Ciência
15/07/2018 às 05:00•6 min de leitura
Há pelo menos três formas de se considerar uma pessoa francesa. A primeira delas, e mais óbvia, é nascendo na França. A segunda, e também um pouco óbvia, é visitando o país e, se possível, passando uma temporada por lá. A terceira é a mais fácil para quem não deu conta das outras duas: conhecendo mais sobre o país, vendo alguns filmes, ouvindo músicas e aprendendo um pouco a respeito daquela cultura tão interessante. A verdade é que a França acolhe quem é apaixonado por ela.
No Próxima Parada de hoje você vai se sentir um cidadão francês, praticamente. Ou, no mínimo, vai aprender um pouquinho mais sobre o país mais visitado do mundo – só em 2012, 83 milhões de turistas estiveram na terra da Amélie Poulain. E falando em Amélie Poulain, que tal ler este texto enquanto ouve uma musiquinha francesa?
O país de Napoleão Bonaparte, Allan Kardec, Gustave Flaubert, Renoir e Audrey Tautou já dominou 8% de todas as terras do mundo, como você pode ver no mapa abaixo, que mescla períodos históricos diferentes, que vão desde 1534 até 1980. As coisas já foram muito diferentes do que são hoje. Só para você ter ideia, a linda Paris já foi uma cidade romana que, à época, chamava-se Lutetia.
A França é habitada há muito tempo, sendo que há registros de culturas remotas que possivelmente estiveram por ali ainda no período paleolítico (50000 a 800 a.C). A região que hoje conhecemos por Marselha foi uma colônia Grega no século VII a.C. Posteriormente, já no século V a.C, a França foi habitada por gauleses, que trouxeram até a região a cultura celta, até hoje difundida em muitos países europeus.
No século I a.C. a região da Gália foi tomada por romanos e assim o Latim foi inserido na cultura local. Algum tempo depois, Marselha também foi ocupada por romanos. Foi com a introdução do império de Júlio César que a região gaulesa, então província romana, ficou culturalmente mais refinada, passando a apreciar mais o teatro e a tomar mais banho.
O império romano foi derrotado totalmente em 420 e Clóvis, o rei dos francos, deixou as terras francesas a seus quatro herdeiros quando morreu em 511. Carlos Magno se torna rei de todos os territórios francos depois de muitas lutas e conflitos, em 711. A existência da monarquia francesa é datada a partir do século IX.
Atualmente a França tem 62,6 milhões de habitantes e é um dos países mais ricos e bem desenvolvidos do mundo. A capital, Paris, é considerada uma cidade global, o que quer dizer, basicamente, que ela é uma das mais importantes do planeta.
É por isso que ir para lá, seja de mochila nas costas ou com a sua Louis Vuitton de viagem, é uma experiência incrível. Na dúvida, comece por Paris, a Cidade Luz, afinal há muito que ser feito por lá. O primeiro e mais óbvio destino é a Torre Eiffel, monumento turístico mais visitado do mundo.
Se você for até a torre de metrô, certifique-se de descer na estação Trocadèro, para ter a primeira visão do monumento pela praça Trocadèro. Dizem que essa é a melhor forma de se deparar com a Torre pela primeira vez. Outro detalhe sobre a Dama de Ferro: prepare-se para ficar um tempinho na fila para comprar os ingressos. Demora um pouco, mas você nem vai ver o tempo passar, afinal ficar uma hora, duas ou três sob a Torre Eiffel tem lá a sua poesia.
Repare que ao lado da Torre, assim que você atravessa a rua, há um carrossel, que é outro cartão postal francês. A cidade é cheia de carrosséis e você vai reparar que todos eles são cuidadosamente decorados e que alguns, quando estão funcionando, tocam musiquinhas alegres. Não deixe de dar uma voltinha.
Depois de conhecer a Torre e contemplar a cidade e sua simetria de um ângulo diferente, é hora de explorar outras atrações, e uma delas é sentar-se à grama e beber algumas tacinhas de vinho. Muita gente faz isso nos jardins próximos à Torre.
Paris, apesar de ser uma cidade grande, tem um sistema de metrô extremamente eficiente. É praticamente impossível se perder. Você só precisa de um mapinha para traçar suas rotas de acordo com o lugar que quer conhecer.
Se você é do tipo que gosta de conhecer os pontos turísticos tradicionais, o Arco do Triunfo é parada obrigatória. Até porque, depois de ter mais uma vista diferente de Paris, você pode caminhar pela Champs-Élysées, fazer algumas compras ou tomar um café em um desses lugares que colocam as mesinhas na calçada. Très chic! Detalhe: é preciso ter uma graninha sobrando para aproveitar os souvenirs da região, mas se esse não for o caso, uma caminhada pela rua mais glamourosa de todas já faz bem.
