Imagem de 10 coisas que precisamos conversar sobre homossexualidade no megacurioso

<h2>1. Gays n&atilde;o optam por ser gays </h2>
 A homossexualidade n&atilde;o &eacute; uma op&ccedil;&atilde;o, mas uma condi&ccedil;&atilde;o. Acredite, ningu&eacute;m vira ou escolhe ser gay. A &uacute;nica op&ccedil;&atilde;o que algu&eacute;m pode fazer &eacute; aceitar ou n&atilde;o a sua pr&oacute;pria natureza. Ainda assim, esse &eacute; um processo bastante complicado que, apesar de determinante para a felicidade da pessoa e de quem convive com ela, n&atilde;o depende s&oacute; dela. <img src="https://mega.ibxk.com.br/2017/09/12/rainbow-12110801761023.gif" alt="rainbow" width="600" height="209" />
<h2>2.&nbsp;Se n&atilde;o houvesse preconceito, n&atilde;o haveria arm&aacute;rios </h2>
Gays convivem desde a inf&acirc;ncia com a rejei&ccedil;&atilde;o e a associa&ccedil;&atilde;o da homossexualidade ao sentimento de vergonha. Uns aprendem a passar por cima disso, outros n&atilde;o. Antes de criticar algu&eacute;m por n&atilde;o se assumir, entenda que voc&ecirc; pode ser parte do que faz com que essa pessoa se mantenha assim. Algu&eacute;m assume um papel do qual n&atilde;o se orgulha? Definitivamente, n&atilde;o.
<h2>3.&nbsp;A repress&atilde;o a uma crian&ccedil;a gay pode ser a receita para uma trag&eacute;dia</h2>
Quando discursos como os de Jair Bolsonaro e Marco Feliciano, que defendem a &ldquo;fam&iacute;lia&rdquo; e os &ldquo;bons costumes&rdquo;, s&atilde;o hipervalorizados, uma amea&ccedil;a perigosa ganha for&ccedil;a. Mais que question&aacute;veis, posturas assim s&atilde;o agentes legitimadores da viol&ecirc;ncia em todas as suas varia&ccedil;&otilde;es. Entenda:
Um homossexual que cresce no seio de uma fam&iacute;lia repressora tem basicamente tr&ecirc;s destinos predeterminados na vida: 1. aceitar a sua condi&ccedil;&atilde;o e ser feliz, geralmente longe dos parentes; 2. cometer suic&iacute;dio, ou 3.absorver esses valores, rejeitar a sua sexualidade, formar uma fam&iacute;lia heterossexual e manter rela&ccedil;&otilde;es extraconjugais com pessoas do mesmo sexo.
Saber que as alternativas 2 e 3 s&atilde;o assustadoramente comuns &eacute; o suficiente para chegarmos &agrave; conclus&atilde;o de que alguma coisa est&aacute; errada.
O discurso da fam&iacute;lia e dos bons costumes pode convencer muita gente, mas, da maneira como &eacute; passado adiante, serve de base para uma s&eacute;rie de trag&eacute;dias pessoais que interrompem e afetam gravemente o curso de hist&oacute;rias que poderiam ter um fim muito diferente.
<h2>4.&nbsp;A homossexualidade n&atilde;o tem qualquer rela&ccedil;&atilde;o com a pedofilia</h2>
Por favor, pare de associar uma coisa &agrave; outra. A pedofilia &eacute; um desvio sexual que pode acometer pessoas de qualquer orienta&ccedil;&atilde;o. Seus filhos n&atilde;o correm mais risco ao serem deixados sozinhos com um gay do que com um heterossexual. A pedofilia &eacute; uma quest&atilde;o independente da orienta&ccedil;&atilde;o. Pior: muitas vezes acontece dentro de casa e vem de quem menos se espera.
<h2>5.&nbsp;Gays n&atilde;o querem necessariamente ser, agir ou se vestir como o sexo oposto</h2>
Sexualidade e identidade de g&ecirc;nero n&atilde;o devem ser encarados como conceitos engessados, mas &eacute; preciso compreender que existem diversas tend&ecirc;ncias de comportamento e que a palavra gay n&atilde;o d&aacute; conta de todas.
