Por mais que estejamos mais próximos do Sol quando subimos uma montanha, são as dinâmicas climáticas do planeta que fazem com que esse ambiente seja tão frio. 

No <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/ainda-existem-montanhas-sendo-formadas-atualmente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">topo das montanhas</a>, é sempre mais frio do que no nível do mar, mesmo estando mais perto do Sol. Isso pode parecer contraintuitivo, mas é a pura realidade. O fenômeno se deve a vários fatores atmosféricos e físicos que interagem de maneiras fascinantes. Para entender por que isso acontece, é essencial considerar a interação entre a radiação solar e a atmosfera terrestre, além da influência da pressão atmosférica em diferentes altitudes.Para começar, a distância entre a Terra e o Sol é gigantesca – cerca de 150 milhões de quilômetros. Subir até o topo do Monte Everest, que está a aproximadamente 8.849 metros de altitude, não faz diferença significativa na proximidade em relação ao Sol. &nbsp;Em termos práticos, essa variação é insignificante quando comparada à imensidão do espaço.&nbsp;Portanto, a ideia de que "estar mais próximo do Sol significa estar mais quente" não se aplica às altitudes das montanhas. Isso porque não é a mesma coisa que ocorre quando estamos próximos a uma fogueira ou uma lareira. Essa informação pode parecer estranha, mas logo você vai entender.<h2 style="text-align:justify;">A radiação solar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08135205592186.jpg" alt="A radiação solar tem papel fundamental nesse processo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A radiação solar tem papel fundamental nesse processo. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O calor que sentimos na Terra não vem diretamente do Sol na forma de calor, mas sim da radiação solar que atinge a superfície terrestre e é absorvida pelo solo, oceanos e vegetação. Essa energia é então reemitida como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-aquecimento-global-contribui-para-a-inflacao" rel="noopener noreferrer" target="_blank">calor</a>, aquecendo o ar próximo ao solo. Isso explica por que nos sentimos mais quentes ao nível do mar do que em altitudes elevadas.À medida que subimos uma montanha, nos afastamos dessa superfície aquecida. O solo age como um grande aquecedor, absorvendo a radiação solar e liberando calor. Quanto mais alto você vai, mais distante fica desse "aquecedor". Vendo por esse lado, começa a fazer mais sentido, não é mesmo?Mas se mesmo assim você estiver se questionando que o Sol toca também no topo de uma montanha, portanto deveria esquentar também, há algumas questões a serem levadas em conta.&nbsp;Uma delas é que, em lugares muito altos, a neve frequentemente cobre o solo, a vegetação e a água. Essa&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117442-por-que-a-neve-e-branca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">camada branca de neve</a>&nbsp;reflete a radiação solar de volta para o espaço, o que dificulta o aquecimento da superfície.&nbsp;Além disso, no cume de uma montanha, o ar é muito menos denso, o que significa que há menos moléculas de ar para absorver e reter o calor. Por isso que a radiação passa muito mais fácil pelas regiões superiores da atmosfera.<h2 style="text-align:justify;">Densidade do ar em cena</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08143435483200.jpg" alt="A paisagem vale a pena, mas o frio no alto de uma montanha pode ser mortal. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A paisagem vale a pena, mas o frio no alto de uma montanha pode ser mortal. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outro ponto crucial está na convecção. As correntes de convecção são um fenômeno que ocorre devido à movimentação do ar causada por diferenças térmicas e de densidade na atmosfera. Isso desempenha um papel fundamental na variação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/lugar-mais-quente-da-terra-registra-temperaturas-mais-altas-da-historia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperatura</a> em diferentes altitudes, como entre o nível do mar e o topo das montanhas.Lembra que quando a radiação solar aquece a superfície do planeta, o ar próximo a essa superfície também se aquece? Pois bem, como esse ar quente é mais leve (menos denso), ele começa a subir. À medida que sobe, ele se expande, perde energia e esfria. Por outro lado, o ar frio, que é mais pesado, desce, sendo comprimido e aquecido novamente.&nbsp;Esse ciclo contínuo de ar quente subindo e ar frio descendo ajuda a espalhar o calor pela superfície da Terra. No entanto, em altitudes mais altas, onde a pressão atmosférica é menor e o ar é mais fino, esse processo é menos eficiente.Por isso, quanto mais alto você vai, mais frio fica. Esse efeito é tão significativo que a temperatura pode cair cerca de 1&nbsp;°C a cada 100 metros de elevação.Dessa maneira, embora pareça lógico pensar que estar mais perto do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-afirma-que-sol-pode-ter-consciencia-propria-sera-possivel" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sol</a> significaria mais calor, a realidade é que outros fatores têm um papel muito mais significativo na determinação da temperatura nas altitudes mais elevadas.

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Quanto mais perto do Sol, mais frio? O fascinante paradoxo das montanhas

A relação entre temperatura e apetite é mais complexa do que parece.

