Ciência
24/09/2014 às 05:34•6 min de leitura
Você sabia que muita gente vê uma cópia de si mesma, como um fantasma? Esse fenômeno tem até nome e chama-se doppelgangers (termo alemão que significa "double-walker"). Ele pode se manifestar de várias formas: você pode ver a cópia pelo canto do olho, encontrá-la em uma estrada deserta ou vê-la de pé atrás de você em um espelho.
Às vezes, um doppelganger não pode ser visto pela pessoa em todos os lugares, mas ele se manifesta para ela em locais completamente diferentes. Ele pode até mesmo colaborar com a pessoa, ajudando-a com as tarefas, por exemplo. Pode parecer assustador, mas relatos sobre isso não são incomuns.
Sim, existem muitas explicações para o fenômeno de sósia. Os místicos acreditam que se trata de criaturas sobrenaturais, cópias espirituais da pessoa ou gêmeos do mal (o lado demoníaco do indivíduo). Já os cientistas dizem que são falhas elétricas do cérebro ou doenças mentais, como a esquizofrenia.
Tudo o que se sabe sobre essas aparições misteriosas é que elas são, muitas vezes, uma má notícia e realmente assustadoras para quem vê. Muitas figuras históricas alegaram ser assombradas por seu doppelganger. Ficou curioso para saber quem são? Confira com a gente algumas delas.
Esse famoso escritor, poeta e político alemão um dia estava andando por uma trilha quando, de repente, viu uma pessoa misteriosa andando em direção a ele, e era o próprio Goethe, embora com roupas diferentes das suas. Goethe relatou que viu a aparição com os olhos da mente, em vez de seus olhos reais.
A figura logo desapareceu e Goethe logo se esqueceu de tudo. Oito anos depois, ele se viu descendo a mesma trilha no sentido contrário, quando percebeu que estava usando as mesmas roupas que seu sósia usou anos atrás. E aí, sim, o escritor nunca mais se esqueceu do que viu na estrada.
A poderosa imperatriz da Rússia do século 18 nunca se intimidou por nada, nem mesmo quando viu sua própria sósia fantasmagórica sentada em seu trono. Conta-se que, uma noite, Catarina estava deitada em sua cama quando funcionários preocupados disseram que tinham acabado de vê-la entrar na sala do trono.
Então ela resolveu investigar e encontrou sua própria sósia sentada calmamente em seu trono. Catarina ordenou para que seus guardas atirassem imediatamente em seu homólogo assustador. Obviamente, as balas não tiveram qualquer efeito sobre o espectro, mas coincidentemente, Catarina morreu pouco depois.
Ele foi um poeta brilhante do seu tempo, mas foi mais conhecido por ser marido de Mary Shelley (autora de Frankenstein). Apesar de a esposa ser escritora de terror, foi Percy quem testemunhou doppelgangers. Ele confessou isso a Mary pouco antes de morrer afogado em um acidente de barco, em 1812.
Nesses encontros estava incluída uma experiência particularmente assombrosa onde ele caminhava em um terraço quando foi saudado por seu sósia, que lhe perguntou: "De quanto tempo você precisa para se contentar?".
Estranhamente, uma cópia de Percy também foi testemunhada por sua amiga Jane Williams, que o viu passar pela janela a um beco sem saída para nunca mais voltar. O verdadeiro Shelley nem estava por perto.
Em 1906, Sir Gilbert Parker, membro do parlamento britânico, estava participando de um debate quando avistou um colega, Sir Frederick Carne Rasch, sentado perto de si. Sir Gilbert se surpreendeu, já que tinha notícias de que Sir Frederick estava gravemente doente e não deveria aparecer por alguns dias.
Ele cumprimentou Sir Frederick, que não reagiu de forma alguma, ficando lá com uma expressão sombria no rosto. Quando Sir Gilbert olhou para o amigo novamente, o lugar estava completamente vazio. Desorientado, ele procurou o colega no hall de entrada, mas não encontrou. Mas descobriu que outros colegas também viram Rasch por lá.
Quando o verdadeiro Sir Frederick voltou, ele ficou muito surpreso quando soube do incidente. Ele realmente queria participar do debate, então o seu doppelganger foi lá dar uma espiada. Sua família, no entanto, ficou aterrorizada, temendo que o sósia espiritual fosse um sinal de mau agouro.
A rainha da Inglaterra, que reinou de 1558 até 1603, era reconhecida como uma monarca carismática, equilibrada e experiente, o tipo de pessoa que ninguém esperava que fosse se envolver com o paranormal. Mas todos se assustaram quando ela afirmou que havia testemunhado uma sósia de si mesma.
De acordo com a Rainha, a Elizabeth espectral estava deitada imóvel na cama, quase como um cadáver preparado para o velório. A experiência foi particularmente assombrosa, porque tais aparições eram tidas como um sinal de morte. Os médicos afirmaram que se tratava de uma falha temporária que acontece na mente de um idoso. Mas Elizabeth morreu logo depois de ver a sósia.
Embora os doppelgangers não possam ser controlados, muitas vezes eles podem ser usados como uma espécie de segundo corpo, deslocando a pessoa para vários lugares. Foi o que aconteceu com Maria de Jesus de Agreda.
