Ciência
20/06/2019 às 18:42•4 min de leitura
Você se atreveria a se aproximar de um porto repleto de navios de guerra nazistas remando em uma canoa? Pois foi exatamente isso o que 10 soldados das forças especiais britânicas fizeram em 1942. Eles descobriram que o porto de Bordeaux estava sendo utilizado pelos alemães como ponto de chegada e distribuição de materiais bélicos que vinham da Ásia e decidiram atacar.
Canoas partindo para o ataque
No entanto, apesar de saber que eles poderiam destruir o porto completamente e mandar todas as embarcações nazistas ao fundo do mar, os britânicos optaram por poupar as vidas de civis e conduzir uma ação mais discreta. Os soldados chegaram ao litoral francês de carona com um submarino e tiveram que remar por centenas de quilômetros até Bordeaux.
Os britânicos levaram vários dias para chegar ao porto e, do grupo que consistia em 5 canoas com 2 homens cada uma, apenas duas chegaram ao destino — infelizmente, uma canoa se perdeu no caminho e as outras duas viraram. No entanto, os quatro soldados que conseguiram alcançar Bordeaux fizeram um tremendo estrago!
Dois dos corajosos soldados britânicos
Eles prenderam explosivos nos barcos nazistas e destruíram um total de seis deles. Dos quatro soldados que participaram da missão, dois foram capturados pelos alemães e executados. Os outros dois conseguiram escapar com a ajuda de membros da resistência francesa, fugindo para a Espanha, e o sucesso do ataque serviu como alento para os Aliados — que estavam tendo dificuldades para avançar na guerra.
Como você sabe, os soviéticos incomodaram muito os nazistas durante a guerra, e os alemães conduziram uma série de operações com o propósito de impedir o avanço das tropas do Exército Vermelho por meio de revoltas antissoviéticas. Além disso, em determinado momento, os alemães criaram um plano para assassinar Stalin, porque, né, o homem não deixaria Hitler em paz.
Joseph Stalin, o alvo da operação
A missão foi batizada de Operação Zeppelin e envolveu treinar dois desertores soviéticos — um homem e uma mulher —, armá-los até os dentes, enchê-los de documentos falsos e mandá-los para o mais próximo possível de Moscou. Os agentes foram levados à União Soviética em um avião cargueiro que, por sinal, se acidentou no caminho. O casal sobreviveu à queda, mas tomou isso como um sinal de mau agouro e desistiu dos planos? Não...
O casal de agentes
A dupla decidiu seguir a viagem de moto e teria alcançado Stalin se não fosse por um pequeno detalhe. Quando os agentes secretos chegaram ao primeiro posto de checagem, estava chovendo bastante, e o guarda que os parou para conferir sua documentação desconfiou quando percebeu que eles estavam relativamente secos, apesar de estarem viajando de motocicleta.
Sabe nos filmes de ação quando os protagonistas se vestem como os inimigos para se infiltrar entre as suas forças? Pode parecer mentira, mas esse tipo de artifício não aconteceu apenas na ficção. Em 1944, a inteligência britânica bolou um plano maluco para sequestrar um general nazista chamado Kreipe que comandava um posto de guarnições alemão em Creta, na Grécia.
Britânicos e seus aliados rebeldes
O objetivo da operação — batizada com o nome do ilustre general — era fortalecer a resistência grega, e dois soldados britânicos foram enviados à ilha vários meses antes de a missão ser conduzida. Então, no dia planejado, a dupla se vestiu como soldados nazistas e, com a ajuda dos gregos, atacou o carro de Kreipe.
Os britânicos conseguiram matar os guarda-costas do nazista e trancar Kreipe no porta-malas. Depois, um dos soldados se disfarçou de general e o outro se fez passar por seu motorista — e os dois atravessaram mais de 20 postos de checagem alemães sem encontrar qualquer problema.
Dupla responsável pelo sequestro do general
Mais tarde, os militares britânicos abandonaram o carro e tiveram que se esconder de patrulhas alemãs com o general sequestrado, mas acabaram conseguindo fugir de Creta em um submarino. A operação foi um sucesso e atingiu o objetivo esperado, que era fortalecer a resistência e o moral da população da ilha grega. Ela também deixou os nazistas morrendo de vergonha por seus soldados não terem desconfiado da dupla inimiga.
A Operação Corona foi lançada quando os britânicos começaram a organizar ataques contra os bombardeios alemães, e é impressionante que o plano tenha dado resultados, dada a sua simplicidade. Os britânicos, basicamente, interceptaram os canais de rádio que os nazistas usavam para guiar seus pilotos e recrutaram judeus refugiados dos campos de concentração que eram fluentes em alemão para trollar os ases inimigos.
Dupla de trolladores
Os falsos controladores aéreos entravam no ar e contradiziam as ordens dadas pela defesa alemã para confundir os pilotos da Luftwaffe que iam atrás dos aliados quando estes penetravam em seu território. Em uma das ocasiões, por exemplo, os refugiados conseguiram fazer com que um dos nazistas desviasse de sua rota e pousasse em um campo de pouso britânico — onde ele foi rendido e capturado.
Em outra oportunidade, o time de trolladores fez a proeza de conduzir quase todos os pilotos de um esquadrão alemão que haviam se preparado para atacar os britânicos durante um bombardeio noturno de volta à base — resultando em apenas uma aeronave abatida para os ingleses.
Mulheres também foram recrutadas
Os nazistas até tentaram contornar a situação recrutando mulheres para transmitir as ordens aos pilotos, na crença de que as vozes femininas permitiriam que os alemães diferenciassem os controladores verdadeiros dos falsos. Mas, assim que os britânicos descobriram a artimanha, eles também botaram refugiadas para continuar confundindo os ases.
A Operação Postmaster surgiu em 1941, quando os britânicos começaram a suspeitar que embarcações civis atracadas em posições neutras podiam estar transmitindo informações e reabastecendo submarinos nazistas. Mais precisamente, os ingleses desconfiavam de que três navios supostamente “neutros” situados no litoral da Guiné Espanhola — atual Guiné Equatorial — estavam guiando os nazistas secretamente.
Embarcação interceptada
Só que os britânicos não tinham certeza do envolvimento das embarcações, então, em vez de chegar com tudo, eles optaram por uma abordagem mais... amigável. Os oficiais organizaram uma baita festa para a tripulação dos três barcos e, enquanto estavam todos curtindo a farra, os militares invadiram os navios, renderam as sentinelas de plantão, explodiram as correntes das âncoras e conduziram o trio até um barco de patrulha da Marinha Britânica.
A operação foi considerada um total sucesso e ajudou a convencer o Governo britânico de que a Special Operations Executive — Executiva de Operações Especiais, a unidade responsável pela operação — era capaz de conduzir missões de espionagem e sabotagem atrás das linhas inimigas e de investir mais recursos na organização.
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