Supervulcão associado com extinção dos Neandertais mostra sinais de vida

26/12/2016 às 07:513 min de leitura

Quando pensamos em vulcões superdestruidores que marcaram a História, é praticamente impossível não pensar no Monte Vesúvio — que provocou a ruína de Pompeia há quase dois milênios. Ninguém sabe ao certo quantas pessoas pereceram em decorrência da famosa erupção do ano 79, mas entre 1,5 mil e 2 mil corpos foram encontrados entre Pompeia e Herculaneum, cidade vizinha também afetada pelo incidente.

Potencialmente letal

Pois a Itália abriga outra dessas estruturas destruidoras — só que muito maior e muito mais poderosa: um supervulcão! Na verdade, em vez de ser um vulcão propriamente dito, na forma de uma montanha que cospe fumaça, cinzas e lava, um supervulcão se caracteriza por ser uma caldeira, isto é, uma extensa área de grande atividade vulcânica que se forma depois que um vulcão entra em erupção e ejeta tanta lava e material que ele acaba entrando em colapso.

Campi Flegrei à esquerda, não muito distante do famoso Monte Vesúvio

No caso da caldeira italiana, ela se chama Campi Flegrei — ou Campos Flégreos — e se formou a partir de uma das maiores erupções vulcânicas ocorridas na Europa nos últimos 200 mil anos. Ocupando uma área de 13 quilômetros, essa estrutura imensa é composta por 24 crateras, gêiseres, fontes termais e edificações vulcânicas, e se encontra situada sob a cidade de Nápoles, no sul do país, não muito distante do Vesúvio.

Desde a sua formação, o supervulcão Campi Flegrei foi palco de apenas duas erupções de grande porte, uma há cerca de 40 mil anos e a outra por volta de 12 mil anos atrás. Também ocorreu uma erupção menor — em comparação às duas anteriores — no ano de 1538, durante a qual a caldeira cuspiu lava por oito dias seguidos e teve como resultado a formação de uma nova montanha na região!

Aliás, voltando à erupção que aconteceu há 40 mil anos, ela foi uma das maiores de todos os tempos, e alguns estudos sugerem que o evento pode ter desencadeado a extinção dos Neandertais na Europa. Agora, um grupo de especialistas que vêm monitorando a atividade na área de Campi Flegrei lançou um preocupante alerta. Segundo os cientistas, o supervulcão parece estar querendo entrar em erupção.

Sinais de perigo

De acordo com o grupo de especialistas, levantamentos apontaram que o Campi Flegrei está se aproximando de um perigoso ponto de pressão crítica que poderia desencadear uma grande erupção. Segundo explicaram, desde 2005, foram detectadas deformações no solo na área do supervulcão — mais precisamente, foram identificadas elevações com perto de 40 centímetros — que indicam que o magma está liberando gases superaquecidos sob a superfície.

Levantamentos realizados por especialistas indicam que as coisas estão "fervendo" na caldeira

Essa atividade pode, por sua vez, levar ao superaquecimento de rochas e fluidos hidrotermais da área e fazer com que as rochas percam sua resistência mecânica — piorando ainda mais a situação e acelerando a evolução da coisa toda no sentido de uma inevitável erupção. E qual é o risco real no momento?

Atualmente ainda é bastante difícil prever se a atividade registrada em Campi Flegrei vai mesmo culminar em uma grande erupção, mas as autoridades italianas elevaram o risco de alerta de verde para amarelo. Afinal, embora todo mundo esteja torcendo para que o supervulcão simplesmente (solte uns gases e) volte a dormir, a situação não deixa de ser bem preocupante.

Imagem aérea da região de Nápoles, uma das mais perigosas do mundo com relação à atividade vulcânica

Isso porque dois vulcões ativos — o Sierra Negra, em Galápagos, e o Rabaul, em Papua Nova Guiné — apresentaram um comportamento semelhante ao de Campi Flegrei antes de entrar em erupção, o que não é um bom sinal. Além disso, conforme mencionamos anteriormente, a caldeira italiana se encontra na região de Nápoles, uma das áreas mais densamente populosas da Europa.

Existem cerca de 3 milhões de pessoas vivendo por lá e, se o Campi Flegrei resolver despertar mesmo, é estimado que cerca de 500 mil delas sejam diretamente afetadas. Portanto, o alerta serve para que as autoridades comecem a pensar seriamente em como vão lidar com a situação caso o supervulcão resolva começar a cuspir lava.

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