Um policial especialista em roubos de arte do FBI explica porque os crimes da vida real são tão diferentes das produções hollywoodianas.

Desde que o ator George Clooney anunciou recentemente a retomada da franquia Ocean’s, com a possível produção do filme Catorze Homens e um Segredo, muito se tem especulado sobre a continuação da série que começou com Onze Homens e um Segredo, estrelado por Clooney em 2001, e que pretendia ser apenas uma remake de uma produção com o mesmo nome da década de 1960.No Brasil, esses filmes adotaram um formato nos títulos de “X Pessoas e um Segredo”, com o X representando o número dos membros de uma quadrilha que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124419-maior-roubo-de-obras-de-arte-da-historia-brasileira-faz-17-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rouba cassinos ou obras de arte de museus famosos.</a>No caso de roubos de objetos de arte, o esquema se repete: os meliantes montam uma equipe de especialistas para a “missão”, bolam e executam o plano. Os bonitões arrombam um cofre impenetrável ou passam de forma furtiva pelos guardas para pegar os itens valiosos. Geralmente, são interceptados pela polícia que tenta capturá-los, mas geralmente não consegue.<h2>O que está errado com esses roubos cinematográficos?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/19/19110430578110.jpg" alt="x. (Fonte:"><figcaption>Crimes reais não envolvem esquemas de segurança mirabolantes. (Fonte: Warner Bros./Divulgação)</figcaption></figure></figure>Em uma entrevista para o Business Insider, um policial da vida real chamado Robert Wittman, veterano da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123724-os-6-maiores-roubos-da-historia-da-arte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">equipe nacional de crimes de arte do FBI</a>, falou sobre sua experiência de 20 anos na recuperação de mais de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) em peças roubadas. Ele disse que esses filmes glamourosos estão muito distantes dos assaltos da vida real.O erro já começa com o local do assalto, diz Wittman, pois “é muito mais difícil passar pelo sistema de segurança do Met ou do Louvre do que entrar em uma pequena casa-museu”. No filme Oito Mulheres e um Segredo, uma quadrilha comandada por Sandra Bullock, Cate Blanchett e Anne Hathaway rouba um colar de US$ 150 milhões da Cartier durante o badalado Met Gala.Para o especialista, os assaltos da vida real mais se assemelham a furtos, pois 90% dos casos são crimes de oportunidade, praticados internamente. Ou seja, por alguém que teve acesso à coleção, como um trabalhador, um curador ou até mesmo um especialista fazendo uma pesquisa. Resumindo: alguém que tem acesso ao local no dia a dia.<h2>Como roubos de arte da vida real são solucionados?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/19/19112042359123.jpg" alt="Na vida real, bandidos não conseguem vender as obras de arte. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Na vida real, bandidos não conseguem vender as obras de arte. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora os roubos da vida real ocorram em museus antigos, com sistemas de segurança bastante ultrapassados, é importante destacar que a polícia não é tão burra quanto parece nos filmes. No caso de arte roubada, geralmente há policiais infiltrados se passando por receptadores, explica Wittman.Além disso, uma obra de arte cara não pode simplesmente ser surripiada e depois anunciada na OLX. A Mona Lisa, por exemplo, foi roubada em 1911 por Vincenzo Perugia, que a escondeu em casa por dois anos, até tentar vendê-la a um curador que, imediatamente, o entregou à polícia.Outro assalto, em 2000 no Museu Nacional de Estocolmo, na Suécia, foi feito por ladrões com metralhadoras. Wittman solucionou o caso, passando-se por negociador e “comprando” US$ 30 milhões em obras de Rembrandt e Renoir por apenas US$ 250 mil, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes/42487-quadro-de-rembradt-encontrado-na-franca-15-anos-apos-o-roubo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">após cinco anos de tentativa de negociação pelos ladrões</a>, que acabaram presos.

large_x-pessoas-e-um-segredo-os-erros-de-hollywood-em-filmes-com-roubos-de-arte-thumb.png

medium_x-pessoas-e-um-segredo-os-erros-de-hollywood-em-filmes-com-roubos-de-arte-thumb.png

small_x-pessoas-e-um-segredo-os-erros-de-hollywood-em-filmes-com-roubos-de-arte-thumb.png

thumbnail_x-pessoas-e-um-segredo-os-erros-de-hollywood-em-filmes-com-roubos-de-arte-thumb.png

x-pessoas-e-um-segredo-os-erros-de-hollywood-em-filmes-com-roubos-de-arte-thumb.png

"X Pessoas e um Segredo": Os erros de Hollywood em filmes com roubos de arte

O estudo descobriu que as alegações de longevidade nas Zonas Azuis eram baseadas em falta de registros em cartório ou fraudes da previdência social.

