Constantemente referido como uma ponte de terra entre a Sibéria e os EUA, o estreito de Bering possuía enormes obstáculos na Idade do Gelo.

O Estreito de Bering, uma passagem marítima de 85 quilômetros que separa a Ásia da América do Norte, foi, durante a última Idade do Gelo, uma "ponte de terra" conhecida como Beríngia. Ela ligava a Sibéria russa, no extremo leste asiático, ao Alasca dos EUA, no extremo oeste da América do Norte.&nbsp;Agora, uma descoberta anunciada recentemente no encontro anual da União Americana de Geofísica (AGU) revelou que o local não era um terreno seco e uniforme como se pensava, mas sim um cenário pantanoso, dominado por rios e algumas áreas mais elevadas.&nbsp;<ul><li>Descubra:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127152-quando-os-primeiros-humanos-chegaram-nas-americas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando os primeiros humanos chegaram nas Américas?</a></li></ul>Apresentada em uma pesquisa liderada pela geóloga Sarah Fowell, da Universidade do Alasca Fairbanks, a conclusão veio de amostras de sedimentos do fundo do mar, recolhidas em locais que estavam na superfície entre 36 mil e 11 mil anos atrás. A equipe identificou vestígios de peques lagos, canais de rios e flora bem diferentes da hipótese de tundra e pastagens até então vigente.<h2>Dificuldades para a migração de espécies</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/22/22172212018000.jpg" alt="Os mamutes . (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os mamutes exploravam terrenos mais elevados e secos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A configuração pantanosa da região, parecida com o Delta Yukon-Kuskokwim, uma reserva indígena de 129,5 mil km² no sudoeste do Alasca, ajuda a explicar como as características desafiadoras do terreno podem ter sido uma barreira a ser enfrentada pelas espécies que atravessaram de um continente para outro, através da "ponte".&nbsp;Certamente, a paisagem pantanosa de Beríngia complicou a vida de muitas espécies itinerantes. Animais como mamutes e bisões, por exemplo, conseguiram superar os obstáculos, explorando terrenos elevados e mais secos. A presença de mamutes em áreas alagadas foi comprovada por amostras de DNA, indicando que esses gigantes do Pleistoceno utilizavam as colinas como passagem.&nbsp;Esse raciocínio vale também para a percepção de como os primeiros humanos chegaram às Américas. Assim como as demais espécies, também nossos ancestrais tiveram que encarar travessias difíceis e se adaptar a climas extremos, até aprender quais caminhos eram viáveis.<h2>Impacto nas Migrações Humanas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/22/22173607995001.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Obstáculos naturais e habilidades humanas dão novas pistas sobre a migração humana na América. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma questão central na antropologia, a chegada dos primeiros seres humanos às Américas, pode ter ocorrido através da Beríngia, em um corredor livre de gelo, há cerca de 14 mil anos. No entanto, evidências sugerem que já havia pessoas nas Américas muito antes disso, levantando questões sobre quais rotas alternativas podem ter sido utilizadas.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117891-diomedes-2-ilhas-separadas-por-3-8-km-e-21-horas.htmmegacurioso.com.br/ciencia/127152-quando-os-primeiros-humanos-chegaram-nas-americas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Diomedes, duas ilhas separadas por 3,8 km e 21 horas</a></li></ul>No dia 13 de dezembro, Sarah Fowell e Jenna Hill apresentaram dados na reunião da AGU que podem revolucionar a forma como a migração era vista até hoje. Novas análises de núcleos sedimentares e identificação das espécies presentes há 17 mil anos estão lançando novas luzes sobre as condições naturais e os obstáculos enfrentados pelos primeiros migrantes humanos.A conexão entre obstáculos ambientais, como pântanos e corpos d’água, e as habilidades humanas começam a moldar novas interpretações sobre a jornada inicial.

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Estreito de Bering era uma "ponte" pantanosa durante a Idade do Gelo 

Antes da infame pandemia da peste bubônica na Europa, no século 14, a doença já matava pessoas no Egito antigo, diz estudo recente.

