Segundo estimativas, cerca de 243 pessoas são feridas por raios nos Estados Unidos e 27 delas acabam falecendo.

Ao contrário do que você veria em filmes de Hollywood, ser atingido por um raio não te fará adquirir superpoderes de uma hora para outra ou qualquer outra coisa do gênero. Então, o que acontece com os nossos corpos se formos atingidos por essas gigantescas descargas elétricas?De acordo com estudos feitos nos Estados Unidos, aproximadamente 243 pessoas são atingidas por um raio a cada ano no país. Dentre esse número, 27 delas acabam falecendo. Sendo assim, é de se imaginar que o resultado final não seja nem um pouco positivo.&nbsp;<h2>Impacto de um raio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25183816575017.jpg" alt="Pesca foi considerada a atividade com maior probabilidade de alguém ser atingido por um raio. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pesca foi considerada a atividade com maior probabilidade de alguém ser atingido por um raio. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>De acordo com pesquisadores, estima-se que os raios atinjam a Terra aproximadamente 44 vezes por segundo, com quase 1,4 bilhão de raios acontecendo todos os anos. Embora seja um fenômeno relativamente raio, os números também mostram que essas descargas elétricas ferem cerca de 240 mil pessoas e matam 24 mil indivíduos a cada ano no mundo inteiro.Carregando 10 milhões de volts de energia em sua existência, um raio pode causar sérios danos aos sistemas do corpo. Inclusive, as áreas mais comumente afetadas são os <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/56638-9-fatos-mega-curiosos-sobre-o-nosso-sistema-circulatorio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistemas circulatório</a>, respiratório e nervoso. A maioria das mortes relatadas, inclusive, ocorrem por uma parada cardíaca, uma vez que a corrente do raio pode interromper o ritmo natural do coração.Sendo assim, administrar outro choque elétrico com desfibrilador após alguém ter sido eletrocutado por um raio pode aumentar suas chances de sobrevivência — cômico se não fosse trágico. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/tempo-seco-ou-chuvoso-qual-cenario-torna-os-raios-mais-perigosos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raios</a> também podem causar paralisia do sistema respiratório como resultado da forte corrente elétrica, sendo necessário respiração artificial para tentar salvar as vítimas.<h2>Probabilidades de risco</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/25/25183900681020.jpg" alt="Maioria das mortes por raio acontecem devido à uma parada cardíaca. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Maioria das mortes por raio acontecem devido a uma parada cardíaca. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Segundo um relatório de 2020, os homens representam uma porcentagem maior de vítimas de raios do que as mulheres. De acordo com os pesquisadores, é possível que essa "preferência" dos raios pelo sexo masculino esteja no fato deles estarem constantemente em situações que dificultam chegar a um lugar seguro a tempo, não reagem rapidamente à ameaça de raios ou até mesmo uma combinação dos dois fatores.Entre 2006 e 2019, os EUA registraram 418 casos de morte envolvendo raios. Ao todo, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116726-micropesca-a-arte-da-busca-por-peixes-pequenos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesca</a> foi a atividade que mais colocou pessoas em risco, totalizando 40 mortes. Segundo estimativas, existe uma chance de 1 em 1,2 milhão para a maioria das pessoas de ser atingido por um raio em qualquer lugar nos Estados Unidos.A única exceção conhecida para esses números é o ex-guarda-florestal Roy C. Sullivan, que foi atingido por um raio sete vezes entre 1942 e 1977. Para a surpresa de muitos, ele conseguiu sobreviver a todos os casos. Sua morte aconteceu apenas em setembro de 1983 por suicídio, supostamente após ter sido rejeitado no amor.&nbsp;

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O que acontece com o nosso corpo se formos atingidos por um raio?

Considerada a região mais importante para a economia venezuelana, o lago Maracaibo é, há oito anos, a capital mundial dos raios na Terra.