Hoje, muitos idosos do mundo gastam o precioso tempo de suas vidas pesquisando os hábitos dos moradores das cidades de Okinawa (Japão), Sardenha (Itália), Icária (Grécia), Nicoya (Costa Rica) e Loma Linda (EUA). É que esses locais são considerados "Zonas Azuis", regiões do mundo <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/exames-de-sangue-explicam-porque-ha-tantas-pessoas-com-100-anos-no-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde as pessoas vivem mais de 100 anos,</a> e de uma forma mais saudável.&nbsp;Esse poderoso conceito, que já rendeu dezenas de livros de sucesso, e poderosas franquias pelo mundo, foi cunhado pelo jornalista Dan Buettner no início dos anos 2000, na época explorador e bolsista da National Geographic. Depois de uma expedição a Okinawa, no Japão, para investigar os casos de longevidade na ilha, ele decidiu pesquisar outras regiões do mundo com populações supostamente longevas.Após 24 anos de sucesso e inspiração global para idosos e profissionais de saúde do mundo inteiro, as zonas azuis podem estar agora prestes a caducar. É que uma pesquisa de maio, ainda não revista por pares, flagrou erros administrativos e até fraudes previdenciárias escondidos na construção dos conceitos de longevidade das zonas azuis,<h2>O que a nova pesquisa descobriu sobre os habitantes das Zonas Azuis?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/20/20144107225087.jpg" alt="X. (Fonte: Blue Zones/Divulgação)"><figcaption>O teste de certidão de nascimento eliminou 82% dos supercentenários. (Fonte: Blue Zones/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O autor do estudo, Dr. Saul Justin Newman, demógrafo do University College London, começou sua pesquisa pelo mais óbvio: as certidões de nascimento. A primeira descoberta foi que só 18% dos supercentenários tinham o documento. Nos EUA, esse índice é quase zero por cento e, o que é pior, só 10% dos que já morreram tinham certidão de óbito. Com isso entre 69 a 82% dos supercentenários "azularam" da lista.Mas a coisa não parou por aí: em Okinawa, uma revisão do governo japonês de 2010 descobriu que 82% dos supostos centenários já estavam mortos há muito tempo. Nos casos de Sardenha e Ikaria, o escritório de estatísticas Eurostat atualizou registros em 1990, a cidade italiana estava no 51º lugar em expectativa de vida na velhice na Europa, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124886-os-segredos-de-ikaria-a-ilha-onde-um-terco-passa-dos-90-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enquanto os gregos ficaram em 109º</a>.Nas duas cidades, foram detectadas fraudes previdenciárias: na Grécia, mais de 9 mil pessoas com mais de 100 anos que recebiam aposentadoria estavam na realidade mortas. Na Itália, descobriu-se que 30 mil pensionistas "vivos" estavam mortos desde 1997.&nbsp;<h2>Denúncia de velhice fake vale Prêmio IgNobel</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/20/20150230073091.jpg" alt="Dr. Newman (à esquerda) com o seu Prêmio Ig Nobel. (Fonte: Universe College London)"><figcaption>Dr. Newman (à esquerda) com o seu Prêmio Ig Nobel. (Fonte: Universe College London)</figcaption></figure></figure>Pelo seu trabalho sobre as tretas das Zonas Azuis, o Dr. Saul Justin Newman <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/premio-ignobel-conheca-os-vencedores-de-2024" rel="noopener noreferrer" target="_blank">recebeu o Prêmio IgNobel de Demografia,</a> a famosa paródia do Prêmio Nobel, concedido a pesquisas e descobertas científicas que "primeiro fazem as pessoas rirem, e depois pensarem".&nbsp;Em um artigo para a plataforma The Conversation, o cientista resumiu a sua principal conclusão: "O segredo para viver até os 110 anos era: não registre sua morte". Mais IgNobel impossível.

large_20132828463055.jpg

medium_20132828463055.jpg

small_20132828463055.jpg

thumbnail_20132828463055.jpg

20132828463055.jpg

Pesquisador descobre farsa sobre longevidade humana e ganha Prêmio IgNobel

Embora boatos relatassem maldições em tumbas de faraós, foi uma série de mortes após a abertura do sarcófago de Tutancâmon que fixou essa ideia no imaginário popular.

Já vimos esse filme antes. Ou vários filmes com o mesmo roteiro: uma equipe de arqueólogos desenterra, nas areias do deserto, a tumba esquecida de algum faraó egípcio. Sem considerar uma inscrição em hieróglifos esculpida na porta da câmara mortuária principal, eles entram e, cúmulo da profanação, abrem de qualquer jeito o sarcófago do antigo imperador.A equipe comemora a descoberta e começa a inventariar os tesouros existentes, até que, do nada, os pesquisadores e demais membros da equipe começam a ter mortes horríveis, um por um. Algumas dessas histórias foram tão divulgadas pelos meios de comunicação, que levaram muitas pessoas a enviar eventuais relíquias egípcias que possuíam para os museus.Curiosamente, muitas das maldições de faraó foram divulgadas antes que o filólogo francês Jean-François Champollion tivesse anunciado, em 1822, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124026-pedra-de-roseta-o-encontro-casual-que-decifrou-os-hieroglifos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a decodificação dos hieróglifos na famosa Pedra de Roseta</a>. Mas ainda se passaram algumas décadas para que os egiptólogos conseguissem traduzir, com segurança, os antigos textos egípcios.<h2>A maldição da tumba do faraó Tutancâmon</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/28/28235223846005.jpg" alt="x. (Fonte da imagem: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O egiptólogo Howard Carter ficou conhecido por descoberta a tumba de Tutancâmon. (Fonte da imagem: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O grande evento que popularizou o mito de maldição do faraó, e o fixou com força no imaginário popular, foi a descoberta em 4 de novembro de 1922, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128865-voce-sabia-que-tutancamon-tinha-pe-torto-e-seus-pais-eram-irmaos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">da tumba de Tutancâmon, o rei menino que governou o Egito por volta de 1341-1323 a.C.&nbsp;</a>até sua morte prematura aos 18 anos.&nbsp;Depois que o arqueólogo britânico Howard Carter cortou a porta da tumba, alguns fenômenos começaram a acontecer: seu canário de estimação foi devorado por uma cobra egípcia; quatro meses depois, o patrocinador da expedição, Conde de Carnarvon, adoeceu e morreu. Duas semanas antes da morte, a revista New York World havia publicado uma carta da romancista Marie Corelli, prometendo um "terrível castigo" para quem abrisse a tumba.Outros eventos se seguiram à morte de Carnarvon: o financista americano George Jay Gould morreu após visitar a tumba; a primeira pessoa a radiografar a múmia, Archibald Douglas-Reid também morreu; o arqueólogo Hugh Evelyn White se enforcou; e um amigo de Howard, Sir Bruce, que recebeu uma mão mumificada de presente, teve sua casa destruída por um incêndio e, após reconstruída, destruída de novo por uma enchente.<h2>A verdade por trás das mortes da equipe que abriu a tumba de Tutancâmon</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/29/29003934104013.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A morte de membros da equipe que abriu a tumba de Tutancâmon foram só coincidências? (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outros membros da equipe de Carter também teriam sido "vítimas da maldição": príncipe Ali Kamel Fahby Bey, morto a tiros; governador Lee Stack, assassinado; Aaron Ember, morto em um incêndio; Arthur Mace, morreu de pneumonia; e o capitão Richard Bethell, secretário de Carter, morto por asfixia em um clube.&nbsp;Embora todas essas mortes, ocorridas menos de dez anos após a abertura da tumba do faraó, tenham causado um verdadeiro frisson na imprensa da época, investigações mais detalhadas não revelaram qualquer relação entre os eventos, sendo quando muito apenas coincidências.Hoje já se sabe que não há qualquer evidência de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125108-a-maldicao-dos-faraos-existe-especialista-adoece-apos-abrir-tumba-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as tumbas de faraós importantes tivessem inscrições de maldições ameaçadoras</a>, apesar de algumas sepulturas de pessoas menos importantes exibirem essas ameaças em forma de maldições, porém raras.&nbsp;

