Imagem de Nobel de Química: descobridoras da edição de genes CRISPR ganham prêmio no megacurioso

Técnica revolucionou a manipulação genética, possibilitando a melhoria de genomas


<p>Em 2011, a microbiologista e imunologista francesa Emanuelle Charpentier se encontrou fortuitamente com a bioquímica e bióloga molecular norte-americana Jennifer Doudna em um café em Porto Rico. As duas estavam participando de uma conferência, e ali nasceu a parceria que, 1 ano depois, apresentou ao mundo a tesoura genética CRISPR-Cas 9 e deu às duas o Nobel de <a rel="noreferrer noopener" href="http://www.tecmundo.com.br/quimica/" target="_blank">Química</a> de 2020 anunciado pelo comitê sueco do prêmio nesta quarta-feira (07).</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/07/07132115000168.jpg" alt="Emmanuelle Charpentier (à esquerda) e Jennifer Doudna (à direita), as descobridoras do CRISPR."><em>Emmanuelle Charpentier (à esquerda) e Jennifer Doudna (à direita), descobridoras do CRISPR.</em></p>



<p>Há 8 anos, a descoberta das duas pesquisadoras revolucionou a&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/ciencia/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">ciência</a>&nbsp;e, a reboque, a&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/medicina/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">medicina</a>, a agricultura, a farmacologia e tantas outras áreas do conhecimento humano, tornando real desde&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177160-manipulacao-dna-base-nova-revolucao-alimentar.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">tomates mais nutritivos</a>&nbsp;até&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177466-teremos-embrioes-humanos-genes-editados.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">bebês melhorados geneticamente</a>.</p>



<p>Esta é a primeira vez que um Nobel de ciência é concedido a duas mulheres, as quais transformaram um pouco conhecido e compreendido mecanismo imunológico bacteriano (uma maneira de deter invasores cortando em pedaços seu código genético) em uma ferramenta simples e barata para editar genomas.</p>



<h2>Defesa imunológica</h2>



<p>A descoberta de que o CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats ou Repetições Palindrômicas Curtas com Espaçamento Regular Agrupado) podia ser guiado para editar sequências de DNA foi rapidamente repetida em laboratórios do mundo todo, sendo hoje largamente usado.</p>



<p>O processo demanda programar um &#8220;RNA guia&#8221; para transportar uma enzima bacteriana (Cas) para que o DNA produza as sequências desejadas, atingindo genes específicos. A Cas então corta a fita dupla do DNA. O método é usado tanto para &#8220;sabotar&#8221; o mecanismo de reparo do DNA da célula quanto para desativar um gene ou inserir um novo trecho de DNA onde a fita foi cortada.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/07/07131655210164.jpg" alt="."/></figure>



<p>Emanuelle Charpentier, diretora da Unidade Max Planck para a Ciência de Patógenos em Berlim, e Jennifer Doudna, professora da Universidade da Califórnia em Berkeley, são a terceira e a quarta mulheres a receber o Prêmio Nobel de Química no século 21 entre mais de 50 contemplados.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204910-descobridoras-edicao-genes-crispr-ganham-nobel-quimica.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204910-descobridoras-edicao-genes-crispr-ganham-nobel-quimica.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Nobel de Química: descobridoras da edição de genes CRISPR ganham prêmio</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Nobel de Química: descobridoras da edição de genes CRISPR ganham prêmio

Imagem de Planeta do tamanho da Terra vaga pelo espaço sem uma estrela no megacurioso

Astrônomos já sabem o que é um planeta. No entanto, um termo novo, “planemo” (acrônimo para planetary-mass object, ou "objeto de massa planetária", e


