Ciência
11/08/2016 às 09:11•3 min de leitura
Acredite: existem pesquisadores determinados a descobrir se os tubarões curtem ou não o gosto da carne humana. Esta história começou a ser debatida em 1968, quando, em uma edição do "The Evening Independent", Shelton Applegate, especialista em paleontologia de vertebrados, publicou um artigo sobre o tema.
Shelton teria notado que os nadadores geralmente sobrevivem aos ataques de tubarão: "A maioria deles (tubarões), depois de dar a primeira mordida, percebe que não gosta do sabor e cospe".
Será que este pensamento estaria correto?
É claro que a maioria das pessoas deseja nunca ter um encontro cara a cara com um tubarão, mas eu juro: eles não são criaturas do mal que pretendem acabar com os humanos.
"Não somos malvados"
Como predadores, os tubarões obedecem aos seus instintos e caçam alguns seres do mar, como peixes, tartarugas e leões-marinhos – humanos não têm a gordura necessária para entrar nesse seleto cardápio.
Agora, me responda: você comeria algo que não vai ser legal para o seu corpo e que ainda vai lutar com você e atingir uma das suas partes mais sensíveis? Eu acho que não.
Esqueça o mito de que eles nos confundem com leões-marinhos ou focas: o comportamento do animal é muito diferente quando ele está caçando. Aidan Martin, diretor do Centro de Pesquisa de Tubarões ReefQuest, afirmou que passou cinco anos na África do Sul e teve a chance de ver mais de mil ataques de tubarões a presas: eles agiam com tal força que quase pulverizavam as vítimas.
Não é isso que acontece quando há um ataque a um humano. Martin acredita que quando um tubarão se aproxima de nós ele só está curioso, e não pensando no próximo jantar.
"Obrigada, mas eu prefiro algo com mais gordura"
Além disso, eles são bem inteligentes e têm sentidos muito, muito mesmo, aguçados. Assim, seria improvável um animal com ótima visão, audição e olfato confundir um surfista com uma foca.
O que acontece é que, quando nós cruzamos o caminho desse predador dos mares, ele fica curioso e precisa nos “ver” de perto. O biólogo Erich Ritter lembra que “o desconhecido é sempre potencialmente perigoso, e aproximar-se ou mesmo morder um objeto misterioso é uma exceção, e não regra”.
Entretanto, se eles vencem o medo e se aproximam, Martin acrescenta que, “assim como nós usamos as mãos para conhecer algo diferente, os tubarões usam os dentes para recolher evidências táteis”.
"Eu só quero te conhecer melhor"
Agora que você sabe que os bichinhos só querem te conhecer, e não te atacar, vem mais uma dica fácil de entender e quase impossível de colocar em prática: se um tubarão se aproximar de você, não fuja de maneira agressiva.
Segundo os especialistas, eles estão cautelosos e, caso você faça movimentos bruscos, eles podem querer se aproximar de forma mais agressiva. A melhor solução é ficar paradinho e deixar que aqueles dentes enormes cheguem perto: se você der sorte, eles não vão precisar te morder para te conhecer melhor.
"Chega, cara!"
Tubarões realmente preferem peixes, mas há os que não se importam em ingerir carne vermelha. A verdade é que as suas papilas gustativas estão mais preocupadas em descobrir se aquilo é comida ou não, do que se o gosto é dos melhores.
Apesar disso, eles não curtem nossa estrutura, composta de muitos ossos e pouca gordura em relação à sua alimentação cotidiana. Há também o fato de que eles possuem um sistema digestivo bem lento, o que dificultaria a ingestão de grandes ossos.
De forma geral, os tubarões são aqueles caras sarados da academia que se recusam a ingerir refrigerante e salgadinho e não vão sair da dieta só porque um pacote de bolacha recheada está dando bobeira por ali.
"Preciso manter meu corpo em forma"
Mas, como você não pode responder isso em uma prova – vai que te perguntam –, você pode explicar resumidamente que o baixo teor de gordura de um ser humano, somado ao fato de que somos seres desconhecidos, potencialmente perigosos e podemos atingir os olhos dos bichinhos, fazem com que os tubarões não nos considerem um “prato” em seu cardápio.