large_e-verdade-que-os-faraos-egipcios-colocaram-maldicoes-em-suas-tumbas-banner.png

medium_e-verdade-que-os-faraos-egipcios-colocaram-maldicoes-em-suas-tumbas-banner.png

small_e-verdade-que-os-faraos-egipcios-colocaram-maldicoes-em-suas-tumbas-banner.png

thumbnail_e-verdade-que-os-faraos-egipcios-colocaram-maldicoes-em-suas-tumbas-banner.png

e-verdade-que-os-faraos-egipcios-colocaram-maldicoes-em-suas-tumbas-banner.png

É verdade que os faraós egípcios colocaram "maldições" em suas tumbas?

Embora pouco conhecido, Cruithne é um asteroide que orbita o Sol de maneira peculiar, acompanhando a Terra em uma curiosa dança gravitacional, desafiando a ideia de que nosso planeta tem apenas uma lua.

Você já ouviu falar de uma segunda lua da Terra? Se isso parece novidade, você não está sozinho. A verdade é que, enquanto olhamos para o céu à noite e admiramos a única <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128781-a-lua-esta-encolhendo-abalos-sismicos-ameacam-astronautas-da-missao-artemis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lua</a> que conhecemos desde a infância, existe outro corpo celeste que compartilha o espaço ao redor da Terra: o asteroide 3753 Cruithne.&nbsp;Ele não é exatamente uma lua, mas um “quase-satélite”, o que significa que, apesar de não orbitar a Terra da mesma forma que a Lua, ele segue um caminho peculiar que o faz parecer estar sempre por perto.<h2 style="text-align:justify;">Uma quase-Lua</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/02/02224819510036.jpg" alt="Cruithne é um asteroide que orbita a Terra numa órbita incomum. (Fonte: Star Walk, Vito Technology, Inc./ Divulgação)"><figcaption>Cruithne é um asteroide que orbita a Terra numa órbita incomum. (Fonte: Star Walk, Vito Technology, Inc./ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Cruithne foi descoberto em 1986, mas só teve sua órbita completamente mapeada em 1997. Apesar de pequeno, com cerca de 5 quilômetros de diâmetro, sua presença ao redor da Terra levanta muitas questões sobre a dinâmica do nosso <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127313-5-grandiosidades-encontradas-no-sistema-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistema solar</a>.&nbsp;Cruithne não se comporta como a Lua ou os satélites artificiais que lançamos no espaço. Em vez de seguir uma órbita elíptica regular, ele se move em um padrão chamado de órbita "ferradura". Mas o que isso significa?Para entender, imagine que estamos observando o sistema solar a partir de um ponto que gira junto com a Terra ao redor do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-afirma-que-sol-pode-ter-consciencia-propria-sera-possivel" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sol.</a> A Terra pareceria estacionária (parada) sob essa perspectiva. Cruithne, por sua vez, se aproximaria da Terra, giraria ao redor dela e, depois, se afastaria, apenas para repetir o movimento no lado oposto. Esse vai e vem se assemelha ao formato de uma ferradura, daí o nome da órbita.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/02/02225224017043.jpg" alt="Ilustração mostra o tempo gasto por Cruithne (Fonte: Star Walk, Vito Technology, Inc./ Divulgação)"><figcaption>Ilustração mostra o tempo gasto por Cruithne para orbitar o Sol (esq.) e o ciclo completo ao redor da Terra (dir.). (Fonte: Star Walk, Vito Technology, Inc./ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Essa órbita peculiar faz com que Cruithne leve 770 anos para completar um ciclo ao redor da Terra. Durante esse tempo, ele também orbita o Sol, o que dura cerca de 364 dias, quase o mesmo que o ano terrestre. Por essa razão, ele parece seguir a Terra em sua jornada pelo espaço, e isso o levou a ser apelidado de "segunda lua".&nbsp;Como você já deve ter percebido, essa alcunha é um pouco enganosa, já que, tecnicamente, ele não é uma lua como a que conhecemos.<h2 style="text-align:justify;">Outras "quase-luas"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/02/02225704570044.jpg" alt="Ilustração mostra a comparação em tamanho do Cruithne com o Monte Everest. (Fonte: Space Reference/ Divulgação)"><figcaption>Ilustração mostra a comparação em tamanho do Cruithne com o Monte Everest. (Fonte: Space Reference/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Cruithne é apenas um dos muitos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/asteroide-bennu-carrega-elementos-que-originaram-o-sistema-solar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">asteroides</a> que compartilham o espaço próximo à Terra. Vários outros objetos têm órbitas que ressoam com a Terra, o que faz com que, de tempos em tempos, eles se aproximem de nós.&nbsp;Além disso, existe a possibilidade de termos outros candidatos à "segunda lua" escondidos no espaço, só esperando para serem descobertos, como é o caso do asteroide 2023 FW13, encontrado recentemente.&nbsp;No entanto, nenhum desses objetos é tão notável quanto Cruithne, que tem uma órbita tão complexa e fascinante que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126882-corpo-celeste-surpreende-astronomos-brilhando-alem-da-linha-da-morte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">astrônomos</a> continuam a estudá-lo para entender melhor o funcionamento do nosso sistema solar.&nbsp;Um fato interessante é que Cruithne não ficará por aqui para sempre. Em cerca de 8.000 anos, ele deve passar perto de Vênus, o que pode alterar drasticamente sua órbita, possivelmente afastando-o da Terra para sempre.&nbsp;Enquanto isso, sua presença nos lembra que o sistema solar está em constante mudança e que, por mais que pensamos conhecer o espaço, sempre há algo novo a descobrir.

