Ciência
20/12/2018 às 08:00•3 min de leitura
O maquiavélico personagem Joffrey (de Game of Thrones) pode muito bem ter sido inspirado nos diversos reizinhos e governantes cruéis e corruptos que já foram vistos na História mundial.
Crianças e adolescentes que chegaram ao poder já com “sangue nos olhos” fizeram de seus governos verdadeiras pontes para conseguir única e exclusivamente os seus interesses, deixando totalmente de lado a preocupação com os súditos ou cidadãos de seu país. Confira abaixo quatro dos piores reis e governantes jovens da História.
Varius Avitus Bassianus, conhecido depois como Heliogábalo, foi imperador romano de 218 a 222. No início de sua juventude, ele serviu como um sacerdote do deus El-Gabal em sua cidade natal, Emesa. Ao tornar-se imperador, tomou o nome de Marcus Aurelius Antoninus Augustus e foi chamado Heliogábalo só muito tempo depois de sua morte.
Em 217, o imperador Caracala foi assassinado e substituído por seu prefeito pretoriano, Marcus Opellius Macrinus. No entanto, a tia materna de Caracala, Julia Maesa, que também era avó de Heliogábalo, o declarou como imperador em seu lugar.
Com apenas 14 anos de idade, Heliogábalo subiu ao poder imperial e iniciou um reinado que foi marcado por controvérsias e perversidades. Nesse período, ele mostrou um desrespeito às tradições religiosas romanas e tocou o terror nas festinhas regadas a orgias, tendo parceiros de ambos os sexos. Há relatos de que ele próprio também se prostituía no palácio imperial e gostava de se vestir de mulher.
A História conta que Heliogábalo casou-se seis vezes, sendo uma delas com um homem (Zoticus), mas exigia favores sexuais de outros cortesãos que foram popularmente assumidos como seus amantes.
Seu comportamento e suas mudanças na religião enfureceram a Guarda Pretoriana, o Senado e as pessoas comuns do império. Devido a isso, com apenas 18 anos, ele foi assassinado e substituído por seu primo Alexandre Severo. A sua morte foi parte de uma trama de sua avó, Julia Maesa (a mesma que o colocou no trono) e os membros da Guarda Pretoriana.
Heliogábalo também ficou conhecido por fazer sacrifícios humanos, construir uma torre para aqueles que gostariam de cometer suicídio, afogar pessoas, soltando ainda cobras venenosas nelas para assistir enquanto jantava em seus banquetes, e muito mais.
Filho do sultão Ahmed I, Murad IV subiu ao poder com 11 anos de idade, sendo um dos poucos governantes nesta lista a ser bem-sucedido (à sua maneira). Murad nasceu num momento em que todo o reino em torno dele estava constantemente sob ataque. Assim, ele adotou a violência que viu e a usou para sair em vantagem.
Seu feito mais notável foi o da guerra contra Safavids, em que as forças otomanas invadiram o Azerbaijão, ocupando Revan, Tabriz e Hamadan, e retomando Bagdá em 1638. A cidade resistiu ao cerco de 40 dias, mas foi obrigada a se render, sendo que a maior parte da população foi massacrada, enquanto Murad apreciava tudo prazerosamente.
Suas realizações incluíram ainda a proibição do fumo, do vinho, do ópio e do café em todo o Império Otomano (o que não valia para ele próprio, é claro). Aqueles que ousaram desafiá-lo foram enforcados ou empalados. Os corpos eram frequentemente exibidos publicamente para servir de exemplo e desencorajar os possíveis infratores. Ele morreu de cirrose hepática aos 27 anos de idade.
João V Paleólogo era filho do imperador Andrónico III Paleólogo e de Ana de Saboia. Ele assumiu o poder como imperador bizantino aos nove anos de idade, em 1341. O seu reinado foi marcado por conflitos e guerras violentas de facções dentro do império.
Ele teve vários coimperadores, foi deposto pelo menos uma vez durante o seu reinado e foi feito prisioneiro pela Hungria por inadimplência de seus empréstimos.
Em uma tentativa de salvar seu império, João procurou a ajuda da Igreja Católica e irritou quase todos em sua corte, bem como o seu império, pois ele desafiou a Igreja Ortodoxa de Constantinopla. Tudo isso levou o Império Bizantino à decadência, sendo reduzido a pouco mais do que a cidade de Constantinopla.
Apesar de não ser exatamente uma criança quando chegou ao poder, o ditador Jean-Claude Duvalier tinha 19 anos de idade quando foi declarado presidente do Haiti.
Mais conhecido como Baby Doc, ele chegou ao poder depois que o seu pai (o Papa Doc) o nomeou como sucessor e mexeu os pauzinhos, alterando a constituição do país, para permitir que o filho fosse presidente para o resto de sua vida.
Após assumir o poder, Baby Doc introduziu alterações no regime terrorista deixado por seu pai e delegou grande autoridade aos seus assessores, embora milhares de haitianos tenham sido mortos ou torturados, e outras centenas de milhares de pessoas tenham fugido do país.
Ele manteve um estilo de vida notoriamente luxuoso em meio à miséria do resto da população, ganhando milhões com o envolvimento no tráfico de drogas e com a venda de partes de corpos de haitianos mortos. Sua família enriqueceu exportando cadáveres e plasma sanguíneo para os Estados Unidos.
Devido a tantas atrocidades, muitos acreditavam que seu governo não duraria por muito tempo, mas ele conseguiu comandar o país por cerca de 15 anos. Os Duvalier foram forçados a fugir do Haiti e se estabeleceram na França. Baby Doc retornou ao Haiti em 2011, mas o povo de lá dificilmente irá esquecer o legado de terror deixado por sua família.