Geólogos descobriram provas de que há cerca de 700 milhões de anos a Terra era uma "bola de neve" congelada, um período que desempenhou um papel crucial no surgimento da vida complexa.

Uma equipe internacional de geólogos fez uma descoberta impressionante que oferece novas perspectivas sobre a história <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-grande-vale-do-rifte-de-shanxi-a-maravilha-geologica-escondida-da-china" rel="noopener noreferrer" target="_blank">geológica</a> da Terra: evidências sólidas de que, há cerca de 700 milhões de anos, nosso planeta estava completamente coberto por gelo, transformando-se numa verdadeira "bola de neve".&nbsp;Esse período gelado, conhecido como glaciação Sturtian, ocorreu entre 662 milhões e 720 milhões de anos atrás e teve um papel crucial na evolução da vida complexa. O estudo foi publicado recentemente no Journal of the Geological Society of London.<h2 style="text-align:justify;">Registro de mudanças climáticas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20094441932029.jpg" alt="A Terra como uma 'bola de neve"><figcaption>A Terra como uma "bola de neve". Terá sido esse um ponto crucial para o surgimento de vida no planeta? (Fonte: Getty Images/ Rerodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas descobriram o registro geológico mais completo desse período na Formação Port Askaig, uma sequência de rochas que se estende por partes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121947-7-curiosidades-sobre-a-escocia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Escócia</a> e da Irlanda. Essas rochas, com até 1,1 km de espessura, preservam a transição climática de um ambiente tropical para uma Terra completamente congelada.&nbsp;Essa transição é especialmente visível em um afloramento nas Ilhas Garvellach, na Escócia, onde é possível observar através de suas rochas as mudanças climáticas que ocorreram ao longo de milhões de anos.&nbsp;Os cientistas destacam a singularidade desse registro, pois, em outras partes do mundo, as rochas da mesma época não mostravam essa transição. Isso ocorre porque, ao contrário de locais como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África</a> e a América do Norte, onde as evidências foram apagadas por processos geológicos, a Escócia manteve essas camadas praticamente intactas.A descoberta de zircões, minerais que contêm urânio e permitem a datação precisa das rochas, foi essencial para determinar a idade das formações. Extremamente duráveis, os zircões preservam informações sobre a época em que as rochas foram formadas. A análise dessas amostras confirmou que as rochas de Port Askaig datam da glaciação Sturtian, evidenciando o início do Período Criogeniano no registro geológico.<h2 style="text-align:justify;">Nasce a vida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20094627592030.jpg" alt="Ilhas Garvellach guardam informações cruciais para sabermos mais da origem de vida na Terra. (Fonte: Graham Shields, UCL/ Divulgação)"><figcaption>Ilhas Garvellach guardam informações cruciais para sabermos mais da origem de vida na Terra. (Fonte: Graham Shields, UCL/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Antes desse período, a Terra era um lugar muito mais quente, e a vida consistia principalmente em <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/107796-esta-bolota-consiste-em-um-dos-maiores-organismos-unicelulares-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">organismos unicelulares</a> e algas. No entanto, o frio extremo e a transformação da Terra em uma bola de neve parecem ter desempenhado um papel fundamental no surgimento da vida multicelular.Os cientistas acreditam que, durante essa fase de congelamento, organismos unicelulares podem ter começado a cooperar, formando as primeiras formas de vida multicelular que, eventualmente, dariam origem aos animais.Segundo essa teoria, a natureza hostil desse período teria forçado esses organismos a desenvolverem estratégias de sobrevivência mais sofisticadas, levando ao que os cientistas chamam de "explosão de vida" logo após o fim da glaciação.&nbsp;Quando o planeta começou finalmente a descongelar, a vida teve que se adaptar rapidamente às novas condições, desencadeando uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127238-como-nosso-cerebro-conseguiu-evoluir-para-o-seu-tamanho-atual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corrida evolutiva</a> que resultou na diversidade biológica que conhecemos hoje.Se confirmada, essa designação atrairia cientistas e entusiastas de todo o mundo, transformando as ilhas Garvellach em um verdadeiro ponto de referência para o estudo da história geológica da Terra.

large_terra-congelada-como-a-bola-de-neve-primordial-moldou-a-vida-no-planeta-thumb.png

medium_terra-congelada-como-a-bola-de-neve-primordial-moldou-a-vida-no-planeta-thumb.png

small_terra-congelada-como-a-bola-de-neve-primordial-moldou-a-vida-no-planeta-thumb.png

thumbnail_terra-congelada-como-a-bola-de-neve-primordial-moldou-a-vida-no-planeta-thumb.png

terra-congelada-como-a-bola-de-neve-primordial-moldou-a-vida-no-planeta-thumb.png

Terra congelada: como a 'bola de neve' primordial moldou a vida no planeta

A elevação da Antártida pode tanto reduzir quanto aumentar o nível do mar, ameaçando potencialmente milhões de pessoas.