large_e-verdade-que-a-terra-tem-uma-segunda-lua-thumb.png

medium_e-verdade-que-a-terra-tem-uma-segunda-lua-thumb.png

small_e-verdade-que-a-terra-tem-uma-segunda-lua-thumb.png

thumbnail_e-verdade-que-a-terra-tem-uma-segunda-lua-thumb.png

e-verdade-que-a-terra-tem-uma-segunda-lua-thumb.png

É verdade que a Terra tem uma segunda Lua?

A polêmica mortalha que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo após a crucificação reapareceu nos tópicos em alta nas redes sociais na semana passada.

Considerado por muitos como uma das relíquias sagradas mais importantes do cristianismo, o Sudário de Turim (ST), um pano de linho antigo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125037-santo-sudario-o-que-a-ciencia-diz-sobre-peca-ligada-a-jesus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que supostamente teria servido como mortalha de Jesus Cristo</a> após a crucificação, esteve nos trending topics das mídias sociais na semana passada. O foco foi um estudo de 2022 que sugeria "que é muito provável que o ST seja uma relíquia de cerca de 20 séculos de idade", o que o colocaria na época de Jesus.Publicado na revista científica Heritage, a pesquisa conduzida pelo cientista italiano Liberato De Caro teve como objetivo oferecer uma alternativa à idade do ST, após a peça ter sido submetida a uma datação por radiocarbono na década de 1980, que indicou sua criação entre os anos de 1260 e 1390, ou seja, muito depois de Cristo ter vivido. &nbsp;Para reavaliar esses testes, De Caro e sua equipe do Instituto de Cristalografia de Bari, Itália, aplicaram no artefato uma técnica conhecida como dispersão de raios X em ângulo amplo (WAXS na sigla em inglês). A tecnologia é capaz de identificar alterações estruturais microscópicas nas fibras, ocorridas com o envelhecimento.&nbsp;<h2>Quais as conclusões do "novo" estudo sobre o sudário de Turim?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27174836911352.jpg" alt="Fotografias do microscópio óptico de amostras do sudário de Turim. (Fonte: Liberato De Caro et. al.)"><figcaption>Fotografias do microscópio óptico de amostras do sudário de Turim. (Fonte: Liberato De Caro et. al.)</figcaption></figure></figure>No estudo de 2022, os autores explicam que "o grau de envelhecimento natural da celulose que constitui o linho da amostra investigada, obtido por análise de raio-x, mostrou que o tecido é muito mais antigo do que os sete séculos propostos pela datação por radiocarbono de 1988", escrevem De Caro e sua equipe.A justificativa é que a celulose encontrada nas fibras do sudário teria envelhecido mais devagar a partir do século 14 devido às baixas temperaturas dos locais <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114224-o-veu-de-veronica-a-controversa-reliquia-crista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">onde a relíquia passou a ser guardada</a>, o que retardou seu processo de envelhecimento.&nbsp;Os autores alertam que a precisão dos seus resultados depende de pesquisas futuras que possam confirmar que o ST foi mantido em uma temperatura média de cerca de 22 °C e a uma umidade relativa de aproximadamente 55% durante os 13 séculos em que não apareceu no registro histórico.<h2>Cuidados com conclusões precipitadas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27182922198375.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>A Igreja Católica não reconhece o sudário como autêntico. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora o estudo de De Caro e sua equipe tenha sido adequadamente conduzido na época, e depois revisto por pares, mais pesquisas e análises serão necessárias para comprovar esses resultados, antes que qualquer tipo de conclusão sobre a datação seja tirado.Além disso, um artigo de 2018 de coautoria do mesmo De Caro teve que ser retratado pela revista PLOS One, depois que os pesquisadores sugeriram que o sudário tinha evidências biológicas consistentes com <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/7-fatos-importantes-sobre-jesus-que-pouca-gente-se-lembra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um trauma grave em um ser humano (como tortura e crucificação)</a>. O problema foi que os autores "esqueceram" de mencionar que as amostras haviam sido fornecidas pela própria associação que tenta provar que o sudário é autêntico.&nbsp;Nesse sentido, a Igreja Católica não reconhece oficialmente o sudário de Turim como autêntico ou falso.&nbsp;

large_redes-sociais-ressuscitam-polemica-sobre-autenticidade-do-santo-sudario-de-turim-banner.png

medium_redes-sociais-ressuscitam-polemica-sobre-autenticidade-do-santo-sudario-de-turim-banner.png

small_redes-sociais-ressuscitam-polemica-sobre-autenticidade-do-santo-sudario-de-turim-banner.png

thumbnail_redes-sociais-ressuscitam-polemica-sobre-autenticidade-do-santo-sudario-de-turim-banner.png

redes-sociais-ressuscitam-polemica-sobre-autenticidade-do-santo-sudario-de-turim-banner.png

Santo Sudário de Turim: a volta da polêmica sobre a autenticidade do artefato

Há diferentes concepções sobre o estágio que, segundo os cristãos, é uma parada intermediária antes de chegar ao reino dos céus.