É comum perceber uma diminuição do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120732-apetite-voraz-do-rei-luis-xiv-foi-a-sua-ruina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apetite</a> durante os dias mais quentes do ano. Enquanto no inverno nosso corpo parece pedir alimentos mais calóricos para se manter aquecido, no verão, a necessidade de se alimentar diminui. Mas o que causa essa mudança no apetite? A resposta envolve uma combinação de fatores biológicos, comportamentais e ambientais que regulam nosso corpo e sua necessidade energética.<h2>A influência da temperatura no apetite</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07110950752086.jpg" alt="O calor reduz a necessidade calórica, diminuindo o apetite. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O calor reduz a necessidade calórica, diminuindo o apetite. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A conexão entre temperatura e apetite tem sido objeto de estudo por muitos anos. Em ambientes frios, o corpo precisa de mais calorias para manter a temperatura interna, o que justifica o aumento do apetite. Esse processo está relacionado à homeostase, a capacidade do corpo de manter suas condições internas estáveis.No frio, o corpo queima mais calorias para gerar calor, aumentando a fome. Em contraste, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127378-por-que-esta-fazendo-tanto-calor-no-brasil-inteiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">calor</a>, o corpo não precisa gastar tanta energia para se aquecer, resultando em uma menor necessidade calórica e, consequentemente, em uma diminuição do apetite.Além disso, fatores hormonais são fundamentais nesse processo. Hormônios como a grelina e a leptina, que regulam a fome e a saciedade, interagem com o hipotálamo, uma região do cérebro que também controla a temperatura corporal. Em climas quentes, os neurônios responsáveis pela saciedade podem ser ativados mais facilmente, o que contribui para a redução da fome.<h2>Comportamentos alimentares em climas quentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07111126610089.jpg" alt="No calor, saladas mantêm o corpo hidratado e leve. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Comer saladas mantém o corpo hidratado e leve. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O comportamento alimentar também muda conforme as estações. No verão, as pessoas tendem a preferir alimentos mais leves e ricos em água, como frutas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128889-saladas-cultivadas-no-espaco-podem-ser-mortais-para-os-astronautas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">saladas</a>. Além de ajudar a manter o corpo hidratado, isso também evita a sensação de desconforto que pode vir após o consumo de refeições pesadas. Essa mudança no apetite é mais evidente em regiões onde as estações são bem definidas, com verões quentes e invernos frios.O calor ambiente influencia diretamente nossas escolhas alimentares, levando-nos a evitar alimentos ultraprocessados e ricos em açúcar ou gordura, que podem sobrecarregar o sistema digestivo e aumentar a sensação de letargia. Optar por preparações leves e saudáveis, como vegetais, frutas e carnes magras, é uma maneira eficaz de manter a energia e o bem-estar ao longo do dia.Além disso, em dias quentes o corpo perde mais líquidos através da transpiração, aumentando a necessidade de ingestão de água. Essa maior necessidade hídrica pode ser confundida com fome; se manter hidratado contribui para evitar excessos alimentares desnecessários.Ou seja, sentir menos fome em dias quentes é uma resposta natural do corpo à regulação da temperatura e à menor necessidade de calorias. Esse fenômeno envolve processos biológicos como a ação de hormônios e a homeostase. Consumir alimentos leves durante o calor ajuda a manter o equilíbrio do organismo, promovendo uma alimentação saudável e adequada às necessidades do corpo no período mais quente.

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Por que sentimos menos fome no calor?

Todos nós temos "superpoderes" que ainda desconhecemos.

O corpo humano é realmente incrível. Tal como os outros animais, nós também apresentamos habilidades físicas sensacionais – sendo que, algumas delas, nós nem imaginamos possuir.Falamos aqui em habilidades presentes na pele, na presença de um sexto sentido e outras questões fisiológicas que nos tornam portadores de "superpoderes" desconhecidos. E está tudo aí, à sua disposição no seu próprio corpo.<h2>1. Temos a habilidade para sentir um "rastro" de cheiro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06225639110018.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Um estudo provou que conseguimos desenvolver a capacidade de farejar. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Costumamos admirar a capacidade dos cachorros de farejar e identificar cheiros como ninguém. Mas nós também temos habilidades de olfato que nem imaginamos, de acordo com uma descoberta feita por neurocientistas da Universidade de Berkeley.Em 2007, os pesquisadores fizeram o seguinte experimento: eles mergulharam um barbante em essência de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119280-qual-e-a-historia-do-chocolate.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chocolate</a> e arrastaram a corda por um campo em um padrão de zigue-zague, para espalhar bem o cheiro. Em seguida, voluntários foram vendados e orientados para usar apenas o olfato. O estudo descobriu algo impressionante: embora sejamos ruins para rastrear cheiros, nossas habilidades vão melhorando com algumas semanas de treino.&nbsp;Já em 2017, outro estudo verificou algo ainda mais surpreendente: que nós conseguimos detectar certos odores melhor do que os cães. Entre eles, estão o cheiro de urina, flores, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124343-conheca-as-5-variedades-de-banana-mais-comuns-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bananas</a> e sangue humano.<h2>2. A capacidade dos bombeiros de resistir ao calor</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06225703576021.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Os bombeiros se tornam mais resistentes ao calor com o tempo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Há também as pesquisas que provaram que os seres humanos também conseguem desenvolver habilidades físicas por conta da necessidade. Foi o que observou um estudo feito em 2014, que queria entender como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125452-5-taticas-que-os-bombeiros-usam-para-combater-incendios-florestais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bombeiros</a> conseguem tolerar altas temperaturas durante o seu trabalho.A partir de um experimento feito com 2 grupos de voluntários (um deles era formado por bombeiros veteranos, e o outro por novatos), verificou-se que os mais experientes resistiam bem mais às temperaturas muito altas, sem achar o exercício muito desafiador.O que os pesquisadores notaram é que essa habilidade foi se fortalecendo com o tempo de serviço – ou seja, os bombeiros vão desenvolvendo a capacidade de tolerar o calor quanto mais tempo permanecem atuando.<h2>3. Nós possuímos um sexto sentido</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06225803322025.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Talvez você não saiba, mas realmente temos um sexto sentido. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Todos nós conhecemos bem nossos cinco sentidos: visão, tato, olfato, audição e paladar. Mas os pesquisadores já chegaram à conclusão de que temos também um sexto, chamado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/102489-seus-batimentos-cardiacos-fazem-voce-entender-emocoes-alheias-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">interocepção</a>.Basicamente, a interocepção é a capacidade de perceber as sensações internas do nosso corpo, como a fome, a sede, a respiração, a temperatura corporal, entre outras. Ou seja, nós somos capazes de usar os sinais internos do nosso corpo para nos alertar quando algo está fora de equilíbrio.Isso nos faz, por exemplo, pegar um copo d'água quando está quente ou vestir uma jaqueta por conta do frio. Mas também nos ajuda em processos psicológicos, para nos fazer tomar decisões que visem manter a nossa estabilidade emocional. Quando está desequilibrada, a interocepção costuma ser associada à <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/4-formas-poderosas-de-controlar-a-ansiedade-segundo-a-ciencia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ansiedade</a>, transtornos alimentares e depressão.<h2>4. Nós podemos nos tornar venenosos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06225836598028.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Muito em breve, é possível que sejamos capazes de produzir veneno. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Parece mentira, mas não são só os animais que são capazes de criar e inocular veneno. Estudos sugerem que estamos próximos de desenvolver também essa habilidade.A explicação é relativamente simples. As glândulas de veneno são glândulas salivares modificadas para produzir toxinas, com muitas proteínas. Animais como as cobras utilizam de uma alta quantidade de proteína para produzir veneno.Acontece que genes semelhantes também aparecem na glândula salivar humana, que é um órgão também capaz de produzir proteínas em grandes quantidades. Mas, além disso, também conseguimos secretar calicreína, que é uma proteína que age sobre os substratos proteicos de diferente natureza. Já foi comprovada que a sua presença pode levar à queda da pressão arterial, devido à sua ação vasodilatadora.A calicreína também é o ingrediente mais comum no <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/95804-conheca-5-animais-venenosos-que-podem-ajudar-a-salvar-vidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veneno animal</a>. Dependendo da espécie, a mordida de um animal com essa proteína pode se tornar apenas dolorosa, mas também fatal. Por enquanto, nossa saliva humana ainda produz uma quantidade bem baixa de calicreína, o que pode mudar com o tempo.