Você já imaginou um continente inteiro subindo de volta à superfície, como se estivesse se libertando de um grande peso? Pois é exatamente isso que está acontecendo na Antártida. Com o derretimento acelerado das suas camadas de gelo, o continente está se elevando, um processo que os cientistas chamam de elevação pós-glacial. E os efeitos disso podem ser enormes, especialmente para quem vive perto do nível do mar.A Antártida tem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127066-5-mudancas-drasticas-no-mundo-caso-a-antartida-derretesse.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perdido gelo</a> em uma velocidade preocupante, liberando a pressão que há milênios mantinha o continente comprimido. Como resultado, o solo está começando a se levantar.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Uma faca de dois gumes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20205925621395.jpg" alt="Ilustração mostra como é o mecanismo de expulsão da água pelo continente. (Fonte: Terry Wilson et al. / Divulgação)"><figcaption>Ilustração mostra como é o mecanismo de expulsão da água pelo continente. (Fonte: Terry Wilson et al. / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Pense na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ha-sob-o-gelo-da-antartida" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártida</a> como uma esponja gigantesca: antes, ela estava sendo pressionada por toda aquela massa de gelo, mas agora, com a redução desse peso, a terra está voltando a se expandir. Isso pode parecer uma boa notícia à primeira vista, mas a verdade é que esse processo é uma faca de dois gumes.De acordo com os especialistas, essa elevação pode ter impactos enormes sobre o nível do mar em todo o planeta.&nbsp;Em um cenário ideal, onde as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121264-aquecimento-global-e-efeito-estufa-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">emissões de gases de efeito estufa</a> são drasticamente reduzidas, a elevação da terra poderia compensar parte do aumento do nível do mar, preservando o gelo por mais tempo e minimizando os efeitos do aquecimento global. Nesse caso, a Antártida poderia contribuir para um aumento de até 1,7 metros no nível do mar até 2500, um valor considerável, mas controlável.&nbsp;Por outro lado, se continuarmos no ritmo atual de aquecimento global, o cenário se torna assustador.&nbsp;À medida que o gelo derrete rapidamente, a elevação do solo pode não ser capaz de acompanhar a velocidade do recuo das camadas de gelo. Isso significa que, em vez de reduzir o impacto no nível do mar, a elevação da terra pode acabar agravando o problema, potencialmente elevando os mares em até 19,5 metros no mesmo período.<h2 style="text-align:justify;">Futuro submerso&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20210219780400.jpg" alt="Elevação das águas pode trazer cenários de tragédia para quem mora em áreas costeiras. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Elevação das águas pode trazer cenários de tragédia para quem mora em áreas costeiras. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Esse fenômeno ocorre porque o gelo da Antártida exerce uma atração gravitacional que puxa a água dos oceanos para perto do continente, criando uma camada extra e mantendo os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120170-veja-em-imagens-como-o-aumento-do-nivel-do-mar-afetaria-as-cidades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">níveis do mar</a> mais baixos em outras regiões. Se o gelo continuar a derreter nas taxas atuais, essa atração diminuirá e as águas se redistribuirão, inundando áreas costeiras em outros continentes.Esse fenômeno já está tendo consequências visíveis. Em regiões como a América do Norte, o aumento do nível do mar já começa a ameaçar cidades como Miami e Nova Orleans, onde a elevação do solo não é suficiente para compensar o aumento das águas.&nbsp;Para piorar, se o gelo da Groenlândia seguir o mesmo caminho, o impacto global será ainda mais devastador.Como os cientistas alertam, a elevação da terra só será eficaz se conseguirmos reduzir significativamente nossas emissões de carbono e, com isso, desacelerar o aquecimento global. Caso contrário, estamos apenas adiando o inevitável: um futuro onde as cidades costeiras lutam para sobreviver à medida que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114755-aumento-do-nivel-do-mar-pode-extinguir-manguezais-em-2050.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o mar avança</a> cada vez mais.

large_como-um-continente-que-esta-subindo-pode-afundar-o-mundo-thumb.png

medium_como-um-continente-que-esta-subindo-pode-afundar-o-mundo-thumb.png

small_como-um-continente-que-esta-subindo-pode-afundar-o-mundo-thumb.png

thumbnail_como-um-continente-que-esta-subindo-pode-afundar-o-mundo-thumb.png

como-um-continente-que-esta-subindo-pode-afundar-o-mundo-thumb.png

Como um continente que está subindo pode afundar o mundo

Descubra como os lagos vulcânicos se transformam em armadilhas letais.

Na noite de 21 de agosto de 1986, uma catástrofe inimaginável se abateu sobre o noroeste de Camarões: o lago Nyos, situado na cratera de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109215-18-fatos-interessantes-sobre-vulcoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vulcão</a> extinto, explodiu em um evento que chocou o mundo. O que causou essa explosão devastadora? Como um lago pode se transformar em uma bomba-relógio mortal?<h2>O perigo invisível dos lagos vulcânicos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12095123895055.jpg" alt="Lago Nyos. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Lago Nyos. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Lagos vulcânicos são formados em crateras de vulcões extintos, onde a atividade magmática ainda pode influenciar o ambiente subaquático. Nessas formações, o dióxido de carbono (CO2) é liberado de uma câmara magmática subterrânea e se acumula no fundo do lago.Normalmente, as variações de temperatura e os movimentos da água ajudam a liberar o CO2 de maneira segura. No entanto, em regiões equatoriais, como em Camarões, onde a temperatura da água é constante e a circulação é limitada, o CO2 se acumula gradualmente em uma camada supersaturada no fundo do lago. Quando ocorre uma perturbação, como um terremoto ou deslizamento de terra, essa camada de gás pode ser liberada de uma só vez, num evento conhecido como erupção límnica.Foi isso que aconteceu em 15 de agosto de 1985, no lago Monoun, localizado 100 km a sudeste do Nyos. Uma erupção límnica liberou uma quantidade fatal de CO2, matando 37 pessoas. Cerca de um ano depois, <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118406-lago-assassino-matou-quase-1800-pessoas-em-minutos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nyos experimentou uma tragédia ainda maior</a>, quando uma erupção límnica liberou quase um bilhão de metros cúbicos de CO2, criando uma nuvem mortal que se espalhou pelos vales vizinhos, sufocando tudo em seu caminho. Estima-se que 1.746 vidas humanas foram ceifadas, além de mais de 3 mil cabeças de gado e numerosos animais selvagens.<h2>Como prevenir novos desastres</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12095403044056.jpg" alt="Desgasificação controlada no Lago Nyos. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Desgasificação controlada no Lago Nyos. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Após o desastre do Nyos, órgãos internacionais se mobilizaram para evitar novos eventos catastróficos. A solução encontrada foi a instalação de tubos de ventilação no fundo dos lagos para permitir a liberação gradual do CO2. Em 2001, um tubo de ventilação foi finalmente colocado no Nyos, enquanto o Monoun recebeu três tubos entre 2003 e 2006. Esses tubos ajudaram a reduzir a pressão de gás, mas os desafios persistem.O lago Kivu, na fronteira entre Ruanda e a República Democrática do Congo, é outro lago vulcânico que representa um risco significativo. Com uma área de 2.700 m2 e uma profundidade de 480 metros, o Kivu contém cerca de 256 km3 de CO2 e 65 km3 de metano – um gás inflamável. Uma erupção poderia causar um desastre em uma escala sem precedentes.Atualmente, os especialistas monitoram de perto os lagos vulcânicos e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128467-geoengenharia-vulcanica-alternativa-necessaria-ou-um-risco-imprudente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desenvolvem estratégias</a> para gerenciar o gás de forma segura, potencialmente utilizando-o para abastecer usinas de gás natural. Embora medidas preventivas tenham sido implementadas, o risco permanece, e os moradores ao redor desses locais continuam a viver sob a sombra de desastres naturais.

