Estilo de vida
27/09/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 27/09/2024 às 21:00
Desde que o ator George Clooney anunciou recentemente a retomada da franquia Ocean’s, com a possível produção do filme Catorze Homens e um Segredo, muito se tem especulado sobre a continuação da série que começou com Onze Homens e um Segredo, estrelado por Clooney em 2001, e que pretendia ser apenas uma remake de uma produção com o mesmo nome da década de 1960.
No Brasil, esses filmes adotaram um formato nos títulos de “X Pessoas e um Segredo”, com o X representando o número dos membros de uma quadrilha que rouba cassinos ou obras de arte de museus famosos.
No caso de roubos de objetos de arte, o esquema se repete: os meliantes montam uma equipe de especialistas para a “missão”, bolam e executam o plano. Os bonitões arrombam um cofre impenetrável ou passam de forma furtiva pelos guardas para pegar os itens valiosos. Geralmente, são interceptados pela polícia que tenta capturá-los, mas geralmente não consegue.
Em uma entrevista para o Business Insider, um policial da vida real chamado Robert Wittman, veterano da equipe nacional de crimes de arte do FBI, falou sobre sua experiência de 20 anos na recuperação de mais de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) em peças roubadas. Ele disse que esses filmes glamourosos estão muito distantes dos assaltos da vida real.
O erro já começa com o local do assalto, diz Wittman, pois “é muito mais difícil passar pelo sistema de segurança do Met ou do Louvre do que entrar em uma pequena casa-museu”. No filme Oito Mulheres e um Segredo, uma quadrilha comandada por Sandra Bullock, Cate Blanchett e Anne Hathaway rouba um colar de US$ 150 milhões da Cartier durante o badalado Met Gala.
Para o especialista, os assaltos da vida real mais se assemelham a furtos, pois 90% dos casos são crimes de oportunidade, praticados internamente. Ou seja, por alguém que teve acesso à coleção, como um trabalhador, um curador ou até mesmo um especialista fazendo uma pesquisa. Resumindo: alguém que tem acesso ao local no dia a dia.
Embora os roubos da vida real ocorram em museus antigos, com sistemas de segurança bastante ultrapassados, é importante destacar que a polícia não é tão burra quanto parece nos filmes. No caso de arte roubada, geralmente há policiais infiltrados se passando por receptadores, explica Wittman.
Além disso, uma obra de arte cara não pode simplesmente ser surripiada e depois anunciada na OLX. A Mona Lisa, por exemplo, foi roubada em 1911 por Vincenzo Perugia, que a escondeu em casa por dois anos, até tentar vendê-la a um curador que, imediatamente, o entregou à polícia.
Outro assalto, em 2000 no Museu Nacional de Estocolmo, na Suécia, foi feito por ladrões com metralhadoras. Wittman solucionou o caso, passando-se por negociador e “comprando” US$ 30 milhões em obras de Rembrandt e Renoir por apenas US$ 250 mil, após cinco anos de tentativa de negociação pelos ladrões, que acabaram presos.