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4 capacidades que nosso corpo possui e nem imaginamos

O cientista francês Claude Lorius desafiou a política da Guerra Fria para descobrir o aquecimento global.

É possível dizer que não há nenhum local do mundo mais inóspito e curioso do que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ha-sob-o-gelo-da-antartida#:~:text=Al%C3%A9m%20dos%20c%C3%A2nions%20profundos%2C%20a,alto%20e%20meridional%20do%20planeta." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártida</a>, o continente mais seco, elevado, ventoso e frio do planeta. Situado no hemisfério sul, ao redor do Polo Sul, cobre uma área de quase 14 milhões de quilômetros quadrados, dos quais cerca de 98% de sua superfície é coberta por gelo, podendo chegar a 5 km de profundidade, e contém 70% da água doce do planeta.Nesse local eternamente branco e gelado, as temperaturas podem chegar a −80 °C no inverno, e no verão podem variar entre −10 °C e 10 °C. Ninguém mora lá, ninguém pode fazer nenhum tipo de atividade militar ou de mineração na região por se tratar de um ambiente de cooperação internacional científico.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06091746041029.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Antártida possui quase 14 milhões de quilômetros quadrados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas em dezembro de 1957, bem durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119953-como-foi-decidido-o-fim-da-corrida-espacial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Corrida Espacial</a>, a então União Soviética, querendo explorar e entender o que é a Antártida, estabeleceu a Estação Vostok no Polo Sul Geográfico, mais conhecido como Polo de Inacessibilidade, por ser uma das regiões mais remotas e isoladas do continente. Os soviéticos, porém, não estavam lá apenas para pesquisar, estabelecer uma base científica na Antártida foi um componente político, visto que a presença deles na região reforçava o prestígio e a influência do país em um dos períodos mais delicados do século XX.Em 1974, em meio à Guerra Fria, Claude Lorius, um glaciologista francês, pousou em território dominado pela União Soviética. Acontecia ali a Missão à Estação Vostok, que mudou o curso da humanidade.<h2>A epifania de Lorius</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06091859797030.jpg" alt="O glaciologista Claude Lorius. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O glaciologista Claude Lorius. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1952, o Conselho Internacional de Ciência propôs um Ano Geofísico Internacional (IGY), uma espécie de arena global onde as nações podiam expressar suas rivalidades de maneira pacífica por meio da ciência e da exploração, em vez da destruição e da guerra, promovendo o intercâmbio de dados e resultados científicos. Foi uma maneira essencial de equilibrar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119421-aos-10-anos-samantha-smith-tentou-acabar-com-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a> e focar no futuro da humanidade no pós-guerra destrutivo de 1945. E isso não apenas impulsionou a pesquisa individual, mas também facilitou a troca de conhecimentos e técnicas entre as nações.Em 4 de outubro de 1957, três meses após o lançamento do IGY, o lançamento do primeiro satélite artificial, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104201-sputnik-o-primeiro-satelite-artificial-completa-60-anos-de-seu-lancamento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sputinik 1</a>, pela União Soviética, inaugurou a era espacial e oficializou essa arena global de estudo da Terra e do espaço. Houve também uma mudança drástica na percepção pública e na política internacional tanto quanto na rivalidade entre os soviéticos e americanos, que passaram a competir intensamente em várias áreas de exploração.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06092344820032.jpg" alt="(Fonte: Science Photo Library/Reprodução)"><figcaption>Estação Vostok fica no Polo Sul Geográfico. (Fonte: Science Photo Library/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Foi nesse cenário que um dos mais proeminentes glaciologistas da época, Claude Lorius, embarcou na missão polar francesa à Antártida em 1957, visando realizar pesquisas sísmicas que revelaram montanhas e vales sob milhares de metros de gelo no continente.Em 1964, Lorius retornou à Antártida para a base francesa Dumont d'Urville para testar brocas de gelo, e foi lá que teve uma epifania. Em uma noite, enquanto bebia uísque com amostras das pedras de gelo que havia brocado, refletiu: e se o ar preso no gelo contivesse informações sobre a atmosfera e o clima da Terra há milhares de anos? E se esses dados revelassem o destino da nossa raça?<h2>A descoberta do século</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06093003877034.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O grupo de glaciologistas que viajaram à Antártida. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Segundo James White, diretor do Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina da Universidade do Colorado, em Boulder, o gelo é o melhor gravador do passado."