Artes/cultura
26/02/2019 às 05:00•3 min de leitura
Não é de hoje que a Ciência tenta detectar sinais de vida inteligente fora da Terra, e seria extraordinário se finalmente descobríssemos que não estamos sozinhos no Universo. No entanto, se esse dia chegar, ou seja, se um dia os aliens aparecerem por aqui para uma visita ou se eles se comunicarem conosco, como é que essa notícia deve ser transmitida à população mundial?
Segundo explicou Cathal O’Connell em um artigo publicado pelo pessoal da Cosmos Magazine, a confirmação de que existem outras civilizações inteligentes no Universo teria enormes consequências para os terráqueos. Afinal, de acordo com ele, essa seria uma das notícias mais importantes da História, e, se ela não for transmitida adequadamente, as consequências podem ser catastróficas.
Embora muita gente esteja aguardando ansiosamente pela notícia de que os aliens mandaram um “oi”, é difícil adivinhar qual será a reação global a essa novidade. Você deve ter ouvido falar a respeito de um curioso incidente envolvendo a transmissão de uma adaptação de Orson Welles da obra de ficção “Guerra dos Mundos” pelo rádio. Isso aconteceu em 1938, e a narração provocou uma onda de pânico nos EUA.
Milhares de ouvintes acreditaram que era verdade
Alguns anos mais tarde, em 1949, uma versão em espanhol do mesmo programa foi transmitida no Equador, gerando tumultos que acabaram com a morte de pelo menos sete pessoas — algumas fontes alegam que foram 20!
Esses dois casos podem parecer bobos, mas ilustram o que pode acontecer se a notícia sobre a descoberta de que existem seres extraterrestres não for tratada com muito cuidado. Apesar de vários levantamentos terem apontado que a maioria da população (de países desenvolvidos) acredita que não estamos sozinhos no cosmos, isso não significa que estamos prontos para fazer amizade com os ETs.
De acordo com Cathal, com o objetivo de evitar o pânico global, no final dos anos 80, a Academia Internacional de Astronáutica propôs uma série de diretrizes a serem seguidas caso a existência de alienígenas seja confirmada. No entanto, isso foi antes de a internet e as mídias sociais transformarem a forma como nos mantemos informados.
Será que as pessoas reagiriam calmamente?
Depois foi a vez do pessoal do SETI — organização focada na busca de formas de vida extraterrestre — desenvolver um protocolo. Segundo recomendaram, em vez de guardar segredo (como a turminha das teorias da conspiração acreditam que os governos fazem), é necessário criar um diálogo franco e aberto com a população. A organização ainda alertou sobre a tendência da mídia de exagerar um pouquinho e levar tudo para o lado sensacionalista da coisa.
A última iniciativa partiu da Universidade de St. Andrews, na Escócia, que atualizou as recomendações sobre como lidar com a tarefa de informar o público a respeito da existência de aliens. Para começar, os cientistas deveriam explicar a metodologia utilizada para conduzir suas explorações pelo cosmos e garantir que essas informações possam ser acessadas facilmente.
Como você acha que reagiria?
Além disso, caso qualquer sinal seja detectado, no lugar de ser escondida da população, a informação deve ser divulgada, antes mesmo de ocorrer uma confirmação de que realmente se trata de uma fonte extraterreste. Isso porque, se a informação vazar por outros meios, o dano pode ser grande. Outra recomendação é que todos os dados sejam publicados em jornais e revistas científicas para que outros pesquisadores possam avaliá-los.
O problema com a metodologia sugerida pelo pessoal da universidade escocesa é que o processo pode ser um tanto longo. Veja, por exemplo, o caso do sinal “Wow!”, detectado em 1977. Apesar de ele ser o tipo de sinal que os caçadores de aliens buscam, até hoje, quase quatro décadas depois, ele continua sem explicação — e nós sem a confirmação de que se trata de um recado alienígena.
Famoso "Sinal Wow!"
De qualquer forma, a recomendação é que a descoberta de sinais seja tornada pública e, se porventura ocorrer a comprovação de que encontramos vizinhos intergalácticos por aí, a informação deve ser divulgada por meio do maior número de plataformas disponíveis. Considerando que existe um bocado de gente apostando que essa confirmação pode acontecer um dia, é bom que todos saibam como lidar com a situação. E você, caro leitor, o que acha?