Ciência
15/01/2016 às 10:50•4 min de leitura
O nome Gary McKinnon soa familiar para você? Caso você não se lembre de ter ouvido falar a respeito desse cara, ele é um escocês que, em 2002, se viu envolvido em uma baita confusão que quase resultou com ele sendo extraditado aos EUA e condenado a passar a vida na prisão pela justiça norte-americana.
Gary era um administrador de sistemas — o que significa que ele trabalhava com TI e era responsável por lidar com redes, servidores e coisas do gênero — que, nas horas vagas, curtia hackear computadores mundo afora.
Então, um belo dia, no ano de 2001, o mesmo em que aconteceram os ataques terroristas às Torres Gêmeas em Nova York, Gary resolveu invadir algumas máquinas do Governo Norte-Americano — e acabou perpetrando o que mais tarde ficou conhecido nos EUA como o maior ataque a computadores militares de todos os tempos.
McKinnon ganhou acesso a nada menos do que 97 computadores do Pentágono, do Exército, Marinha e Aeronáutica dos EUA, do Departamento de Defesa e até da NASA. Durante pouco mais de um ano, aprontou horrores com as máquinas.
Gary hackeou uma rede militar com 2 mil computadores e deletou arquivos dos sistemas operacionais, fazendo com que toda a rede caísse por mais de 24 horas, e também apagou registros de armas necessários para o suprimento de munições para a frota da marinha no Atlântico, por exemplo. Ele também acessou uma rede militar composta por 300 máquinas e tornou sua rede inoperável.
O pior é que tudo isso aconteceu no período imediatamente anterior e pouco depois dos ataques de 11 de setembro. De acordo com o Governo dos EUA, o escocês ainda deixava mensagens ridículas e “antiamericanas” e causou danos que, na época, foram estimados em US$ 700 mil. Gary, evidentemente, tirou muita “gente grande” do sério e acabou sendo pego em 2002.
O hacker foi seguido e preso por uma unidade de crimes cibernéticos do governo britânico e, depois, acusado pelos EUA — passando a ser perseguido por 14 Estados norte-americanos por 8 acusações. O escocês ganhou liberdade condicional e, durante esse período, foi proibido de usar qualquer computador com acesso à internet, era obrigado a se apresentar às autoridades britânicas diariamente e não podia deixar sua casa à noite.
Em 2005, o governo norte-americano entrou com um pedido de extradição, e Gary enfrentou uma longa e árdua batalha judicial para não ser enviado aos EUA — onde podia ser condenado a 70 anos de prisão. Então, em 2012, após vários percalços, a extradição foi bloqueada e, de lá pra cá, o hacker reinventou sua carreira e atua como uma espécie de “guru” da otimização para mecanismos de pesquisa. Calma, agora vem a parte mais interessante!
Durante o período em que invadia os computadores norte-americanos, o escocês bisbilhotou um bocado e teve acesso a inúmeros documentos sigilosos. De acordo com Gary, sua maior motivação para invadir os computadores norte-americanos foram as alegações — ou teorias da conspiração — de que o Governo dos EUA, assim como os de outros países, escondia informações vitais sobre a existência de seres alienígenas e naves de origem extraterrestre.
As razões de se manter tudo em segredo, como você já deve ter ouvido falar, seriam que a população mundial ainda não está preparada para saber que a civilização humana vem sendo monitorada por criaturas de outros planetas há séculos. Algumas teorias se apoiam na ideia de que a “verdade” poderia gerar o pânico e levar ao caos em escala global, enquanto outras afirmam que os governos fizeram alianças militares e para troca de tecnologias com os aliens.
Gary se inspirou em inúmeros depoimentos de antigos militares e funcionários do governo norte-americano para fazer suas invasões. Um deles pertencia a uma mulher chamada Donna Hare, que havia trabalhado para a NASA e revelou que viu funcionários do Edifício 8 do Centro Espacial Johnson, no Texas, editarem imagens capturadas por satélite antes de elas serem divulgadas publicamente pela agência espacial.
Segundo Hare, ela teria visto imagens da NASA que mostravam estruturas alienígenas imensas no lado oculto da Lua, assim como naves pousadas ou sobrevoando a superfície lunar. Pois os computadores do Edifício 8 foram um dos alvos de Gary, e ele contou aos quatro ventos que se deparou com documentos bem interessantes durante suas aventuras cibernéticas.
De acordo com Gary, foi surpreendente fácil ganhar acesso aos computadores da NASA. Neles, ele encontrou arquivos em alta resolução que já haviam sido processados digitalmente, mas muitos originais também. Além disso, um pouco antes de ser preso, o hacker revelou que se deparou com uma foto que mostrava uma estrutura de grandes dimensões em formato cilíndrico ladeada por um par de domos que havia sido flagrada sobre o Hemisfério Norte.
O escocês ainda contou que teve acesso a planilhas da Marinha que detalhavam o transporte de cargas entre estações espaciais tripuladas por oficiais não terrestres da Força Aérea norte-americana, assim como a listas com nomes de 30 desses militares “não terrestres” e suas respectivas patentes. Gary explicou que não acreditava que o Exército dos EUA empregava aliens, mas sim que as informações se referiam a oficiais que estavam em bases espaciais.
O hacker também disse que acreditava que os EUA contam com naves de guerra em órbita e, além disso, surgiram rumores de que Gary teria revelado como duas delas se chamam: USSS LeMay e USSS Hillenkoetter. E você reparou que os nomes são precedidos pelas iniciais “USSS”?
General Curtis LeMay
Normalmente, os nomes das embarcações da Marinha norte-americana são precedidos pelas letras USS, de United States Ship (ou Navio/Nave dos Estados Unidos em tradução livre); no caso do terceiro “S”, surgiram especulações de que ele poderia representar a palavra Space — ou seja, a sigla seria um acrônimo de United States Space Ship ou Nave Espacial dos Estados Unidos.
Almirante Roscoe Hillenkoetter
Além disso, os nomes LeMay e Hillenkoetter também seriam significativos, já que os dois teriam sido tomados “emprestado” do General Curtis LeMay e do Almirante Roscoe Hillenkoetter — ambos envolvidos de alguma forma com boatos ou investigações relacionadas com fenômenos OVNI. Conforme explicou Gary, é possível que as informações não passassem de um jogo ou algo parecido, mas... Que elas eram estranhas, isso eram!
Além de Gary McKinnon ter cometido crimes graves — e de ter mexido com quem não devia! —, o hacker ainda fez revelações pra lá de polêmicas. O problema é que, infelizmente, não existem provas físicas que comprovem que ele realmente viu o que garante ter visto nos computadores da NASA e do Exército dos EUA.
O escocês alega que, enquanto tentava fazer o download da tal imagem do OVNI, sua conexão — discada e de lentíssimos 56K — caiu quando apenas dois terços do arquivo haviam sido baixados. Já as planilhas e demais documentos teriam sido confiscados juntamente com o computador do hacker antes que ele tivesse tempo de fazer uma cópia de segurança.
Evidentemente, as declarações de Gary dividiram — e até hoje dividem — opiniões e, enquanto existem aqueles que acham que ele não passa de um maluco mentiroso, outros estão convencidos de que o escocês foi duramente perseguido por tentar expor a verdade. E você, caro leitor, o que acha?
Você acredita que os governos escondem informações sobre OVNIs e aliens da população? Comente no Fórum do Mega Curioso
Nós aqui da redação do Mega Curioso gostaríamos de, mais uma vez, agradecer ao nosso leitor Wladmir de Alessio Junior por nos encaminhar esta sugestão de pauta!