Os cristãos costumam compartilhar entre si algumas concepções provindas da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127689-quem-escolheu-quais-livros-entrariam-na-biblia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bíblia</a>. Entre elas, está a ideia do Purgatório, que seria um local, um estado ou um processo de purificação temporária que as almas passam depois de morrerem, enquanto são preparadas para subir ao reino dos céus.Há várias percepções oriundas de textos diversos, como a obra "Catecismo da Igreja Católica", na qual se lê sobre os princípios estipulados aos seguidores dessa religião. Contudo, há diferentes definições espirituais possíveis ao Purgatório.<h2>O que é o Purgatório?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08185245181301.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>O Purgatório pode ser interpretado como um lugar, mas também como um estado de espírito. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em teoria, o Purgatório é uma espécie de lugar (o que pode ser encarado também de maneira metafórica). De acordo com os escritos deixados pelo apóstolo Paulo, há algumas pistas que indicariam o que ocorre por lá e quem vai parar nesse estado.Em Coríntios, o apóstolo fala de pessoas que “construíram sobre o fundamento que é <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/7-fatos-importantes-sobre-jesus-que-pouca-gente-se-lembra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus Cristo</a>, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira)”. Logo em seguida, ele apresenta a ideia do juízo de Deus com a imagem do fogo que surge para provar as obras deixadas por cada um em sua vida. Se a obra resistir, seu autor “recebe uma recompensa”.Mas, caso isso não aconteça, ele “sofre detrimento”, entendido como uma pena, mas que não é a condenação final. A alma sobreviverá depois de passar por certos sofrimentos. Ou seja, a pessoa que cometeu certos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119985-os-sete-pecados-capitais-e-suas-interpretacoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pecados</a> em vida deve passar pelo Purgatório antes de finalmente subir para o céu.Segundo o "Catecismo da Igreja Católica", os pecados mortais (como o assassinato) são mais graves que os chamados pecados veniais (como a inveja ou o ato de deixar de orar). O pecado cometido impacta diretamente no castigo que a pessoa recebe no Purgatório.<h2>Relatos do Purgatório</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08185314487303.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Há várias versões, inclusive artísticas, sobre como seria o Purgatório. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ao longo da história, várias pessoas relataram ter experimentado algum contato com o Purgatório. É claro que é preciso ter fé para assegurar alguma idoneidade a esses relatos. Mas, mesmo que não se acredite, eles são fascinantes por si só.Em 1873, uma freira disse ter entrado em contato com uma alma no Purgatório, que era outra freira que vivem em seu convento. A alma teria dito que há vários estágios no Purgatório. O mais baixo seria como um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/portal-para-o-inferno-cratera-na-siberia-continua-crescendo-16-metros-por-ano" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inferno</a> temporário, e estaria reservado às almas que cometeram os piores crimes.&nbsp;Logo acima, estariam as almas que eram indiferentes a Deus (ou seja, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105389-13-paises-onde-ser-ateu-e-motivo-para-pena-de-morte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ateus</a> e agnósticos). Em seguida, vêm os que possuem "pecados veniais não totalmente expiados" ou pecados mortais que foram "perdoados, mas pelos quais não deram inteira satisfação à Justiça Divina".A mais famosa imagem do Purgatório está nas obras do poeta italiano Dante Alighieri, publicado como <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/87964-veja-os-nove-circulos-do-inferno-de-a-divina-comedia-feitos-com-lego.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A Divina Comédia</a>. Quando o trabalho de Alighieri foi concluído, por volta de 1308 a 1321, a ideia do Purgatório já estava consagrada na doutrina da Igreja Católica.Segundo o famoso poeta, o Purgatório seria um espaço intermediário entre o paraíso e o inferno, e que se encontra na porção austral do planeta. Ele seria composto por uma montanha com círculos ascendentes que são reservados aos que cometeram pecados e estão no processo de expiação. De lá, as almas assistem às punições sofridas por aqueles que não se arrependeram e acabaram descendo para o inferno.

large_13161204627665.jpeg

medium_13161204627665.jpeg

small_13161204627665.jpeg

thumbnail_13161204627665.jpeg

13161204627665.jpeg

Pessoas que afirmam terem ido para o Purgatório contam como é lá

Durante séculos, os teóricos tentaram confirmar sua tese de que o leite azedava em tempestades elétricas, e ignoravam dados que poderiam refutá-la.

Por mais absurda que possa parecer nos dias de hoje, uma teoria sobre a fermentação do leite pela ação dos raios de uma tempestade com trovoadas foi mundialmente aceita no mundo inteiro e perdurou durante os séculos XVIII e XIX. Publicada na prestigiosa revista científica Scientific American, uma carta enviada pelo cientista amador John D. Caton explicava um experimento feito por ele para provar o fenômeno.Caton era juiz da Suprema Corte de Illinois, trabalhou em alguns casos legais com o então advogado Abraham Lincoln, e se correspondia regularmente com Charles Darwin, que ainda não havia publicado o seu A Origem das Espécies.&nbsp;Publicada com o título de “Raios e Leite”, a carta alertava que, embora não compreendido pelos homens de ciência, o fenômeno era "bem conhecido pelos produtores de leite e donas de casa que uma violenta tempestade transforma leite doce em azedo".<h2>Provando que o raio azedava o leite</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/03/03110259644002.jpg" alt="X. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>John Caton criou a tese Raio x Leite, e também a refutou. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>“Com um pé” no misticismo, os cientistas do século XVIII adotavam o chamado viés de confirmação, tentando muitas vezes confirmar suas crenças pessoais, ignorando dados que pudessem refutá-las. O próprio Noah Webster (aquele do dicionário) postulava que o raio coalhava o leite, pois reduzia a pressão barométrica da atmosfera.Caton, pelo menos, teve a humildade de testar sua hipótese: passou uma corrente elétrica através de várias tigelas de leite usando fios de metal. Após algumas descargas, ele percebeu que o leite não coalhava, e registrou: "Portanto,&nbsp;concluí que a eletricidade não tem agência direta para transformar leite doce em azedo durante uma tempestade".<h2>Como a teoria Raios e Leite foi desmistificada?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/03/03113957883000.jpg" alt="Demorou quase dois séculos para que os Lactobacillus fossem conhecidos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Somente no final do século XIX Pasteur demonstrou que os Lactobacillus fermentavam o leite. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O fim dessas teorias “electrolácteas” só foi terminar no final do século XIX, quando o cientista francês Louis Pasteur demonstrou que são bactérias do ácido láctico, como os lactobacilos, as responsáveis pela fermentação e acidificação do leite. Ou seja, quando esses micróbios consomem os açúcares naturais do leite (lactose), produzem o ácido láctico residual que coagula as proteínas do leite.Mesmo com a comprovação da influência das bactérias, foi somente em 1927 que o microbiologista Edward Holyoke Farrington deu a explicação definitiva para a questão: "Uma atmosfera espessa e abafada geralmente precede as chuvas de trovões, e fornece condições favoráveis para o crescimento de bactérias que azedam o leite".Importante precursor da microbiologia no mundo, o também médico Farrington decretou: "Nenhum efeito de trovões e relâmpagos no leite e no creme será notado, se as vacas e as latas de leite estiverem limpas, e todos os utensílios cuidadosamente esterilizados". Hoje, para um raio azede o leite, só se queimar a geladeira.

