Saúde/bem-estar
09/11/2024 às 03:00•2 min de leituraAtualizado em 09/11/2024 às 03:00
Mundialmente conhecida, a história da Cinderela se popularizou a partir do filme de 1950, produzido pela Disney. O enredo é conhecido: uma jovem é maltratada por uma madrasta má, depois é ajudada por uma fada madrinha, vai para um baile e lá conhece um príncipe. Na hora de ir embora, ela deixa para trás.o seu sapatinho de cristal.
Assim como boa parte dos contos de fada adaptados pela Disney, a narrativa original não era tão fofinha assim. Essa é a sua história.
A história da Cinderela tem antecessores bem menos famosos. Um deles é o relato romano de Rodópis, a história de uma cortesã egípcia que tem sua sandália arrancada por uma águia e depois entregue para o rei. O mote original é o mesmo: uma garota de classe baixa encanta a aristocracia por meio de um item pessoal e por sua beleza natural.
Quando se chega no século 17, já havia pelo menos 345 variações da história da Cinderela circulando na Europa. Em 1637, o autor francês Charles Perrault publicou o popular livro Mother Goose's Fairy Tales, no qual já está incluído o conto de Cinderela da forma que todos nós conhecemos.
Mas a história realmente bomba quando chega à versão dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm. Eles se basearam nas Cinderelas de Charles Perrault e Giambattista Basile para criar a sua própria versão, chamada Aschenputtel.
Mas essa é uma narrativa diferente das antecessoras e muito longe da adaptação da Disney. Em Aschenputtel, Cinderela lamenta sua mãe morta tão intensamente que suas lágrimas fazem uma árvore crescer do solo. Enquanto ela reza na árvore, pombos brancos aparecem para realizar seus pedidos.
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Mais tarde, um rei realiza um festival, e os pássaros produzem roupas e chinelos para Cinderela para que ela compareça ao evento. Lá, ela encanta o príncipe, e por fim chegamos à famigerada cena de ela experimentando os chinelos.
Mas há detalhes um tanto aterrorizantes. Para fazer os pés das filhas se encaixarem nos chinelos da Cinderela, a madrasta ordena que uma delas corte um dedo e a outra um pedaço do calcanhar. No entanto, o príncipe não acredita nelas, e sim na Cinderela, em quem o sapato serve perfeitamente. A história termina com o narrador dizendo que os pombos bicaram os olhos das meias-irmãs no casamento, que acaram punidas com a cegueira por suas maldades.
A Disney fez muito sucesso com o filme Branca de Neve e os Sete Anões, em 1937, e resolveu seguir lançando um filme de animação após o outro. Boa parte deles se tornaram clássicos, e a produção seguiu até 1942, com Bambi. Depois, o estúdio fez uma pausa por causa dos problemas econômicos da Segunda Guerra Mundial.
No fim da década de 1940, a Disney retoma suas atividades e vai de novo até os irmãos Grimm para adaptar sua versão. Contudo, todos sabemos bem que o filme da Disney não tem nenhuma meia-irmã automutiladora ou que é cegada por pássaros em sua versão.
Na verdade, o clássico da Disney se assemelha mais à versão de Charles Perrault de 1637. A produtora também incluiu números musicais que fizeram muito sucesso. Assim, a Cinderela da Disney envolve um final feliz, com o casamento da moça com o príncipe. As pessoas malvadas são meio que esquecidas apesar de todas as maldades.
Não se sabe ao certo se os Irmãos Grimm iam curtir a versão alegre da versão da Disney. Mas o mais importante, sem dúvida, é que as crianças adoram.