Com seus 13 mil quilômetros quadrados, o lago Maracaibo, no noroeste da Venezuela, é uma das maiores e mais antigas massas de água da América do Sul. Uma das principais regiões petrolíferas do planeta, o lago, que é tecnicamente uma baía, tornou-se em 2016 “a capital mundial dos raios da Terra”.O título não é por acaso: dados do Sensor de Imagens de Raios, instalado no satélite da Missão de Medição de Precipitação Tropical, da NASA e da agência japonesa JAXA, confirmaram que o Maracaibo recebe em média 233 relâmpagos por quilômetro quadrado por ano. O evento é conhecido como "relâmpago do Catatumbo" porque ocorre no encontro da foz desse rio com o lago.&nbsp;O fenômeno atmosférico, que ocorre apenas <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/128787-la-mancha-negra-o-misterio-que-assombra-a-venezuela-desde-1986.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sobre essa área relativamente pequena do país andino</a>, se caracteriza por uma sucessão de tempestades elétricas quase contínuas, que ocorrem diariamente, até 260 noites por ano. Ele ocorre exatamente sobre o pântano formado no local onde o rio Catatumbo deságua, durante 10 horas por dia, a uma frequência de 280 raios por hora.&nbsp;<h2>O que provoca o relâmpago do Catatumbo?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/27/27225249856000.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A diferença de potencial elétrico entre as partículas da nuvem provoca os raios. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O relâmpago do Catatumbo começa como qualquer raio, dentro das nuvens, quando pequenas partículas e gotículas de água são elevadas pelas correntes ascendentes, enquanto as partículas maiores de gelo caem devido à gravidade.&nbsp;Durante a colisão dessas partículas, ocorre a transferência de cargas elétricas: as menores e ascendentes adquirem cargas positivas, enquanto as maiores e descendentes, negativas.&nbsp;Essa separação de cargas dentro da nuvem tempestuosa cria uma diferença de potencial elétrico (voltagem)&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/tempo-seco-ou-chuvoso-qual-cenario-torna-os-raios-mais-perigosos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que pode resultar em descargas elétricas, os raios,</a> quando essa tensão fica suficientemente grande para quebrar a resistência do ar.&nbsp;<h2>Por que tantos raios se formam sobre o lago Maracaibo?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/27/27195935928016.jpg" alt="X. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Encontro dos ventinhos quentes do mar com o ar frio das montanhas formam tempestades. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A própria topografia do lago pode explicar o motivo pelo qual tantos raios se formam sobre o Maracaibo. A região é cercada de montanhas que cercam todo o lago, exceto ao norte. Esse "funil" natural canaliza os ventos úmidos e quentes do mar do Caribe que, ao entrar em contato com o ar frio que desce das montanhas, formam as perigosas nuvens cumulonimbus.Nesse cenário sombrio, basta que gotículas de ar úmido toquem os cristais de gelo do ar frio para desencadear o show de relâmpagos que, segundo os habitantes da região, são brilhantes o bastante para se ler um jornal à noite.Além de visualmente impactante, o relâmpago do Catatumbo possui também uma importante consequência ecológica e científica. Isso porque <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127084-qual-e-o-estado-atual-da-camada-de-ozonio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os raios geram ozônio na atmosfera terrestre</a> por meio de processos que envolvem a quebra e recombinação de moléculas de oxigênio. Não por acaso essa região é responsável por quase 10% do ozônio atmosférico da Terra.

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Por que o lago Maracaibo na Venezuela é a 'capital mundial dos raios'?

Temidas pelos primeiros navegadores, as águas marítimas de alguns locais do mundo permanecem sendo um desafio para os marinheiros modernos.

Quando os exploradores europeus começaram a empreender suas primeiras viagens marítimas em busca de riqueza e expansão territorial, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/a-piscina-mortal-no-golfo-do-mexico-que-dissolve-tudo-que-cai-nela" rel="noopener noreferrer" target="_blank">havia um terror quase místico em relação aos oceanos</a>.&nbsp;Além do medo de monstros e criaturas fantásticas, havia relatos de navios afundados e marinheiros à deriva, principalmente em águas mais temidas, como o cabo Horn, no extremo sul da América do Sul, onde os oceanos Atlântico e Pacífico se encontram.Mais de cinco séculos se passaram, e mesmo com toda a tecnologia moderna e componentes de segurança e proteção, alguns desses mares, como o próprio cabo Horn, continuam sendo perigosos. Além de condições climáticas extremas, correntes instáveis e processos tectônicos trazem riscos que os modernos marinheiros têm que enfrentar.<h2>O cabo da Boa Esperança</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/19/19171242017273.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O promontório do Cabo da Boa Esperança já era temido pelos portugueses no século XV. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Conhecido nos livros de história como Cabo das Tormentas, nome dado pelo navegador português Bartolomeu Dias, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122549-como-foi-feita-a-1-volta-ao-mundo-em-1522.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que o contornou pela primeira vez em 1488</a>, o atual Cabo da Boa Esperança continua replicando até hoje as mesmas condições difíceis e perigosas que atormentavam as caravelas no século XV: tempestades intensas e mares agitados.&nbsp;O marco da perigosa ´passagem, no extremo sul da África é um promontório, uma elevação de terra que se projeta para o mar, como a marcar o encontro das águas dos oceanos Atlântico e Índico. Nesse local, as águas quentes da corrente das Agulhas, uma das mais poderosas do Índico, se encontram com a corrente fria de Benguela, de Angola, criando condições para tempestades violentas.&nbsp;<h2>A Passagem de Drake</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/19/19171849376285.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Imagens/Reprodução)"><figcaption>Ventos, furacões, tempestades e ondas gigantes são comuns na Passagem de Drake. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Estendendo-se por mais de 1,5 milhão de quilômetros ao sul do Cabo Horn, a chamada Passagem de Drake permanece como uma das rotas marítimas mais perigosas do mundo. Para o cientista-chefe da Ocean Exploration Trust, Daniel Wagner, "quando você avança cada vez mais em latitude em direção aos polos, você obtém ventos mais fortes e, por sua vez, ondas mais altas".&nbsp;Falando à Atlas Obscura, o oceanógrafo explica que a ocorrência simultânea de padrões imprevisíveis leva a muitos naufrágios. Estima-se em 800 esse tipo de ocorrência, nas quais aproximadamente 20 mil marinheiros perderam a vida.&nbsp;<h2>Triângulo das Bermudas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/19/19173850629289.jpg" alt="X. (Fonte: Getty Imagens/Reprodução)"><figcaption>O Triângulo das Bermudas é um dos lugares mais míticos os tempos modernos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora os especialistas afirmem que <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/127233-ilha-de-algas-pode-ter-causado-mito-do-triangulo-das-bermudas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os mitos e especulações em torno do Triângulo das Bermudas sejam exagerados</a> ou mesmo descabidos, a verdade é que a região apresenta alguns desafios importantes para a navegação e a aviação.&nbsp;Nessa área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados no oceano Atlântico, entre Bermudas, Porto Rico e o extremo sul da Flórida,&nbsp;já desapareceram pelo menos 50 navios.&nbsp;Mas a maioria dos incidentes pode ser explicada por causas naturais e fatores humanos, como furacões, fortes tempestades, além das chamadas anomalias magnéticas, que interferem na navegação.