A homossexualidade pode ou n&atilde;o estar associada &agrave; transgeneridade, &agrave; transexualidade etc., o que significa que, n&atilde;o, um gay n&atilde;o vai necessariamente se transformar aos poucos numa figura que se apresenta &agrave; sociedade como a do sexo oposto. Esque&ccedil;a a ideia de &ldquo;evolu&ccedil;&atilde;o gradativa&rdquo;.
<h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2017/09/12/rupaul-s-drag-race-12111307290027.gif" alt="RuPaul's Drag Race" width="600" height="215" /></h2>
A quest&atilde;o da identidade de g&ecirc;nero &eacute; uma necessidade maior, inerente a cada indiv&iacute;duo. Naturalizar e respeitar essa necessidade n&atilde;o vai incentivar que as pessoas adotem esse comportamento do nada, do zero. Vai, sim, permitir a quem j&aacute; tem essa necessidade a possibilidade de expressar a sua natureza com orgulho e dignidade.
E se esta for a vontade de algu&eacute;m pr&oacute;ximo, qual &eacute; o problema? Tem d&uacute;vidas sobre como agir?&nbsp;<a href="http://igay.ig.com.br/2014-10-08/ele-se-colocou-da-maneira-como-e-diz-marcelo-tas-sobre-o-filho-ser-transexual.html" target="_blank">Marcelo Tas ajuda a responder essa quest&atilde;o.</a>
<h2>6.&nbsp;Voc&ecirc; convive todos os dias com pessoas que admira e que n&atilde;o desconfia que sejam gays </h2>
Quantas vezes conhecemos pessoas incr&iacute;veis, com as quais a gente se identifica e desenvolve grande admira&ccedil;&atilde;o, sem saber o que elas fazem na intimidade? E por que, em alguns casos, descobrir que uma pessoa &eacute; homossexual invalida a todas as suas outras qualidades?
Admire as pessoas pelo que elas s&atilde;o. <img src="https://mega.ibxk.com.br/2017/09/12/voldemort-12111744898029.gif" alt="voldemort" width="600" height="209" /> 
<h2>7.&nbsp;Promiscuidade, drogas e doen&ccedil;as n&atilde;o definem e n&atilde;o s&atilde;o exclusividades do mundo gay</h2>
Muitos pais relatam que aceitam a homossexualidade dos filhos, mas t&ecirc;m medo de que eles sejam influenciados a experimentar drogas ou adotar um comportamento prom&iacute;scuo.
Se voc&ecirc; tem filhos, essa preocupa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o deveria depender da orienta&ccedil;&atilde;o sexual deles. O conceito amedrontador de um pretenso grupo de risco, teoricamente mais exposto a determinados problemas, d&aacute; lugar, hoje, &agrave; ideia de conduta de risco. Sejamos h&eacute;tero ou homossexuais, n&atilde;o estamos a salvo de qualquer coisa e n&atilde;o devemos estigmatizar as pessoas.
<h2>8.&nbsp;Casais gays em novelas n&atilde;o s&atilde;o uma &ldquo;incita&ccedil;&atilde;o &agrave; homossexualidade&rdquo; e nem mesmo ser&atilde;o capazes de influenciar seus filhos a serem gays</h2>
Todo produto cultural tem uma fun&ccedil;&atilde;o social. Voc&ecirc; pode pensar o que quiser sobre as novelas da Globo, mas n&atilde;o pode negar que s&atilde;o fonte de diversos debates e ajudam a construir uma parte da identidade do pa&iacute;s.
Precisamos come&ccedil;ar a consumir esses produtos com mais senso cr&iacute;tico. Se um enredo nos apresenta a uma neta que bate nos av&oacute;s, ele n&atilde;o quer ensinar que netos devem bater em av&oacute;s. A inten&ccedil;&atilde;o do autor &eacute; exatamente o contr&aacute;rio: mostrar, discutir qu&atilde;o abomin&aacute;vel &eacute; bater nos av&oacute;s.
A presen&ccedil;a cada vez mais frequente de gays na TV n&atilde;o quer (nem seria capaz de) influenciar qualquer pessoa a se tornar gay, mas ajuda a naturalizar uma realidade que precisa ser respeitada pela sociedade. Pode influenciar, no m&aacute;ximo, um gay que se esconde de si e dos outros a ter mais orgulho de quem &eacute;, diferentemente do que tantas pessoas o fizeram crer ao longo da vida. E n&atilde;o, isso n&atilde;o &eacute; ruim.
