Imagem de Mumificação: o processo de embalsamar os mortos  no megacurioso

A mumificação era representação de rito de passagem presente em muitas sociedades da antiguidade

O fasc&iacute;nio exercido pelas m&uacute;mias &eacute; antigo e a pr&aacute;tica de mumifica&ccedil;&atilde;o &eacute; representada em filmes, s&eacute;ries e na literatura, instigando sobre os mist&eacute;rios que envolvem o tema. A palavra vem do persa mumiyya, que significa "cad&aacute;ver embalsamado", mas tamb&eacute;m h&aacute; uma outra tradu&ccedil;&atilde;o que tem sua origem no idioma &aacute;rabe, mumia ou mumiya, que quer dizer "breu" ou "betume", subst&acirc;ncia escura, semelhante ao asfalto, que escorria do monte Mumia, situado na P&eacute;rsia, e &agrave; qual se associavam propriedades medicinais capazes de curar diversas enfermidades.
A mumifica&ccedil;&atilde;o era uma tradi&ccedil;&atilde;o difundida e honrada pelo Mundo Antigo e trazia profundo significado espiritual. Praticado como uma maneira de venerar os mortos ou de expressar religiosidade &mdash; como a cren&ccedil;a na vida ap&oacute;s a morte &mdash;, o costume estava presente em v&aacute;rias culturas, que faziam o embalsamamento de seus mortos. Os mais conhecidos a realizarem este tipo de ritual eram os antigos eg&iacute;pcios, mas a mumifica&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m era praticada por chineses, pelos povos antigos das Ilhas Can&aacute;rias (conhecidos como guanches) e por muitas sociedades pr&eacute;-colombianas da Am&eacute;rica do Sul, incluindo os incas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/07/22/22201158040400.jpg" alt="M&uacute;mia eg&iacute;pcia em perfeito estado de conserva&ccedil;&atilde;o" />M&uacute;mia eg&iacute;pcia em perfeito estado de conserva&ccedil;&atilde;o
Al&eacute;m disso, as m&uacute;mias tamb&eacute;m podem ser originadas atrav&eacute;s de processos naturais, como &eacute; o caso de &Ouml;tzi, o Homem do Gelo, descoberto em 1991 nos alpes italianos e que se encontra atualmente no Museu de Arqueologia do Sul do Tyrol.
Tamb&eacute;m criada por acaso, a m&uacute;mia mais antiga j&aacute; registrada na Am&eacute;rica do Norte foi encontrada na Spirit Cave, em Nevada, envolta em uma esteira de tule e sepultada em uma cova rasa. Ela &eacute; exemplo da preserva&ccedil;&atilde;o natural que aconteceu por causa da atmosfera seca e pelo ar rarefeito da caverna. Descoberto em 1940, o indiv&iacute;duo inicialmente teve sua idade estimada entre 1,5 mil e 2 mil anos, mas posteriormente foi datado por radiocarbono e chegou-se &agrave; conclus&atilde;o que teria mais de 10 mil anos, informou a revista online <a href="https://www.livescience.com/58312-mummies-museum-exhibit.html" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Live Science</a>.
H&aacute; diversas formas de um corpo ser conservado n&atilde;o propositalmente, como nos exemplos das m&uacute;mias acima. S&atilde;o exemplos de ambientes favor&aacute;veis para a mumifica&ccedil;&atilde;o natural:
<ul>
<li>Condi&ccedil;&otilde;es extremas de frio, como nos Alpes;</li>
<li>Condi&ccedil;&otilde;es extremas de calor, como em regi&otilde;es des&eacute;rticas;</li>
<li>Alta temperatura do solo no local do sepultamento;</li>