<p>Astrônomos já sabem o que é um planeta. No entanto, um termo novo, “planemo” (acrônimo para&nbsp;<em>planetary-mass object</em>, ou &#8220;objeto de massa planetária&#8221;, em tradução livre), começou a ser usado com a descoberta de um planeta do tamanho da Terra, mas que não orbita nenhuma estrela.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://64.media.tumblr.com/6a8aff1d3e75a2702b3387a904e5c364/db93031bda8456e7-9f/s540x810/85f380502e5e384632ccb49f782d5f39ae03f859.gifv" alt="" /></figure></div>



<p>Não se sabe a que distância está o OGLE-2016-BLG-1928 nem mesmo o seu tamanho (ele pode ter de 0,3 a 2 vezes a massa da Terra). “O Universo pode estar repleto desses planetas, e nós nem sabemos disso, principalmente porque eles são escuros, sem uma estrela a iluminá-los e difíceis de se localizar”, disse o astrônomo Scott Gaudi, da Ohio State University, que faz parte de uma equipe de astrônomos caçadores de planemos, distribuídos em duas organizações: a Korean Microlensing Telescope Network (KMTN) e o Optical Gravitational Lensing Experiment (OGLE).</p>



<p>Hoje, são conhecidos apenas 21 planetas errantes (sendo que os últimos 4 ainda aguardam confirmação, incluindo o OGLE-2016-BLG-1928, cuja descoberta foi publicada no repositório de artigos&nbsp;<em>arXiv</em>). Os astrônomos em busca desses &#8220;peregrinos espaciais&#8221; usam a distorção da luz no espaço-tempo — um efeito chamado de microlente gravitacional, que produz a ilusão de aumentar ou aproximar objetos distantes, como uma teleobjetiva.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://64.media.tumblr.com/00ab71f84c0dbcb2a112fb521c4915df/db93031bda8456e7-9a/s540x810/e93c382d9f133051e4242359baa0b7f7356e4f5a.gifv" alt="" /></figure></div>



<h2>Luz curva</h2>



<p>Mesmo que o planeta errante não esteja próximo de uma estrela o suficiente para empanar seu brilho, o corpo luminoso poderia ser usado para descobri-lo. Ao atravessar a trajetória da luz de uma estrela distante, o planemo faz com que a luz se dobre ao seu redor, por conta da curvatura do espaço-tempo. Quanto maior o planeta for, mais a luz se curvará.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://64.media.tumblr.com/d02822f7b74481b25186eb5d8f9e1390/db93031bda8456e7-2d/s540x810/924e92df3e8e91d7f7ee034cf523b61c535b7bfa.gifv" alt="" /></figure></div>



<p>“O sinal de microlente de um planeta errante dura pouquíssimo: de algumas horas a poucos dias. Depois, desaparece para sempre. Isso os torna difíceis de observar da Terra, mesmo com telescópios infravermelhos”, disse o astrofísico&nbsp;Matthew Penny, da Louisiana State University e coautor de um estudo publicado no fim de agosto no&nbsp;<em>arXiv</em>&nbsp;sobre outro planemo encontrado.</p>



<h2>Trilhões de errantes</h2>



<p>O planemo descoberto tem baixa massa e é relativamente pequeno, por isso não curva muita luz e por pouco tempo — foi encontrado em um evento de microlentes que durou apenas 41,5 minutos (tempo insuficiente para coletar mais dados). Segundo os autores, “essa é a microlente de curto prazo mais extrema descoberta até hoje”.</p>



<p>Podem haver bilhões, ou mesmo trilhões, de planetas errantes flutuando livremente pela Via Láctea. Alguns astrônomos os chamam de “planetas rebeldes” por não terem-se sujeitado à gravidade de uma estrela&nbsp;na formação de sistemas planetários e, por isso, acabaram sendo lançados ao espaço para se virarem sozinhos.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://64.media.tumblr.com/a77cfdff6948dacc02247da1d696ec35/db93031bda8456e7-cc/s1280x1920/36ac32f9dec50cc235b7d69f5a596cbb1cab7abf.gifv" alt="" /></figure></div>



