Mais de 1.000 vítimas: as histórias de 5 incêndios que chocaram o Brasil

05/01/2016 às 07:275 min de leitura

Atenção: as imagens contidas nesta matéria podem ser muito chocantes para pessoas sensíveis. 

Terminamos o ano consternados ao ver o incêndio que destruiu boa parte do Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo. O país perdeu um patrimônio cultural de quase 150 anos, além da vida do bombeiro Ronaldo Pereira, que morreu ao cumprir bravamente seu trabalho.

Além deste, outros incêndios ficaram marcados na história do Brasil pela destruição causada e, principalmente, pela tragédia que trouxeram a milhares de famílias. Confira alguns deles:

5. Grande Avenida, 1981 – 17 mortos

No dia 14 de fevereiro de 1981, a Avenida Paulista parou com o incêndio do edifício Grande Avenida, onde ficava a torre de transmissão da TV Record.

Com 17 mortos e dezenas de feridos, essa foi uma das principais tragédias ocorridas na capital paulista. Mas o desastre poderia ter sido ainda maior: por ser fim de semana, cerca de 1,4 mil funcionários que trabalhavam em empresas situadas no edifício não estavam no local.

O fogo começou na sobreloja do prédio, que era ocupada pela empresa Toyobo do Brasil Indústria Têxtil. Segundo os peritos, a causa foi um curto-circuito na rede elétrica. Um dos grandes agravantes do incidente foi a falta de água: apenas 25 minutos após a chegada dos caminhões-pipa é que a tampa de um hidrante foi desemperrada e as mangueiras começaram a funcionar.

4. Vila Socó, 1984 – 93 mortos

Em 24 de fevereiro de 1984, por um erro de um funcionário da Petrobras, a transferência de gasolina foi feita para uma tubulação que se encontrava fechada. Com a pressão, um oleoduto que ligava a Refinaria Presidente Bernardes ao Terminal Alemoa rompeu, espalhando cerca de 700 mil litros de gasolina na região, cercada pela Vila Socó, atual Vila São José, em Cubatão, São Paulo.

Sem perceber o perigo, os moradores do local começaram a recolher e armazenar a gasolina em suas casas, pensando em ganhar dinheiro com a venda do combustível. Enquanto isso, o material espalhava-se pela região de mangue. 

Cerca de 2 horas após o vazamento, um incêndio se alastrou por toda a área alagadiça e, rapidamente, as casas, que eram sustentadas por estacas de madeira, se incendiaram.

A polícia divulgou que 93 pessoas morreram, mas outras fontes citam um número superior a 500 vítimas fatais,com base nos mais de 500 barracos que foram completamente destruídos. Isso pode ter feito com que famílias inteiras tenham sido dizimadas, não restando ninguém para reclamar os corpos, além da quantidade de alunos que não mais compareceu à escola próxima à região.

3. Edifício Joelma, 1974 – 191 mortos

Localizado na Avenida Nove de Julho, no centro de São Paulo, o Edifício Joelma era composto por salas e escritórios, onde trabalhavam em média 750 pessoas. Em 1º de fevereiro de 1974, às 8h50, um curto-circuito no sistema de ar-condicionado, no 12º andar, causou um incêndio que rapidamente se alastrou para os outros andares através da fiação elétrica. Os moradores começaram a fugir e muitos optaram por irem ao terraço, na esperança de serem salvos por helicópteros. Mas o Joelma não possuía heliponto. 

O calor intenso fez algumas pessoas saltarem do prédio, causando ainda mais comoção. Meia hora depois do início do fogo, o corpo de bombeiros chegou e começou a realizar os primeiros resgates. Faixas foram erguidas na calçada com um apelo: "Não saltem. Calma". Mesmo assim, mais pessoas continuam a pular de diferentes andares. 

Um homem, que tentava descer por uma corda improvisada, caiu do 13º andar e derrubou três pessoas que estavam na calçada.Todos morreram. Os curiosos continuaram a se aglomerar ao redor do edifício, dificultando o resgate, até que a cavalaria da polícia foi chamada para contornar a situação.

Às 13h45, os bombeiros acreditaram que não exista mais nenhum sobrevivente, mas um homem afirmou ter visto do seu escritório, no 31º andar de um edifício próximo, pessoas vivas no 21º andar. Três foram retiradas com vida do pavimento. 