<li>Regi&otilde;es de p&acirc;ntano onde existe a presen&ccedil;a do musgo Sphagnum, que produz uma subst&acirc;ncia denominada que desacelera a reprodu&ccedil;&atilde;o das bact&eacute;rias.</li>
</ul>
<h2 style="text-align: left;">Mas como as m&uacute;mias eram feitas pelo embalsamador?</h2>
<ul>
<li>1&ordm; passo: Retirada do c&eacute;rebro pelas narinas. Essa etapa era realizada com o aux&iacute;lio de pin&ccedil;as de metal;</li>
<li>2&ordm; passo: Retirada da maioria dos &oacute;rg&atilde;os internos a partir de um corte realizado no lado esquerdo do corpo;</li>
<li>3&ordm; passo: Cobria-se o corpo com a mistura de sais denominada natr&atilde;o (com cloreto de s&oacute;dio, carbonato de s&oacute;dio, bicarbonato de s&oacute;dio e sulfato de s&oacute;dio). Essa mistura era colocada no interior do corpo do indiv&iacute;duo e agia por 40 a 72 dias com o objetivo de retirar toda a &aacute;gua presente;</li>
<li>4&ordm; passo: Lavava-se o corpo para retirar o natr&atilde;o com &oacute;leos essenciais para perfumar o cad&aacute;ver;</li>
<li>5&ordm; passo: O corpo era enfaixado com panos feitos de linho.</li>
</ul>
Outras subst&acirc;ncias que podem ser utilizadas na mumifica&ccedil;&atilde;o s&atilde;o a mirra (resina proveniente de pequenas &aacute;rvores do g&ecirc;nero Commiphora),&nbsp;b&aacute;lsamo de cedro, cominho e cera de abelha.
Durante algum tempo, os &oacute;rg&atilde;os tamb&eacute;m eram submetidos a um processo de mumifica&ccedil;&atilde;o, com exce&ccedil;&atilde;o apenas do c&eacute;rebro e do cora&ccedil;&atilde;o, que eram mantidos no corpo porque ambos continham o intelecto e as emo&ccedil;&otilde;es respectivamente.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/07/22/22205349918409.jpg" alt="As m&uacute;mias eram depois de embalsamadas guardadas em sarc&oacute;fagos (esp&eacute;cie de urna funer&aacute;ria), que podiam representar cargo ou patente e posi&ccedil;&atilde;o social.&nbsp;" />As m&uacute;mias eram depois de embalsamadas guardadas em sarc&oacute;fagos (esp&eacute;cie de urna funer&aacute;ria), que podiam representar cargo ou patente e posi&ccedil;&atilde;o social.&nbsp;
<iframe width="853" height="480" src="https://www.youtube.com/embed/-MQ5dL9cQX0?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
<h2>Novas descobertas que as m&uacute;mias podem trazer</h2>
A m&uacute;mia que estava no Museu Guimet, em Lyon, sul da Fran&ccedil;a, foi submetida a pesquisas feitas atrav&eacute;s de tomografia computadorizada que podem fornecer respostas a velhas d&uacute;vidas de historiadores e antrop&oacute;logos.
Com uso da tecnologia, eles t&ecirc;m descoberto novas fontes de pesquisa atrav&eacute;s da aut&oacute;psia realizada nestes corpos, que foram submetidos a embalsamento. Esses estudos trouxeram a revela&ccedil;&atilde;o de novas subst&acirc;ncias para a fabrica&ccedil;&atilde;o de rem&eacute;dios, ajudando a entender a evolu&ccedil;&atilde;o de certas doen&ccedil;as e ainda podendo contribuir nos estudos sobre a teoria da evolu&ccedil;&atilde;o da vida.
A mumifica&ccedil;&atilde;o desapareceu gradualmente no decorrer dos s&eacute;culos e hoje, exceto em casos muito raros, &eacute; uma arte perdida, mas &eacute; incr&iacute;vel o quanto ainda podemos aprender com essa pr&aacute;tica.