<p>Mesmo assim, a hipótese de o planemo ter uma estrela &#8220;para chamar de sua&#8221; não foi eliminada. Os astrônomos excluíram a presença de qualquer estrela a uma distância de 8 UAs do OGLE-2016-BLG-1928 (1 unidade astronômica corresponde à distância entre a Terra e o Sol), mas existem órbitas bem maiores do que isso — como a de Netuno, que é de 30 UAs.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204806-planeta-tamanho-terra-vaga-espaco-estrela.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204806-planeta-tamanho-terra-vaga-espaco-estrela.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Planeta do tamanho da Terra vaga pelo espaço sem uma estrela</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Planeta do tamanho da Terra vaga pelo espaço sem uma estrela

Imagem de Vacina da Johnson's contra covid-19 produz resposta imune no megacurioso

Pelos primeiros resultados divulgados na última sexta (25), a vacina produzida pelo laboratório belga Janssen Pharmaceuticals (do grupo Johnson & Joh


<p>Pelos primeiros resultados divulgados na última sexta (25), a vacina produzida pelo laboratório belga Janssen Pharmaceuticals (do grupo Johnson &amp; Johnson) é segura e produz resposta imune contra o SARS-CoV-19, vírus responsável pela pandemia de covid-19.</p>



<p>Os dados, obtidos das fases de testes 1 e 2 da imunização de voluntários (ocorridas simultaneamente), foram publicados no repositório de pesquisas&nbsp;<em>medrXiv</em>&nbsp;(ou seja, ainda não foram revisados pela comunidade médica).</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/29/29160847645007.jpg" alt="Voluntário recebe a dose única da vacina desenvolvida pelo laboratório belga Janssen."><em>Voluntário recebe a dose única da vacina desenvolvida pelo laboratório belga Janssen.</em></p>



<p>Divididos em três grupos de voluntários com idades entre 18 e 55 anos (dois grupos) e 65 anos ou mais (um grupo), os 796 voluntários receberam uma única dose da Ad26.COV2 entre os dias 22 de julho e 24 de agosto. Em cada um dos grupos, alguns participantes receberam uma dose de reforço da vacina. Os efeitos colaterais mais comuns, relatados no dia seguinte à imunização, foram fadiga, febre e dor de cabeça. A geração de anticorpos foi similar a todos os participantes.</p>



<h2>Dose única</h2>



<p>&#8220;As respostas de anticorpos neutralizantes em todos os participantes relatados foram obtidas após uma única dose de Ad26.COV2.S. [&#8230;] Nosso estudo em primatas não humanos mostrou que uma única imunização forneceu proteção completa contra a replicação do SARS-CoV-2 nos pulmões e quase completa proteção contra a replicação viral no nariz&#8221;, diz o relatório.</p>



<p>O laboratório defende que uma única dose seria mais vantajosa na produção, distribuição e aplicação da vacina durante a pandemia. Mas alerta que ainda não existe estimativas seguras de qual seria a resposta imune necessária para garantir proteção contra o novo&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/coronavirus/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">coronavírus</a>.</p>



<p>Em agosto, o Janssen obteve autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANvisa) para a fase 3 de testes no país, com sete mil voluntários. &nbsp;A vacina também será aplicada em 60 mil pessoas em países ainda com alta incidência de covid-19 (Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e EUA). No Reino Unido, a imunização será aplicada em duas doses.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204493-vacina-johnson-s-covid-19-produz-resposta-imune.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204493-vacina-johnson-s-covid-19-produz-resposta-imune.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Vacina da Johnson&#8217;s contra covid-19 produz resposta imune</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Vacina da Johnson's contra covid-19 produz resposta imune

Imagem de Amazônia se aproxima do ponto em que não vai mais se recuperar no megacurioso

Antes da chegada de seres humanos à Amazônia, incêndios eram bastante raros. Quase 15 mil anos depois, a cobertura florestal da região está chegando a