small_e-verdade-que-tempestades-com-trovoadas-podem-azedar-o-leite-thumb.png

thumbnail_e-verdade-que-tempestades-com-trovoadas-podem-azedar-o-leite-thumb.png

e-verdade-que-tempestades-com-trovoadas-podem-azedar-o-leite-thumb.png

É verdade que tempestades com trovoadas podem azedar o leite?

Para a ciência, a ideia de auras místicas e espirituais não tem base concreta. É provável que as auras sejam mais uma questão neurológica e psicológica do que um fenômeno paranormal.

A ciência tem explorado diversas fronteiras do conhecimento humano, desde as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121752-como-e-possivel-haver-vida-nas-profundezas-dos-oceanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">profundezas do oceano</a> até os confins do espaço. Mas o que ela diz sobre a aura humana, aquela suposta energia luminosa que envolve nosso corpo e revela aspectos da nossa personalidade e estado emocional? A resposta é intrigante e multifacetada, envolvendo desde a pseudociência até os limites da neurociência.&nbsp;A ideia de auras vem de antigas tradições espirituais e místicas, com crentes afirmando que essas emanações coloridas ao redor do corpo revelam nossa identidade, sentimentos e saúde. No entanto, a ciência não encontrou evidências concretas de sua existência. Mesmo após várias tentativas de estudo empírico, os resultados não sustentam a ideia de que as auras sejam reais.<h2 style="text-align:justify;">Mais ciência, menos misticismo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/04/04121804440000.jpg" alt="Muitos usam a chamada fotografia Kirlian como prova de que auras existem. A ciência, mostra que não. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Muitos usam a chamada fotografia Kirlian como prova de que auras existem. A ciência, mostra que não. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O conceito moderno de aura muitas vezes se mistura com termos científicos como "energia" e "vibrações", o que pode torná-las atraentes para quem busca uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103617-explicacao-para-as-experiencias-fora-do-corpo-pode-estar-dentro-do-ouvido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">explicação que soe mais legítima</a>. Mas, como os cientistas apontam, essas explicações são frequentemente uma mistura de tradições antigas e linguagem moderna, criando uma "sopa explicativa" que não se sustenta sob escrutínio rigoroso.&nbsp;A fotografia Kirlian, por exemplo, que muitos acreditam ser capaz de capturar a aura, foi desmistificada como um fenômeno relacionado à umidade e a faíscas elétricas, e não uma prova de energia vital.Porém, apesar da falta de evidências científicas, a crença em auras persiste. Muitas pessoas relatam ver auras, especialmente médiuns e curandeiros, que afirmam ter essa habilidade especial. Algumas pesquisas sugerem que esses indivíduos podem estar experimentando uma forma de sinestesia, uma condição neurológica onde os sentidos se misturam.&nbsp;Por exemplo, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128153-uma-breve-historia-da-sinestesia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sinesteta pode ver cores</a> quando ouve sons ou associar pessoas a cores específicas. Estudos indicam que alguns curandeiros que dizem ver auras podem, na verdade, estar experimentando sinestesia facial, onde as áreas do cérebro responsáveis pelo reconhecimento facial e a percepção de cores estão interconectadas de maneira incomum.Outro aspecto intrigante é a relação entre sinestesia e empatia. Alguns sinestetas têm uma capacidade aumentada de sentir o que os outros estão sentindo, o que pode levar à crença de que estão percebendo a aura de alguém. No entanto, isso não passa de uma percepção subjetiva, uma forma de autoengano onde se acredita possuir poderes paranormais.<h2 style="text-align:justify;">Falhas em testes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/04/04125935390002.jpg" alt="Vários aspectos místicos não passam no escrutínio científico. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Vários aspectos místicos não passam na análise científica. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Experimentos científicos rigorosos para testar a habilidade de ver auras falharam consistentemente em demonstrar evidências de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127485-5-casos-judiciais-bizarros-envolvendo-seres-sobrenaturais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poderes paranormais</a>. Em um estudo, um médium foi desafiado a detectar pessoas atrás de uma barreira opaca sem pistas visuais ou sonoras. Os resultados mostraram que suas respostas não foram melhores do que o acaso, indicando a ausência de habilidades extraordinárias.Em outro estudo, utilizando metodologias avançadas, médiuns foram desafiados a localizar pessoas escondidas atrás de telas. Novamente, sua precisão não superou a esperada pela pura sorte, confirmando a falta de evidências para capacidades paranormais. Esses experimentos reforçam a conclusão de que não há suporte científico para a existência de habilidades de ver auras.Mesmo com a desmistificação científica, esse tema ainda é popular, especialmente em círculos da Nova Era e espiritualistas. Empresas desse ramo oferecem diversos serviços que prometem uma nova forma de autoconhecimento e autoexploração, semelhante a outras ferramentas pseudocientíficas como leituras de tarô e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123250-como-surgiu-a-astrologia-conheca-a-historia-por-tras-dos-signos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mapas astrológicos</a>.&nbsp;Em resumo, a ciência ainda não encontrou evidências para apoiar a existência de auras como descritas pelas tradições espirituais e esotéricas. O que parece ser uma aura pode, na verdade, ser uma combinação de fenômenos neurológicos, perceptivos e psicológicos.&nbsp;