large_conheca-o-poder-mortal-dos-lagos-vulcanicos-thumb.png

medium_conheca-o-poder-mortal-dos-lagos-vulcanicos-thumb.png

small_conheca-o-poder-mortal-dos-lagos-vulcanicos-thumb.png

thumbnail_conheca-o-poder-mortal-dos-lagos-vulcanicos-thumb.png

conheca-o-poder-mortal-dos-lagos-vulcanicos-thumb.png

Conheça o poder mortal dos lagos vulcânicos

O vórtice polar antártico está instável, com ventos diminuindo e temperaturas subindo, o que pode levar a eventos climáticos extremos em várias regiões do planeta.

O vórtice polar, uma enorme corrente de ar frio que circula sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128436-o-campo-magnetico-da-terra-esta-mesmo-invertendo-seus-polos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os polos,</a> está passando por instabilidades raras que podem ter efeitos drásticos no clima global. No Hemisfério Sul, cientistas observam com apreensão a possibilidade de um colapso no vórtice polar antártico, o que pode desencadear uma série de eventos climáticos severos.&nbsp;Este fenômeno, que até então era considerado estável, começou a mostrar sinais de enfraquecimento, com quedas na velocidade dos ventos e aumentos de temperatura na estratosfera. Essas flutuações geram incertezas sobre o futuro, não apenas para a Antártida, mas também para regiões como a Austrália, Nova Zelândia e América do Sul.<h2 style="text-align:justify;">Áreas de equilíbrio do clima</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/15/15100357834040.jpg" alt="O clima do mundo está mudando, e nós temos parcela de responsabilidade nisso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O clima do mundo está mudando, e nós temos parcela de responsabilidade nisso. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os vórtices polares são estruturas essenciais para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-sao-rios-voadores-e-como-eles-afetam-o-clima" rel="noopener noreferrer" target="_blank">equilíbrio climático</a>. Eles mantêm o ar gelado confinado aos polos, impedindo que ele se espalhe para latitudes mais baixas. No entanto, quando esses vórtices se desestabilizam, o ar frio pode escapar, levando a temperaturas anômalas em outras partes do mundo.&nbsp;No caso do vórtice polar sul, esse desequilíbrio já está afetando o clima de países próximos à Antártida. Em julho, as velocidades do vento no vórtice caíram de 300 para 230 quilômetros por hora, acompanhadas por um aumento de 20 graus Celsius na temperatura. Esses fatores indicam que o vórtice está sob pressão, o que pode levar a eventos ainda mais extremos.O fenômeno conhecido como aquecimento estratosférico repentino (SSW, na sigla em inglês) é um dos principais fatores que pode desencadear o colapso de um vórtice polar. Quando a temperatura e a pressão na estratosfera aumentam drasticamente, o vórtice pode se dividir ou até mesmo inverter seu curso.&nbsp;No Hemisfério Norte, eventos de SSW já causaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125460-por-que-o-el-nino-faz-os-invernos-serem-menos-rigorosos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">invernos rigorosos</a>, como o ocorrido nos Estados Unidos em 2019. No entanto, no Hemisfério Sul, esses eventos são extremamente raros. O único registrado até hoje aconteceu em 2002. Contudo, as recentes flutuações no vórtice polar sul sugerem que outro SSW pode estar se aproximando, o que traria consequências significativas para o clima global.<h2 style="text-align:justify;">E se acontecer?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/15/15095404680033.jpg" alt="A mudança drástica no clima pode trazer grandes problemas num futuro próximo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A mudança drástica no clima pode trazer grandes problemas num futuro próximo. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Se o vórtice polar antártico realmente colapsar, os impactos seriam sentidos em várias partes do mundo. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107081-por-que-e-mais-rapido-voar-para-o-leste-e-nao-para-o-oeste.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corrente de jato</a>, que atua como uma barreira para o ar polar, poderia se desestabilizar,&nbsp;afetando o modo anular sul,&nbsp;um sistema climático que influencia as condições meteorológicas na Austrália e na América do Sul.&nbsp;Isso poderia resultar em verões excepcionalmente quentes e secos nessas regiões. Além disso, o colapso do vórtice poderia intensificar o aquecimento global, criando um ciclo vicioso de instabilidade climática.Os cientistas ainda estão tentando entender completamente o que está causando essas instabilidades no vórtice polar sul. Embora os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-eventos-naturais-incriveis-que-estao-acontecendo-neste-momento" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fatores naturais&nbsp;</a>desempenhem um papel, há evidências crescentes de que as mudanças climáticas induzidas pelo homem estão agravando a situação.&nbsp;O aumento das temperaturas globais, a diminuição do gelo marinho na Antártida e até mesmo eventos como erupções vulcânicas estão sendo considerados possíveis catalisadores para essas mudanças drásticas. A interação entre esses fatores é complexa, e a ciência ainda está longe de ter todas as respostas.Por isso, os cientistas monitoram a situação para descobrir se a instabilidade é temporária ou o início de uma nova era de extremos climáticos. Tal fato destaca a fragilidade do equilíbrio climático e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124550-os-5-desastres-ambientais-mais-terriveis-causados-pelo-homem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crescente impacto das ações humanas</a>.