Um trabalho apresentado no 24º Encontro Europeu da Associação de Paleopatologia, realizado em agosto de 2024 na Holanda, apresentou pela primeira vez um genoma pré-histórico da bactéria Yersinia pestis relatado fora da Eurásia. A descoberta mostrou que a peste bubônica esteve presente no antigo Egito, "embora não possamos inferir o quão difundida era a doença naquele período", afirmam os autores no resumo.Os vestígios da perigosa bactéria patogênica foram encontrados em uma antiga múmia egípcia. Esses restos embalsamados datados de cerca de 3,29 mil anos, pertenciam a um indivíduo do sexo masculino, que provavelmente sofria de sintomas terríveis no momento de sua morte, como linfonodos inchados e dolorosos (bubões), febre alta e calafrios.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122272-peste-bubonica-onde-foi-que-tudo-comecou.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Bubônica: onde foi que tudo começou?</a></li></ul>A data revelada pelo radiocarbono coloca essa vítima no final do Segundo Período Intermediário ou início do Novo Reino, quando o Egito se tornou um dos maiores impérios do mundo antigo. &nbsp;A localização do DNA da bactéria no tecido ósseo e conteúdo intestinal da múmia indicam que a doença já estava em um estágio avançado quando o infectado morreu.<h2>A doença antes da peste bubônica europeia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/27/27130353969051.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A peste bubônica pode ter matado até 50 milhões de pessoas na Europa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A Y. pestis é uma bactéria em forma de bastonete, gram-negativa (associada a infecções graves) que se manifesta em três formas principais: peste bubônica, peste septicêmica e peste pneumônica. A peste bubônica, também conhecida como peste bubônica,&nbsp;se espalhou pelo Europa no século 14, matando milhões de pessoas.Pesquisas recentes têm mostrado que a doença é muito mais antiga do que o surto devastador que eliminou um terço da população da Europa. Estudos em cadáveres pré-históricos revelaram vestígios de DNA da bactéria e da própria doença circulando milhares de anos antes da tragédia continental.Todas essas amostras antigas têm vindo até agora de restos mortais da Europa e da Ásia, inclusive em esqueletos de 5,8 mil anos russos da Idade do Bronze, quando a bactéria ainda não era capaz de causar peste bubônica.<h2>Mais evidências da peste no Egito antigo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/27/27133243522057.jpg" alt="Havia pulgas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Havia pulgas no local onde viviam os construtores do túmulo de Tutancâmon. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas, mesmo antes de os pesquisadores do estudo atual terem analisado a múmia egípcia sob a guarda do Museu Egípcio em Turim, na Itália, alguns estudos anteriores já haviam proposto possíveis surtos da peste ao longo das margens do Nilo. Há mais de 20 anos, pesquisadores encontraram pulgas em uma vila arqueológica em Amarna, onde viveram os trabalhadores que construíram a tumba de Tutancâmon.<ul><li>Descubra:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/a-milenar-cura-pela-luz-solar-ciencia-medica-ou-tratamento-mistico" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A milenar cura pela luz solar era uma ciência médica ou um tratamento místico?</a></li></ul>Uma vez que as pulgas são o principal vetor da doença, os pesquisadores propuseram que a peste bubônica poderia ter existido no antigo Egito.&nbsp;Nesse sentido, o Papiro Ebers, um dos mais antigos e importantes documentos médicos da história, descrevia os sintomas de uma doença no ano 1,55 mil a.C., como: "produziu um bubão e o pus se petrificou".

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Múmia de homem contaminado confirma peste bubônica no Egito há 3,3 mil anos

Esqueletos podem fornecer muitas informações sobre como fomos no passado.

Os pesquisadores estão sempre em busca de novas pistas arqueológicas que ajudem a desvendar o mundo. E um esqueleto, aparentemente, é um verdadeiro tesouro cheio de informações históricas.Os restos humanos antigos podem nos oferecer um vislumbre sobre como a vida era no passado, além de aumentar o nosso conhecimento na biologia. Em especial, alguns desses esqueletos esclareceram aspectos interessantes da nossa história.<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/celulastronco-de-pandagigante-podem-ajudar-a-finalmente-salvar-especie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Células-tronco de panda-gigante podem ajudar a finalmente salvar espécie</a></li></ul><h2>1. O esqueleto de panda no túmulo do imperador chinês</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/13/13224142738000.jpg" alt="x"><figcaption>O esqueleto de um panda-gigante estava enterrado com o imperador Wen. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Arqueólogos resolveram escavar artefatos da tumba do imperador chinês Wen de Han, que ficou fechada por mais de 2 mil anos. Eles acharam algo impressionante junto aos seus restos mortais: o esqueleto de um urso panda.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/arqueologos-encontram-esqueleto-bizarro-formado-por-7-pessoas-na-belgica" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arqueólogos encontram esqueleto 'bizarro' formado por 7 pessoas na Bélgica</a></li></ul>Os pesquisadores, que fazem parte do Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, conseguiram desenterrar mais de 1.500 artefatos que estavam ao redor do local de sepultamento do imperador. Entre eles, estavam carruagens de bronze, estatuetas de cerâmica e cavalos.Mas, sem dúvida, o que mais impressionou foi o panda-gigante. Acredita-se que o imperador foi enterrado ao lado do animal como uma demonstração de poder.<h2>2. Homem austríaco encontra três esqueletos de mamute no porão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/12/12233224207382.jpg" alt="x"><figcaption>Um sujeito na Áustria achou três esqueletos de mamute na sua casa. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um homem chamado Andreas Pernerstorfer estava reformando sua adega quando se deparou com os restos de um mamute da Idade da Pedra. Inicialmente, ele achou que era só um pedaço de madeira, mas no fim era a estrutura óssea de uma criatura extinta há cerca de 30 mil a 40 mil anos.Cientistas austríacos foram então convidados a escavar o porão. O mais impressionante foi o que aconteceu depois: havia não apenas um, mas três esqueletos de mamute! Eles pontuaram que esta é a descoberta arqueológica mais significativa na Áustria em mais de um século.&nbsp;<h2>3. A mais antiga evidência de uma amputação cirúrgica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/12/12233143736381.jpg" alt="(Fonte: Science News / Reprodução)"><figcaption>A primeira amputação cirúrgica data de 31 mil anos. (Fonte: Science News / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Quanto as amputações começaram a ser feitas? O que se sabe é que, há cerca de 31 mil anos, uma amputação cirúrgica aconteceu em Bornéu, Indonésia. Essa descoberta foi feita em 2020, quando arqueólogos escavaram um esqueleto de uma caverna de calcário na região de Kalimantan Oriental.&nbsp;<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/99710-7-fatos-incriveis-sobre-o-esqueleto-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">7 fatos incríveis sobre o esqueleto humano</a></li></ul>Eles verificaram que o pé esquerdo havia sido removido de forma limpa e então cicatrizado para formar um coto. A análise sugeriu que essa pessoa teria vivido pelo menos mais seis anos após passar por este procedimento.Quem removeu o pé tinha uma habilidade técnica impressionante e um forte conhecimento da anatomia humana. Por isso, o esqueleto achado trouxe novas luzes sobre as habilidades dos homens caçadores e coletores que viviam por lá.<h2>4. O mistério do cadáver russo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/12/12233010576379.jpg" alt="x"><figcaption>Um esqueleto russo de 2 mil anos foi encontrado na Europa. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Arqueólogos ingleses encontraram na parte rural da Grã-Bretanha os restos mortais de 2 mil anos de um homem nascido no sul da Rússia. Por um tempo, ninguém conseguia explicar como ele havia parar lá.&nbsp;Uma equipe do Instituto Francis Crick em Londres extraiu e decodificou o DNA contido em um pequeno osso em seu ouvido interno. A análise mostrou que o homem era um sármata, um grupo nômade que se estabeleceu no sul da Rússia, e que teria morrido entre 126 e 228 d.C.&nbsp;Seguindo com a pesquisa, os cientistas da Universidade de Durham examinaram os dentes do esqueleto, no intuito de aprender mais sobre sua dieta. Eles descobriram que o falecido comia grãos de cereais que cresciam nas regiões da Sarmácia. Só que, à medida que envelhecia, começou a comer menos grãos e mais trigo da Europa Ocidental. Assim, concluíram que ele havia migrado para lá.&nbsp;

