Ciência
08/11/2014 às 06:45•2 min de leitura
Um dos episódios históricos mais importantes da contemporaneidade completou no dia 9 seu aniversário de 25 anos: a queda do muro de Berlim, que dividia o mundo entre socialistas e capitalistas. Ainda que o governo da Alemanha Oriental tenha feito de tudo para fortificar a barreira – com torres de vigia, cães de guarda e armadilhas para pegar possíveis fujões – algumas pessoas conseguiram escapar das barreiras de algumas formas criativas:
O acrobata Horst Klein conseguiu fugir da Alemanha Oriental em 1963graças às suas habilidades acrobáticas. Ousado, Klein escapou com a ajuda de um cabo de alta tensão inutilizado e, assim, criou uma forma de ir do ponto onde estava até o outro lado do muro, movendo-se cuidadosamente com as mãos e, quando os braços ficavam cansados, ele dava conta do recado e conseguia se locomover com o resto do corpo. Eventualmente ele acabou caindo do cabo, mas pelo menos caiu do lado ocidental do muro, que era o seu objetivo.
Inspirados pela história de Klein, os amigos Michael Becker e Holger Bethke tiveram a ideia de aprimorar a técnica do outro fugitivo e, para isso, contaram com a ajuda de uma pessoa que estava ao lado ocidental do muro.
Os caras basicamente subiram até o topo de um prédio de cinco andares. De lá, arremessaram uma corda fina de pesca que foi parar em um prédio do outro lado do muro, onde o amigo os esperava para prender a linha e melhorar a resistência dela adicionando um cabo de aço. Foi como se estivessem em uma tirolesa que os amigos conseguiram passar de um lado para o outro do muro.
O austríaco Heinz Meixner usou seu carro minúsculo – um Austin Healey Sprite conversível – para enganar os guardas e, de quebra, fugir com sua mãe, que estava escondida no porta-malas. Ele arrancou um dos para-brisas e, quando foi pedir ajuda para um guarda que fiscalizava os arredores do muro, aproveitou para distrair o cara e pisar fundo no acelerador, passando por baixo da barreira que fazia a divisão.
Uma das formas de fuga bastante utilizadas por pessoas corajosas e com certa cara de pau era a de passar a fronteira dirigindo, como se fossem membros do Playboy Club de Monique – a carteirinha do clube era muito parecida com o passaporte, então o fujão fazia cara de quem não estava morrendo de medo, mostrava o passaporte meio de longe e, acredite você ou não, a mentira colou muitas vezes e várias pessoas cruzaram o muro na maior tranquilidade.
Logo que o muro foi erguido, uma das opções de fuga envolvia o uso da força bruta mesmo. Em dezembro de 1961, Harry Deterling conduziu o que chamou de “o último trem para a liberdade”. Em vez de diminuir a velocidade ao chegar perto do muro, Deterling acelerou e simplesmente atravessou a barreia até o lado ocidental da divisa.
A bordo estavam sete pessoas de sua família e outros 16 passageiros – desses, seis preferiram voltar para a Alemanha Oriental.
Hans Gunter Strelczyk e Wetzel aproveitaram os conhecimentos mecânicos que tinham e construíram um motor de balão de ar quente. A capa do balão foi improvisada pelas esposas dos dois, que remendaram pedaços de lona e lençóis. O plano deu certo e, em setembro de 1979, os dois casais fugiram acompanhados de seus quatro filhos.
Doze pessoas conseguiram escapar em maio de 1962 por meio de um túnel subterrâneo que foi construído graças à liderança de um homem de 81 anos e um grupo de idosos. Eles passaram 16 dias cavando o que ficou conhecido como “Túnel do Idoso” – tinha quase 50 metros de comprimento e seis de altura. O espaço era alto porque os escavadores queriam libertar suas famílias de maneira confortável.