
Estilo de vida
17/05/2025 às 03:25•3 min de leituraAtualizado em 17/05/2025 às 03:25
Os amantes de vinho sabem isso: a taça escolhida para desfrutar a bebida faz toda a diferença no sabor. Além disso, tem um fator estético fundamental quando se escolhe uma taça bonita.
Escolher bem os copos é fundamental para uma boa experiência com vinhos. “Para aqueles interessados em vinho ou em receber amigos e familiares para ocasiões especiais, vale a pena ter um conjunto de taças para seus vinhos tintos, brancos e espumantes. Mas você não precisa necessariamente se preocupar com os detalhes mais sutis", explica Andreea Botezatu, professora do departamento de ciências hortícolas da Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida do Texas e especialista em enologia.
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Por sorte, não é tão difícil fazer essas escolhas. Veja a seguir algumas dicas que podem ajudar.
O sabor dos vinhos tintos depende principalmente da presença do oxigênio, que afeta o aroma. Andreea Botezatu explica que esses vinhos contêm taninos, que são compostos químicos encontrados em muitas frutas e vegetais. Eles acrescentam um toque de adstringência à bebida, dando a sensação seca e áspera.
Por conta dos taninos, o vinho tinto ganha em sabor quando é agitado um pouco, o que permite a aeração, suavizando a aspereza e liberando os aromas. “Um conjunto padrão de taças de vinho tinto geralmente tem uma tigela maior para acomodar um movimento suave para ajudar na aeração”, afirma a pesquisadora.
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Ela explica que não precisa se preocupar muito com os detalhes da taça – o mais importante é que ela seja grande, possibilitando que você a agite levemente. “Você provavelmente teria que ser um especialista em degustação de vinhos para realmente perceber quaisquer diferenças entre os diferentes tipos de taças. Para a maioria dos amantes de vinho, uma boa taça de vinho tinto para todos os fins serve", acrescenta.
Por outro lado, os vinhos brancos têm menos tanino e precisam de menos contato com o ar. Assim, copos um pouco menores com topos estreitos são mais indicados, pois ajudam a concentrar os aromas.
No caso dos brancos, a principal preocupação é a temperatura. Vinhos brancos são sempre melhor servidos gelados. Usado a lógica, uma taça de vinho branco menor, mas ainda padrão, vai acabar antes que o líquido esquente. É importante também cuidar para segurar a taça pela haste para evitar aquecer o bojo.
Para tomar os vinhos espumantes, é preciso um pouco mais de cuidado. Botezatu indica três tipos de taças, que podem ser escolhidos de acordo com a preferência de cada um.
A taça coupe, no passado, era sempre usada para tomar espumantes. Ela é rasa e tem um bojo largo e, na década de 1920, ficou muito popular. A coupe estava presente em festas de luxo – basta lembrar daquela imagem de uma torre de taças empilhadas que recebia o vinho no topo.
Mesmo sendo belíssimas, as taças coupes não são as mais indicadas caso o objetivo seja preservar as bolhinhas do espumante. Botezatu explica que a grande superfície aberta dessa taça faz com que a bebida perca a efervescência muito rapidamente.
Tem gente que até prefere beber o vinho assim, pois ele fica mais suave. Mas, pelo menos em teoria, a gente escolhe vinho espumante porque ele espera que ele tenha espuma, certo?
A taça flauta tem um formato estreito, que lembra um tubo, e é muito usada em brindes de Ano Novo. Em relação à taça coupe, ela preserva muito mais as bolhas.
Por outro lado, seu topo muito estreito pode prejudicar a preservação dos aromas. Botezatu diz que ela é mais indicada para vinhos espumantes como Prosecco, onde efervescência e frescor são as principais atrações.
Entre a coupe e a flauta, está a taça tulipa, que nem sempre é lembrada. Botezatu diz que isso é uma injustiça, já que essa taça é a melhor escolha para tomar os espumantes.
Com um bojo mais largo na parte inferior que afunila na parte superior, ela consegue manter um equilíbrio entre preservar bolhas e realçar aromas. Por isso, é a mais indicada para vinhos de boa qualidade. “Você quer uma taça que realmente ajude no desenvolvimento desses aromas, e essa seria sua taça tulipa. Ela permite que as notas cremosas e de pão características do champanhe brilhem, mantendo uma efervescência mais suave do que a taça flauta”, arremata.