large_o-que-sao-auras-e-como-a-ciencia-enxerga-esse-conceito-thumb.png

medium_o-que-sao-auras-e-como-a-ciencia-enxerga-esse-conceito-thumb.png

small_o-que-sao-auras-e-como-a-ciencia-enxerga-esse-conceito-thumb.png

thumbnail_o-que-sao-auras-e-como-a-ciencia-enxerga-esse-conceito-thumb.png

o-que-sao-auras-e-como-a-ciencia-enxerga-esse-conceito-thumb.png

O que são auras e como a ciência enxerga esse conceito?

Ao longo dos anos, cineastas dramatizaram avanços tecnológicos para atrais mais espectadores para a bilheteria.

Os filmes se tornaram muito mais cientificamente precisos nos últimos anos, mas isso não significa que tudo que você vê em uma tela de cinema seja verdade. Inclusive, é muito provável que os roteiros aos quais você assistiu tenham sido exagerados pelos cineastas para atrair mais espectadores, sobretudo em relação aos avanços tecnológicos da nossa sociedade.Portanto, existem vários temas ligados a tecnologia por aí que você aceitou como realidade em vez de ficção por conta do cinema. Mas sobre o que estamos falando? Veja só a lista que separamos sobre seis mitos tecnológicos que já foram exibidos em filmes.<h2>1. Como hackear alguém</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01222224071318.jpg" alt="Trabalho de hackers é muito mais sutil do que filmes fazem parecer. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Trabalho de hackers é muito mais sutil do que filmes fazem parecer. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora o filme 007 - Operação Skyfall (2012) seja um dos mais icônicos da franquia de James Bond, ele também retrata de forma muito errada o trabalho dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/104787-ha-30-anos-um-hacker-invadia-a-transmissao-de-tv-em-dois-canais-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hackers</a>. O longa mostra o suposto gênio da computação e intendente do MI6 "Q" hackeando por meio de gráficos visualmente impressionantes.Porém, embora o filme acerte algumas coisas sobre codificação, ele não mostra a natureza sutil e não visual dos hackers. Além disso, a velocidade e imediatez como "Q" realiza suas ações são exageradas para efeito cinematográfico.<h2>2. Quebrando dados criptografados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01222121689316.jpg" alt="Desvendar dados criptografados aleatoriamente é tecnicamente impossível. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Desvendar dados criptografados aleatoriamente é tecnicamente impossível. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O filme Código Para o Inferno (1998) mostra um garoto de 9 anos que acidentalmente decodificou um número de telefone secreto do governo dos Estados Unidos existente em um quebra-cabeça numérico. Contudo, isso é tecnicamente impossível, tendo em mente que dados criptografados só podem ser decodificados com uma chave certa.Embora erros de implementação possam tornar alguns dados criptografados vulneráveis, é impossível que uma criança aleatoriamente conseguiria resolver tão caso.&nbsp;<h2>3. Atravessando um buraco negro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01222023805314.jpeg" alt="Especialistas garantem que aeronaves e seres humanos não sairiam ilesos de um buraco negro. (Fonte: Paramount Pictures/Reprodução)"><figcaption>Especialistas garantem que aeronaves e seres humanos não sairiam ilesos de um buraco negro. (Fonte: Paramount Pictures/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A ciência por trás do filme Interestelar&nbsp;(2014), de Christopher Nolan, foi elogiada pelos críticos por sua precisão — inclusive sobre como previu a aparência de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125696-buraco-negro-acende-e-vira-um-dos-objetos-mais-brilhantes-ja-vistos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">buraco negro</a>. Contudo, ao mesmo tempo, o filme não conseguiu resistir a mostrar uma nave espacial humana sobrevivendo de alguma forma às forças gravitacionais de um buraco negro.A maioria dos físicos concorda que qualquer coisa que se aproximasse do horizonte de eventos de um buraco negro seria completamente deformada e destruída. E por mais que o "buraco de minhoca" seja uma teoria real, o problema está em sobreviver aos seus imensos efeitos gravitacionais.<h2>4. Inteligência Artificial</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01221819096313.jpg" alt="Estaria a Inteligência Artificial prestes a criar consciência própria? (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Estaria a Inteligência Artificial prestes a criar consciência própria? (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Uma das coisas que Hollywood mais gosta de fazer é mostrar que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-os-seres-humanos-nao-confiam-totalmente-na-inteligencia-artificial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Inteligências Artificiais</a> rapidamente poderiam se voltar contra os seres humanos ou se tornar plenamente consciente, como no filme O Homem Bicentenário (1999).Porém, é basicamente impossível para qualquer IA evoluir além de sua programação, pois ela só poderia se tornar senciente se fosse programada para isso — algo que os humanos ainda não descobriram exatamente como fazer.&nbsp;<h2>5. Silenciadores em armas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01221525884311.jpg" alt="Supressores de ruído em armas só conseguem diminuir o barulho em até 30 decibéis. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Supressores de ruído em armas só conseguem diminuir o barulho em até 30 decibéis. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Um atirador de elite poderia fazer múltiplos disparos com uma arma usando silenciador sem ser notado por outras pessoas? É isso que a ficção, como em John Wick 3: Parabellum (2019), faz você acreditar, mas a realidade é outra.&nbsp;Dependendo do calibre e do tipo de munição usados, o ruído de uma arma pode variar de 140 a 180 decibéis. E mesmo com os silenciadores mais avançados, só seria possível diminuir esses números em até 30 decibéis. Portanto, essas armas ainda seriam plenamente audíveis.&nbsp;<h2>6. Carros explodindo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/01/01221414540308.jpeg" alt="Mitsubishi Eclipse de Brian O'Conner pega fogo em Velozes &amp; Furiosos. (Fonte: Universal Pictures/Reprodução)"><figcaption>Mitsubishi Eclipse de Brian O'Conner pega fogo em Velozes &amp; Furiosos. (Fonte: Universal Pictures/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Qualquer um que já assistiu a qualquer filme da saga Velozes &amp; Furiosos já ficou impressionado com a facilidade que os carros têm em explodir por aí. Mas será que é tão fácil assim para um veículo sair voando pelos ares em chamas? Não!A gasolina usada em motores é estável e não explode tão facilmente assim. E mesmo que um tanque de gasolina fosse atingido diretamente, o caos não seria necessariamente intenso. &nbsp;