<p>Antes da chegada de seres humanos à Amazônia, incêndios eram bastante raros. Quase 15 mil anos depois, a cobertura florestal da região está chegando a um ponto em que não mais vai se recuperar dos níveis atuais de desmatamentos e queimadas, uma destruição jamais ocorrida nos últimos 100 mil anos. Nesse ritmo, a floresta será substituída por uma savana (pastagem com poucas árvores) ainda neste século.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/28/28141657884135.jpg" alt="." /></figure></div>



<p>Foi a essa conclusão sombria que o biólogo Mark Bush, do Instituto de Tecnologia da Flórida, chegou em sua pesquisa &#8220;Novos e recorrentes pontos de inflexão: a interação do fogo, mudança climática e desmatamento nos ecossistemas neotropicais&#8221;, publicada nos&nbsp;<em>Anais</em>&nbsp;do Jardim Botânico de Missouri, nos Estados Unidos.</p>



<h2>Queimadas chegaram com o homem</h2>



<p>Analisando amostras de pólen fossilizado e carvão vegetal, um indicador de fogo, há milhares de anos repousando no fundo de lagos, Bush mapeou cerca de 370 mil anos de história paleológica da região, rastreando as mudanças na vegetação por quatro ciclos glaciais e a frequência com que o fogo grassava pela mata. Segundo o biólogo, incêndios eram quase desconhecidos na Amazônia antes da chegada do ser humano.</p>



<p>&#8220;O fogo é um agente transformador na vegetação amazônica e andina, mas é raro na natureza&#8221;, diz o biólogo em seu estudo.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/28/28141839343138.jpg" alt="." /></figure></div>



<p>Segundo Bush, que é líder do Programa de Ecologia e Biologia da Conservação da Florida Tech, os primeiros habitantes da Amazônia causaram perturbações relativamente pequenas nos últimos 10 mil anos — nada que a floresta não conseguisse recuperar.&nbsp;</p>



<h2>Em décadas, apenas pastagens</h2>



<p>As mudanças trazidas pelo aquecimento global e o consequente clima cada vez mais seco &#8220;estão se combinando com o desmatamento e as queimadas em uma escala cada vez maior, criando condições para que vastas áreas de floresta tropical façam a transição para a savana em uma questão de décadas&#8221;.</p>



<p>Se as temperaturas subirem entre 1 °C e 1,5 °C, o ponto de inflexão, quando não será possível que a floresta se recupere, será alcançado, o que provavelmente vai acontecer até o fim deste século. Com o solo pobre, as florestas tropicais precisam de alta umidade para sobreviver, pois não são adaptadas para resistir ao fogo. As constantes e cada vez mais violentas temporadas de queimadas trazem mais calor à região, que se torna mais seca e menos sombreada, acelerando a transição.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter is-resized"><img loading="lazy" src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/28/28143010066145.jpg" alt="." width="580" height="386" /></figure></div>



<h2>Problema regional, efeitos globais</h2>



<p>Para o biólogo, &#8220;a mortalidade de árvores induzida pela seca e pelo fogo pressagia um ponto de inflexão iminente. O aquecimento global pode, por si só, induzi-lo ainda neste século, mas se as políticas atuais não forem interrompidas por governantes, que fazem vista grossa para a destruição da floresta, poderemos chegar a um momento de não retorno muito mais cedo&#8221;.</p>



<p>O fim da cobertura vegetal levará com ele sua imensa e ainda inexplorada biodiversidade, trazendo mudanças desastrosas ao clima global. &#8220;Quase todos os incêndios na Amazônia são provocados deliberadamente e se tornaram muito mais frequentes nos últimos 2 anos. Além da perda da vida selvagem, os efeitos em cascata do fim da floresta amazônica alterariam as chuvas em todo o hemisfério. Esse não é um problema remoto, mas de importância global e crítica para a segurança alimentar&#8221;.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204415-amazonia-aproxima-ponto-nao-se-recuperar.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204415-amazonia-aproxima-ponto-nao-se-recuperar.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Amazônia se aproxima do ponto em que não vai mais se recuperar</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Amazônia se aproxima do ponto em que não vai mais se recuperar