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4 descobertas arqueológicas envolvendo esqueletos

O trabalho sempre foi essencial para a identidade, tanto na Roma Antiga quanto hoje.

A vida da classe trabalhadora no Império Romano frequentemente fica à sombra das grandes figuras históricas, como imperadores e generais. No entanto, a verdadeira essência de Roma estava nas mãos dos trabalhadores comuns.Foi refletindo sobre o trabalho nas sociedades antigas que Jordan Rogers e Del Maticic começaram a desenvolver a ideia do livro Working Lives in Ancient Rome, lançado em 2024. A obra oferece uma nova perspectiva sobre o dia a dia dos trabalhadores na Roma Antiga, mostrando como o trabalho moldava tanto a vida individual quanto a estrutura social do império.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123204-5-grandes-herois-da-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 grandes heróis da Roma Antiga</a></li></ul><h2>Entre a escravidão e a liberdade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/06/06221918815002.jpg" alt="O trabalho na Roma Antiga refletia a identidade social. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O trabalho na Roma Antiga refletia a identidade social. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Na Roma Antiga, o trabalho não era apenas uma atividade para sustentar a vida. Ele estava profundamente ligado à identidade pessoal e à estrutura social. Embora existissem trabalhadores livres, muitos romanos viviam sob a sombra da escravidão.<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/como-era-ser-uma-pessoa-escravizada-na-roma-antiga" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como era ser uma pessoa escravizada na Roma Antiga?</a></li></ul>A relação entre trabalho e identidade era complexa, especialmente para recém-libertados, que se viam forçados a redefinir seu lugar no mundo romano. Além disso, o trabalho evidenciava as grandes diferenças regionais, com práticas e condições de trabalho variando consideravelmente entre as diferentes partes do império.Por exemplo, profissões como médicos, professores e arquitetos transcendiam fronteiras, mas suas condições de trabalho variavam conforme a região e a cultura local. A legislação romana também teve um impacto importante, pois proporcionava contratos de trabalho que eram reconhecidos em todo o império, embora as realidades de vida dos trabalhadores fossem diversas.<h2>Lições para o mundo moderno</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/06/06222353460003.jpg" alt="O legado das relações de trabalho na Roma Antiga ainda ressoa no mundo moderno. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O legado das relações de trabalho na Roma Antiga ainda ressoa no mundo moderno. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um aspecto intrigante sobre a relação entre trabalho e sociedade que permanece até hoje é a maneira como o trabalho define quem somos.Conceitos como “trabalho/vida pessoal” e “identidade profissional” começaram a ser explorados de novas maneiras, especialmente à luz de debates modernos sobre as condições de trabalho e a crescente obsessão por questões como o quiet quitting e as mudanças no ambiente corporativo.De maneira surpreendente, os autores descobriram que, apesar das enormes diferenças entre as épocas, a diversidade de atitudes em relação ao trabalho não mudou tanto assim. Muitos romanos viam o trabalho como uma maneira de se expressar e garantir sua posição social, enquanto outros o viam como uma imposição divina ou até mesmo como uma forma de escravidão.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126798-5-misterios-nao-desvendados-sobre-a-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 mistérios não desvendados sobre a Roma Antiga</a></li></ul>Para os romanos, como para muitos de nós hoje, o trabalho era uma parte central da vida, moldando suas identidades e relações com o poder. Então, de certa forma, as questões que afligem os trabalhadores romanos ainda ecoam no mundo moderno.Ao compreender melhor como as pessoas lidavam com as complexidades do trabalho na Antiguidade, podemos aprender lições valiosas para enfrentar os desafios contemporâneos, buscando um equilíbrio entre nossa vida pessoal e profissional.

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Como viviam os trabalhadores na Roma Antiga?

O maior rio do mundo segue sem pontes, e as razões por trás disso vão muito além do óbvio.