É, na minha opinião, o melhor gravador, particularmente em escalas de tempo de anos a dezenas de milhares de anos. Então, se você quiser entender os últimos 8 milhões de anos do sistema climático, os núcleos de gelo são a melhor maneira de fazer isso", disse White ao documentário&nbsp;Ice and the Sky, de Luc Jacquet, um diretor vencedor do Oscar que já foi biólogo e trabalhou na Antártida.White ainda observou que tudo está suspenso no gelo: gases, partículas e isótopos, que pintam um quadro perfeito do ambiente do passado. O gelo é o único que não possui prós e contras, muito diferente de anéis de árvores ou sedimentos oceânicos, que precisam ser decodificados e interpretados pelos cientistas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06093430030037.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O Ano Geofísico Internacional incentivou o início da Corrida Espacial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Lorius ficou sabendo que os soviéticos tinham um ambicioso programa de perfuração na Estação Vostok. Apesar de se tratar do auge da Guerra Fria, a política não impediu que ele usasse das amizades e contatos que havia feito além das fronteiras do seu país com cientistas da América, Europa e União Soviética para conseguir o que precisava.Em 1974, Lorius comandou um programa de perfuração no Domo C, a 1094 km em direção ao coração da Antártida, onde, na companhia de soviéticos e americanos, desenvolveu técnicas para coletar, transportar e analisar núcleos de gelo. Lorius projetou e testou brocas com a ajuda de Chester Langway, cientista do Laboratório de Pesquisa e Engenharia de Regiões Frias do Exército dos EUA.Três anos mais tarde, eles extraíram um núcleo de gelo de 9 metros que revelou os últimos 20 mil anos do clima da Terra. O gráfico do estudo mostrou que os níveis de CO2 e temperatura ao longo da história do planeta sempre mudaram em sintonia com os níveis de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-aquecimento-global-contribui-para-a-inflacao#:~:text=Os%20gases%20de%20efeito%20estufa,em%20pelo%20menos%20500%20anos." rel="noopener noreferrer" target="_blank">gases de efeito estufa</a> na atmosfera. Quando os níveis de CO2 estavam mais baixos, o planeta estava mais frio e vice-versa.&nbsp;Aquele foi o início de uma das maiores descobertas modernas.<h2>Mudando o curso da humanidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06094334984049.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estação Vostok reuniu cientistas de várias nacionalidades para trabalhar em prol da humanidade. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Aquele núcleo de gelo foi apenas a ponta do iceberg, pois a maior revelação ainda estava por vir. A equipe de Lorius extraiu um núcleo de gelo que remonta a 420 mil anos, que estava localizado a uma profundidade de mais de 2 mil metros no gelo. Em 1984, o glaciologista voou até a Estação Vostok em um C-1300 e trouxe amostras do fragmento para Grenoble, na França.A jornada em si para transportar a coluna de gelo de 2 metros, que em sua extremidade mais antiga tinha 160 mil anos, de Vostok para o laboratório do glaciologista Jean Jouzel em Saclay, na França, foi épica. Foi necessário transportar o gelo antigo em um avião americano até um navio soviético, que o levou para a costa francesa, onde um caminhão refrigerado o transportou para o Comissariado de Energia Atômica e Energias Alternativas, em Paris.A equipe de Jouzel analisou imediatamente o deutério, uma forma pesada do hidrogênio que compõe a molécula de água. Quanto mais quente, mais deutério há na neve depois. Por meio de proporção matemática, eles calcularam com precisão as temperaturas dos últimos 160 mil anos.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06093905356041.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As alterações de temperatura da Terra não são mais naturais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1º de outubro de 1987, os resultados da pesquisa de Jouzel foram publicados na revista&nbsp;Nature sob uma declaração bombástica: o aumento do dióxido de carbono na atmosfera causa o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119719-como-os-cientistas-descobriram-o-efeito-estufa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a>. Alguns anos antes, em 1979, o meteorologista Jule Charney alertou que dobrar a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera aumentaria as temperaturas globais em até três graus, conforme suas simulações. Naquela época, todos acreditaram que era apenas especulação, mas os dados da missão de Lorius à Vostok mostraram o contrário.Há milhões de anos, o planeta sofria com variações naturais de temperatura devido a uma alteração sutil em sua órbita ao redor do Sol. Ao receber mais radiação solar, os oceanos e o solo liberam mais CO2 em função da decomposição da matéria orgânica. Agora, no entanto, é a humanidade que está fazendo isso mecanicamente com seus meios poluentes.Apenas um ano após a matéria de capa da Nature, a Assembleia Geral das Nações Unidas apoiou a criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), comprovando que o que Claude Lorius descobriu em sua missão à Estação Vostok mudou o curso da humanidade para sempre.

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Estação Vostok: a missão à Antártida que mudou a história da humanidade

Depois de adiar a decisão, a NASA finalmente admitiu que os astronautas da Boeing deverão ser resgatados pelo pessoal da SpaceX.