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Quais são os mares mais perigosos do mundo?

Segundo dados coletados por pesquisadores, o fenômeno natural El Niño pode se tornar devastador nas próximas décadas.

O El Niño é o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/mudancas-climaticas-podem-provocar-terremotos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fenômeno climático</a> que se refere ao aquecimento anormal das águas do Pacífico, podendo ser devastador na sua pior versão. Ele altera temporariamente a distribuição de umidade e calor no planeta — principalmente na zona tropical. Também é responsável diretamente por fatores como ondas de calor no Canadá, secas na África e até mesmo tempestades intensas nas costas ocidentais das Américas.De acordo com um novo modelo climático, no entanto, a situação pode ser ainda pior: a tendência é que esses piores cenários se tornem ainda mais prováveis em um futuro próximo e não haverá como reverter esse processo se ele acontecer.<h2>Tendências para o El Niño</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/17/17212519812042.jpg" alt="O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico. (Fonte: Getty images)"><figcaption>O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Até o momento, os eventos mais extremos associados ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128897-apos-super-el-nino-nova-ocorrencia-da-la-nina-e-esperada-a-partir-de-junho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">El Niño</a> são casos de precipitação intensa e secas extremas — ainda sendo raros até agora. Porém, segundo os pesquisadores, caso o planeta siga aquecendo além de um certo ponto, todo esse cenário pode mudar drasticamente.Ao modelar o sistema climático da Terra sob condições aquecidas e resfriadas, os autores descobriram que o El Niño-Oscilação Sul (ENSO) — o termo técnico para o fenômeno e que também inclui a fase mais fria "La Niña" — pode ser conhecido como um "elemento de inflexão" para o clima do planeta.E o que isso quer dizer? Um elemento de inflexão é basicamente um reflexo severo do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/rendimento-dos-mais-pobres-caira-20-ate-2050-devido-as-mudancas-do-clima" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a> que pode agravar ainda mais as altas temperaturas. “Durante eventos extremos de El Niño, uma enorme quantidade de calor é liberada para a atmosfera que, de outra forma, é armazenada no oceano subterrâneo”, escreveram os autores. E embora El Niños anteriores só tenham gerado uma liberação de calor a curto prazo, o futuro pode ver um cenário muito mais crítico.&nbsp;<h2>Previsão assustadora</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/17/17212602797044.jpg" alt="Modelo climático indica que 90% dos El Niños no futuro poderão ser considerados extremos. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Modelo climático indica que 90% dos El Niños no futuro poderão ser considerados extremos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>No pior dos cenários, os investigadores afirmam que os El Niños futuros poderão iniciar uma cascata de inflexão, o que consequentemente aumentaria ainda mais o aquecimento global. Mais preocupante que isso é que, caso isso realmente aconteça, esse não é um fenômeno reversível.De acordo com vários modelos climáticos, uma mudança no ENSO levaria mais de um século — potencialmente até 200 anos — para retornar ao normal. Sendo assim, caso esse fenômeno climático sofra um pouquinho de mudança, ele gerará uma mudança extremamente drástica ao planeta.Se esse limite for atingido, os pesquisadores sugerem que mais de 90% dos El Niños serão o que agora consideramos extremos, gerando graves impactos socioeconômicos na região do Pacífico e além.

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El Niño: modelo climático indica que fenômeno será extremo no futuro

Tempestade de poeira foi identificada soprando na costa do Saara Ocidental em julho de 2022.

