Ciência
24/11/2014 às 14:24•3 min de leitura
Nos tempos antigos, a popularidade de rituais de magia era algo comum, pois isso passou a ser amplamente utilizado para os mais diversos objetivos (mesmo sem fundamentos se eles funcionavam ou não).
De qualquer forma, o sobrenatural era algo que fascinava muita gente, que era atraída pela promessa de obtenção de poder e iluminação espiritual.
Com isso, vários livros foram escritos para essas finalidades, além de conter instruções de magias e rituais para outras atividades, como prever o futuro, curar problemas de saúde ou fazer mal a alguém. Confira abaixo oito desses livros antigos que prometiam poderes sobrenaturais, segundo o artigo de K. Fane do List Verse:
Tidos como os mais antigos dessa lista (e talvez as instruções de magia mais antigas do mundo), os papiros gregos de magia datam do século II antes de Cristo. Neles, constam feitiços, rituais e até adivinhações.
Entre alguns feitiços curiosos que existem nos papiros estão instruções sobre como convocar um demônio sem cabeça, como abrir as portas para o submundo e como se proteger de animais selvagens. Além disso, eles ensinam ainda como atrair uma entidade sobrenatural que executa as suas ordens.
Porém, os assuntos que mais dominam nos papiros são os de rituais que oferecem visões do futuro, fornecendo instruções para a previsão de eventos em que devem ser utilizadas oferendas simples como incenso ou mais complexas como uma “criança pura e não corrompida”.
Mas, calma, a criança não era machucada ou morta. Na instrução contida nos papiros, ela deveria ser colocada em um transe profundo para depois observar as visões em labaredas de fogo. Outra magia famosa dos papiros é a Liturgia de Mithras, uma cerimônia para ascender através dos sete planos superiores de existência e se comunicar com a divindade Mithras (o deus do Sol na mitologia persa).
Falou em franga preta inevitavelmente a palavra “macumba” já vem à cabeça, não é mesmo? Porém, esse livro não ditava coisas desse naipe e nenhum tipo de sacrifício animal, concentrando-se no estudo de talismãs mágicos que deveriam proteger e capacitar as pessoas com energia.
Originário da França do século 18, o livro teria sido escrito por um oficial anônimo do exército de Napoleão, que afirmou ter recebido o conteúdo precioso de um misterioso mago enquanto estava na expedição no Egito.
Entre as instruções contidas no livro estão medidas detalhadas sobre como construir talismãs de aço bronzeado, seda e tinta especial. Além disso, também existe um feitiço específico para os apaixonados de plantão, em que instruções são dadas para a invocação de um “djinn”, uma entidade formada de fumaça e fogo que leva o verdadeiro amor à pessoa.
Para alcançar poderes maiores, o livro da galinha preta ensina ainda a produção de talismãs que podem fazer com que homens contem os seus segredos ou até que possam destruir alguém que está tramando contra você.
Basicamente, o Ars Almadel era um livro que ensinava como se comunicar com os anjos e espantar os demônios. Este é o quarto livro da Chave Menor de Salomão, também conhecido como o Lemegeton, um grimório (coleção medieval de feitiços e rituais) do século 17 que contém descrições de demônios, como invocá-los e fazê-los obedecer.
Porém, o livro é focado mais em oferecer um modelo para a construção de um tablete mágico, o Almadel, de cera que lhe permite comunicar com os anjos. Ele ensina como convocá-los, explicando como se comunicar e fazer a conjuração. O livro também menciona quais são os doze príncipes que reinam com os anjos, além das datas e os aspectos astrológicos que são considerados mais convenientes para invocá-los.
Para quem curte mais astrologia, o Picatrix pode ser o livro mais indicado dessa lista. Ele é uma antiga coleção de magia astrológica, que foi originalmente escrito em árabe no século 11. São cerca de 400 páginas de teoria astrológica, além de também conter feitiços e encantamentos para “canalizar as energias ocultas de planetas e estrelas para alcançar o poder e iluminação”.
Mas as “receitinhas” de magia do Picatrix não são nada leves e este talvez seja o livro mais notório pelo teor pesado dos ingredientes de seus feitiços. As misturas terríveis e até mortais foram pensadas para induzir estados alterados de consciência e percepção, segundo o List Verse.
Para você ter uma ideia, os feitiços incluem sangue, excreções corporais e até massa encefálica misturados com grandes quantidades de haxixe, ópio e plantas psicoativas. Em uma das magias mais estranhas, que consiste em construir um espelho para dar poder sobre os mortos, a pessoa deve usar um tipo de fumo que contém sangue, esperma, saliva, cera de ouvido, lágrimas, fezes e urina. Somente para os fortes.
Essa coleção da Islândia do século 16 traz 47 feitiços compilados por vários mágicos. Entre algumas instruções contidas no Galdrabok estão aquelas para atrair e arranjar favores de homens poderosos, incitar o medo em seus inimigos e colocar alguém para dormir. Nada muito pesado.
Além dessas, o livro também ensinava a fazer remédios para proteger o praticante e curá-lo de doenças, incluindo condições simples como cansaço, dores de cabeça e insônia. Outros feitiços já eram mais peculiares, como o feitiço 46, que ensinava a lançar uma magia em seu inimigo para ele ficar explodindo de gases, talvez até pela vida inteira com fortes flatulências.
Outros feitiços já são mais sinistros. O último, o 47, por exemplo, ensina como desenhar na comida de alguém para deixar a pessoa doente e incapaz de comer por algum tempo. O número 30 dá instruções de como matar os animais de outras pessoas com magia.
Por outro lado, existem outros que ensinam a pegar ladrões ou mesmo impedir a sua casa de receber visitantes indesejados. Será que a superstição da vassoura atrás da porta vem dessa época?