Agora é oficial. Depois de minimizar durante semanas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124645-nasa-e-boeing-trabalham-em-aviao-com-tecnologia-de-voo-sustentavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os problemas existentes na espaçonave Boeing Starliner,</a> a NASA admitiu na quarta-feira (7) que os defeitos podem ser mais complicados do que se pensava. Dessa forma, os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore não voltarão mais na nave de testes da empresa de Arlington.A agência espacial finalmente assumiu adotar um plano de backup que, a essa altura, parece ser a única alternativa viável: trazer a dupla de volta à Terra de carona em uma nave da concorrente da Boeing, a SpaceX. O problema é que a permanência de Williams e Wilmore, prevista para apenas oito dia, será estendida até fevereiro de 2026. &nbsp;A possível alternativa incluiria a opção de deixar vazios dois dos quatro assentos da nave espacial Crew Dragon. Dessa forma, os dois contratados da Boeing passariam, oficialmente, a fazer parte da missão Crew-9 da SpaceX, retornando da ISS cerca de oito meses depois do prazo originalmente programado para o seu retorno. Se isso acontecer, a problemática nave Starliner seria desacoplada e cairia no oceano de forma autônoma.&nbsp;<h2>Como será o resgate dos astronautas da Boeing pelo pessoal da SpaceX?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08141251870190.jpg" alt="A ideia é a Crew Dragon voe à ISS com dois assentos vazios. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A ideia é a Crew Dragon voe à ISS com dois assentos vazios. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em uma coletiva de imprensa, o gerente do programa de tripulação comercial da NASA, Steve Stich, reconheceu que a agência vem trabalhando nos detalhes desse plano de resgate com a SpaceX desde o início de julho. Segundo ele, a empresa de Elon Musk já preparou a Crew Dragon para voar à ISS com apenas dois tripulantes, se necessário, e teriam inclusive identificado os trajes espaciais para Williams e Wilmore usarem na Dragon.Essa indecisão dos oficiais da NASA <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113120-nasa-e-boeing-estao-investigando-falha-na-starliner.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">em definir o destino da Starliner</a> fez com que o cronograma original do lançamento da Crew Dragon, programado para 18 de agosto, fosse adiado pelo menos até o dia 24 de setembro.&nbsp;A decisão também altera alguns pontos na logística da missão, como configurar o veículo espacial e treinar a tripulação para operar com a opção de duas pessoas a bordo. Perguntado qual dos quatro astronautas da Crew-9 seriam retirados para dar espaço, Stich se recusou a comentar.<h2>Por que a NASA optou pelo resgate dos astronautas pela SpaceX?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08143013107195.jpg" alt="Starliner da Boeing acoplada à ISS. (Fonte: NASA/Divulgação)"><figcaption>Starliner da Boeing acoplada à ISS. (Fonte: NASA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O que fez a NASA desistir de vez do plano de liberar a Starliner para os astronautas voltarem foi o teste em solo de um propulsor semelhante ao defeituoso, nas instalações de teste da agência, em White Sands, Novo México. O equipamento revelou uma clara degradação após os testes. Uma surpresa, segundo Stich que "aumentou o nível de desconforto".Conforme o The New York Times, uma quantidade excessiva de calor parece ter se acumulado no interior do propulsor, fazendo com que suas vedações de Teflon inchassem e se expandissem. Com isso o fluxo de propelente (combustível) teria ficado restrito e comprometido.O anúncio da NASA <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124218-boeing-da-adeus-ao-747-a-rainha-dos-ceus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acaba sendo um revés constrangedor para a Boeing</a> que, além de vários atrasos no chamado Commercial Crew Program, ainda terá que assistir seus astronautas serem resgatados pela nave de sua principal concorrente.&nbsp;

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NASA: plano de resgate via SpaceX deixará astronautas presos por 8 meses

As temperaturas atingiram uma média de 42,5 °C no Death Valley National Park, considerado o lugar mais quente do mundo. 

O Death Valley National Park, também chamado de "Parque Nacional do Vale da Morte", é notoriamente conhecido por ser o lugar mais quente do planeta. Se isso não bastasse, a região teve seu mês mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127223-quao-perigoso-e-o-calor-extremo-para-os-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quente</a> já registrado na história em julho, atingindo médias de 42,5&nbsp;°C de temperatura em 24 horas. Isso supera o recorde anterior de 42,3&nbsp;°C estabelecido em 2018, anunciou o Serviço Nacional de Parques (NPS) dos Estados Unidos.O mês recorde também registrou uma temperatura máxima média de 49,9&nbsp;°C e nove dias de temperaturas de 51,7&nbsp;°C ou mais. Durante os 31 dias do mês, apenas sete deles não atingiram pelo menos 48,8&nbsp;°C. O dia mais quente aconteceu em 7 de julho, quando o termômetro da estação meteorológica em Furnace Creek marcou 54&nbsp;°C.<h2>Temperaturas escaldantes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07181624318349.jpg" alt="Parque Nacional do Vale da Morte exibe placar alertando visitantes sobre calor extremo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Parque Nacional do Vale da Morte exibe placar alertando visitantes sobre calor extremo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Em declaração oficial, o superintendente do parque, Mike Reynolds, se mostrou surpreso com as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125630-planeta-registra-as-temperaturas-mais-altas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">altas temperaturas</a>. “Acabamos de vivenciar o mês mais quente da história no lugar mais quente da Terra! Seis dos 10 verões mais quentes aconteceram nos últimos 10 anos, o que deve servir como um chamado para despertar”, disse.Segundo Reynolds, meses recordes como este podem acabar se tornando a normalidade ao passo que as temperaturas globais aumentarem. Com isso, ele alertou para que os visitantes do parque planejem suas idas ao local com antecedência e estejam prontos para enfrentar temperaturas extremas durante os meses de verão no Hemisfério Norte.<h2>Calor no Vale da Morte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07181700527351.jpg" alt="Em 1913, Vale da Morte chegou a registrar temperatura máxima de 56,7ºC. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Em 1913, Vale da Morte chegou a registrar temperatura máxima de 56,7&nbsp;°C. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O Vale da Morte não está desacostumado com altas temperaturas e inclusive detém o título oficial da temperatura mais alta já registrada no mundo, com 56,7&nbsp;°C em 1913. O anúncio do recorde aconteceu pouco mais de uma semana após a revelação de que o dia 22 de julho marcou o dia mais quente já registrado na Terra, com temperatura global do ar atingindo 17,15&nbsp;°C.Com as temperaturas extremas se tornando mais comuns, o NPS está alertando os viajantes do Vale da Morte tomarem cuidado. Os guardas locais já responderam a vários incidentes fatais relacionados ao calor em julho e, portanto, estão pedindo aos seus visitantes que bebam bastante água, usem chapéu e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127941-o-que-e-o-paradoxo-do-protetor-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">protetor solar</a>.Em declaração anterior, Reynolds já havia dito que um calor alto como esse pode representar ameaças reais à saúde. E por mais que o recorde coloque o Vale da Morte em evidência, os números crescentes são apenas um alerta maior para o aquecimento global que vem atingindo o planeta.&nbsp;