O rio Amazonas é simplesmente colossal. São mais de 6 mil quilômetros de extensão, atravessando Peru, Colômbia e Brasil, com uma biodiversidade que parece saída de um documentário da natureza.Mas, sabia que ninguém jamais construiu uma ponte sobre esse gigante? Em um mundo que adora megaprojetos e pontes que parecem flutuar no ar, o Amazonas segue intocado. Qual é o mistério por trás disso?<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124341-5-fatos-completamente-surpreendentes-sobre-o-rio-amazonas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 fatos completamente surpreendentes sobre o rio Amazonas</a></li></ul><h2>Desafios geográficos e técnicos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16193715306233.jpg" alt="Construir uma ponte sobre o Amazonas é inviável devido ao solo instável e às mudanças sazonais do rio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A construção de pontes é inviável devido ao solo instável e às mudanças sazonais do rio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Construir uma ponte sobre o Amazonas é como tentar resolver um quebra-cabeça feito de lama, água e imprevisibilidade. O solo da região é macio e instável, do tipo que engole qualquer ideia de fundação. Só para começar, seria preciso cavar fundo, muito fundo, para encontrar algo firme o suficiente para sustentar a estrutura.E como se isso já não fosse complicado, o rio é um verdadeiro camaleão. Na estação chuvosa, ele se transforma em um mar de até 48 quilômetros de largura, e o nível da água pode subir impressionantes 15 metros. Imagine tentar construir algo fixo em um lugar que muda de forma todo ano!Além disso, boa parte do Amazonas corta áreas quase desertas de infraestrutura. Sem estradas que precisem de conexão e com comunidades ribeirinhas já muito bem atendidas por balsas e barcos, a demanda por pontes é quase inexistente.<ul><li>Conheça:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122542-5-pontes-incomuns-no-mundo-para-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 pontes incomuns no mundo para você precisa conhecer</a></li></ul><h2>Impactos ambientais e socioeconômicos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16193937177235.jpg" alt="Uma ponte no Amazonas causaria desmatamento, impactos ambientais graves e custos elevados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Uma ponte no Amazonas contribuiria para o desmatamento, causando impactos ambientais graves. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Se os desafios geográficos já não fossem suficientes para desanimar os engenheiros, os impactos ambientais seriam o ponto decisivo. Construir uma ponte significaria abrir estradas para conectá-la ao resto do mundo. O problema é que estradas na Amazônia têm o triste apelido de "portas para o desmatamento".<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116337-desmatamento-na-amazonia-mundo-corre-risco-de-novas-pandemias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Desmatamento na Amazônia: mundo corre risco de novas pandemias</a></li></ul>Afinal, essas vias facilitam a chegada de máquinas pesadas e aceleram a destruição da floresta. Então, uma ponte sobre o Amazonas levaria a uma avalanche de impactos: assentamentos ilegais, fragmentação do ecossistema e um aumento exponencial na exploração da região.E, sejamos francos, o custo de uma ponte desse porte seria astronômico. Sem falar que a manutenção, nas condições extremas da floresta, faria qualquer planilha de orçamento parecer uma piada. Projetos como a rodovia BR-319 já mostram como é difícil e caro manter infraestruturas em meio à floresta.Construir uma ponte sobre o imponente Amazonas realmente seria um feito extraordinário, mas, na prática, talvez seja melhor deixar o rio como está. Ele é um espetáculo natural que não precisa ser transformado pela engenharia. E, às vezes, a melhor opção é simplesmente admirar a beleza intocada da natureza.

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Por que não existem pontes sobre o rio Amazonas?

Há muitos detalhes terríveis envolvendo a Primeira Guerra Mundial que são pouco conhecidos.