large_15172929950344.jpg

medium_15172929950344.jpg

small_15172929950344.jpg

thumbnail_15172929950344.jpg

15172929950344.jpg

Mundo em alerta: vórtice polar sul passa por instabilidades e pode colapsar

Devido ao aquecimento global, gelo pode derreter e aumentar o nível do mar, o que geraria uma catástrofe no litoral de vários lugares. 

Hoje, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126962-o-que-esta-escondido-por-baixo-de-todo-o-gelo-da-groenlandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Groenlândia</a> é conhecida por sua imensa camada de gelo que cobre toda a região. Porém, ao contrário do que muitos podem pensar, ela era uma tundra verde e cheia de vida em um passado geológico recente. Essa transformação, revelada por novas descobertas científicas, oferece sinais preocupantes sobre o futuro.Pesquisas recentes sugerem que a Groenlândia esteve quase completamente livre de gelo há menos de um milhão de anos (aproximadamente 416 mil anos atrás). Essa descoberta foi possível graças à análise de amostras de um núcleo de gelo extraído em 1993, que permaneceu armazenado por décadas até ser reexaminado por cientistas.&nbsp;E o que eles encontraram lá foi surpreendente: fósseis de salgueiros, partes de insetos, fungos e até uma semente de papoula ártica perfeitamente preservada. Essas evidências mostram que, em algum momento do passado, o centro da Groenlândia não estava coberto de gelo, mas sim de um ecossistema de tundra, com flores e algumas pequenas árvores.<h2 style="text-align:justify;">Futuro das mudanças climáticas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/14/14095126010037.jpg" alt="Elementos orgânicos encontrados provam de que havia vegetação recente no local. (Fonte: Halley M. Mastro et al. / Divulgação)"><figcaption>Elementos orgânicos encontrados provam de que havia vegetação recente no local. (Fonte: Halley M. Mastro et al. / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A descoberta de que o centro da Groenlândia já foi uma paisagem verde levanta questões importantes sobre as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127091-nacoes-em-risco-5-paises-vulneraveis-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a>. Se isso aconteceu no passado, quando os níveis de dióxido de carbono atmosférico eram menores do que os atuais, o que isso significa para o futuro da ilha e, por extensão, para o resto do mundo?&nbsp;A camada de gelo da Groenlândia é uma das maiores reservas de água doce do planeta, e seu derretimento completo teria consequências catastróficas para o nível do mar.Estudos anteriores já haviam sugerido que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ha-sob-o-gelo-da-antartida" rel="noopener noreferrer" target="_blank">camada de gelo</a> da Groenlândia era relativamente jovem, com não mais do que 1,1 milhão de anos. Agora, com essa nova evidência de derretimento no centro da ilha, fica claro que a Groenlândia é muito mais vulnerável do que se imaginava.&nbsp;Durante os períodos mais quentes do passado, o gelo derreteu e deu lugar a uma tundra verde, e os cientistas temem que o aquecimento global atual possa levar a um cenário semelhante.<h2 style="text-align:justify;">Atuação no mar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/15/15074316949013.jpg" alt="O aumento do nível do mar causado pelo derretimento do gelo trará grandes problemas para as áreas costeiras. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>O aumento do nível do mar causado pelo derretimento do gelo trará grandes problemas para as áreas costeiras. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O derretimento da Groenlândia é um dos principais contribuintes para o aumento do nível do mar. Atualmente, o nível do mar está subindo mais de uma polegada (cerca de 2,6cm) por década, e essa taxa só tende a aumentar se não houver uma redução drástica nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124062-como-paises-estao-trabalhando-para-limitar-emissoes-de-carbono.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">emissões de gases</a> de efeito estufa.&nbsp;De acordo com os pesquisadores, se o gelo da Groenlândia derreter completamente ao longo dos próximos séculos, isso poderia resultar em um aumento de cerca de 7 metros no nível do mar. Isso teria um impacto devastador nas cidades costeiras ao redor do mundo, colocando milhões de pessoas em risco.Embora esse processo de derretimento completo possa levar séculos, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114755-aumento-do-nivel-do-mar-pode-extinguir-manguezais-em-2050.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aumento do nível do mar</a> já é uma realidade com a qual precisamos lidar. E a situação só piora se considerarmos que as causas do aquecimento atual são mais intensas do que as que existiram no passado. O que antes era uma Groenlândia verde pode voltar a ser, mas dessa vez, com consequências muito mais graves para o planeta.A Groenlândia já ter sido uma tundra verde é um alerta de que estamos em um caminho perigoso. Sem reduzir as emissões de carbono, enfrentaremos um futuro de cidades costeiras submersas e clima irreversivelmente alterado. Como disse um dos cientistas, "não compre uma casa de praia" – o risco de inundação é real e iminente.