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Mumificação: o processo de embalsamar os mortos 

Imagem de Nova bactéria que se alimenta de metal é encontrada ao acaso no megacurioso

A bactéria corrosiva foi achada por acidente e os pesquisadores descobriram que o organismo pode se alimentar de manganês

<head></head><body>Em um novo artigo científico originalmente publicado na revista <a href="https://www.nature.com/articles/s41586-020-2468-5.epdf?sharing_token=zllkJlQpTCoKJ7hfBlmNo9RgN0jAjWel9jnR3ZoTv0Mtn6pWonvV7vjzJ4u4i62dH_S9ShQe-zIgdKsUfXLwo459YQN4fbMawhjpnOwpXVt-y2JEQ9MPVAeDRZTkei1yLXZVVN3NoACjRjUQpw-VZ1SuTceN4udVp2YOjXaea-Vr6kK5tK1iiaT783DiZF6HZt_i8Ku4B9pTMuYaqGzuZnwgaBWr9av6MqxFD_QaeyyfwF8ekBGme2T5i2LCl360D4mO8uztOx1q-OHdMzulYybVoFQp0yOg0tRGDVVFI9CqfClbFu9rkxZ9lbqQyV65ms0CNwEkY8nfF1Uj6HWdqQ%3D%3D&amp;tracking_referrer=www.iflscience.com" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nature</a>,&nbsp;pesquisadores da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) descobriram bactérias que podem metabolizar o manganês, um tipo de metal muito utilizado na fabricação de ligas de aço e que é um dos elementos mais abundantes na superfície do planeta Terra."Outras bactérias que também se alimentam de metal já haviam sido descobertas, como a Halomonas titanica, que leva esse nome por ter sido encontrada no casco do que sobrou do navio Titanic. No caso desse organismo, saliências que lembram a ferrugem são produzidas quando ele se adere ao metal. Já a bactéria recém-descoberta — que ainda não tem nome oficial —, realiza um processo diferente: alimenta-se do resíduo de manganês, aquele que conhecemos por escorrer das pilhas e baterias quando "vazam".<h2>Cardápio variado</h2>As bactérias tendem a ter preferências bastante incomuns na escolha de seus alimentos, indo desde sobras de comida até fontes termais oceânicas profundas, já que nem todas precisam de ar pra sobreviver, ou podem também se alimentar de metal e de tecido humano, ou "carne viva". Assim, constantemente descobrimos maneiras diferentes que elas usam para obter sua energia.Compostas por duas espécies diferentes, as bactérias que foram descobertas ao acaso poderiam usar o metal e produzir energia para sustentar e crescer nos ambientes mais desafiadores. Apesar de os cientistas preverem isso há mais de um século, esta é a primeira bactéria a usar manganês na quimiossíntese — espécie de fotossíntese bacteriana — que faz com que o organismo em questão produza matéria orgânica por meio da oxidação de substâncias minerais sem ter que recorrer a luz solar.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/07/16/16194843645309.jpg" alt="Estrutura celular de uma bactéria. (Fonte: Alunos Online)">Estrutura celular de uma bactéria. (Fonte: Alunos Online)<h2>Descoberta acidental</h2>Jared Leadbetter, professor de microbiologia ambiental do Caltech e coautor do artigo, abandonou em seu escritório uma jarra com água e manganês por meses. O conjunto fazia parte de um experimento anterior, onde usara giz de manganês e o líquido direto da torneira. Ao retornar de sua ausência, deparou-se com a jarra revestida por uma substância preta e imediatamente pediu para sua equipe avaliar o conteúdo.Com os testes, eles descobriram que as duas novas espécies de bactérias que viviam na água da torneira, nesse período, metabolizaram o manganês residual criando o subproduto preto identificado como óxido de manganês.Algumas bactérias oxidam o manganês e produzem, a partir da já citada quimiossíntese, o óxido de manganês, mas o funcionamento desse metabolismo nunca havia sido revelado, ou seja, não sabíamos ainda como a bactéria gerava essa substância. O experimento foi essencial para essa descoberta.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/07/17/17174241715191.jpg" alt="Metal contaminado poderia ser decomposto por bactérias. (Fonte: Stocksnap)">Metal contaminado poderia ser decomposto por bactérias. (Fonte: Stocksnap)Segundo o professor Leadbetter, em comunicado da Caltech, essas são as primeiras bactérias encontradas a usar manganês como fonte de combustível. Um dos aspectos importantes relativos aos micróbios na natureza é que eles podem decompor materiais aparentemente improváveis, produzindo energia útil para as reações de síntese metabólica.</body>

Giovanna de Almeida Landucci

Mumificação: o processo de embalsamar os mortos

Nova bactéria que se alimenta de metal é encontrada ao acaso