Imagem de Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano no megacurioso

A população brasileira é o futuro da humanidade — pelo menos geneticamente falando. Essa é uma das conclusões a que chegaram pesquisadores internacio


<p>A população brasileira é o futuro da humanidade — pelo menos geneticamente falando. Essa é uma das conclusões a que chegaram pesquisadores internacionais ao analisarem os resultados alcançados pela equipe de geneticistas do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL) do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), que, há 10 anos, trabalha no sequenciamento do genoma completo de 1.171 idosos paulistanos.</p>



<p>Em 2012, o ecologista e biólogo evolutivo da Universidade Yale Stephen Stearns liderou um estudo que afirmava que a globalização, a imigração, a difusão cultural e a facilidade das viagens modernas, ao misturar africanos, nativos americanos e europeus, são responsáveis pela progressiva homogeneização das características físicas da população do planeta. Stearns acredita que &#8220;daqui a alguns séculos, todos nós nos pareceremos com brasileiros&#8221;.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458ac9ab.gif" alt="" class="wp-image-122294"/></figure>



<p>&#8220;É o maior banco de DNA de pessoas idosas da América Latina e de uma população altamente miscigenada como a brasileira&#8221;, disse à&nbsp;<em>Agência FAPESP</em>&nbsp;a geneticista Mayana Zatz, líder do trabalho que contou com o também geneticista Michel Naslavsky. Para receber os dados do sequenciamento, foi criado o Arquivo Brasileiro Online de Mutações (ABraOM), com acesso público.</p>



<h2>Múltiplas ancestralidades</h2>



<p>A escolha de voluntários idosos para o sequenciamento do genoma teve inúmeros motivos; um deles foi terem mais de 60 anos, idade em que começam a se manifestar doenças como Alzheimer e Parkinson. Além disso, São Paulo é uma das poucas cidades brasileiras que recebe não apenas imigrantes dos cinco continentes como também de todas as regiões do país.</p>



<p>No grupo estudado há desde indivíduos com um único ancestral (a primeira geração de imigrantes) até que carregam em si uma mistura (pela ordem de maior predominância) de europeus, africanos, ameríndios e asiáticos. Foram descobertas mais de 76 milhões de mutações genéticas; destas, 2 milhões não constavam de bancos de dados internacionais, já que populações altamente miscigenadas como a brasileira são sub-representadas.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458ac28a.gif" alt="" class="wp-image-122295"/></figure>



<h2>Mexicanos, não latinos</h2>



<p>&#8220;Essa diversidade genética é oposta à de países como os Estados Unidos, onde, mesmo com descendentes de africanos e caucasianos, é raro quem tenha mais de duas ancestralidades. Estes são classificados como latinos, quando na verdade são majoritariamente mexicanos, que não têm o mesmo perfil de ancestralidade genética das populações do Brasil e de outros países da América Latina&#8221;, disse Naslavsky.</p>



<p>No genoma dos idosos brasileiros, os pesquisadores ainda identificaram as doenças genéticas mais comuns por aqui: fibrose cística, anemia falciforme, surdez relacionada ao gene GJB2 e febre familiar mediterrânea — a duas últimas sendo as mais frequentes no país.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458d195c.gif" alt="" class="wp-image-122297"/></figure>



<p>O grupo vai terminar o sequenciamento do genoma de mais 400 idosos e acompanhar a família dos voluntários &#8220;para entender o genoma de pessoas da mesma geração que compartilham o ambiente, mas têm origem genéticas distintas”, explicou o geneticista.</p>