large_groenlandia-era-tundra-verde-pouco-tempo-atras-e-essa-nao-e-uma-boa-noticia-thumb.png

medium_groenlandia-era-tundra-verde-pouco-tempo-atras-e-essa-nao-e-uma-boa-noticia-thumb.png

small_groenlandia-era-tundra-verde-pouco-tempo-atras-e-essa-nao-e-uma-boa-noticia-thumb.png

thumbnail_groenlandia-era-tundra-verde-pouco-tempo-atras-e-essa-nao-e-uma-boa-noticia-thumb.png

groenlandia-era-tundra-verde-pouco-tempo-atras-e-essa-nao-e-uma-boa-noticia-thumb.png

Groenlândia era tundra verde "pouco tempo" atrás; e essa não é uma boa notícia

Segundo o estudo, as imagens obtidas da plataforma de gelo Dotson servirão para interpretar e calibrar as imagens aéreas dos satélites. 

Uma das mais sérias consequências do aumento do clima mundial, a elevação do nível dos oceanos causada pelos derretimentos das plataformas de gelo nos polos, foi analisada por uma equipe internacional de pesquisadores de uma forma inédita. Eles enviaram um veículo autônomo subaquático (AUV) <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-ha-sob-o-gelo-da-antartida" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para mapear a parte de baixo da plataforma Dotson, na Antártida Ocidental</a>.&nbsp;&nbsp;Relatada em um artigo publicado recentemente na revista Science Advances: Oceanography, a pesquisa foi feita pelo AUV Ran, da Universidade de Gotemburgo na Suécia, previamente programado pela mergulhar profundamente sob a cavidade da enorme plataforma, e escanear o gelo acima dele com um avançado sistema de sonar.Durante 27 dias, o submersível fez várias idas e voltas para dentro da cavidade, totalizando mais de 1 mil quilômetros de viagens, e penetrando 17 quilômetros no interior da plataforma. A cavidade visitada é um espaço vazio entre o gelo da plataforma, que se forma a partir de geleiras que deslizam do continente para o mar, e a massa de água abaixo. &nbsp;<h2>Por que os cientistas decidiram analisar as geleiras por baixo?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07234747150017.jpg" alt="Marcas parecidas com lágrimas ou marcas de garras. (Fonte: Anna Wåhlin et al.)"><figcaption>Marcas parecidas com lágrimas ou marcas de garras. (Fonte: Anna Wåhlin et al.)</figcaption></figure></figure>Segundo a autora principal do artigo, Anna Wåhlin, da Universidade de Gotemburgo, "anteriormente, usávamos dados de satélite e núcleos de gelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/venezuela-e-primeiro-pais-a-perder-suas-geleiras-na-modernidade" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para observar como as geleiras mudam ao longo do tempo</a>", disse ela em um comunicado. Mas, com o submersível, é possível obter mapas em alta resolução da parte inferior do gelo, explica.&nbsp;Para a oceanógrafa, esses modelos são indispensáveis para prever a rapidez com que as plataformas de gelo derreterão no futuro.<h2>As descobertas sob as plataformas de gelo da Antártida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07234327114016.jpg" alt="X. (Fonte: Anna Wåhlin et al.)"><figcaption>Parte inferior da geleira vista pelo Ran. (Fonte: Anna Wåhlin et al.)</figcaption></figure></figure>Entre as descobertas feitas pelo Ran no fundo da plataforma de gelo Dotson, na Antártida, estão estranhos padrões parecidos com picos e vales na base da geleira, resultado da erosão causada por correntes subaquáticas. Elas estão também penetrando nas rachaduras existentes, levando mais água para o seu interior."Se você olhar atentamente para as formas, elas não são simétricas, são dobradas um pouco como mexilhões azuis, e a razão para essa assimetria é a rotação da Terra", explicou Wåhlin à Live Science. Para ela, o fenômeno é o efeito da chamada força de Coriolis, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/derretimento-das-geleiras-esta-desacelerando-a-rotacao-da-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que é o resultado da rotação do planeta sobre a água mais profunda do oceano</a>.Em um comunicado, a coautora e glaciologista Karen Alley, da Universidade de Manitoba no Canadá, afirma que os mapas produzidos pelo Ran representam um enorme progresso na compreensão das plataformas da Antártida. "Tínhamos indícios de quão complexas são as bases das plataformas de gelo, mas Ran descobriu um quadro mais extenso e completo do que nunca". Infelizmente, o submersível desapareceu sob a chamada geleira do Juízo Final. &nbsp;&nbsp;

large_photograph-of-an-orange-long-rov-surfacing-in-choppy-grey-water-l.jpg

medium_photograph-of-an-orange-long-rov-surfacing-in-choppy-grey-water-l.jpg

small_photograph-of-an-orange-long-rov-surfacing-in-choppy-grey-water-l.jpg

thumbnail_photograph-of-an-orange-long-rov-surfacing-in-choppy-grey-water-l.jpg

photograph-of-an-orange-long-rov-surfacing-in-choppy-grey-water-l.jpg

Submarino não tripulado mapeia parte de baixo das geleiras da Antártida

O primeiro alerta de megaterremoto da história do Japão vale para o Vale de Nankai, uma região onde já ocorreram os piores terremotos do país.