As autoridades dos Estados Unidos estão se preparando para enfrentar uma tempestade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128172-8-formas-de-evitar-o-acumulo-de-poeira-em-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poeira</a> na próxima semana. Segundo pesquisadores, uma grande massa de ar seco e empoeirado deve atingir a costa do país após viajar pelo Atlântico a partir do deserto do Saara, em uma impressionante viagem de 8 mil km.Mas como isso é possível? Tudo se resume às mudanças sazonais no vento, o que faz com que essas viagens a longa distância não seja exatamente um evento incomum. Na realidade, a poeira do Saara faz essa mesma viagem todo verão.<h2>Poeira pelos ares</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/12/12220857571011.jpg" alt="Todos os anos, quantidades grandes de areia e poeira viajam do Saara até os Estados Unidos. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Todos os anos, quantidades grandes de areia e poeira viajam do Saara até os Estados Unidos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Um aumento nos ventos do Saara, sobretudo com pico no final de junho e meados de agosto, faz com que a poeira seja injetada na troposfera — a camada mais baixa da atmosfera do planeta. Lá, ela forma a Camada de Ar Saariana, uma pluma de ar extremamente seco e empoeirado de 3 a 4 km de espessura, que se forma a partir de 1,6 km acima da superfície.Essa camada de ar do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116313-saara-o-maior-deserto-do-mundo-pode-ficar-cheio-de-vida-novamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saara</a> tem cerca de 50% menos umidade do que normalmente se espera na atmosfera de regiões tropicais. Por conta disso, a cada três a cinco dias, os ventos predominantes permanentes de leste a oeste do Equador sopram a camada através do Oceano Atlântico em direção aos EUA. Ao chegar no país, toda essa poeira pode causar diversos impactos.Uma das principais formas pelas quais a camada de ar do Saara pode deixar sua marca é no clima. De acordo com pesquisadores, esse ar seco pode suprimir as nuvens da tarde a ajudar a esfriar a temperatura. Ele também pode ajudar a enfraquecer tempestades tropicais, promovendo correntes descendentes. Isso também pode provocar alguns dos dias mais quentes do ano, quando essas explosões de poeira ocorrem em lugares como os estados do Texas e do Alabama.<h2>Problemas de saúde</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/12/12220929195013.jpg" alt="Excesso de poeira no ar pode agravar casos de problemas respiratórios, alertam autoridades. (Fonte: Getty images)"><figcaption>Excesso de poeira no ar pode agravar casos de problemas respiratórios, alertam autoridades. (Fonte: Getty images)</figcaption></figure></figure>De acordo com as autoridades americanas, as tempestades de areia e poeira podem gerar alguns problemas de saúde. Quando elas atingem altitudes baixas o suficiente, a presença da poeira diminui a qualidade do ar e pode piorar as condições pulmonares e problemas respiratórios, como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/103177-por-que-as-mulheres-sao-mais-propensas-a-asma-do-que-os-homens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">asma</a>. E para piorar a situação, esses eventos têm se tornado mais frequentes.De acordo com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), cerca de 2 bilhões de toneladas de areia e poeira acabam na atmosfera a cada ano. Acredita-se que cerca de 25% dessa matéria seja proveniente da atividade humana.Por isso, foi criado um dia de conscientização anual em 12 de julho. Essa é uma data que marca o lançamento de um guia de políticas que visa ajudar os governos a se adaptarem aos problemas das tempestades de areia para o futuro. Assim, a expectativa é que tais medidas possam aumentar a segurança alimentar e desenvolver resiliência às mudanças climáticas.&nbsp;

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Como poeira e areia conseguem viajar por 8 mil km?

Fenômeno cria uma espécie de panela de pressão que concentra o calor numa determinada região, impedindo a chegada de frente frias e dispersando a umidade no local. 

Se você estava achando que o calor do último verão foi insuportável, prepare-se para conhecer o fenômeno por trás dessa sensação de estar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124780-as-6-ondas-de-calor-mais-mortais-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vivendo dentro de um forno</a>. O Brasil enfrentou uma onda de calor extrema no final do verão de 2024, com temperaturas até 10&nbsp;°C acima da média em algumas regiões. Esse evento foi causado por um domo de calor (ou cúpula de calor), que prendeu o ar quente e levou os termômetros a marcar recordes históricos.<h2 style="text-align:justify;">O que é um domo de calor?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/03/03110626276097.jpg" alt="Domo cria uma "><figcaption>Domo cria uma "tampa de panela". (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma forma simples de entender é pensar numa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123574-afinal-panelas-de-teflon-fazem-mal-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">panela no fogão</a>: quando você coloca a tampa, o calor não tem para onde escapar e fica concentrado ali dentro, certo? Um domo de calor funciona de maneira semelhante.&nbsp;Trata-se de uma área de alta pressão que se estaciona sobre uma região, impedindo que o ar quente se dissipe e bloqueando a entrada de ar frio. Essa alta pressão força o ar quente a descer, e ao descer, ele se aquece ainda mais devido à compressão. O resultado é um calor extremo que pode durar dias ou até semanas.Esse fenômeno não é uma exclusividade do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 57 milhões de pessoas enfrentaram alertas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127223-quao-perigoso-e-o-calor-extremo-para-os-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">calor extremo</a> em junho de 2024, com temperaturas que ultrapassaram os 37,8&nbsp;°C em algumas áreas.&nbsp;Nos últimos anos, os domos de calor têm se tornado mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. O aquecimento global está fazendo com que esses eventos sejam mais duradouros e que as temperaturas registradas durante eles sejam ainda mais altas.<h2 style="text-align:justify;">Brasil mais quente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/03/03111426112102.jpg" alt="Os verões serão cada vez mais intensos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os verões serão cada vez mais intensos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Voltando ao Brasil, a bolha de calor que afetou o país se originou no norte da Argentina e no Paraguai, e se espalhou para diversos estados <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128775-amelia-a-imperatriz-que-transformou-o-habito-de-tomar-cafe-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">brasileiros</a>. A combinação de alta pressão, pouca umidade no solo e céu claro fez com que o solo aquecesse ainda mais, agravando a situação.&nbsp;Esse aquecimento excessivo do solo e do ar contribui para um ciclo de feedback positivo: com menos umidade, há menos evaporação, e com menos evaporação, o ar e o solo continuam a esquentar cada vez mais.Além do desconforto e dos riscos à saúde, como desidratação e insolação, as ondas de calor causadas por domos de calor também têm <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119639-rui-barbosa-tentou-apagar-a-escravidao-da-historia-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">impactos econômicos</a> e ambientais.&nbsp;A agricultura sofre com a falta de chuva e o solo seco, prejudicando as colheitas e elevando os preços dos alimentos. A demanda por energia elétrica aumenta, pois as pessoas recorrem mais ao ar-condicionado, o que pode sobrecarregar o sistema de energia e levar a apagões.<h2 style="text-align:justify;">O perigo continuará</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/03/03111754428104.jpg" alt="A mudança climática provocada pelo homem torna os eventos climáticos mais frequentes. (Fonte: GettyImage/ Reprodução)"><figcaption>A mudança climática provocada pelo homem torna os eventos climáticos mais frequentes. (Fonte: Getty Image / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Estudos indicam que, com o aquecimento global, eventos climáticos extremos como os domos de calor serão cada vez mais comuns. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128550-se-2023-quebrou-recordes-como-serao-as-temperaturas-em-2024.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As temperaturas globais</a> já estão quase 1,5&nbsp;°C acima dos níveis pré-industriais, o que significa que o planeta está mais quente do que nunca. E isso afeta diretamente a intensidade e a frequência dos domos de calor.&nbsp;Por exemplo, o domo de calor que afetou o Canadá e o noroeste dos EUA em 2021, com temperaturas próximas de 50&nbsp;°C, teria sido "virtualmente impossível" sem as mudanças climáticas causadas pelo homem.Para o Brasil, isso significa que devemos nos preparar para verões cada vez mais quentes e ondas de calor mais intensas e prolongadas. Adaptações serão necessárias, tanto em termos de infraestrutura quanto de políticas públicas, para minimizar os <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127223-quao-perigoso-e-o-calor-extremo-para-os-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">impactos negativos</a> desse fenômeno. Afinal, viver dentro de um "forno" não é nada agradável, e todos precisamos encontrar maneiras de nos refrescar e proteger nesse novo normal climático.