No século 17, exploradores e missionários ficaram surpresos ao descobrir que muitas das tribos do Novo México praticavam o catolicismo. Quando questionados, eles disseram que foram convertidos por uma misteriosa mulher vestida que azul que lhes havia ensinado e até mesmo distribuído entre eles uma série de crucifixos, bíblias e outros itens religiosos.
Com a ajuda de sacerdotes, detetives chegaram até Maria de Agreda, uma jovem que se vestia com roupas de freira na cor azul. Maria relatou como ensinou o cristianismo aos índios. Porém, ela nunca havia deixado o convento e só conhecia o lugar onde vivia. Mas os sacerdotes acreditaram em sua história.
A Inquisição desconfiou de Maria, mas ela foi absolvida de acusações de feitiçaria. Seu poder foi declarado ser de origem divina e ela tornou-se uma celebridade internacional, a líder de seu convento e autora de livros que contava como ela adquiriu os seus poderes. No entanto, ela mudou sua história várias vezes ao longo da vida.
Lincoln era muito aberto sobre o seu interesse no paranormal e disse ter tido algumas experiências sobre isso. Na noite de sua primeira eleição, ele foi descansar em sua cama e, enquanto estava deitado, olhou-se no espelho e viu seu próprio rosto, mas, surpreendentemente, tinha duas faces.
A segunda face, pálida e fantasmagórica, olhava para ele a partir do espelho, ao lado do seu próprio rosto. Assustado, ele se levantou da cama e o sósia desapareceu. Sua esposa, Mary, ficou apavorada e estava convencida de que a aparição era uma má notícia, como se o marido não fosse sobreviver a um segundo mandato.
Lincoln passou a repetir a experiência de vez em quando. Ele conseguiu vislumbrar o sósia mais algumas vezes, mas depois ele parou de aparecer. Talvez ele já tivesse entregue a sua mensagem, como de fato Lincoln não pôde fazer seu segundo mandato. Ou quem sabe ele apenas estava fixado pelo espelho.
Em 22 de junho de 1893, o vice-almirante George Tryon comandava dois navios ao longo da costa da Síria quando deu uma ordem para que fosse feita uma manobra naval perigosa. De fato, foi um erro amador e os navios se colidiram. Um deles, o que Tryon estava, afundou como uma pedra.
Tryon morreu sabendo que 357 homens estavam condenados a se afogar. Suas últimas palavras foram: "É inteiramente minha culpa".
No mesmo exato momento, a esposa de Tryon estava dando uma grande festa para seus amigos em Londres quando, de repente, os convidados avistaram Tryon aparecer na festa e descer a escada, passando pela sala de desenho e abrindo a porta como se quisesse sair. Então, ele misteriosamente desapareceu.
Uns dizem que a senhora Tryon estava ocupada com os convidados e não viu o sósia. Outros afirmam que ela foi um dos espectadores. Ainda assim, o conto traz estranha semelhança com histórias do mar onde espíritos alertam as famílias sobre a morte dos marinheiros.
O escritor francês é conhecido pela experiência mais íntima já registrada. No fim de sua vida, ele disse ter interagido com o seu sósia. Ele não só conversou com o espectro, como também eles sentaram-se lado a lado e começaram a contar pequenas histórias. Inclusive um dos seus últimos escritos foi um relato de seu fantasma.
A história do espírito supostamente ditada para Maupassant foi "A Horla", um conto inquietante de um homem cuja sanidade é lentamente consumida por um espírito maligno que o usa como um hospedeiro. Como se repetindo a história, a saúde mental de Maupassant começou a se deteriorar logo após terminar de escrever o conto.
Em outra versão dos acontecimentos, o sósia teria desaparecido diante do pavor de Maupassant, voltando alguns meses depois. Ele entrou no quarto do escritor, olhou para ele com uma expressão triste, sentou-se e enterrou seu rosto em suas mãos, como se estivesse em desespero. Maupassant morreu em um asilo de loucos, um ano depois.
Ela mesma nunca viu a sua sósia, mas outras pessoas constantemente viam. Emilie era professora em uma escola exclusiva para meninas, mas ela mudava muito de emprego. Em 1845, as pessoas descobriram o motivo. Ela era assombrada por seu doppelganger, e sua gêmea espectral foi vista em pé ao seu lado por cerca de 13 alunos.
Muitas pessoas visualizaram o fenômeno, que estava sempre perto da professora, imitando seus movimentos. Sagée ficou doente e o fantasma foi visto fazendo coisas que a mulher disse, mais tarde, que estava pensando no momento, o que sugere que ela tinha algum controle subliminar sobre ele.
A sósia aventurou-se além das imediações de Sagée. No início, ela apareceu em uma sala de aula cheia de alunos, sentada na cadeira da professora, enquanto a mulher estava fora, trabalhando no jardim. As pessoas que ousaram se aproximar descobriram que podiam passar por ela, mas que ela tinha uma textura de tecido grosso.
O tempo passou e a aparição tornou-se um elemento permanente na vida da escola, assustando as pessoas que frequentavam a instituição. Pais das meninas começaram a tirá-las do colégio. Embora Sagée fosse um modelo de professora, a diretora não teve outra opção a não ser demiti-la e mandar embora também a sua gêmea fantasmagórica.