large_GettyImages-1468693046.jpg

medium_GettyImages-1468693046.jpg

small_GettyImages-1468693046.jpg

thumbnail_GettyImages-1468693046.jpg

GettyImages-1468693046.jpg

6 mentiras tecnológicas que você já viu nos cinemas

Potencializadas pela internet, esses fenômenos têm se mostrado fontes de desinformação e mecanismos nada éticos de ganhar dinheiro em cima das fragilidades das pessoas, sejam elas emocionais ou de instrução.

A internet, inicialmente idealizada como uma superestrada da informação, tornou-se um território fértil para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124461-o-que-e-uma-pseudociencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pseudociência</a> e anticiência. Esses fenômenos não apenas desafiam o conhecimento científico, mas também podem ser perigosos para a sociedade. Mas o que realmente diferencia a pseudociência da anticiência, e como podemos combater ambos eficazmente?<h2 style="text-align:justify;">Inimigos da ciência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18110546831085.jpg" alt="A ciência, que usa métodos rigorosos e empíricos para testar hipóteses e chegar a conclusões verificáveis, tem sido vítima de ataques contra sua credibilidade. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A ciência, que usa métodos rigorosos e empíricos para testar hipóteses e chegar a conclusões verificáveis, tem sido vítima de ataques contra sua credibilidade. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pseudociência é o termo usado para descrever práticas ou teorias que, apesar de se apresentarem como científicas, carecem de provas sólidas e rigor metodológico. Um exemplo clássico é a acupuntura, que, embora tenha uma longa história e muitos defensores, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124558-6-pseudociencias-que-precisam-acabar-de-uma-vez-por-todas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não possui respaldo científico</a> consistente que comprove seus efeitos além do placebo.&nbsp;Os adeptos da pseudociência frequentemente usam jargões científicos e citam estudos questionáveis para conferir credibilidade às suas práticas, criando uma fachada de racionalidade que pode enganar facilmente.Por outro lado, a anticiência é uma rejeição explícita da ciência e da autoridade científica. Movimentos como o antivacina ilustram bem essa postura, onde a desconfiança nas instituições científicas é alimentada por crenças pessoais ou ideologias. Ao contrário da pseudociência, que busca imitar a ciência, a anticiência se opõe abertamente a ela, preferindo argumentos emocionais e instintivos a dados e fatos.<h3 style="text-align:justify;">Caso concreto</h3>Para entender melhor a diferença entre esses dois conceitos, podemos analisar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128928-terra-plana-isso-pode-ja-ter-sido-uma-realidade-mas-nao-como-voce-pensa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o caso dos terraplanistas</a>. Originalmente, a crença na "Terra plana" era propagada por meio de experimentos pseudocientíficos que tentavam, de forma falha, provar essa teoria.&nbsp;Hoje, porém, a difusão dessa ideia transformou-se em um movimento anticientífico, onde memes e argumentos simplistas substituem qualquer pretensão de base científica. As discussões em fóruns como o Reddit exemplificam isso, sendo dominadas por insultos e ataques pessoais, em vez de debates racionais.<h2 style="text-align:justify;">E o que fazer?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18103105820056.jpg" alt="Grupos antivacina são um perigo não só para a saúde do indivíduo, mas também para toda a sociedade. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Grupos antivacina são um perigo não só para a saúde da própria pessoa, mas também para toda a sociedade. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Combater a pseudociência envolve desmascarar suas falácias, verificando fatos, analisando evidências e demonstrando onde as alegações falham. Isso é eficaz porque os pseudocientistas operam dentro de uma estrutura que finge ser científica. Ao expor inconsistências, podemos persuadir algumas pessoas a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125412-4-crencas-humanas-bizarras-que-ja-existiram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reconsiderarem suas crenças</a>.Já a anticiência requer uma abordagem diferente. Tentar debater com anticientistas usando lógica e evidências científicas frequentemente é ineficaz, pois eles rejeitam a própria premissa de que tais evidências sejam válidas. Nesse caso, uma tática mais produtiva pode ser confrontar a anticiência em seus próprios termos – utilizando a mesma linguagem emocional e instintiva, ou até mesmo humor, para expor a fraqueza dos argumentos anticientíficos.Por exemplo, em vez de apresentar cálculos matemáticos para refutar um meme sobre a Terra plana, poderia ser mais eficaz ridicularizar a qualidade do próprio meme ou usar humor para desmascarar o absurdo da ideia. A chave é não tentar racionalizar um debate que nunca foi racional desde o início.No entanto, a questão mais ampla e preocupante é que tanto a pseudociência quanto a anticiência alimentam o mesmo tipo de pensamento conspiratório que ameaça a sociedade em áreas críticas, como a saúde pública e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-as-ondas-de-calor-afetam-a-nossa-saude" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudança climática</a>. Isso mostra a importância de uma abordagem educacional robusta e contínua, que não só ensine ciência, mas também promova o pensamento crítico e a capacidade de distinguir entre fato e ficção.

Mito ou Verdade

Novidades