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O que é um "domo de calor" e como ele afeta o Brasil e o mundo

Raios fascinam a humanidade e são tema de pesquisas há mais de dois séculos, revelando cada vez mais peculiaridades a seu respeito.

Raios são fenômenos ocasionados por descargas elétricas relacionadas a tempestades, eventos climatológicos, explosões nucleares, entre outras razões. Eles fascinam na mesma medida que assustam quando suas luzes cortam os céus escurecidos. As pesquisas a respeito deles são quase tão antigas quanto os estudos sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124831-em-1920-pessoas-tinham-que-ser-convencidas-que-eletricidade-era-util.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eletricidade</a>, e mesmo após dois séculos seguem sendo um mistério.Com o avanço das pesquisas, é possível compreendê-los melhor, especialmente os efeitos posteriores que eles podem ter nas pessoas, no solo e na atmosfera. Porque mais do que a teatralidade de suas luzes e o receio de suas descargas elétricas, os raios provocam outros dilemas.<h2>1. Crises de enxaqueca</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04143830811161.jpeg" alt="(Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Estudo relacionou a presença de raios com aumento de crises de enxaqueca. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em um estudo conduzido pela Universidade de Cincinnati em 2013, pesquisadores encontraram uma suspeita de que os raios poderiam provocar dores de cabeça e enxaquecas. No levantamento dos estudiosos, descobriu-se que um raio que cai até 40 quilômetros de distância de um indivíduo com dores de cabeça crônica, o risco de uma dor de cabeça aumenta em 31%, enquanto o de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120947-enxaqueca-como-ela-pode-afetar-seu-cerebro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enxaqueca</a> sobe 28%.Mesmo pessoas sem histórico de cefaleia apresentaram aumento de 23% nas dores de cabeça. De acordo com os levantamentos, raios criariam ondas eletromagnéticas que desencadeariam essas condições. O resultado da pesquisa ainda carece de maiores comprovações científicas.<h2>2. Bolas de cristal vulcânicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04144413329168.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Detritos que saem de vulcões podem gerar raios, responsáveis por criar bolas de cristal. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Encontrar vidro próximo a locais de erupção é comum, mas o surgimento de bolas de cristal perfeitas era um fenômeno raro até 2009, quando as primeiras foram descobertas. Segundo geólogos vulcanologistas, ocasionalmente, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126877-erupcao-vulcanica-pode-ter-causado-a-era-da-terra-bola-de-neve-ha-700-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quando detritos saltam de dentro de um vulcão</a>, partículas individuais de cinzas se esbarram gerando atrito suficiente para gerar raios.Especialistas no tema acreditam que essas bolas de cristal sejam resultado do aquecimento do ar a 30 mil graus Celsius, o que ocasiona o derretimento de partículas de vidro para o estado líquido. Conforme essas gotículas começam a cair, elas se transformam em orbes e, ao resfriar, formam as bolas de vidro.<h2>3. Removedor de poluentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04145140747174.jpeg" alt="(Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Raios podem produzir hidroxila, composto reativo que limpa a atmosfera. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante um sobrevoo por tempestades em Colorado, Oklahoma e Texas, cujo objetivo era coletar informações sobre raios, um grupo de pesquisadores percebeu que eles pareciam <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124610-como-seria-a-temperatura-da-terra-sem-uma-atmosfera.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">limpar a atmosfera</a> de poluentes nocivos. A medição era tão improvável que os cientistas acreditaram, naquele momento, que seus instrumentos estivessem com problemas.Os dados mostravam grandes quantidades de hidroxila e hidroperoxila, compostos altamente reativos conhecidos por removerem poluentes ao se ligarem a eles. Ao checar os instrumentos, eles constataram que a medição estava correta. Cada raio liberava esses compostos, mostrando que podem ser assustadores, mas fazem algo pela saúde do planeta.<h2>4. Células ósseas fraturadas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04145300997175.jpeg" alt="(Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Ao atingir uma pessoa, raios explodem as células ósseas, causando fissuras no esqueleto. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Contato com raios costuma gerar ferimentos como <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128167-por-que-vitimas-de-queimadura-devem-comer-mais-proteina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">queimaduras</a> e órgãos danificados, o que pode levar à morte. Porém, nem sempre há indícios claros de que uma pessoa encontrada morta tenha falecido em decorrência de um raio. Contudo, pesquisadores desenvolveram um método para identificar mortes causadas por essas descargas elétricas.Eles descobriram que os raios deixam uma assinatura dentro dos ossos, fissuras que se espalham a partir do centro das células ósseas ou entre aglomerados de células. Isso ocorre porque, ao atingir um indivíduo, a corrente elétrica proveniente do raio envia uma onda de choque de alta pressão através dos ossos, causando a explosão das células.<h2>5. Antimatéria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04145629790178.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>É possível existir antimatéria na Terra, gerada a partir de raios. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 2015, pesquisadores da Universidade de Kyoto desmistificaram a antimatéria, que até então se acreditava existir apenas no espaço – ou nos filmes. Estudando os raios gama, uma forma de radiação eletromagnética, os japoneses estavam cientes de que raios poderiam gerar essa radiação.Para explorar o processo de perto, instalaram detectores ao longo das costas oeste e noroeste do Japão, áreas mais propensas a formação de raios. Após dois anos, descobriram que um raio reagiu com o ar de maneira que produziu pósitrons, a antimatéria dos elétrons.