Às 15 horas os bombeiros encerraram a remoção dos sobreviventes e começaram a retirada dos corpos. Ao todo, 191 pessoas morreram na tragédia. No elevador do Joelma foram encontrados 13 corpos totalmente carbonizados, o que, na época, impossibilitou o reconhecimento. Eles foram enterrados lado a lado no cemitério São Pedro e até hoje recebem centenas de visitas de pessoas que acreditam em seus milagres. Ao lado das sepulturas foi construída a capela das 13 almas e, desde então, todos os túmulos possuem um copo de água para acalentar as vítimas. 

2. Boate Kiss, 2013 – 242 mortos

No dia 27 de janeiro de 2013, a boate Kiss, localizada em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, recebeu a festa "Agromerados", organizada por alunos de 6 cursos universitários da Universidade Federal de Santa Maria. Embora a capacidade máxima da casa fosse de 691 pessoas, no dia do incidente havia de 1 mil a 1,5 mil pessoas, segundo a polícia.

Durante a apresentação da segunda atração da noite, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira acendeu um sinalizador no palco. O artefato, conhecido como "sputnik", só deve ser usado externamente, já que suas faíscas chegam a 4 metros de altura. Usado em cima do palco, as faíscas atingiram o teto da boate e incendiaram a espuma de isolamento acústico, que não tinha proteção contra o fogo. Em menos de 3 minutos a fumaça tóxica já havia se espalhado pela boate.

Por falta de comunicação, os seguranças localizados na porta de saída da boate, sem saber do acidente, não deixavam que ninguém saísse da casa, temendo que os estudantes não pagassem suas comandas. Sem saídas de emergência, os jovens acabaram entrando nos banheiros, onde, posteriormente, 90% dos corpos foram encontrados.

Com 242 vítimas fatais, os bombeiros precisaram usar caminhões frigoríficos para transportar os corpos, que foram levados até o Centro Desportivo Municipal Miguel Sevi Viero. O incêndio na boate Kiss é considerado o terceiro maior desastre em casas noturnas no mundo.

1. Gran Circus Norte-Americano, 1961 – 503 mortos

Em dezembro de 1961, o assunto principal na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, era o Gran Circus, que prometia ser o maior e mais completo circo da América Latina. A chegada dos artistas e animais movimentou a cidade e empregou, temporariamente, cerca de 50 homens, necessários para montar a estrutura de mais de 6 toneladas. Nas propagandas, a promessa era de que a lona seria totalmente nova e de nylon, mas a verdade é que aquela tenda era antiga e de um tecido altamente inflamável. 

Entre os trabalhadores estava Adílson Marcelino Alves, o Dequinha, um jovem com antecedentes por furto e que apresentava problemas mentais. Sem se adequar às funções, Dequinha logo foi mandado embora, o que o deixou irritado. Ele então resolveu entrar escondido no circo, pois achava que tinha direito de assistir ao espetáculo sem pagar nada por isso. Assim que reconhecido, o jovem foi imediatamente expulso e jurou vingança.

No domingo, 17 de dezembro, enquanto 3 mil espectadores aguardavam a apresentação final, a trapezista Nena terminava seu número quando viu o fogo consumindo a tenda. O caos logo tomou conta da plateia, que tentava a todo custo escapar. A lona, extremamente pesada, dificultava a saída do público, e só quando um elefante abriu um grande rasgo na estrutura é que a fuga foi facilitada. 

A culpa logo recaiu sobre o antigo funcionário, que foi preso. Mas, em seu livro, “O espetáculo mais triste da Terra”, o jornalista Mauro Ventura relata que muitas testemunhas acreditam que o incêndio foi provocado por um curto-circuito no circo. Outra controvérsia diz respeito ao número oficial de mortos: a prefeitura afirma que foram 503 vítimas fatais, sendo 70% crianças, mas a população acha que a tragédia foi ainda maior.

Anos depois, no local da tragédia, enquanto era construído o Hospital Policlínica Militar de Niterói, foram encontradas ossadas humanas e resquícios do incêndio, o que ainda leva muitas pessoas a contestarem as informações. 

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