Também chamada de Grande Guerra, a Primeira Guerra Mundial foi um conflito marcante que envolveu as principais potências do mundo. Iniciada em 1914 por causa do assassinato do arquiduque Franz Ferdinand, da Áustria-Hungria, ela durou nada menos que quatro anos.A guerra só foi encerrada em 11 de novembro de 1918, quando os alemães entraram em um acordo de armistício com os Aliados. Sabemos muitas informações sobre esse conflito gigantesco, mas alguns detalhes horríveis até hoje são pouco conhecidos.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/9-dos-piores-generais-da-primeira-guerra-mundial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">9 dos piores generais da Primeira Guerra Mundial</a></li></ul><h2>1. A guerra foi brutal para os soldados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16200204916250.jpg" alt="x"><figcaption>A vida era brutal para os soldados das trincheiras. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os soldados que estiveram na frente de combate realmente passaram por coisas terríveis. Muitos deles precisaram cavar valas na terra para se protegerem dos tiros inimigos, assim como tiveram que ficar por semanas em locais construídos com tábuas de madeira, sacos de areia, gravetos, arame farpado ou simplesmente lama.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça a história da Primeira Guerra Mundial</a></li></ul>Na Primeira Guerra Mundial, as tropas já usavam metralhadoras e faziam ataques de artilharia do ar. À medida que o conflito foi avançando, as forças aliadas entrincheiradas tinham cada vez mais possibilidade de serem vítimas de ataques alemães durante a noite.&nbsp;Nas trincheiras eram que aconteciam as mortes em massas, de ambos os lados da guerra. Por exemplo, só na Batalha do Somme, ocorrida em 1916, as forças britânicas sofreram mais de 57 mil baixas — sendo que mais de 19 mil mortes ocorreram no primeiro dia da batalha.&nbsp;<h2>2. As tropas enfrentavam doenças misteriosas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16200222030251.jpg" alt="x"><figcaption>Soldados passaram por uma doença que os médicos não conseguiam diagnosticar. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Não eram apenas os ataques que vitimavam os soldados. Em 1915, médicos que trabalhavam na Frente Ocidental se viram tendo que cuidar de centenas de soldados que estavam sofrendo com uma doença misteriosa, com sintomas que incluíam dores de cabeça, dores nas costas, tontura e rigidez nas canelas. A doença não identificada chegou até a ganhar um apelido: "febre das trincheiras".<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105534-conheca-algumas-armas-sovieticas-capazes-de-assustar-qualquer-um.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Essas armas soviéticas são capazes de assustar qualquer um</a></li></ul>Embora não fosse fatal, essa doença se tornou um pesadelo para os comandantes, pois os doentes eram afastados de combate por até três meses. Mais adiante, os médicos finalmente determinaram a causa dessa enfermidade: o piolho comum, que soltava excrementos que eram transmitidos para a corrente sanguínea por meio de abrasões na pele.&nbsp;A praga acabou sendo controlada com uma pasta que misturava creosoto, iodofórmio e naftalina, que era aplicada nas costuras dos uniformes, trazendo bons resultados.<h2>3. Nessa guerra foram inventadas muitas armas químicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16200253660252.jpg" alt="X"><figcaption>Muitas armas químicas foram introduzidas durante a Primeira Guerra Mundial. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um aspecto terrível dessa guerra foi a introdução em larga escala de armas químicas. A primeira nação a utilizar esse artefato foi a França, que lançou granadas carregadas com acetato de etila de bromo, também conhecido como gás lacrimogêneo.&nbsp;Os alemães aumentaram a aposta ao desenvolver um método para dispersar nuvens de gás cloro, o que era especialmente perigoso para os inimigos, mas também às próprias tropas da Alemanha, caso o vento mudasse de direção.Mas a arma química mais comum usada durante a Primeira Guerra Mundial foi o chamado "gás mostarda", uma substância que causava lesões na pele, olhos, pulmões e trato gastrointestinal. Mesmo que ele causasse poucas mortes, o gás provocava danos psicológicos fortíssimos.<h2>4. Muitos soldados não receberam tratamento para estresse pós-traumático&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16200333765254.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Muitos soldados após a guerra sofreram com estresse pós-traumático. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Obviamente, uma grande quantidade de soldados desta guerra testemunhou coisas terríveis, manifestando posteriormente sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. Mas, depois da Primeira Guerra Mundial, o distúrbio ainda não era levado tão a sério, e foi apelidado de "choque de granada".Um médico britânico chamado Charles S. Myers foi o primeiro a apontar que as massas de soldados incapazes de viver funcionalmente estavam sofrendo de estresse pós-traumático. Contudo, ele enfrentou uma batalha difícil para convencer as autoridades que aqueles veteranos de guerra não eram apenas preguiçosos ou covardes. Por conta disso, muitos desses soldados simplesmente não receberam qualquer apoio psicológico.

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Entenda por que a 1ª Guerra Mundial foi muito pior do que você pensa

Após atualização programada para cada cinco anos, modelo que prevê mudanças no campo magnético mostrou que o Polo Norte Magnético está se movendo mais rápido do que se esperava. 

Prepare-se para recalibrar sistemas de navegação: o Polo Norte Magnético, que sempre foi um guia para bússolas e GPS, mudou oficialmente de posição mais uma vez. Agora, ele está se afastando do Canadá e rumando em direção à Sibéria, confirmaram especialistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e do Serviço Geológico Britânico (BGS).<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117798-o-que-e-a-inversao-dos-polos-magneticos-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que é a inversão dos polos magnéticos da Terra?</a></li></ul>Enquanto o Polo Norte Geográfico permanece fixo no topo do eixo rotacional da Terra, o Polo Norte Magnético, onde o campo magnético terrestre aponta diretamente para baixo, está em constante movimento. Esse fenômeno acontece devido às mudanças nos metais líquidos – como ferro e níquel – dentro do núcleo do nosso planeta. E essas mudanças têm impactos diretos na navegação, seja no ar, no mar ou em terra firme.<h2>Uma corrida magnética sem precedentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/23/23105048268076.jpg" alt="Novo modelo do Polo Norte Magnético foi apresentado nos últimos dias. (Fonte: NOAA/Divulgação)"><figcaption>Novo modelo do Polo Norte Magnético foi apresentado nos últimos dias. (Fonte: NOAA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Historicamente, o Polo Norte Magnético tem vagado lentamente pelo Canadá desde os anos 1500. Mas, nos últimos 20 anos, algo inesperado aconteceu: ele acelerou em direção à Sibéria, alcançando uma velocidade impressionante de 50 km por ano. “O comportamento atual do polo magnético é algo que nunca observamos antes”, afirmou William Brown, especialista em modelagem geomagnética do BGS.<ul><li>Relacionado:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128436-o-campo-magnetico-da-terra-esta-mesmo-invertendo-seus-polos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O campo magnético da Terra está mesmo invertendo seus polos?</a></li></ul>No entanto, essa "corrida magnética" perdeu um pouco de força nos últimos cinco anos, reduzindo sua velocidade para 35 km anuais. Apesar da desaceleração, o fenômeno ainda intriga os cientistas. Estudos sugerem que dois "lobos magnéticos gigantes", um sob o Canadá e outro sob a Sibéria, estão impulsionando essa movimentação. Em casos extremos, mudanças rápidas no polo até exigem atualizações emergenciais nos mapas magnéticos, algo que já aconteceu no passado.Agora, com a nova edição do World Magnetic Model (WMM), publicada a cada cinco anos, temos um mapa mais preciso do Polo Norte Magnético, incluindo uma resolução inédita, com detalhes 10 vezes mais avançados. Para se ter uma ideia, voar 8.500 km da África do Sul ao Reino Unido usando o modelo anterior resultaria em um desvio de 150 km – um erro que a nova versão corrige.<h2>Impactos tecnológicos e históricos</h2><blockquote class="twitter-tweet">Santa's Sat Nav gets major upgrade just in time for Christmas! BGS, alongside partners including <a href="https://twitter.com/NOAA?ref_src=twsrc%5Etfw">@NOAA</a>, have today released an updated model tracking magnetic north - crucial to the accuracy of GPS systems that are relied upon across the world.<a href="https://t.co/tyduiGRvGJ">https://t.co/tyduiGRvGJ</a> <a href="https://t.co/Wdd7dQjazn">pic.twitter.com/Wdd7dQjazn</a>— British Geological Survey (@BritGeoSurvey) <a href="https://twitter.com/BritGeoSurvey/status/1869010893289533916?ref_src=twsrc%5Etfw">December 17, 2024</a></blockquote>Embora a atualização do WMM tenha impactos diretos na navegação marítima, aérea e logística global, os usuários comuns não precisam se preocupar. Smartphones e GPS já ajustam automaticamente as mudanças no campo magnético, graças à tecnologia moderna.Descoberto pela primeira vez por Sir James Clark Ross em 1831, o Polo Norte Magnético já foi rastreado com medições terrestres e, mais recentemente, por satélites. Hoje, graças à precisão científica, sabemos mais sobre sua trajetória – e os desafios que ela representa.<ul><li>Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114417-cientistas-explicam-a-danca-do-polo-norte-magnetico-terrestre.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cientistas explicam a ‘dança’ do polo norte magnético terrestre</a></li></ul>Para os cientistas, as mudanças no polo magnético são mais do que uma curiosidade geológica. Elas são um lembrete de como nosso planeta está em constante evolução, oferecendo desafios e aprendizados sobre as forças invisíveis que moldam nosso mundo.