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Enxaquecas, bolas de cristal e antimatéria: 5 coisas curiosas causadas por raios

Análises feitas nos últimos 12 meses reforçam ideia de que o planeta nunca esteve tão quente.

Um novo estudo publicado pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais, que é parte da NASA, é mais uma prova das mudanças climáticas encaradas pela Terra. Dados obtidos pelos pesquisadores mostram que o planeta bateu nos últimos 12 meses&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127223-quao-perigoso-e-o-calor-extremo-para-os-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o recorde mensal de temperaturas</a>&nbsp;mais altas já registradas.Na prática, isso significa que junho de 2023 foi o mês de junho mais quente da história — e isso se repetiu até maio de 2024&nbsp;no planeta. Isso registra a quebra consecutiva mais longa do recorde de temperatura, sendo que esse período ainda pode ser de maior duração.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128381-o-que-aconteceria-se-os-danos-climaticos-pudessem-ser-revertidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que aconteceria se os danos climáticos pudessem ser revertidos?</a></li></ul>Para se ter uma ideia da aceleração do fenômeno, a temperatura média dos últimos 12 meses foi 1,3 °C maior do que a registrada entre as décadas de 1950 e 1980. A NASA mantém registros desde antes mesmo da sua criação, com comparativos médios de temperatura da superfície do planeta desde o século XIX.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12230026060000.jpg" alt="A temperatura média dos últimos 12 meses em comparação com anos anteriores. (Fonte da imagem: NASA)"><figcaption>A temperatura média dos últimos 12 meses em comparação com anos anteriores. (Fonte da imagem: NASA/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O último recorde com temperaturas consecutivas tão altas foi entre 2015 e 2016, em um período de sete meses. Porém, ainda não é certeza de que 2024 será o ano mais quente da história, título <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128550-se-2023-quebrou-recordes-como-serao-as-temperaturas-em-2024.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que é atualmente mantido por 2023</a>.<h2>Crise climática é realidade</h2>O cálculo médio da temperatura do planeta é feito com base em diversas estações meteorológicas espalhadas pelo globo, além de instrumentos de medição em boias e navios. Uma série de cálculos adicionais são feitos em cima da temperatura "bruta" registrada para evitar erros, como o aquecimento natural de áreas urbanas, por exemplo.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128677-guerras-mudancas-climaticas-e-ia-relogio-do-fim-do-mundo-nunca-esteve-mais-perto-da-meia-noite.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerras, mudanças climáticas e IA: relógio do fim do mundo nunca esteve mais perto da meia-noite</a></li></ul>Segundo o administrador da NASA, Bill Nelson, já é bastante evidente que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128324-a-civilizacao-humana-esta-a-beira-do-colapso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estamos vivendo uma crise climática</a>. Junto do governo dos Estados Unidos, que controla a agência, Nelson diz que há agora uma&nbsp;"urgência de proteger o planeta natal".O motivo está nas altas emissões de gases poluentes na atmosfera que contribuem para o efeito estufa. Eles seriam o principal fator que contribui para esses recordes, mas seguem em altas concentrações em quase todo o planeta.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12230058192001.jpg" alt="A tendência de aumento na temperatura média global subiu em especial nos últimos 40 anos. (Fonte da imagem: NASA)"><figcaption>A tendência de aumento na temperatura média global subiu em especial nos últimos 40 anos. (Fonte da imagem: NASA/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os efeitos práticos do aumento na temperatura da superfície da Terra incluem a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/refugiados-climaticos-uma-crise-global-negligenciada-internacionalmente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elevação do nível do mar em algumas localidades</a>, maior intensidade nas chuvas em determinadas regiões e invernos menos rigorosos, além de outras mudanças em ecossistemas.Ainda segundo a NASA, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128897-apos-super-el-nino-nova-ocorrencia-da-la-nina-e-esperada-a-partir-de-junho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a formação do fenômeno La Niña</a> no segundo semestre de 2024 pode resfriar o planeta temporariamente a partir do Oceano Pacífico e acabar com a sequência de recordes. Mesmo assim, esse é um fator que não contribui a longo prazo, já que ele age apenas durante alguns meses.