<h2>Sem financiamento</h2>



<p>O estudo será usado, ainda, para avaliar como variantes genéticas respondem ao novo&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/coronavirus" rel="noreferrer noopener" target="_blank">coronavírus</a>. &#8220;Enquanto a maioria dos idosos tem maior risco de sofrer complicações, há centenários contaminados que apresentam quadro leve ou a forma assintomática da doença. Queremos estudar se essas pessoas têm algum gene protetor&#8221;, disse Zatz.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458d185a.gif" alt="" class="wp-image-122296"/></figure>



<p>A diretora do CEGH-CEL, porém, teme pelo futuro da pesquisa com as mudanças&nbsp;<a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177187-pl-governo-doria-retira-fundos-reserva-universidades.htm" target="_blank">anunciadas pelo governo de São Paulo</a>&nbsp;de obrigar universidades e instituições de financiamento a enviarem ao Tesouro estadual a verba em caixa todo fim de ano. &#8220;Se cortarem os recursos, estudos como o nosso podem ser interrompidos. Cada sequenciamento custa, no mínimo, mil dólares. Sem apoio financeiro não teríamos finalizado o estudo&#8221;, disse a geneticista.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204386-sequenciamento-genetico-usp-mostra-futuro-humano.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204386-sequenciamento-genetico-usp-mostra-futuro-humano.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano

Imagem de Quais são as missões futuras da NASA? no megacurioso

Hoje, o sonho mais ambicioso de todas as agências espaciais do mundo é o ser humano botar os pés em Marte – e depois? Para a NASA, a tarefa de escolh


<p>Hoje, o sonho mais ambicioso de todas as agências espaciais do mundo é o ser humano botar os pés em Marte – e depois? Para a <a rel="noreferrer noopener" href="http://www.tecmundo.com.br/NASA" target="_blank">NASA</a>, a tarefa de escolher qual o próximo destino espacial é do Grupo de Avaliação de Planetas Externos (em inglês, OPAG), e ele já tem três missões em mente.</p>



<p>O resultado dos estudos dentro da Pesquisa Decadal da Ciência Planetária (o roteiro de viagens espaciais entre 2023 e 2032) foi apresentado durante a última reunião do OPAG, que é o grupo consultivo sobre os destinos além do cinturão de asteroides.</p>



<p>&#8220;Para ser honesta, eu ficaria chocada se todos esses estudos se concretizassem&#8221;, disse a cientista planetária Shannon MacKenize, da Universidade Johns Hopkins e a principal autora de um dos trabalhos apresentados. Confira quais são eles:</p>



<h2>Mundos estranhos, luas esquisitas</h2>



<h3>Encélado</h3>



<p>Nenhuma missão que tenha passado por suas redondezas (como a&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/Cassini" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Cassini</a>) jamais priorizou esta pequena lua de&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/Saturno" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Saturno</a>. Isso poderia mudar se a NASA concretizasse a missão conceitual chamada pelos cientistas que a desenvolveram de Enceladus Orbilander. Por abrigar um imenso oceano de água líquida sob sua crosta de gelo, o objetivo é saber se a lua hospeda formas de vida.</p>



<p>Em um primeiro momento, o Orbilander permaneceria em órbita de Saturno, examinando suas luas pelo caminho. Por fim, se concentraria em&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/Encelado" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Encélado</a>, dando início à sua missão de 200 dias: observar esse mundinho gelado de cima, coletar e analisar o material ejetado pelos gêiseres e procurar indícios de vida. (Abaixo, você confere a lua vista pelo infravermelho da Cassini; o padrão &#8220;listras de tigre&#8221; é o local onde os gêiseres se originam).</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720372b12a2.gif" alt="" class="wp-image-122284"/></figure>



<p>Na segunda fase de operações (com duração de 150 dias), o Orbilander pousaria para coletar a neve que cai sobre a crosta gelada da lua de Saturno. A missão seria lançada ao fim da década de 2030, para finalmente alcançar Encélado em 2050, pousando em sua superfície no ano seguinte. Custo: US$ 2,5 bilhões.</p>