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Polo Norte magnético mudou oficialmente de posição

Apesar da tradição apontar Belém, o nascimento de Jesus ainda intriga estudiosos.

A cidade de Belém atrai todos os anos peregrinos e curiosos em busca do local onde teria nascido Jesus Cristo. No entanto, apesar do consenso popular e da tradição cristã que apontam Belém como o berço do Messias, o debate sobre essa questão continua intrigando estudiosos e religiosos há séculos.&nbsp;Entre as narrativas dos Evangelhos, interpretações teológicas e evidências históricas, a localização exata do nascimento de Jesus permanece cercada de dúvidas e histórias fascinantes.<h2 style="text-align:justify;">O que dizem os evangelhos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/08/08192745148015.jpg" alt="Até a aparência de Jesus é alvo de debate, já que ele certamente não tinha a aparência europeia que se difundiu pelo mundo. (Fonte: Cícero Moraes/ Divulgação)"><figcaption>Até a aparência de Jesus é alvo de debate, já que ele certamente não tinha a aparência europeia que se difundiu pelo mundo. (Fonte: Cícero Moraes/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>De acordo com os Evangelhos de Mateus e Lucas, Jesus nasceu em Belém, uma pequena cidade na região da atual Cisjordânia, considerada também a cidade natal do Rei Davi. A conexão entre Jesus e Davi era essencial para afirmar a identidade messiânica de Cristo, já que as escrituras judaicas profetizavam que o Messias viria da linhagem davídica e de Belém.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: &nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/7-fatos-importantes-sobre-jesus-que-pouca-gente-se-lembra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">7 fatos importantes sobre Jesus que pouca gente se lembra</a></li></ul>Mateus descreve magos visitando Jesus em uma casa em Belém, guiados por uma estrela, enquanto Lucas narra um censo que levou Maria e José à cidade, onde Jesus nasceu e foi colocado em uma manjedoura por falta de espaço em outros lugares, já que não havia hospedarias como se tem hoje.&nbsp;Porém, os outros dois Evangelhos, Marcos e João, lançam incertezas sobre essa narrativa. Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, apresenta Jesus como “de Nazaré”, sem qualquer menção a Belém. Já João, enquanto reconhece a profecia de que o Messias viria de Belém, não liga diretamente Jesus à cidade, focando sua origem na região da Galileia.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/como-foi-a-infancia-de-jesus" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como foi a infância de Jesus?</a></li></ul>Essa discrepância sugere que as histórias sobre o nascimento de Jesus em Belém podem ter sido moldadas por motivações teológicas, reforçando sua conexão com a profecia messiânica e a linhagem de Davi.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/09/09090143212016.jpg" alt="Muitos fatos sobre Jesus continuam desconhecidos. (Fonte: GettyIMages/ Reprodução)"><figcaption>Muitos fatos sobre Jesus continuam desconhecidos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Historiadores e teólogos também questionam a veracidade literal das narrativas bíblicas sobre o nascimento de Jesus. A genealogia de Cristo e sua conexão com Belém podem ter sido construídas como uma maneira de consolidar sua figura como o messias profetizado. Essa prática não era incomum na Antiguidade, quando figuras proeminentes frequentemente eram associadas a origens mitológicas ou locais de prestígio.<h3 style="text-align:justify;">E o "Jesus de Nazaré"?</h3>Outra corrente de pensamento considera Nazaré como o verdadeiro local de nascimento de Jesus, uma hipótese baseada nas repetidas menções nos Evangelhos à sua identidade como “Jesus de Nazaré”. Essa ideia é reforçada pela ausência de qualquer referência a Belém em alguns textos religiosos, como o Alcorão, que apenas menciona que Maria deu à luz em um “lugar distante”.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/quando-jesus-realmente-nasceu-nao-foi-em-25-de-dezembro-dizem-estudos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando Jesus realmente nasceu? Não foi em 25 de dezembro, dizem estudos</a></li></ul>Se levarmos em consideração outras interpretações, como a do Livro de Mórmon, chegamos até Jerusalém, pois as escrituras mórmon afirmam que é nesta cidade que Maria daria luz ao Messias. O certo é que qualquer uma dessas cidades, que são próximas, pode ter sido o lugar onde Jesus nasceu.<h2>Dúvida quanto ao local exato</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/08/08192044898010.jpg" alt="Terá Jesus nascido numa caverna? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Terá Jesus nascido numa caverna? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além disso, a tradição popular que coloca Jesus em um estábulo cercado por animais também é questionada. A palavra grega usada no Evangelho de Lucas, “kataluma”, frequentemente traduzida como “estalagem”, pode também significar “quarto de hóspedes”. Isso levou alguns estudiosos a proporem que Jesus poderia ter nascido em um cômodo inferior de uma casa comum, onde animais eram frequentemente abrigados.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Você sabia?:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127568-jesus-foi-uma-alucinacao-causada-por-cogumelos-afirma-teoria-criada-por-arqueologo-em-1960.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus foi uma alucinação causada por cogumelos, afirma teoria criada por arqueólogo em 1960</a></li></ul>Outros ainda defendem que ele nasceu em uma caverna, uma prática comum para abrigar rebanhos naquela época. De fato, a Igreja da Natividade em Belém, construída no século IV, foi erguida sobre uma caverna que muitos acreditam ser o local de nascimento de Jesus.O fato é que hoje, enquanto muitos líderes religiosos aceitam Belém como o local mais provável do nascimento de Jesus, há um consenso de que essa questão pode nunca ser completamente resolvida.&nbsp;O debate sobre a localização exata e as circunstâncias do nascimento de Jesus vai além da curiosidade histórica. Ele nos leva a refletir sobre como as narrativas religiosas moldam identidades e crenças, contribuindo para a riqueza e a complexidade das tradições, em especial a cristã.

