Sabia que existem restos mortais humanos a bilhões de km da Terra?

01/11/2018 às 08:003 min de leitura

Nós do Mega Curioso já falamos por aqui a respeito de alternativas ao enterro tradicional, como é o caso de uma máquina que congela, desidrata e transforma o cadáver em pó, de uma cápsula biodegradável que converte os corpos em fertilizante, e de um dispositivo que dissolve os mortos e os converte em um material que pode ser descartado no esgoto. No entanto, a opção mais comum ao enterro é a boa e velha cremação.

Aliás, foi-se o tempo em que as pessoas que escolheram a cremação como forma de lidar com os corpos de seus entes queridos tinham que se contentar com simplesmente guardar as cinzas em uma urna ou espalhá-las em algum lugar! Quem quiser, pode transformar o material em disco de vinil, xícaras, lápis, usá-lo como pigmento de tatuagem, convertê-lo em joia e até espalhá-lo pelo céu por meio de fogos de artifício. E falando em céu... Inclusive há quem prefira investir um pouco mais na despedida e enviar as cinzas ao espaço. Mas, certamente, nenhum resto mortal humano chegou tão longe quanto os de Clyde Tombaugh.

Dos campos para as estrelas

Se o nome de Tombaugh soa familiar, é porque ele foi o cara que descobriu o planeta-anão Plutão, em 1930. O legal sobre o norte-americano é que ele nasceu — em Illinois, em 1906 — em uma família de fazendeiros e foi criado no campo com o propósito de cuidar da propriedade. No entanto, desde criança mostrou interesse por astronomia e chegou a construir seu próprio telescópio na adolescência, a partir das peças de um separador de nata e de um carro velho.

Clyde TombaughClyde Tombaugh (Wikimedia Commons/Domínio Público)

De acordo com Jessica Leigh Hester, do site Atlas Obscura, a paixão pelos astros rendeu a Tombaugh um emprego no Lowell Observatory, no Arizona, e foi lá que ele passou meses a fio realizando estudos e vasculhando imagens do céu noturno. Mais especificamente, o jovem estava de olho em anomalias nas órbitas de UranoNetuno — variações que poderiam indicar a existência de um planeta por aquelas imediações.

Foi então que, quando Tombaugh tinha apenas 24 anos, ele descobriu que sim, havia um planetinha por lá que ainda não havia sido identificado pela Ciência. O mundinho distante foi batizado de Plutão — por sugestão de uma menina de 11 anos chamada Venetia Burney —, o Sistema Solar ganhou mais um integrante e Tombaugh, além de garantir que seu nome fosse imortalizado na história da astronomia, ganhou uma bolsa de estudos na Universidade do Kansas.

Bilhões de quilômetros

O ilustre astrônomo faleceu em 1997, aos 90 anos de idade, e teve o corpo cremado. Mas as aventuras estelares dele não terminaram por aí! Quase 2 décadas após sua morte, um punhadinho de suas cinzas foram colocadas a bordo da sonda espacial New Horizons, da NASA, que foi lançada em 2006 com a missão de viajar até Plutão e coletar todo tipo de dados e imagens do planeta-anão.

Lançamento da New HorizonsLançamento da New Horizons (Wikimedia Commons/NASA/Kim Shiflett)

Em julho de 2015, depois de 9,5 anos de viagem e de vencer os 7,5 bilhões de quilômetros que separam a Terra de Plutão, a sonda espacial (transportando com um pouquinho de Tombaugh) finalmente passou pelo planetinha — a uma velocidade estimada em 45 mil km/h. Atualmente, a New Horizons se encontra em algum lugar do Cinturão de Kuiper, e deve realizar um sobrevoo por um objeto chamado 2014 MU69 em janeiro do ano que vem — e levar as cinzas de Tombaugh até distâncias que humano nenhum jamais alcançou.

New HorizonsViajando pelo cosmos (Wikimedia Commons/NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute)

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