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Terra bateu recordes de temperatura em todos os meses do último ano, confirma NASA

Fenômenos que atuaram simultaneamente mostram por que o Rio Grande do Sul foi atingido por um grande volume de chuvas nas últimas semanas.

Entre o final do mês de abril e a primeira semana de maio, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por chuvas volumosas que deixaram um rastro de destruição em muitas das suas cidades. Além da perda de casas e estabelecimentos comerciais, foram muitos os casos registrados de pessoas e animais ilhados e em risco de serem arrastados pelas enchentes.O pior ainda não parece ter ficado para trás, pois a população lida agora com um cenário devastador, onde muitos não possuem um lar para voltar. Mas, afinal, quais motivos explicam o motivo das chuvas terem se concentrado nessa região e causado um dano tão grande?<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22094636083021.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Chuva concentrada destruiu cidades do Rio Grande do Sul. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Enchentes no Rio Grande do Sul: fatores atuaram simultaneamente</h2>Apontar as mudanças climáticas como potencializadoras desse tipo de evento extremo explica parte do que aconteceu no sul do Brasil. Vale lembrar que entre o segundo semestre do ano passado e meados deste mês, o país sofreu ação do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128897-apos-super-el-nino-nova-ocorrencia-da-la-nina-e-esperada-a-partir-de-junho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">El Niño</a>, fenômeno que provoca aquecimento das águas superficiais do Pacífico, o que por sua vez se desdobra em outros efeitos climáticos.Mas nos dias em que o Rio Grande do Sul teve tanta chuva concentrada, em específico, três eventos diferentes estavam atuando sobre o território brasileiro. Começando pela massa de ar úmido proveniente da Amazônia, onde seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-sao-rios-voadores-e-como-eles-afetam-o-clima" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rios voadores carregavam umidade</a> e se direcionavam ao oeste do continente.Barrado pelo relevo mais elevado, esse corredor de umidade se desviou em direção do centro-oeste, sudeste e sul do país. Trata-se de um ciclo conhecido que ajuda a regular o clima, mas que, com o avanço do desmatamento, perde muito de sua força.No entanto, o sudeste brasileiro já estava sob a atuação de uma massa de ar quente e seco mais intensa, o que nos leva ao grande problema. Ainda havia uma frente fria avançando pelo sul do Brasil.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22094728737022.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Corredor de umidade da Amazônia ficou retido sobre o Rio Grande do Sul. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Efeitos do desmatamento em larga escala</h2>Fato é que nem essa frente fria e o corredor de umidade proveniente da Amazônia conseguiram se deslocar adequadamente e expandir a sua área de atuação, pois como já mencionado, a região sudeste do Brasil tinha uma massa de ar seco agindo, dando forma a um bloqueio atmosférico.Com isso, as nuvens carregadas de chuva seguiram canalizadas sobre o Rio Grande do Sul, sendo consequência direta desses três fatores simultâneos. Soma-se a isso outro agravante característico de áreas densamente povoadas do território brasileiro, um país rico em rios de grande extensão: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128720-como-o-plantio-de-arvores-estaria-contribuindo-para-a-destruicao-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">retirada da cobertura florestal</a>.Ela implica não apenas na redução da absorção de gás carbônico do ar, mas também impede o próprio solo de absorver chuva de forma gradual, sem ficar encharcado. O avanço do desmatamento ainda deixa os rios desprotegidos, sem as chamadas matas ciliares.Sem uma barreira natural nas suas margens, eles acumulam detritos carregados pelo vento, ou mesmo lixo lançado pelo próprio ser humano, e ficam mais rasos, perdendo capacidade de armazenar e transportar água até o seu destino final, que é o oceano. Sua função de reter chuva, portanto, também é comprometida.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22100432155050.jpg" alt="Muitas pessoas e animais ficaram ilhados, dado o rápido avanço do nível das águas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>Chuva durante a primeira semana de maio alagou cidades inteiras, deixando pessoas ilhadas e vítimas fatais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Mudanças climáticas e suas consequências devastadoras</h2>Diante de uma chuva volumosa, áreas mais baixas, de planície e depressão, uma vez relativamente próximas ao leito dos rios, ficam alagadas. Por outro lado, o centro-oeste e o sudeste brasileiro também são regiões onde o desmatamento, hoje, fortalece a ação de massas de ar quente e seco que barram o avanço das frentes frias — que teriam justamente a função de distribuir chuva e deixar as temperaturas amenas.O El Niño, citado anteriormente, ainda tem como característica aumentar a ocorrência de chuvas concentradas no sul brasileiro. Todos esses elementos, atuando ao mesmo tempo, mostram de forma cruel como a ação do homem potencializa as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127091-nacoes-em-risco-5-paises-vulneraveis-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a>, e por sua vez, elas colocam em risco a vida de um grande contingente populacional.Tais eventos climáticos, muitas vezes, superam a capacidade das cidades de absorver seus impactos, até porque as obras de prevenção são geralmente deixadas em segundo plano até que seja tarde demais. Dessa forma, a população fica cada vez mais refém de <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/269098-mudanca-climatica-causar-bilhao-mortes-2100-diz-cientista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fenômenos que são previstos por modelos climáticos</a>, mas que muitas vezes são ignorados pelas autoridades locais.No entanto, à medida que as mudanças climáticas avançam, eles se tornam mais recorrentes. Por isso, vale o alerta: por mais que essas alterações já façam parte de uma triste realidade, ainda há muitas formas de mitigar seus efeitos.