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O enigma do nascimento de Jesus: mistérios além de Belém

Pesquisas magnéticas revelam o verdadeiro esplendor de Dur-Sharrukin, cidade abandonada há 2.700 anos.

Durante séculos, a antiga capital assíria Dur-Sharrukin — ou “Fortaleza de Sargão” — foi considerada um projeto inacabado, abandonado após a morte de seu criador, o rei Sargão II. Mas uma recente pesquisa magnética mudou essa narrativa, revelando que a cidade no atual norte do Iraque era muito mais desenvolvida do que se pensava.&nbsp;Liderada pelo geofísico Jörg Fassbinder, uma equipe internacional de pesquisadores descobriu, sem necessidade de escavações, uma infraestrutura impressionante sob o solo de Khorsabad, onde Dur-Sharrukin foi erguida.<h2 style="text-align:justify;">Um "raio-x" do terreno</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/23/23120416854123.jpg" alt="Ilustração do que seria o (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Ilustração do que seria a Fortaleza de Sargão. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Construída em 713 a.C. para ser um símbolo do poder assírio, Dur-Sharrukin deveria ser a nova capital do império. No entanto, a morte inesperada de Sargão em 705 a.C. levou seu sucessor, Senaqueribe, a transferir a capital para Nínive, deixando Dur-Sharrukin à mercê do tempo.&nbsp;Desde o século 19, arqueólogos exploraram o local, mas acreditavam que apenas o palácio real havia sido concluído. Esse cenário permaneceu até 2022, quando a equipe de Fassbinder utilizou um magnetômetro para revelar segredos enterrados por mais de dois milênios.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/cidade-portuguesa-perdida-do-seculo-18-e-encontrada-na-amazonia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cidade portuguesa perdida do século 18 é encontrada na Amazônia</a></li></ul>Trabalhando em condições adversas e carregando manualmente o equipamento para evitar atenção indesejada, os pesquisadores mapearam cerca de 7% do local em apenas sete dias. O magnetômetro, uma espécie de “raio-X” do subsolo, detectou variações magnéticas que indicavam a presença de estruturas ocultas.&nbsp;As imagens geradas revelaram contornos de uma cidade surpreendentemente complexa, incluindo cinco edifícios monumentais, um portão de água e possíveis jardins reais. Entre as descobertas mais impressionantes está uma vila de 127 cômodos — o dobro do tamanho da Casa Branca — que contradiz a ideia de que a cidade não havia sido habitada.<h2 style="text-align:justify;">Novo cenário</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/23/23122845614133.jpg" alt="Lamassu, divindade protetora de Khorsabad. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>Lamassu, divindade protetora de Khorsabad. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os resultados dessa pesquisa questionam a ideia de que Dur-Sharrukin era um canteiro de obras abandonado e oferecem pistas sobre a vida cotidiana e a organização urbana além do complexo palaciano. Especialistas destacam a importância do estudo para entender o Império Neoassírio, já que, até então, o conhecimento sobre essas capitais vinha quase exclusivamente de estruturas associadas ao rei, deixando lacunas sobre os outros habitantes.<ul><li style="text-align:justify;">Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/descoberta-de-tumba-no-egito-revela-riquezas-e-segredos-milenares-de-geracoes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Descoberta de tumba no Egito revela riquezas e segredos milenares de gerações</a></li></ul>A metodologia não invasiva também representa um marco para a arqueologia moderna. Escavações são caras e destrutivas, tornando o sensoriamento remoto uma alternativa eficaz para explorar e preservar patrimônios históricos em regiões politicamente instáveis. Em Khorsabad, por exemplo, os danos causados pela ocupação do Estado Islâmico em 2015 dificultaram o acesso ao local até 2017, quando foi possível retomar os estudos.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127147-tijolo-de-2-9-mil-anos-releva-dna-de-plantas-antigas-no-iraque.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tijolo de 2,9 mil anos releva DNA de plantas antigas no Iraque</a></li></ul>O que acontece agora é uma pergunta em aberto. Embora os dados magnéticos tenham fornecido um vislumbre fascinante, Fassbinder e sua equipe confirmaram a existência de uma estrutura “muito substancial” ao escavar uma pequena vala de teste, mas não há planos para explorações mais extensas.&nbsp;Ainda assim, as descobertas indicam que Dur-Sharrukin foi uma cidade vibrante, mesmo que brevemente, e reafirmam a riqueza e complexidade do legado assírio.Seja pelos jardins do palácio, pelo portão de água ou pela monumental vila de 127 cômodos, Dur-Sharrukin não é mais apenas um sonho interrompido de Sargão II. Graças à tecnologia moderna e à perseverança de cientistas, a antiga fortaleza emerge como um testemunho da grandiosidade de um dos maiores impérios da antiguidade.