Muitos japoneses estão se perguntando até agora o que fazer depois que a Agência Meteorológica do país emitiu <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127484-grande-terremoto-de-kanto-o-dia-que-mudou-a-historia-do-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o seu primeiro alerta oficial de megaterremoto no Vale de Nankai</a>. O anúncio, feito às 19h15 (hora local), ocorreu cerca de duas horas após um terremoto de magnitude 7,1 atingir a costa da província de Miyazaki, na costa leste da ilha de Kyushu.Segundo a agência meteorológica o nível do aviso emitido na quinta-feira foi de “cautela”, o primeiro já emitido até hoje. Nesse sentido, o próximo passo seria um “alerta”, que aconselharia os moradores a deixarem as áreas consideradas de risco para tsunami.De acordo com o The New York Times, o primeiro-ministro Fumio Kishida solicitou aos habitantes das áreas ameaçadas que ficassem permanentemente em prontidão, caso um terremoto ocorresse e eles fossem obrigados a deixar suas casas. Na entrevista coletiva, ela garantiu aos repórteres que o governo já estava em estado de alerta máximo. &nbsp;<h2>Os terremotos na fossa de Nankai</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09163811306320.jpeg" alt="x. (Fonte: Japan Meteorological Agency/Divulgação)"><figcaption>Cada cidade e vila japonesa tem um protocolo próprio para desastres. (Fonte: Japan Meteorological Agency/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Conhecido por ser uma região propensa a grandes terremotos, o chamado Vale do Nankai é uma área submersa na costa sul do Japão que corresponde a uma zona de subducção onde a placa tectônica das Filipinas está se enfiando debaixo da placa de Amur (parte da Placa Euroasiática).&nbsp;A trincheira foi origem de uma série de terremotos que causaram danos severos no passado, em ciclos de 100 a 150 anos. O mais recente, ocorrido em 21 de dezembro de 1946, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128524-megatsunami-da-baia-de-lituya-a-maior-onda-da-historia-que-atingiu-o-alasca-em-1958.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atingiu entre 8,1 e 8,4 na escala de magnitude</a>.No pior cenário traçado pelo governo japonês, um megaterremoto em Nankai nos dias de hoje poderia causar até 323 mil mortes.&nbsp;<h2>O que os japoneses devem fazer?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/09/09155703368290.jpg" alt="Painéis da Estação de Tóquio anunciam atrasos no trem-bala. (Fonte: Tokyo Station/Reprodução)"><figcaption>Painéis da Estação de Tóquio anunciam atrasos no trem-bala. (Fonte: Tokyo Station/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além do risco apontado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128267-vulcao-submarino-pode-ser-o-culpado-dos-maiores-terremotos-no-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um megaterremoto na chamada Fossa de Nankai</a>, a agência meteorológica aconselhou à população que permaneça em alerta para tremores secundários, com magnitude semelhante ao de quinta-feira, previstos para a próxima semana, na costa leste da Prefeitura de Miyazaki.As autoridades japonesas têm designações diferenciadas conforme a intensidade projetada para o tremor e com base nos possíveis danos causados por tsunamis. Por isso, cada cidade e vila deve estabelecer seus protocolos específicos de resposta a desastres, principalmente na ocorrência de um megaterremoto, de consequências graves e complexas.De acordo com o The Japan Times, preparar-se para um terremoto no Japão é relativamente simples; basta ter os seguintes itens:<ul><li>Água suficiente para você e sua família, com 3 litros por pessoa por dia durante pelo menos três dias recomendados</li><li>Banheiros portáteis e papel higiênico</li><li>Um pequeno kit de emergência que você pode levar com você</li><li>Um carro com o tanque cheio de gasolina, se você tiver&nbsp;</li><li>Algum dinheiro disponível.</li></ul>

large_o-que-e-o-megaterremoto-que-pode-atingir-o-japao-a-qualquer-momento-banner.png

medium_o-que-e-o-megaterremoto-que-pode-atingir-o-japao-a-qualquer-momento-banner.png

small_o-que-e-o-megaterremoto-que-pode-atingir-o-japao-a-qualquer-momento-banner.png

thumbnail_o-que-e-o-megaterremoto-que-pode-atingir-o-japao-a-qualquer-momento-banner.png

o-que-e-o-megaterremoto-que-pode-atingir-o-japao-a-qualquer-momento-banner.png

O que é o "megaterremoto" que pode atingir o Japão a qualquer momento?

Estudo recente descobriu a importância dos processos magmáticos e metamórficos na produção do famoso cristal azul. 

