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Sem mistério: como funciona a cremação

15/01/2018 às 03:003 min de leitura

Mesmo que os gregos e os romanos já utilizassem a cremação em 1.000 a.C., durante muito tempo a técnica foi um tabu na sociedade, principalmente pela imposição da Igreja Católica que, até 1964, não permitia que seus fiéis fossem cremados.

Mas não só os católicos têm restrições quanto à cremação. Para os judeus, o corpo não pode ser destruído, já que a alma se separaria dele durante a decomposição. Já o espiritismo recomenda esperar pelo menos 72 horas após a morte, tempo que seria necessário para a alma se desvincular. Em entrevista ao programa "Pinga Fogo", Chico Xavier disse: "Já ouvimos Emmanuel a esse respeito, e ele diz que a cremação é legítima para todos aqueles que a desejem, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório". 

No Brasil, só em meados da década de 70 é que surgiu o primeiro crematório, em São Paulo. Nomeado de Vila Alpina, foi instalado em um parque de 4,7 mil metros quadrados e entrou em operação em 11 de agosto de 1974, com equipamentos modernos, fabricados na Inglaterra. Sua capacidade era de 3 mil cremações por mês, e o processo demorava apenas 50 minutos para ser concluído.

O que é preciso para ser cremado?

Há certos pré-requisitos associados à cremação por ser um processo irreversível, a começar pela certidão de óbito do falecido e a permissão de um médico legista. Além disso, se a pessoa não deixou sua vontade escrita e documentada, é preciso obter um formulário de autorização de cremação preenchido e assinado pelo parente mais próximo. Porém, se a família se opuser, o processo não poderá ser realizado.

Como é impossível determinar a causa da morte depois da cremação, alguns estados também têm um período de espera de 24 a 48 horas após a morte, principalmente em casos de morte violenta.

Há também algumas exigências em relação ao recipiente que será utilizado no processo, que deve ser resistente ao vazamento de fluidos corporais e fornecer proteção aos operadores dos crematórios que precisam lidar com essas caixas.

Caso o falecido tenha um marca-passo cardíaco, recomenda-se tirá-lo antes da cremação, pois o mesmo pode explodir e causar danos no incinerador, além de ferir o pessoal operacional. Além disso, este equipamento contém mercúrio, que é prejudicial quando liberado na atmosfera.

Como funciona a cremação

Depois de tudo acertado, o corpo é colocado em uma câmara de cremação e submetido a um calor extremo e a chamas diretas, a uma temperatura que varia entre 1.400 e 1.800 graus Celsius – em nosso corpo não há nenhuma célula que aguente uma temperatura maior que mil graus.

O processo costuma levar até três horas, dependendo de fatores como o peso do morto, o tipo de caixão ou recipiente em que o corpo é colocado e a temperatura da câmara.

O calor seca o corpo, queimando a pele e o cabelo, contraindo e carbonizando os músculos, vaporizando os tecidos moles e calcificando os ossos, fazendo com que eles se desintegrem. Após esse período, o cadáver é reduzido a restos de esqueletos, com alguns pedaços de ossos restantes.

As partes que não foram queimadas, tais como implantes e pontes, são separadas com a ajuda de um ímã bem forte. Finalmente, os pedaços de ossos que restaram são triturados ou cremados novamente e transformados em um pó fino e uniforme. As cinzas são, então, colocadas em um recipiente temporário ou em uma urna de cremação e entregues à família.

As cinzas podem ser espalhadas, enterradas, jogadas no mar ou mesmo permanecer guardadas.

Modo mais ecológico de morrer

Feita de maneira correta, a cremação é o modo mais ecológico de morrer, já que a queima dos corpos libera apenas água e gás carbônico em pequenas quantidades. Já os resíduos tóxicos acabam retidos em filtros de ar.

Além disso, através do processo, terrenos não são ocupados nem correm risco de contaminação. Segundo o site Planeta Sustentável, “uma pessoa com 70 quilos de massa se transforma em 1 ou 2 quilos de cinzas, enquanto sob a terra a decomposição pode durar até dois anos e deixar cerca de 13 quilos de ossos para a posteridade”.

Quanto custa a cremação no Brasil

De acordo com o crematório Vila Alpina, a cremação no Brasil varia de R$ 290,00 a R$ 17 mil, dependendo do pacote escolhido. Já os valores para a cerimônia de velório e o enterro variam muito de cidade para cidade, podendo divergir de R$ 3,77 mil a R$ 43,6 mil. 

*Publicado em 11/1/2016

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