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Lugar mais quente da Terra registra temperaturas mais altas da história

Estudo recente descobriu a importância dos processos magmáticos e metamórficos na produção do famoso cristal azul. 

Pesquisadores da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, fizeram uma descoberta incrível sobre a formação das safiras, aquelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118196-7-pedras-preciosas-que-sao-extremamente-raras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pedras preciosa</a>s com um azul magnífico. O estudo mostrou novos detalhes sobre como as gemas dessas pedras são formadas, desvendando mistérios que intrigavam cientistas há muito tempo.As safiras são variedades do mineral corindo, que é uma forma cristalina do óxido de alumínio. O que diferencia as safiras azuis de outras pedras preciosas é a presença de impurezas específicas, principalmente o ferro e o titânio. Essas impurezas substituem alguns átomos de alumínio na estrutura cristalina do corindo, dando origem à cor azul característica.O magma vulcânico, rico em sódio e potássio, mas pobre em dióxido de silício, proporciona o ambiente ideal para a cristalização dessas pedras preciosas.<h2 style="text-align:justify;">O estudo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07062356017000.jpg" alt="As safiras são muito usadas na ornamentação de joias de luxo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>As safiras são muito usadas na ornamentação de joias de luxo. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A equipe analisou 223 safiras da cordilheira Eifel, uma região vulcânica no oeste da Alemanha, onde o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128883-recorde-de-magma-mais-rapido-do-mundo-e-quebrado-por-vulcao-na-islandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">magma</a> do manto terrestre tem interagido com a crosta há cerca de 700 mil anos. A região é um excelente ponto para o estudo das safiras devido à sua intensa atividade vulcânica.Algumas dessas gemas são encontradas em depósitos vulcânicos, enquanto outras aparecem em sedimentos fluviais, o que indica sua resistência ao intemperismo e à erosão. Segundo os pesquisadores, em comparação com outros minerais, a safira tem uma resistência muito maior às intempéries, assim como acontece com o ouro.Os cientistas usaram análises de isótopos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127361-nova-forma-rara-de-oxigenio-desafia-cientistas-e-a-fisica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oxigênio</a> e elementos-traço (elementos naturais em quantidade muito pequenas, daí o termo "traço") para rastrear a origem das safiras, revelando que elas se formaram no mesmo período em que começou o vulcanismo na região.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Desafiando a teoria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07064158892001.jpg" alt="Os tons de azul da safira podem variar a depender da quantidade de ferro e titânio presentes nas gemas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os tons de azul da safira podem variar a depender da quantidade de ferro e titânio presentes nas gemas. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Essa descoberta desafiou a teoria anterior de que as safiras eram formadas exclusivamente no manto ou na crosta inferior e permaneciam lá por longos períodos em temperaturas acima de 900&nbsp;°C.&nbsp;Em vez disso, a pesquisa mostrou que as safiras adquiriram sua assinatura isotópica de derretimentos do manto que se misturaram com rochas crustais aquecidas e parcialmente derretidas a profundidades de 5 a 7 quilômetros.Além disso, os pesquisadores apontaram que alguns cristais se formaram quando derretimentos subterrâneos entraram em contato com rochas ao redor, induzindo a formação de safiras. Isso indica que tanto os processos magmáticos quanto os metamórficos, nos quais a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/terra-bateu-recordes-de-temperatura-em-todos-os-meses-do-ultimo-ano-confirma-nasa" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperatura</a> e a pressão alteraram a rocha original, desempenharam um papel preponderante na cristalização das safiras.&nbsp;Esse avanço na compreensão de como as safiras são formadas não só resolve um mistério antigo, mas também abre novas possibilidades para a exploração de depósitos de gemas em regiões vulcânicas ao redor do mundo.A pesquisa em Eifel mostra que ainda há muito a aprender sobre os processos naturais que criam essas maravilhas. Quem sabe quais outros segredos estão escondidos nas profundezas da crosta terrestre, esperando para serem descobertos? Só o tempo e os estudos dirão.&nbsp;

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Como os vulcões criam as deslumbrantes safiras azuis

Conhecidos como "Jesus birds", esses pássaros parecem realizar o milagre de andar sobre as águas.