Pesquisadores da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, fizeram uma descoberta incrível sobre a formação das safiras, aquelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118196-7-pedras-preciosas-que-sao-extremamente-raras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pedras preciosa</a>s com um azul magnífico. O estudo mostrou novos detalhes sobre como as gemas dessas pedras são formadas, desvendando mistérios que intrigavam cientistas há muito tempo.As safiras são variedades do mineral corindo, que é uma forma cristalina do óxido de alumínio. O que diferencia as safiras azuis de outras pedras preciosas é a presença de impurezas específicas, principalmente o ferro e o titânio. Essas impurezas substituem alguns átomos de alumínio na estrutura cristalina do corindo, dando origem à cor azul característica.O magma vulcânico, rico em sódio e potássio, mas pobre em dióxido de silício, proporciona o ambiente ideal para a cristalização dessas pedras preciosas.<h2 style="text-align:justify;">O estudo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07062356017000.jpg" alt="As safiras são muito usadas na ornamentação de joias de luxo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>As safiras são muito usadas na ornamentação de joias de luxo. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A equipe analisou 223 safiras da cordilheira Eifel, uma região vulcânica no oeste da Alemanha, onde o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128883-recorde-de-magma-mais-rapido-do-mundo-e-quebrado-por-vulcao-na-islandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">magma</a> do manto terrestre tem interagido com a crosta há cerca de 700 mil anos. A região é um excelente ponto para o estudo das safiras devido à sua intensa atividade vulcânica.Algumas dessas gemas são encontradas em depósitos vulcânicos, enquanto outras aparecem em sedimentos fluviais, o que indica sua resistência ao intemperismo e à erosão. Segundo os pesquisadores, em comparação com outros minerais, a safira tem uma resistência muito maior às intempéries, assim como acontece com o ouro.Os cientistas usaram análises de isótopos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127361-nova-forma-rara-de-oxigenio-desafia-cientistas-e-a-fisica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oxigênio</a> e elementos-traço (elementos naturais em quantidade muito pequenas, daí o termo "traço") para rastrear a origem das safiras, revelando que elas se formaram no mesmo período em que começou o vulcanismo na região.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Desafiando a teoria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/07/07064158892001.jpg" alt="Os tons de azul da safira podem variar a depender da quantidade de ferro e titânio presentes nas gemas. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os tons de azul da safira podem variar a depender da quantidade de ferro e titânio presentes nas gemas. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Essa descoberta desafiou a teoria anterior de que as safiras eram formadas exclusivamente no manto ou na crosta inferior e permaneciam lá por longos períodos em temperaturas acima de 900&nbsp;°C.&nbsp;Em vez disso, a pesquisa mostrou que as safiras adquiriram sua assinatura isotópica de derretimentos do manto que se misturaram com rochas crustais aquecidas e parcialmente derretidas a profundidades de 5 a 7 quilômetros.Além disso, os pesquisadores apontaram que alguns cristais se formaram quando derretimentos subterrâneos entraram em contato com rochas ao redor, induzindo a formação de safiras. Isso indica que tanto os processos magmáticos quanto os metamórficos, nos quais a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/terra-bateu-recordes-de-temperatura-em-todos-os-meses-do-ultimo-ano-confirma-nasa" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperatura</a> e a pressão alteraram a rocha original, desempenharam um papel preponderante na cristalização das safiras.&nbsp;Esse avanço na compreensão de como as safiras são formadas não só resolve um mistério antigo, mas também abre novas possibilidades para a exploração de depósitos de gemas em regiões vulcânicas ao redor do mundo.A pesquisa em Eifel mostra que ainda há muito a aprender sobre os processos naturais que criam essas maravilhas. Quem sabe quais outros segredos estão escondidos nas profundezas da crosta terrestre, esperando para serem descobertos? Só o tempo e os estudos dirão.&nbsp;

large_como-os-vulcoes-criam-as-deslumbrantes-safiras-azuis-thumb.png

medium_como-os-vulcoes-criam-as-deslumbrantes-safiras-azuis-thumb.png

small_como-os-vulcoes-criam-as-deslumbrantes-safiras-azuis-thumb.png

thumbnail_como-os-vulcoes-criam-as-deslumbrantes-safiras-azuis-thumb.png

como-os-vulcoes-criam-as-deslumbrantes-safiras-azuis-thumb.png

Como os vulcões criam as deslumbrantes safiras azuis

Essa fantástica obra da natureza é resultado de milhões de anos de movimentação de placas tectônicas que "rasgam" o território chinês.

Aninhado no coração do Planalto de Loess, no centro-norte da China, o Grande Vale do Rifte de Shanxi é uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-formacoes-rochosas-incriveis-que-voce-precisa-conhecer" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maravilha geológica</a> que conta uma história fascinante de milhões de anos. Com suas impressionantes formações de terra e paisagens deslumbrantes, este vale não só é um espetáculo para os olhos, mas também um testemunho vivo das forças tectônicas que moldaram nosso planeta.Um vale de rifte é uma área onde a crosta terrestre se estica e racha devido ao afastamento das placas tectônicas. À medida que as placas se separam, a crosta entre elas afina e fraturas se formam, permitindo que blocos de crosta afundem, criando um vale longo e estreito. Um exemplo famoso é o Vale do Rifte na África Oriental. Em essência, um vale de rifte é uma cicatriz na crosta terrestre, evidenciando a dinâmica incessante das placas tectônicas.<h2 style="text-align:justify;">Antiga formação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01133454821120.jpg" alt="Vale em períodos de chuva, com sua vegetação mais verde. (Fonte: uom Geology/ Divulgação)"><figcaption>O vale em períodos de chuva, com sua vegetação mais verde. (Fonte: UOM Geology / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O vale teve sua origem há cerca de 180 milhões de anos, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121599-era-geologica-um-guia-de-quando-os-dinossauros-viveram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">período Jurássico</a> (entre 205 e 145 milhões atrás, aproximadamente). Sua formação é resultado da junção de vários fatores, como movimentos de placas tectônicas, atividade vulcânica e erosão.Como explicado, um vale de rifte se forma do afastamento de placas tectônicas, que nesse caso são as placas do Bloco do Norte e do Bloco do Sul da China. Esse afastamento criou a abertura de onde o magma emergiu do manto da Terra e, assim, formou rochas vulcânicas.Devido a intempéries, como água, vento e gelo, as rochas foram sendo erodidas e o vale foi ficando mais largo e mais profundo. Além disso, os movimentos contínuos das placas geraram falhas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124310-qual-e-a-maior-potencia-possivel-de-um-terremoto-na-escala-richter.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremotos</a>, moldando e retocando o vale ao longo dos milênios.O Grande Vale do Rifte de Shanxi estende-se por aproximadamente 10 quilômetros de comprimento e tem cerca de 2 quilômetros de largura, com profundidade de cerca de 100 metros em seu ponto mais profundo.&nbsp;Os penhascos íngremes ao redor do vale, compostos de loess, um sedimento soprado pelo vento que é rico em nutrientes, criam uma paisagem deslumbrante. O vale é um santuário para diversas espécies de flora e fauna, algumas raras e ameaçadas de extinção, tornando-o um local de grande importância ecológica e científica.<h2 style="text-align:justify;">Atividade sísmica constante</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/31/31174634706453.jpg" alt="O Sol faz uma bela sombra no fundo do vale. (Fonte: The Mind Circle/ Divulgação)"><figcaption>O Sol faz uma bela sombra no fundo do vale. (Fonte: The Mind Circle / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Além de sua beleza natural e valor geológico, o Grande Vale do Rifte de Shanxi é uma região de intensa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/os-5-paises-mais-propensos-a-terremotos-no-planeta" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atividade sísmica</a>. Desde 1300, a área tem sido palco de muitos terremotos significativos, com magnitudes superiores a 6.&nbsp;A modelagem das mudanças de tensionamento sugere que a maioria desses grandes eventos sísmicos ocorreu em áreas de aumento de tensão, evidenciando a dinâmica contínua da crosta terrestre na região.Embora o vale seja uma maravilha natural, ainda é pouco explorado em termos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127519-os-5-destinos-mais-macabros-para-fazer-turismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">turismo</a>. A falta de publicidade adequada e infraestrutura turística impede que muitos conheçam essa joia escondida. No entanto, para aqueles que se aventuram a explorar o vale, a experiência é inesquecível.&nbsp;As paisagens cênicas e a rica história geológica oferecem uma conexão profunda com a narrativa antiga da Terra, lembrando-nos da importância de preservar esses tesouros naturais para as futuras gerações.