J&aacute; a explora&ccedil;&atilde;o de estere&oacute;tipos exagerados e que nem sempre representam a comunidade gay com o respeito que deveriam &eacute; papo para outro momento.
<h2>9.&nbsp;Os gays n&atilde;o querem privil&eacute;gios, querem igualdade de direitos</h2>
 <a href="http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/relatorio-aponta-312-homossexuais-brasileiros-assassinados-em-2013/"></a>Criminalizar a homofobia &eacute; preciso, entre outros motivos, porque o nosso pa&iacute;s &eacute; recordista mundial em crimes motivados especificamente por &oacute;dio &agrave; popula&ccedil;&atilde;o LGBT. Uma lei que favore&ccedil;a essas pessoas pode reduzir a impunidade e ajudar a tirar o pa&iacute;s desse ranking vergonhoso.
J&aacute; o casamento civil igualit&aacute;rio d&aacute; aos casais homossexuais, que s&atilde;o mais uma entre as diversas concep&ccedil;&otilde;es poss&iacute;veis de fam&iacute;lia, os direitos que casais h&eacute;teros t&ecirc;m desde sempre. Por que o tratamento deveria ser diferente? Por que se opor, por exemplo, &agrave; ado&ccedil;&atilde;o, por parte de casais gays, de &oacute;rf&atilde;os e crian&ccedil;as abandonadas? Isso n&atilde;o representa qualquer amea&ccedil;a &agrave; fam&iacute;lia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2017/09/12/um-perto-de-graficos-12112456056033.gif" alt="Um perto de gr&aacute;ficos" width="600" height="312" />
<h2>10.&nbsp;Os gays n&atilde;o querem dominar o mundo nem converter voc&ecirc;</h2>
N&atilde;o absorva a causa gay como uma imposi&ccedil;&atilde;o de valores. Ela &eacute; uma luta por respeito e igualdade. Nenhum homossexual em s&atilde; consci&ecirc;ncia quer varrer o mundo com uma tsunami gay. Termos como &ldquo;ditadura gayzista&rdquo; e &ldquo;heterofobia&rdquo; n&atilde;o fazem sentido simplesmente porque a causa gay n&atilde;o prop&otilde;e a imposi&ccedil;&atilde;o de qualquer comportamento ou da &ldquo;destrui&ccedil;&atilde;o da fam&iacute;lia&rdquo;.
Voc&ecirc; acha que vai se tornar gay depois que o casamento civil igualit&aacute;rio e a criminaliza&ccedil;&atilde;o da homofobia forem realidade? Eu respondo por voc&ecirc;: n&atilde;o, ningu&eacute;m vai. E mais: preservar e incentivar a toler&acirc;ncia e o amor que existem nas crian&ccedil;as n&atilde;o &eacute; capaz de &ldquo;convert&ecirc;-las&rdquo; &agrave; homossexualidade. Nada ser&aacute; capaz disso se elas n&atilde;o forem homossexuais. Simples assim.
Entenda, ainda, que o que se diz deixa de ser opini&atilde;o e se torna discurso de &oacute;dio a partir do momento que fere os direitos de outra pessoa e incita a viol&ecirc;ncia. &ldquo;Enfrentar a minoria&rdquo; e &ldquo;tratar os homossexuais longe daqui&rdquo;, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=oPNs7owXs60" target="_blank">como prop&ocirc;s o ex-candidato &agrave; presid&ecirc;ncia Levy Fidelix em rede nacional</a>, em 2014, &eacute; uma legitima&ccedil;&atilde;o &agrave; intoler&acirc;ncia que fere gravemente a dignidade de centenas de milhares de pessoas e leva a casos como <a href="http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/07/confundidos-com-casal-gay-pai-e-filho-sao-espancados-em-sao-paulo.html" target="_blank">este</a>.
O texto foi originalmente publicado pelo <a href="https://medium.com/@rsanc" target="_blank">Rodrigo S&aacute;nchez</a> em sua <a href="https://medium.com/brasil/10-verdades-que-voce-precisa-saber-sobre-o-mundo-gay-65d75935c92e" target="_blank">p&aacute;gina no Medium</a>. &nbsp;

Rodrigo

10 coisas que precisamos conversar sobre homossexualidade

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