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A Fortaleza de Sargão: a redescoberta de uma capital esquecida

Um pequeno amuleto de prata encontrado em Frankfurt revelou 18 linhas de texto cristão, reescrevendo parte da história da religião na Europa.

Enterrado por quase dois milênios, um pequeno amuleto de prata encontrado perto de Frankfurt, na Alemanha, revelou algo extraordinário. Dentro dele, estava escondido um pergaminho com 18 linhas de texto cristão em latim, datando do século 3. Essa descoberta é a evidência mais antiga do cristianismo ao norte dos Alpes.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123706-como-sao-paulo-ajudou-a-popularizar-o-cristianismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como São Paulo ajudou a popularizar o Cristianismo?</a></li></ul>A novidade, revelada com tecnologia avançada de imagem em 2024, lança uma nova luz sobre a expansão do cristianismo em uma época em que a religião ainda era clandestina no Império Romano.<h2 style="text-align:justify;">Um amuleto que fez história</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/19/19172554084088.jpg" alt="O túmulo onde o amuleto foi encontrado continha os restos mortais de um homem que morreu há cerca de 1.800 anos. (Fonte: Stadt Frankfurt/Reprodução)"><figcaption>O túmulo onde o amuleto foi encontrado continha os restos mortais de um homem que morreu há cerca de 1.800 anos. (Fonte: Stadt Frankfurt/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 2018, arqueólogos desenterraram um cemitério romano na antiga cidade de Nida, próxima a Frankfurt. Entre as sepulturas, estava a de um homem enterrado entre 230 e 270 d.C., com objetos funerários e um pequeno amuleto de prata colocado sob seu queixo. O item chamou atenção pela presença de um delicado pergaminho em seu interior.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122487-6-conexoes-entre-jesus-cristianismo-e-o-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 conexões entre Jesus, cristianismo e o Egito Antigo</a></li></ul>Devido à fragilidade do pergaminho, levou-se seis anos até que pesquisadores conseguissem decifrá-lo. Usando tomografia computadorizada de alta resolução, eles criaram um modelo 3D do objeto, revelando um texto que mencionava Jesus Cristo, proteção divina e expressões de fé cristã.O conteúdo do pergaminho foi considerado um marco, já que textos religiosos desse período costumavam misturar influências de diversas crenças, mas este é exclusivamente cristão.<h2 style="text-align:justify;">O impacto da descoberta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/19/19172744657089.jpg" alt=" A inscrição cristã de 18 linhas em latim encontrada dentro do amuleto. (Fonte: Leibniz Institute for Archaeology/Reprodução)"><figcaption>A inscrição cristã de 18 linhas em latim encontrada dentro do amuleto. (Fonte: Leibniz Institute for Archaeology/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A inscrição do amuleto, conhecida como "Inscrição de Frankfurt," é uma das descobertas mais importantes sobre o cristianismo primitivo na Europa. “Ela retrocede a história do cristianismo ao norte dos Alpes em 50 ou 100 anos,” disse o prefeito de Frankfurt, Mike Josef.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123808-4-reliquias-do-corpo-de-jesus-cristo-adoradas-pelos-cristaos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">4 relíquias do corpo de Jesus Cristo adoradas pelos cristãos</a>&nbsp;</li></ul>Além disso, a existência do amuleto mostra que o homem enterrado tinha uma conexão profunda com sua fé, mesmo em uma época de perseguição. Segundo o pesquisador Marcus Gwechenberger, o uso do amuleto era arriscado, mas demonstrava a importância da religião para o indivíduo.Essa descoberta única ressignifica nosso entendimento sobre como o cristianismo se espalhou pelo continente, unindo fé, arqueologia e história em um pequeno amuleto que atravessou séculos para nos contar sua história.

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