large_6614f4bd84a2f-shanxi-rift-system--china-095644199-16x9.jpg

medium_6614f4bd84a2f-shanxi-rift-system--china-095644199-16x9.jpg

small_6614f4bd84a2f-shanxi-rift-system--china-095644199-16x9.jpg

thumbnail_6614f4bd84a2f-shanxi-rift-system--china-095644199-16x9.jpg

6614f4bd84a2f-shanxi-rift-system--china-095644199-16x9.jpg

O Grande Vale do Rifte de Shanxi: a maravilha geológica escondida da China

De acordo com uma nova simulação de terremoto, cidade da Califórnia pode atravessar terremoto caótico sem muitos danos. 

Por várias gerações, os moradores do sul da Califórnia, nos Estados Unidos, esperam a chegada do "Big One". Esse é o nome dado para um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/mudancas-climaticas-podem-provocar-terremotos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremoto</a> que deve atingir a falha de San Andreas com magnitude de 7,8 ou 8 na escala Richter em um futuro próximo. A cidade de Los Angeles, no entanto, fica a apenas 48 km de distância do epicentro do fenômeno, onde duas placas tectônicas raspam uma contra a outra.Por isso, sempre houve um medo intenso de que Los Angeles seria devastada por esse acontecimento, com estimativas de 1,8 mil mortes, 50 mil feridos e US$ 200 bilhões em danos. Contudo, uma nova simulação de terremotos feita por pesquisadores da Universidade Estadual de San Diego afirma que o Big One pode não ser tão destrutivo quanto antes se pensava.<h2>Perigo iminente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/24/24170727983323.jpg" alt="Localizada próxima a falha de San Andreas, a cidade de Los Angeles é uma das que mais seria afetada pelo terremoto Big One. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Localizada próxima à falha de San Andreas, a cidade de Los Angeles é uma das que mais seria afetada pelo terremoto Big One. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Em um artigo ainda não revisado por pares, os pesquisadores teorizam que a rede de bacias sedimentares interconectadas ao redor de Los Angeles agiria como um "guia de ondas", absorvendo os movimentos dos terremotos e reduzindo o movimento do solo em até 50%.De acordo com os dois especialistas envolvidos no estudo, Kim Bak Olsen e Te-Yang Yeh, o modelo feito em 2008 pela California Geological Survey precisava de atualizações. Graças às novas tecnologias, foi possível incorporam características geológicas mais complexas para medir o grau de destruição do terremoto.O modelo mais novo apresenta boas notícias para a região. Yeh e Olsen escrevem que as bacias particularmente profundas de San Bernardino e Chino teriam "impacto substancial nas ondas de longo período".&nbsp;<h2>Sinal de alerta ligado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/24/24170819952325.jpg" alt="Embora novas estimativas sejam positivas, Califórnia ainda pode sofrer danos significativos com terremoto severo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Embora novas estimativas sejam positivas, Califórnia ainda pode sofrer danos significativos com terremoto severo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora as notícias recentes sejam animadoras para o povo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128764-primeiro-avistamento-de-um-filhote-de-tubarao-branco-da-historia-e-registrado-na-california.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Califórnia</a>, os pesquisadores alertam: ainda é preciso manter o sinal de alerta ligado para a eventual existência do Big One. Apesar de as estimativas atuais não serem tão assustadoras quanto o que foi previsto anteriormente, os movimentos do solo no novo cenário "ainda serão profundos" e podem provocar danos substanciais.&nbsp;Historicamente, o estado da Califórnia é conhecido por registrar grandes números de terremotos. Em novembro de 2023, a região registrou um tremor de magnitude 4,2 na costa norte do estado norte-americano. Segundo informações do Serviço Geológico dos EUA, o terremoto ocorreu a uma profundidade de 8 km, sendo seguido por réplicas.Em 1906, um tremor de magnitude 7,8 — semelhante ao que aconteceria com o Big One — destruir parte da cidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/106956-ha-112-anos-um-terremoto-destruiu-san-francisco-veja-fotos-da-tragedia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">São Francisco</a> e provocou a morte de 3 mil pessoas. Dessa forma, por mais que as bacias da área possam amenizar os efeitos de um novo terremoto crítico, o cenário ainda pode ser grave e diversos cuidados precisarão ser tomados no futuro próximo.&nbsp;

Geologia

Novidades