'Vovó do terror': a mulher que planejava derrubar o governo alemão

17/12/2022 às 06:302 min de leitura

Apesar de o Brasil ter sofrido com um forte discurso de extrema-direita nos últimos tempos, ele está longe de ser o único lugar. Na verdade, esse movimento conservador ressurgiu de maneira muito forte nos últimos anos, chegando a emparelhar com ideais que apoiam a monarquia. E, mais uma vez, diferente do que possa estar imaginando, isso acontece em nações consideradas de primeiro mundo, como na Inglaterra.

Um exemplo disso é que, em 14 de outubro desse ano, na Saxônia, Alemanha, uma idosa de 75 anos, conhecida pela polícia como "vovó do terror", foi presa por planejar incitar uma guerra civil para tentar trazer de volta a monarquia prussiana.

Seu nome divulgado pela mídia foi Elisabeth R., mas ninguém sabe ao certo se esta é sua verdadeira identidade.

A conspiração

(Fonte: The Telegraph/Reprodução)(Fonte: The Telegraph/Reprodução)

A mulher estava envolvida com um grupo de apoiadores que visavam cometer terrorismo energético ao derrubar a rede elétrica da cidade, sequestrar o ministro da saúde Karl Lauterbach e tentar incitar condições de guerra civil. O The Telegraph relatou que Elisabeth era a líder da quadrilha e que os demais membros também foram presos, apesar de terem suas identidades preservadas.

O jornal eletrônico britânico RT disse que, além de no mandado de prisão de Elisabeth constar que ela estava sendo acusada de formação de quadrilha e distribuição de ordens para obter armas, é incerto sobre até que ponto do plano eles chegaram. Todos faziam parte de uma célula terrorista denominada Movimento Reichsbürger (“cidadãos do Reich” em tradução livre), que rejeita a legitimidade do Estado alemão moderno, a República Federal da Alemanha, em favor do Reich alemão, que prosperou de 1871 a 1918.

(Fonte: DW/Reprodução)(Fonte: DW/Reprodução)

O movimento de extrema-direita insiste que o período do Reich ainda existe nas fronteiras, governado por um suposto "governo no exílio". Entre membros que apoiam ideologias monarquistas, republicanas, populistas, reacionárias, fascistas e anti-semitas, eles acreditam que o Tratado de Versalhes assinado após a Primeira Guerra Mundial é invalido.

Como divulgado pelo RT, Elisabeth e sua gangue tinham uma obsessão especial por Lauterbach devido às medidas de bloqueio tomadas por ele durante o apogeu da pandemia de covid-19 no país. Nenhum deles foi vacinado ou apoia a imunização. Foram encontrados pela polícia um uniforme nazista e um rifle Kalashnikov no porão da casa de um dos conspiradores. Há possibilidade de que a arma fosse ser usada no assassinato do guarda-costas do ministro, a primeira vítima do plano.

Uma minoria perigosa

Karl Lauterbach. (Fonte: IG Saúde/Reprodução)Karl Lauterbach. (Fonte: IG Saúde/Reprodução)

Assim que tivessem em posse de Lauterbach, a quadrilha daria início a uma operação de terrorismo energético na cidade para causar um caos e expressar que o país estava sob ataque. Durante o golpe, eles pretendiam distribuir panfletos ideológicos escritos por Elisabeth, já que ela é uma professora aposentada.

Segundo o que foi apurado pelo The Telegraph, os vizinhos raramente viam a mulher, que vivia sozinha em sua casa. “Ela costumava fazer jardinagem à noite com uma lanterna”, disse Alexander Mose, um dos vizinhos de porta dela.

Toda a reclusão social de Elisabeth era canalizada para sua participação ativa nas redes sociais, onde interagia com grupos extremistas da Alemanha e ajudava a disseminar fake news, enquanto tentava arrebanhar mais seguidores para sua causa.

(Fonte: T-Online/Reprodução)(Fonte: T-Online/Reprodução)

O país tem sofrido muito nos últimos anos com os movimentos de extrema-direita, tendo que desempenhar várias operações para coibir estratégias desses grupos. Em 2018, a polícia alemã identificou uma célula terrorista que planejava uma operação de bandeira falsa para deixar os nativos alemães com medo dos imigrantes. No ano passado, mais de uma dúzia de policiais foram demitidos por glorificarem violência e fazer apoio a organizações nazistas.

Em entrevista ao RT, Lauterbach afirma que essas pessoas são uma minoria na sociedade, mas que não deixam de ser altamente perigosas.

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