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Relógio do Juízo Final avança e nos deixa mais próximos do 'fim do mundo'

30/01/2017 às 07:413 min de leitura

Você já ouviu falar a respeito do Relógio do Juízo Final? Também conhecido como Pêndulo do Apocalipse, não se trata de um relógio propriamente dito — muito menos de uma profecia assustadora presente nas Sagradas Escrituras. Na verdade, se trata de uma metáfora criada em 1947 pela equipe do Bulletin of Atomic Scientists (Boletim dos Cientistas Atômicos), publicação fundada por vários pesquisadores que trabalharam no Projeto Manhattan.

Quando foi proposto, o Relógio do Juízo Final, segundo os cientistas que o idealizaram, simbolizava a urgência em transmitir ao público e aos líderes políticos de todo o mundo os perigos relacionados com a tecnologia nuclear. Na época de sua criação, o relógio marcava sete minutos para a meia-noite — ou sete minutos para o fim do mundo — e, dois anos depois, após a União Soviética conduzir testes com uma arma nuclear, ele avançou para 23:57.

Acertando os ponteiros

De acordo com Ian Lowe, professor da Universidade Griffith, na Austrália, em 1953, depois de os EUA realizarem o primeiro teste com uma bomba de hidrogênio — bem mais poderosa do que as de fissão nuclear que destruíram Hiroshima e Nagasaki — e os soviéticos seguirem o exemplo, o relógio foi adiantado novamente, marcando apenas dois minutos para a meia-noite.

Testes nucleares levaram ao avanço dos ponteiros

Na ocasião, existia uma enorme preocupação de que as tensões entre as duas potências escalassem e uma série de explosões nucleares resultassem no fim da civilização ocidental. Então, em 1963, com a assinatura do Tratado de Interdição Parcial de Ensaios Nucleares, o relógio voltou a marcar 23h48 — mas ele voltou a avançar até três minutos para a meia-noite em meados dos anos 80, ainda graças à Guerra Fria.

Daí, Mikhail Gorbachev assumiu o governo da União Soviética e iniciou uma série de negociações para reduzir as tensões com os EUA e o risco de que uma guerra nuclear eclodisse. Depois, com a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria e a contração dos arsenais nucleares, o Relógio do Juízo Final passou a marcar 23h43, isso no comecinho dos anos 90.

Ele só voltou a avançar novamente em 2002, para 23h53, após Israel, Paquistão e Índia começarem a desenvolver seus próprios arsenais nucleares. Então, em 2007, os “guardiões” do Relógio do Juízo Final decidiram incluir outro risco — além do apocalipse atômico: os perigos que as mudanças climáticas resultantes do aquecimento global oferecem à humanidade.

Mais próximos da meia-noite

Bem, depois de entender um pouco melhor o que o Relógio do Juízo Final simboliza e conferir brevemente todos os avanços e retrocessos que ele sofreu desde que foi criado, eis que o pessoal do Bulletin of Atomic Scientists anunciou que os ponteiros foram novamente ajustados e, agora, marcam dois minutos e meio para a meia-noite — e isso não é nada bom.

Declarações polêmicas

Faz mais de cinco décadas que não nos encontramos tão próximos do “fim do mundo” e, segundo os próprios guardiões do relógio, a probabilidade de que alguma catástrofe global aconteça é bastante alta no momento. Conforme explicaram, os líderes mundiais estão falhando em solucionar os problemas que mais ameaçam a nossa existência, e precisam pôr em prática ações com o objetivo de reduzir o risco de desastres o mais breve possível.

De acordo com a BBC, em seu relatório mais recente, os membros do Bulletin of Atomic Scientists atribuíram o aumento do risco global às declarações de Donald Trump sobre a expansão do arsenal nuclear dos EUA, seus questionamentos sobre a ação das agências de inteligência e sua postura — negativa — sobre o aquecimento global.

O relatório também mencionou a emergência do nacionalismo pelo mundo como outro fator de risco, assim como as dúvidas sobre o futuro do programa nuclear iraniano e da Coreia do Norte, o aumento das ameaças à cibersegurança e a proliferação da desinformação — Fake News — pela internet. E segundo o pessoal do Boletim, é de vital importância que os governantes entrem em ação imediatamente ou, na falta de atitudes deles, que os próprios cidadãos assumam as rédeas do problema e façam o relógio regredir até um limite seguro.

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