade de regulamentação para garantir seu uso ético. Especialmente no que diz respeito a diretrizes sobre a coleta, o armazenamento e o uso de dados dos alunos, para que sejam protegidos.
Além disso, também há a questão da transparência algorítmica, para que eles sejam livres de vieses que, em alguns casos, podem acentuar problemas como discriminação e até racismo. Quando, pelo contrário, devem ser garantidas diretrizes prevendo maior equidade e inclusão.
No Brasil, já existe um projeto de lei em tramitação no Senado Federal, o PL 2338 de 2023, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG). O instrumento legal dispõe sobre o uso da Inteligência Artificial de modo geral pelas organizações, incluindo as instituições de ensino tanto públicas quanto privadas.
O texto inicial do documento prevê, entre outras informações, que a Lei pretende estabelecer normas para “o desenvolvimento, implementação e uso responsável de sistemas de IA no Brasil".
Se aprovada, essa legislação vai instituir regras para “proteger os direitos fundamentais e garantir a implementação de sistemas seguros e confiáveis, em benefício da pessoa humana, do regime democrático e do desenvolvimento científico e tecnológico”, como detalha o projeto.
E o que esperar do futuro quando o assunto é IA na educação? A expectativa é de que essa tecnologia tenha um papel cada vez maior para fins educacionais. Além disso, para além dela, podem ser usadas de forma associada ferramentas como:
A colaboração entre educadores, formuladores de políticas e estudantes será essencial para moldar um futuro educacional que aproveite ao máximo a IA, ao mesmo tempo em que preserva os valores fundamentais da educação.
Neste artigo, você conheceu como a IA tem o potencial de democratizar o acesso ao conhecimento, personalizar a aprendizagem e preparar os alunos para um mundo cada vez mais digital. Desafios sempre existirão, mas eles trazem consigo uma série de oportunidades para criar um ambiente educacional inovador e inclusivo.
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