Estilo de vida
06/06/2019 às 03:31•4 min de leitura
O Mental Floss reuniu recentemente uma série de tradições casamenteiras que vão deixar você surpreso. Se hoje presenciamos rituais de casamento que incluem a troca de alianças, o beijo apaixonado, a chuva de arroz e a valsa dos noivos, não é sempre assim que acontece em todo o mundo. A seguir, conheça algumas antigas tradições completamente diferentes – felizmente – do que vemos hoje em dia:
Na região da Etiópia, era comum que os noivos passassem por uma cerimônia que envolvia a “prova do copo”, digamos assim. O casamento e a celebração não eram muito diferentes do que vemos hoje: festa, comilança e depois as felicitações aos noivos, que seguiam para a esperada noite de núpcias.
O detalhe era que, na manhã seguinte ao casório, todos do vilarejo se reuniam ao redor do local onde os pombinhos haviam passado a noite. O noivo saía, então, segurando um copo, que era entregue ao pai da noiva. A partir daí, duas coisas poderiam acontecer.
A primeira possibilidade era a mais esperada: o noivo, satisfeito, chamava o sogro para tomar vinho e comentar sobre os melhores momentos do casório. Agora se o noivo derrubasse vinho significava que a esposa não tinha sido do agrado do homem, que estava insatisfeito. Nessa segunda ocasião, a derrubada do vinho colocava fim ao casamento.
Antigamente, onde hoje é a Colúmbia Britânica, no Canadá, os nativos realizavam um ritual chamado “dança tocante”, que basicamente era uma festa que acabava em casório. Funcionava assim: várias pessoas dançavam, e as mulheres solteiras usavam uma faixa.
Quando um homem se aproximava e segurava a faixa de uma delas, significava que ele gostaria de se casar com ela. Se a moça não correspondia ao interesse, ela poderia tirar a faixa da mão do rapaz. Ao final da dança, aqueles rapazes que continuavam segurando a faixa passavam a ser considerados maridos das mulheres cujas faixas seguravam. Que agilidade, hein!
Os povos antigos do nordeste da Rússia tinham uma forma bem bizarra de se casar. Quando um homem encontrava uma mulher com quem queria se casar, ele se submetia a trabalhar como uma espécie de escravo para os pais da noiva. Se eles ficassem satisfeitos com o trabalho do moço, ele ganhava permissão para se casar com a jovem. Essa permissão, no entanto, era concedida de maneira bem peculiar: basicamente, o rapaz tinha que encontrar a donzela e deixá-la nua.
Detalhe: a essa altura a moça já contava com a ajuda das outras mulheres da redondeza, que a vestiam com tantas roupas e faixas que, ao final da preparação, a noiva mais parecia uma múmia.
Quando o pretendente encontrava a noiva, seu dever era pular sobre ela e tentar desesperadamente desenfaixá-la; afinal, assim que as outras mulheres percebessem que o noivo havia encontrado a noiva, era obrigação delas dificultar o trabalho do jovem. Para isso, elas o agrediam e faziam de tudo para que ele ficasse ferido e não conseguisse cumprir sua meta.
A vida do noivo, basicamente, não era muito simples. Mas quando a luta acabava e o cara já estava quase pedindo socorro, a noiva o chamava para descansar com ela em sua cama.
Taí um povo que não ganhou fama de excêntrico à toa. No início do século XIX, os casórios na Rússia incluíam alguns rituais bem diferentes. Primeiro, as amigas do noivo faziam com que a noiva ficasse nua para que, assim, elas pudessem avaliar o corpo da moça e repassar um relatório ao futuro marido.
Se os atributos da donzela fossem aprovados pelo marido, o casamento acontecia, e as amigas do noivo – de novo, elas – rezavam para que a moça tivesse o maior número de filhos possível. Depois da cerimônia religiosa, os noivos recebiam seus convidados em uma festa com muitos quitutes. Ainda assim, os recém-casados só poderiam sentar-se à mesa – nada de comida para eles!
Enquanto isso, os convidados eram animados por um coral de crianças que cantavam músicas com letras obscenas. A festa prosseguia e o marido, claro, deveria carregar um pequeno chicote preso a um pé de sua bota. No outro, ele escondia uma bugiganga qualquer.
Em seguida, a noiva deveria tirar os sapatos do noivo. Se o primeiro pé que ela puxasse fosse a bota com a bugiganga, o marido dava o objeto aleatório à esposa, como um sinal de que os dois teriam uma vida feliz juntos. Agora se ela puxasse a bota que tivesse o chicote, ela já levava um golpe em seguida, de modo que isso servia de aviso para que ela soubesse que, durante o casamento, seu marido poderia chicoteá-la quando quisesse.
Calma lá que a bizarrice ainda não acabou. Depois do ritual das botas, o casal ficava sozinho em um quarto por 2 horas, enquanto um grupo de senhoras os esperava do lado de fora. Assim, depois da primeira vez dos dois, a noiva deveria mostrar para as mulheres a “marca de sua virgindade”. Na sequência, essas senhoras faziam uma trança nos cabelos da noiva e iam falar com o pai dela, que dava o dote pela filha. O dinheiro era entregue ao noivo e, depois disso, os dois viviam juntos para sempre.
Não é perseguição, a gente jura, mas as coisas lá para os lados da Rússia sempre seguem um padrão de bizarrice que parece ser impossível de superar. Na região que hoje é conhecida como Bielorrússia, a tradição era esta: o noivo apanhava antes da noite de núpcias.
Funcionava assim: o padrinho do noivo seguia o casal até o quarto onde teriam a noite de núpcias. Uma vez que os pombinhos estivessem despidos e embaixo dos lençóis, o padrinho invadia o quarto e dava uma bela surra de chicote no noivo. Durante a surra, o padrinho gritava frases como: “Olhem um para o outro, se beijem e se abracem! RÁPIDO”.
Detalhe: o chicote usado pelo padrinho é o mesmo que, coincidentemente, essas pessoas usavam em cerimônias fúnebres, já que, como todos sabemos, casamentos e funerais precisam de rituais envolvendo chicotes.
Uma regra bastante sensata, usada antigamente nos Países Baixos, bem que poderia voltar a fazer parte dos nossos critérios na hora de encontrar alguém com quem dividir uma vida. A regra era curta e grossa: “Aqueles que não gostam de gatos não terão esposas bonitas”. Faz ou não faz todo o sentido?
*Publicado em 18/08/2015
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