No <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124851-6-fenomenos-realmente-unicos-do-mundo-animal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mundo animal</a>, alguns comportamentos e características parecem milagrosos aos olhos humanos. Entre esses exemplos estão as jaçanãs, aves encontradas em regiões tropicais que possuem uma habilidade peculiar: elas parecem andar sobre a água.Esse comportamento fascinante lhes rendeu o apelido de Jesus birds ou "pássaros Jesus" em tradução livre. Mas o que realmente permite que essas aves façam essa proeza?<h2>O fenômeno do "andar sobre a água"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06114255689135.jpg" alt="As jaçanãs parecem caminhar sobre a água devido aos seus longos dedos que distribuem o peso sobre a vegetação flutuante. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As jaçanãs parecem caminhar sobre a água devido aos seus longos dedos que distribuem o peso sobre a vegetação flutuante. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As jaçanãs habitam ambientes alagados, como pântanos, lagos e lagoas, onde a vegetação flutuante é abundante. Ao caminhar sobre folhas das plantas aquáticas, esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/45601-9-passaros-enormes-que-foram-extintos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pássaros</a> dão a impressão de estarem caminhando sobre a água. Essa ilusão visual é possível graças à anatomia única das jaçanãs. Seus dedos extremamente longos e finos distribuem o peso do corpo de maneira uniforme sobre a superfície das plantas, impedindo que elas afundem.A habilidade de se locomover com leveza sobre a vegetação aquática lhes oferece uma vantagem significativa na fuga de perigos. Existem seis subespécies de jaçanãs espalhadas pelas Américas: Jacana jacana,&nbsp;Jacana hypomelaena, Jacana melanopygia, Jacana intermedia, Jacana scapularis e Jacana peruviana. Elas são encontradas desde o Sudeste da Colômbia até o Norte da Argentina, passando pelo Panamá, Venezuela, Equador, Peru e algumas áreas do Brasil.<h2>Características físicas e reprodução</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06114531729139.jpg" alt="A Jacana jacana é uma das subespécies mais conhecidas, com plumagem negra e manto castanho, além de características marcantes como o bico amarelo e escudo frontal vermelho. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Jacana jacana é uma das subespécies mais conhecidas, com plumagem negra, manto castanho, bico amarelo e escudo frontal vermelho. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Todas as subespécies compartilham a habilidade de caminhar sobre a vegetação aquática, mas apresentam variações nas cores da plumagem e no comportamento. A espécie Jacana jacana, uma das mais conhecidas, mede cerca de 23 cm de comprimento e exibe uma plumagem negra com um manto castanho. O bico é amarelo, acompanhado de um escudo frontal vermelho, enquanto as pontas das asas são verde-amareladas, adornadas com esporões vermelhos.Os filhotes têm uma aparência diferente, com plumagem branca e costas marrom-acinzentadas. Além disso, a fêmea é maior do que o macho, e o comportamento reprodutivo inclui a formação de haréns, onde os machos são responsáveis pela incubação dos ovos. As <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112210-10-aves-incriveis-e-assustadoras-que-voce-tem-que-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aves</a> alimentam-se de insetos, grãos e pequenos invertebrados encontrados nas plantas ou sob elas, e são avistadas em casais ou pequenos grupos.Os "pássaros-Jesus" são um exemplo notável de como a evolução pode criar adaptações que, aos olhos humanos, parecem milagrosas. Suas habilidades de caminhar sobre a água não são baseadas em milagres, mas sim em uma combinação de física e evolução anatômica. Com seus dedos incrivelmente longos e hábitos de vida aquáticos, as jaçanãs continuam a fascinar aqueles que têm a sorte de observá-las em seu habitat natural. Elas demonstram de modo impressionante como a natureza se adapta para sobreviver e prosperar em ambientes desafiadores.

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As jaçanãs realmente podem andar sobre as águas?

Embora endêmicos no Brasil e outros países da América do Sul, os pacus chegaram ao resto do mundo pela aquicultura e comércio de animais.

