Ciência
06/10/2016 às 05:22•1 min de leitura
Ter uma conta no Instagram e compartilhar detalhes sobre o seu trabalho é totalmente normal, certo? E quando a profissão envolve mortes, doenças e muito sangue? Para muitas pessoas, o conteúdo postado pela jovem Nicole Angemi, assistente de patologia, é simplesmente inaceitável: autópsias, corpos dilacerados, doenças graves e fetos. Não por menos, ela teme perder sua conta, que já tem mais de 880 mil seguidores, e é denunciada diariamente.
Nesta publicação, Nicole explica que a vítima estava com órgãos abdominais cobertos de tumor
Nicole não quer apenas chocar com as imagens fortes: ela pretende educar. Acostumada a estar imersa no “cheiro da morte”, ela acredita que todas as pessoas deveriam conhecer e se conscientizar sobre o próprio corpo. Por isso, ela divulga cenas do cotidiano, como alguém que caiu de uma escada, cometeu suicídio ou uma mãe que acabou de abortar espontaneamente: não é porque não tocamos no assunto que ele não acontece.
Ela também fala sobre abortos espontâneos para mostrar as mulheres como eles são recorrentes
Além das denúncias anônimas, Nicole já se acostumou a ser atacada por outros profissionais da saúde que acreditam que o público em geral não deveria ter acesso a imagens e vídeos desse tipo. Entretanto, em entrevista ao MotherBoard, ela alega que, se uma pessoa quer saber como acontece uma autópsia, ela deveria ter esse direito.
Autópsia na ficção e na vida real
Nicole deixa claro que respeita as regras do hospital em que trabalha e preza pela privacidade das pessoas, não colocando nenhuma imagem que possa identificar os pacientes: “Para mim, isso tudo é sobre educação, não sobre explorar alguém. O foco não é em ‘de quem era esse pé’”, conclui.
Com duas contas já apagadas do Instagram, Nicole não entende como tantas pessoas famosas podem postar fotos inapropriadas, incluindo menores de idade em poses muito sensuais, mas ela não pode educar através da anatomia.