Ciência
23/04/2019 às 10:00•4 min de leitura
Já pensou em chegar pertinho de uma arma que pertenceu ao lendário Napoleão Bonaparte? Que tal ver com seus próprios olhos o sabre que ajudou San Martín a libertar a Argentina? O Mega Curioso selecionou oito impressionantes espadas históricas que foram usadas por personalidades famosas e que estão preservadas até hoje em diversos museus ao redor do mundo.
Vale observar que, neste artigo, resolvemos focar em relíquias cuja existência está comprovada e que sabemos onde estão – sendo assim, deixamos de lado artefatos como a Honjo Masamune (katana forjada pelo lendário ferreiro Masamune e que está desaparecida desde a Segunda Guerra Mundial). Divirta-se!
Considerado um dos mais importantes generais do Exército Imperial do Japão, Tomoyuki Yamashita fez história durante a Segunda Guerra Mundial. Ele ganhou renome internacional depois de invadir Singapura e a Malásia – este segundo feito lhe rendeu o apelido de “Tigre da Malásia”. Yamashita foi preso, julgado e condenado à morte por inúmeros crimes de guerra, sendo enforcado nas Filipinas em 1946.
Embora o japonês fosse um assassino impiedoso, sua espada era uma verdadeira arma de arte. Conservada até hoje no Museu Militar de West Point (onde ela foi guardada assim que o general foi detido), a katana foi fabricada e finamente decorada pelo respeitado artesão Fujiwara Kanenaga – tendo sido forjada em algum momento entre 1640 e 1680.
Considerado um herói sul-americano, o general José Francisco de San Martín y Matorras (mais conhecido como José de San Martín) foi o responsável por libertar o Chile, o Peru e a Argentina das mãos da Espanha. Sua espada, adquirida em uma viagem para Londres, era um sabre que está atualmente em exposição no Museu Histórico Nacional de Buenos Aires – a relíquia sofreu duas tentativas de roubo e hoje em dia está protegida em um gazebo especial.
O próprio San Martín costumava elogiar a beleza e a eficácia da arma, defendendo que seu desenho peculiar ajudava na manobrabilidade. Por isso, todos os cavaleiros do argentino foram armados por espadas similares. Após a morte de José, o sabre passou para as mãos de Juan Manuel de Rosas, governador de Buenos Aires, até ser encaminhada em 1896 para o museu supracitado.
Também conhecida como Shichishito (algo como “Espada dos Sete Ramos”), esta relíquia foi batizada dessa forma justamente por ter seis protuberâncias em sua lâmina principal, formando assim uma espada de sete faces. Feita apenas para fins cerimoniais – e não para ser utilizada em batalhas –, a arma foi um presente de um rei da dinastia Baekje (um dos três reinos da Coreia antiga) para o soberano de Wa (primeiro nome do Japão).
Como isso foi descoberto? Simples, a Espada dos Sete Ramos possui frases escritas em sua lâmina, e, embora parte do texto esteja ilegível, é possível ter uma boa ideia do porquê a arma foi forjada. “Nunca existiu uma espada como esta. O príncipe coroado do rei de Baekje, que vive sobre sons de agosto, encomendou esta espada para o Rei de Wa, na esperança que ela possa ser passada para as próximas gerações”, pode-se ler em uma das escrituras.
William Wallace foi um cavaleiro escocês que ficou famoso por liderar as tropas da resistência contra a dominação inglesa imposta pelo rei Edward I. Embora tenha sido capturado e executado pelo seu inimigo em 1305, Wallace é lembrado até hoje como um dos principais heróis da história da Escócia. Sua espada está guardada dentro do Monumento Wallace, uma torre erguida na cidade de Stirling para homenagear esse valente guerreiro.
Trata-se de uma claymore, variante escocesa da montante, espada longa e pesada feita para ser manejada com as duas mãos. A arma mede 132 cm e pesa 2,7 kg. Seu punho é revestido em couro na cor marrom escuro, porém historiadores acreditam que a relíquia foi modificada ao longo do tempo e já perdeu boa parte de sua originalidade.
Considerado um dos melhores cavaleiros da Idade Média, Rodrigo Díaz de Vivar – mais conhecido como “El Cid” – nasceu em uma pequenina cidade do Reinado de Castile, um dos impérios medievais da Península Ibérica. Em determinado momento de sua vida, Cid foi nomeado como general do exército de Alfonso VI e se tornou um verdadeiro herói espanhol.
Embora tenha usado uma infinidade de espadas durante sua “carreira”, a mais famosa de todas é a Tizona, preservada até hoje no Museu de Burgos, na Espanha. Foi com essa arma – que mede 103 cm e pesa 1,1 kg – que o guerreiro lutou contra os mouros. A lâmina possui duas inscrições: uma listando sua data de fabricação (1002) e outra citando a oração Ave Maria.
O Napoleão Bonaparte é uma personalidade histórica que dispensa apresentações. O imperador francês usou uma série de armas ao longo de sua vida, e, em 2007, uma de suas espadas foi leiloada por US$ 6,4 milhões de dólares. Toda encrustada de ouro, a relíquia foi usada pelo herói durante várias de suas batalhas e oferecida de presente para seu irmão por volta de 1800.
A lâmina foi sendo passada de geração para geração, sem sair das mãos da família Bonaparte, até que os próprios decidiram vendê-la. O nome do comprador que deu o lance vitorioso nunca foi revelado. Vale observar também que a espada foi considerada um tesouro nacional em 1978 – isso significa que, de acordo com as leis francesas, o objeto precisa permanecer na França por pelo menos cinco meses por ano, mesmo se o comprador for estrangeiro.
Também conhecida como Espada da Misericórdia, a Curtana originalmente pertencia a Edward, o Confessor, penúltimo rei saxão da Inglaterra. Hoje em dia, ela faz parte das Joias da Coroa Britânia, que é uma série de vestimentas e itens cerimoniais usados pelos soberanos britânicos durante suas coroações.
Foi uma das poucas lâminas que sobreviveram ao reinado de Oliver Cromwell, famoso por dissolver artefatos antigos para vender seu ouro e metal. De acordo com histórias mitológicas, a ponta da espada foi quebrada por um anjo para evitar que ela fosse usada para matar uma pessoa inocente – e foi daí que surgiu a alcunha da “Espada da Misericórdia”.
Atualmente em exposição no Museu do Louvre, na França, a Joyeuse é uma espada lendária que pertenceu a Carlos Magno, rei dos francos. Em 800, ele foi nomeado Imperador dos Romanos, título que carregou até o fim de sua vida. O curioso, porém, é que a Joyeuse guardada no museu supracitado pode não ser a arma original usada pelo monarca.
Trata-se de uma espada feita com pedaços de várias outras lâminas, e historiadores acreditam que parte dela veio da Joyeuse original. De qualquer forma, é uma relíquia magnífica – seu cabo é revestido com ouro, e sua bainha é decorada com pedras preciosas.
Na sua opinião, qual é a espada histórica mais incrível que existe? Comente no Fórum do Mega Curioso