Agora se você gosta de coisas mais alternativas, que tal dedicar algumas horas do seu dia, ou mesmo dias da sua semana, explorando a região de Montmartre? Ali você vai ver uma explosão artística contagiante. São lojas e mais lojas vendendo souvenirs, cartões postais e tudo o que você imaginar.
Montmartre também é uma região cheia de artistas de rua. Aliás, é preciso deixar bem claro que você está apenas olhando e que não vai comprar alguma coisa. Se um artista faz algum trabalho para você e você não compra, ele fica ofendido. Na dúvida, apenas diga que não vai comprar. E pronto.
Se você chegar à Rue Lepic, não deixe de visitar o Deux Moulins, café famoso pelo filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Lá, você vai poder entrar, tomar um café e se sentir dentro de um dos filmes franceses mais famosos em todo o mundo. O local conta, ainda, com uma pequena exposição – pertinho da porta do banheiro – de alguns objetos do filme, como o abajur de porquinho da protagonista e as fotos do duende que viaja pelo mundo. É encantador!
Saindo do Deux Moulins e descendo a Lepic, você vai chegar ao também famoso Moulin Rouge, onde, se você quiser, poderá assistir a um dos shows mais famosos do planeta! Vale lembrar que os ingressos custam entre 100 e 215 euros – é bom fazer sua reserva com antecedência!
Ainda nas proximidades de Montmartre, mas indo para um pouco antes do café da Amélie, vale conhecer também a Sacré Coeur, também muito famosa e realmente bonita. É proibido tirar fotos do interior da basílica.
E, falando em igrejas, você pode conhecer a sombria Notre Dame, que é quase o oposto da Sacré Coeur no sentido arquitetônico da coisa. Aliás, ao visitar a Notre Dame, você estará visitando uma das catedrais mais antigas da França, cuja construção teve início em 1163. O estilo gótico é belíssimo, e o interior sombrio vai deixar você encantado.
E se você gosta mesmo de um clima sombrio, não deixe de visitar a pouco conhecida basílica de Saint-Denis, que também em estilo gótico, mantém uma cripta onde estão sepultados os corpos de reis da França e de suas famílias. A basílica é conhecida também como “cemitério real da França”. Lá, você estará na presença de praticamente todos os monarcas da França do século X até 1789. Vale a pena visitar.
E, falando em mortos, outro lugar especial em paris é cemitério Père-Lachaise, onde estão enterrados famosos como Oscar Wilde, Edith Piaf, Jim Morrison, Molière, Frédéric Chopin, Honoré de Balzac e muitos, muitos outros.
Mas os túmulos desses famosos não são a única “atração” do cemitério! O que encanta mesmo por lá é a arquitetura dos túmulos e as estátuas que tornam o gigante cemitério um lugar sombrio. Vale lembrar que é fundamental que você tenha um mapa em mãos, pois o Père-Lachaise é realmente muito grande e você levaria muito tempo caso se aventurasse a procurar sozinho as lápides que deseja visitar.
A verdade é que quando o assunto é arte, cultura, música, literatura, arquitetura e poesia, a França é uma boa representante. Ainda em Paris, vale a pena conhecer o Museu do Louvre, um dos maiores e mais famosos do mundo. Lá, você vai poder ver a pequena Mona Lisa de pertinho, além da bela Vênus de Milo, de enormes coleções com itens do Egito Antigo e de obras de artistas como Rembrandt, Michelangelo e Goya. O Louvre é o museu mais visitado do mundo!
E se você gosta de museus, não deixe de ir ao Museu de Orsay, que, entre suas exposições, conta com obras de Van Gogh, Monet e Maurice Denis. Isso sem falar que o museu fica à beira do Rio Sena. É um encanto para os olhos.
Agora você pode ir a outras cidades francesas, como Lyon, que foi capital da província de Gália e hoje é uma grande cidade universitária. Em Lyon, não deixe de procurar por algum prédio com traboules, que são passagens secretas. É mais fácil que você encontre traboules nos bairros Vieux Lyon e Croix-Rousse. Não deixe de passear pela praça Bellecour, uma das maiores de toda a Europa, cujo centro é ornamentado com a estátua equestre de Luís XIV.
É interessante conhecer Marseille, localizada na costa do Mediterrâneo. Lá, procure visitar o Vieux Port; o Château d’if, que já serviu como prisão, onde o Conde de Monte Cristo foi mantido na obra de Alexandre Dumas. E aproveite também para passear pelo bairro Cours Julien, aonde vai quem aprecia a cultura alternativa da região.
E, claro, pegue um trem e vá a Bordeaux, cidade considerada superelegante pelos franceses e também pelos turistas. Lá, você vai encontrar inúmeras praças, igrejas góticas, muitos jardins floridos e uma arquitetura de alta qualidade. Ótimo para quem gosta de vinho e boa culinária – toda a França é encantadora nesse sentido, mas Bordeaux é especialmente. Não deixe de experimentar o Confi, especialidade francesa feita com carne de pato ou ganso.
*Publicado originalmente em 16/05/2014.
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