Afinal, que história é essa de Jesus ter sido casado e pai de dois filhos?

13/11/2014 às 10:543 min de leitura

Você deve ter visto circular por aí nos últimos dias a notícia sobre o lançamento de um livro baseado em um antigo manuscrito que supostamente revela que Jesus Cristo se casou com Maria Madalena e teve dois filhos com ela. E mais: o documento também apontaria que a “Virgem Maria” original seria Maria Madalena e não Maria mãe de Jesus.

Segundo Fiona Keating do International Business Times, esse bombástico manuscrito conta com quase 1500 anos e teria sido descoberto na Biblioteca Britânica. Toda a polêmica sobre a hipotética vida matrimonial de Cristo surgiu depois que a dupla formada pelo professor de estudos religiosos Barrie Wilson e pelo escritor Simcha Jacobovic passou vários meses traduzindo o texto — em siríaco — para o novo livro.

A obra — lançada sob o título “The Lost Gospel” — ainda faz outras revelações interessantes, como o fato de Jesus ter tido conexões políticas com o imperador romano Tibério e Sejanus, um de seus generais mais poderosos, e de Cristo ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato quando tinha apenas 20 anos de idade.

Manuscrito esquecido

De acordo com Rossella Lorenzi, do Discovery News, o manuscrito que serviu de base para Wilson e Jacobovic, embora estivesse esquecido em algum recanto empoeirado da Biblioteca Britânica, é um velho conhecido dos historiadores, e já foi traduzido incontáveis vezes.

O documento foi escrito sobre pergaminho em grego e traduzido para o siríaco, um dialeto do aramaico, e ganhou o inglês em título “The Ecclesiastical History of Zacharias Rhetor” — ou a “A História Eclesiástica de Zacarias Retórico” em tradução livre. O material conta com 29 capítulos e foi vendido por um mosteiro egípcio ao Museu Britânico em 1847, e há 20 anos foi transferido para a Biblioteca Britânica.

Nova interpretação

Segundo Rossella, vários historiadores apontaram que o manuscrito se refere à história de um homem chamado José e Aseneth — filha de um importante sacerdote egípcio —, e o problema é que o texto nem sequer menciona Jesus e Maria Madalena. Conforme explicou, se trata de um conto judaico possivelmente editado ou até mesmo redigido por cristãos, e existem diversas traduções dele. Inclusive há um site dedicado à história do casal desde 1999.

Contudo, o que parece ser o caso agora é que Wilson e Jacobovic deram uma nova interpretação ao conto de José e Aseneth, considerando que se trata de um relato em código referindo-se à vida conjugal de Jesus e Maria Madalena. De acordo com Rossella, os autores se apoiaram em uma passagem recém-traduzida que descreve a cerimônia de casamento do casal, que teria sido celebrada pelo próprio faraó de então.

Nesse trecho, o texto relata que o monarca egípcio teria dito a Aseneth que ela era abençoada por se casar com José, o primeiro filho de Deus, e que ela seria chamada a partir de então de Filha do Deus Altíssimo. O excerto ainda revelaria que o casal teve relações sexuais e que Aseneth deu a luz a dois meninos, Manasseh e Efraim.

Controvérsias

Entretanto, diversos estudiosos defendem que a passagem simplesmente conta a história do casal e não guarda nenhuma mensagem cifrada. Esta não é a primeira vez que a tradução de manuscritos antigos aponta para a possibilidade de que Jesus tenha sido casado com Maria Madalena — sem falar nos famosos livros “A Última Tentação”, de Níkos Kazantzákis, e “O Código da Vinci”, de Dan Brown, baseados na mesma ideia.

Aliás, esta também não é a primeira vez que Jacobovic se vê envolto em controvérsias. O escritor já criou bastante polêmica no passado quando disse ter descoberto a localização do túmulo de Jesus e sua família em um subúrbio de Jerusalém, e de ter encontrado os pregos que foram usados na crucificação.

Robert Eisenman, um dos historiadores consultados pelo Discovery News, disse que até o momento não existem evidências conclusivas de que Cristo tenha sido casado ou que tenha tido filhos. Além disso, os evangelhos sugerem que ele era celibatário e que incentivava seus seguidores a serem também.

Fora isso, segundo Eisenman, antes de tudo é necessário comprovar que realmente existiu um “Jesus” e se esse homem corresponde ao descrito nos evangelhos. Por último, o historiador apontou que a única razão de diversos escritores apontarem Maria Madalena como sendo a esposa de Cristo se deve ao fato de ela ser uma das poucas mulheres a terem um papel significativo nos evangelhos, e de ninguém saber ao certo quem foi ela.

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