Peixe facilmente identificável por qualquer pescador brasileiro, o pacu se torna objeto de acaloradas discussões quando analisado por ictiólogos. É que, embora as pessoas geralmente apontem os Piaractus brachypomus como pacus, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128936-peixe-nativo-da-amazonia-e-encontrado-em-lago-na-irlanda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o termo engloba muitas espécies de peixes de água doce nativos da América do Sul</a>.&nbsp;Apesar de todos terem dentes muito parecidos com molares humanos, eles se referem a diferentes gêneros como Colossoma (tambaqui, pacu-caranha, pacu preto), Metynnis, Mylesinus, Mylossoma, Ossubtus (pacu papagaio e pacu-de-bico-de-águia), Tometes e Utiaritichthys, além do Piaractus (pacu-de-barriga vermelha e pirapetinga).&nbsp;Ou seja, embora sejam todos da família Serrasalmidae, a mesma das piranhas, há muitas dúvidas sobre quais deles são pacus ou como eles se relacionam entre si. Em alguns casos, chega a ser necessário o uso do DNA para pesquisar essas relações.&nbsp;<h2>Quais são as principais características do pacu?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/16/16093030296023.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Alguns pacus podem chegar a 30 kg. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A característica mais marcante dos pacus são seus "dentes humanos" de forma quadrada e plana, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123976-piranhas-realmente-atacam-seres-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o oposto das suas primas piranhas que têm dentes afiados e pontiagudos</a>. Embora incomum entre peixes, essa arcada dentária é especialmente adaptada para os hábitos alimentares do peixe, que come principalmente material vegetal.&nbsp;Outra característica incomum do pacu em relação aos seus colegas de água doce é o seu tamanho avantajado. O tambaqui, por exemplo, pode crescer a 1 metro de comprimento em seu habitat natural, e pesar mais de 30 kg. Pela sua textura e sabor, a carne do tambaqui amazônico é considerada uma iguaria da culinária brasileira.&nbsp;Os corpos dos pacus são robustos, arredondados e exibem diversas nadadeiras, com diferentes funções. A barbatana dorsal, mantém a estabilidade vertical do peixe, enquanto a caudal fornece propulsão necessária para perseguir comida e fugir de predadores. As nadadeiras anal e pélvica, na parte inferior, ajudam na estabilidade, e as peitorais laterais funcionam como lemes.&nbsp;<h2>Ameaças dos pacus</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/16/16093549061024.jpg" alt="x. (Fonte: Wisky/Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>O pirapetinga é o pacu mais popular entre os pescadores. (Fonte: Wisky/Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar de endêmico em ambientes tropicais e subtropicais, como o Brasil e outros países da América do Sul, o pacu acabou introduzido no resto do mundo pela aquicultura e pelo comércio de animais de estimação. Hoje, existem pacus nadando livremente em rios da Europa, dos EUA e do Canadá.Isso é preocupante, pois como esses peixes não param de crescer ao longo de suas vidas, eles podem representar uma ameaça para ecossistemas onde não são nativos. Por isso, os cuidadores de pacus não podem soltá-los na natureza, sujeitando-se a multas, processos por crimes ambientais e responsabilização civil por introdução de espécies invasoras.&nbsp;Nos seus habitats, no entanto, os pacus são considerados uma importante fonte de alimentação para muitas comunidades, sendo até mesmo, liberados em corpos d'água para restaurar as populações locais de peixes. O pacu não é ameaçador para humanos, mas há relatos de mordiscadas ocasionais em nadadores, por curiosidade, <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/37710-mentirinha-na-suecia-deixou-banhistas-em-panico-e-com-medo-do-peixe-pacu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ou por confundirem apêndices do corpo com comida</a>.

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Pacu: a "piranha vegetariana" com dentes humanos

Mick West diz que o segredo do seu sucesso é procurar a verdade, sem expectativa de algo extraordinário.

Ao voar de sua casa em Sacramento para Pasadena, nos EUA, o ex-programador de videogames Mick West teve uma visão que mudou sua vida: um pequeno objeto branco e alongado que parecia voar sobre as montanhas. Gravando aquelas imagens com seu celular, ele até pensou que aquilo poderia ser só um avião, mas sabia que tinha que investigar.A investigação, realizada em um quarto de hotel, usando o Photoshop e as rotas de GPS do seu avião, fizeram de West um dos principais investigadores de OVNIs dos EUA, objetos <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116566-marinha-americana-ira-pesquisar-fenomenos-aereos-nao-identificados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hoje chamados de UAPs (Fenômenos Anômalos Não Identificados)</a>.A investigação revelou que o objeto era mesmo só um avião.<h2>Casos de sucesso e também não solucionados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/06/06211301335003.jpg" alt="Solução do misterioso caso da Marinha Chilena. (Fonte: Mick West/*Divulgação)"><figcaption>Solução do misterioso caso da Marinha Chilena. (Fonte: Mick West/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Um caso épico ocorrido em 2014 possivelmente foi o que consolidou a carreira de West como investigador de UAPs. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ovnis/45185-cientistas-confirmam-avistamento-de-ovni-no-chile-video.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Naquele ano, a Marinha do Chile captou imagens de vídeo de misteriosas bolhas pretas sobrepostas</a> deixando listras também escuras para trás. Depois de estudá-las por dois anos, os militares chilenos nada encontraram, deixando o caso aberto a devaneios alienígenas.No site Metabunk, a análise de West sobre a gravação é matadora: ele descobriu que a câmera térmica usada no vídeo (que capta calor em vez de luz visível) captou imagens ligeiramente mais quentes do que o céu ao redor. É o mesmo que acontece quando olhamos para um objeto contra um fundo muito brilhante com uma câmera normal: ele fica escuro ou preto por causa do contraste, explica West.&nbsp;Mas há alguns casos não solucionados na história do Metabunk.org. Um deles ocorreu em 2017, quando o The New York Times publicou um vídeo que parecia retratar um disco voador. Empenhado, West checou vários itens, como movimento da câmera, correspondência da rotação do OVNI à da câmera e possível brilho na lente. Mas não conseguiu achar nada.<h2>Conclusões decepcionantes sobre OVNIs</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/2TumprpOwHY" title="Pentagon declassifies Navy 'UFO' videos (VIDEO 2/3)" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>West está superanimado com a perspectiva de que o governo americano <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120583-pentagono-liberou-relatorio-ultrassecreto-de-17-anos-sobre-ovnis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">torne públicos muitos registros de UAPs até agora considerados como confidenciais</a>, como manda a nova Lei de Autorização de Defesa Nacional. Na prática, no entanto, ele diz que o processo tem sido moroso, o que faz com que muitos dos casos permaneçam sem solução.Embora o investigador já tenha em seu currículo a resolução de inúmeros pedidos de análises de UAPs, a maioria das soluções muitas vezes se torna frustrante para quem esperava algo extraordinário. Em um caso onde teve que deixar o PC e fazer a investigação in loco, ele descobriu que "luzes misteriosas no céu" vinham de uma fazenda que instalou holofotes para iluminar suas árvores.&nbsp;O problema, diz ele, é que "as pessoas que estão em investigações de OVNIs estão muito interessadas porque estão procurando por algo extraordinário, mas eu só estou procurando descobrir o que algo realmente é, extraordinário ou não. Eu não tenho uma preferência", conclui.

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