Como norte-coreanos que nunca saíram de seu país imaginam o futuro?

12/08/2014 às 06:052 min de leitura

A Coreia do Norte, como você sabe, é um dos países mais isolados do planeta. Além de estar entre as nações menos visitadas por turistas — sem falar que não são muitos os norte-coreanos que saem de viagem pelo mundo —, desde 1948, o Estado controla todo tipo de informação que entra ou sai de lá, impondo incontáveis restrições e uma pesada censura.

Sendo assim, como é que pessoas que jamais saíram de seu país — e não têm conhecimento de como o progresso vem moldando o mundo — imaginam o futuro de suas cidades? Segundo o site io9, Nick Bonner, dono de uma das poucas agências que organiza viagens à Coreia do Norte, a Koryo Tours, resolveu fazer essa pergunta a um arquiteto que nunca saiu do território norte-coreano, e a resposta, na forma de um projeto voltado ao turismo, foi surpreendente.

Arquitetura censurada

Projeto de hotel

Todos os arquitetos da Coreia do Norte frequentam a universidade controlada pelo Estado — sem acesso à internet ou outras mídias —, portanto, os estudantes têm pouca noção sobre como a área está avançando em outras partes do mundo. Além disso, apenas um pequeno número de alunos recebe permissão para estudar no exterior.

De acordo com o io9, a agência de Bonner — que organizou um tour focado na arquitetura do país — às vezes consegue levar livros de design para atualizar os futuros profissionais, mas isso só ocorre ocasionalmente. Assim, ao abordar o arquiteto norte-coreano, embora Bonner soubesse que seu conhecimento com respeito às técnicas e tecnologias atuais voltadas à sustentabilidade fosse limitado, pediu que os projetos tivessem ênfase nesse aspecto.

Coreia do Norte futurista

A natureza sempre presente

Como você verá nas fascinantes imagens logo mais, o norte-coreano que nunca teve contato com o mundo exterior, imaginou um futuro que parece saído de uma revista de arquitetura dos anos 50 — com alguns toques que parecem inspirados em um dos desenhos dos Jetsons. O projeto traz vilas em forma de cone instaladas no alto de montanhas, trens velozes com muitas janelas panorâmicas, pontes suspensas e meios de transporte superfuturistas.

O plano também vislumbra comunidades cooperativas para abrigar artesãos — contando com hélices para obtenção de energia eólica e placas solares — com estruturas inspiradas nas rocas utilizadas na produção de fios de seda, assim como outros espaços de convivência comunitária, algo que faz parte da cultura norte-coreana.

Além disso, o arquiteto também vislumbrou alguns interiores, como um moderno quarto cor de rosa, por exemplo, com paredes e móveis de formas arredondadas e equipado com um daqueles telefones de disco antigos — lembra deles? Puro contraste... Veja:

Utopia defasada

Um aspecto interessante que devemos levar em consideração neste caso é que muitas das estruturas tidas como utópicas pelo arquiteto — como edifícios com design modernista e equipados com heliportos, trens de alta velocidade e pontes suspensas — já existem há muito tempo pelo mundo. Outra questão é que a ideia de receber milhares de turistas no país é um conceito completamente novo para os reclusos norte-coreanos.

O projeto levou quatro anos para ser concluído e atualmente se encontra em exposição na Bienal de Arquitetura de Veneza. Contudo, apesar de a ideia de criar os designs tenha sido puramente especulativa, Bonner confessou que está interessado em construir uma das estruturas, um pequeno hotel projetado em meio à vegetação batizado de “Birds Nest”, ou ninho de pássaros. Confira mais designs a seguir e conte o que você achou nos comentários:

Galeria 1

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