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Por que choveu tanto no Rio Grande do Sul e o que o desmatamento tem a ver com isso?

Descubra como os rios voadores, invisíveis aos olhos, desempenham um papel essencial no transporte de umidade e na regulação do clima em todo o Brasil.

Nos últimos anos, temos testemunhado um aumento significativo de eventos climáticos extremos, em grande parte atribuídos ao aquecimento global. No início de maio de 2024, intensas chuvas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122662-como-as-enchentes-e-as-secas-acontecem-ao-mesmo-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enchentes</a> devastaram o estado do Rio Grande do Sul, evidenciando os impactos visíveis desse problema mundial.Contudo, além das mudanças climáticas, há um fenômeno natural e complexo que contribui para a ocorrência de chuvas intensas: os rios voadores, “cursos d’água atmosféricos” compostos por grandes massas de ar cheias de vapor d'água. Embora não sejam a causa direta das enchentes, eles influenciam os padrões de precipitação e contribuem para a intensificação das chuvas, aumentando o risco de eventos extremos.<h2>Correntes transportadoras de umidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16105401474040.png" alt="Diagrama mostrando o caminho dos rios voadores. (Fonte: Projeto Rios Voadores/Reprodução)"><figcaption>Diagrama mostrando o caminho dos rios voadores. (Fonte: Projeto Rios Voadores / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os rios voadores são um fenômeno natural que começa com a evapotranspiração das árvores na Amazônia, liberando grandes quantidades de vapor d'água na atmosfera. Esse vapor se acumula, formando massas de ar úmido que são transportadas pelos ventos em direção às regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.Em condições climáticas favoráveis, a umidade transportada pelos rios voadores se transforma em chuvas benéficas, essenciais para a saúde dos ecossistemas e a sustentabilidade da vida. Essas correntes de umidade atmosférica funcionam como veias vitais, irrigando extensas áreas e influenciando os padrões de precipitação e a sazonalidade das chuvas em várias regiões do país. Assim, a umidade gerada pela Amazônia não só mantém as florestas vibrantes, mas também é crucial para a agricultura, a biodiversidade e o abastecimento de água em todo o Brasil.&nbsp;<h2>Sustentabilidade dos rios voadores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16105524970042.jpg" alt="Figura ilustrando o processo de evapotranspiração e formação das chuvas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Figura ilustrando o processo de evapotranspiração e formação das chuvas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os rios voadores têm um impacto significativo no clima regional e global. Por isso, diante das mudanças climáticas, é essencial preservar a vegetação para manter a estabilidade ambiental e climática do Brasil. Afinal, o desmatamento das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124245-7-misterios-das-florestas-tropicais-que-desafiam-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">florestas tropicais</a>, como a Amazônia, reduz a evapotranspiração, comprometendo a umidade disponível para as correntes atmosféricas e afetando os padrões climáticos.Por outro lado, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127180-aquecimento-global-pode-causar-a-extincao-de-florestas-tropicais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a> também pode aumentar a evaporação das superfícies oceânicas, contribuindo para um maior transporte de umidade pelos rios voadores e aumentando o volume de chuvas nas regiões receptoras. Portanto, adotar uma gestão sustentável dos recursos hídricos é fundamental para compreender e adaptar-se às mudanças no ciclo hidrológico e climático associadas a esses fenômenos.Os rios voadores desempenham um papel vital no ciclo hidrológico e climático do Brasil, indo além de uma simples curiosidade científica. Frente aos desafios das mudanças climáticas, é fundamental reconhecer a importância desses fenômenos e proteger os ecossistemas que os sustentam. A preservação dos rios voadores é crucial não só para o futuro do clima brasileiro, mas também para o equilíbrio ambiental global.

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