<h3>Netuno e Tritão</h3>



<p>Nenhum gigante de gelo jamais teve uma missão para chamar de sua. Por isso,&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/Netuno" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Netuno</a>&nbsp;e sua lua, Tritão, foram os escolhidos para uma hipotética visita de uma sonda não tripulada da NASA.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/27/27191554206089.jpg" alt="Em 3 de julho de 1989, a NASA recebeu da Voyager 2 essa imagem de Netuno e sua maior lua, Tritão (embaixo, à direita)."><em>Em 3 de julho de 1989, a NASA recebeu da Voyager 2 essa imagem de Netuno e sua maior lua, Tritão (embaixo, à direita).</em></p>



<p>Chamada de Odyssey, para efeito de comparação a sonda chegaria à Tritão em um momento em que a luz do Sol iluminasse seu hemisfério sul (como nas imagens enviadas pela Voyager 2 em 1989, mostrando plumas ativas na superfície dessa lua). A sonda estudaria, por quatro anos, o sistema de Netuno, além de seus anéis e campo magnético.</p>



<p>Sem data de lançamento, a Odyssey levaria 16 anos para alcançar Netuno, estudando pela viagem a influência do Sol por todo o sistema planetário, os vizinhos da Terra e asteroides encontrados pelo caminho. Custo: US$ 3,4 bilhões</p>



<h3>Plutão e além</h3>



<p>A deusa grega Perséfone dá nome à terceira missão apresentada pelo OPAG, tendo como alvo&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/Plut%C3%A3o" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Plutão</a>&nbsp;e seus vizinhos. A sonda orbitaria o planeta-anão com o objetivo principal de descobrir se ele esconde um oceano interno – um indicador de um ambiente habitável em potencial.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720372b6ada.gif" alt="" class="wp-image-122285"/></figure>



<p>Perséfone estudaria as atmosferas de Plutão e de sua lua Caronte, além de investigar se o planeta tem um campo magnético. Se lançada em 2030, ela levaria 26 anos para chegar às margens do sistema solar, alcançando o Cinturão de Kuiper na década de 2070. Custo: US$ 3 bilhões.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204367-missoes-futuras-nasa.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204367-missoes-futuras-nasa.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Quais são as missões futuras da NASA?</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:01.984Z

Quais são as missões futuras da NASA?

Imagem de Cientistas conseguem medir a distância entre nós e um magnetar no megacurioso

No departamento de objetos estelares esquisitos, estranhos ou inexplicáveis, as Fast Radio Bursts ("Rajadas Rápidas de Rádio", ou FRBs) estão hoje no


<p>No departamento de objetos estelares esquisitos, estranhos ou inexplicáveis, as&nbsp;<em>Fast Radio Bursts</em>&nbsp;(<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/149143-cientistas-rastreiam-pulsos-radio-misteriosos-vindos-cosmos.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">"Rajadas Rápidas de Rádio", ou FRBs</a>) estão hoje no topo da lista. Magnetares podem ser as possíveis fontes dessas emissões, e a primeira medição geométrica direta da distância entre um deles e a Terra é o primeiro passo nessa direção.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/23/23153305739023.jpg" alt="Concepção artística de um magnetar emitindo uma explosão de radiação."><em>Concepção artística de um magnetar emitindo uma explosão de radiação.</em></p>



<p>Magnetares são cadáveres de estrelas supermassivas que explodiram em supernovas – estrelas de nêutrons com campos magnéticos gigantescos (até agora, os maiores do Universo). Como emitem fortes rajadas de raios X e gama, tornaram-se candidatos naturais a fontes de FRBs. E foi para um deles, o XTE J1810-197, que as antenas do Very Long Baseline Array (VLBA) se voltaram.</p>



<p>De janeiro a novembro de 2019 e, depois, entre março e abril deste ano, astrônomos observaram regularmente o magnetar descoberto em 2003, coletando dados de lados opostos da órbita da Terra ao redor do Sol. Com isso, conseguiram registrar uma ligeira mudança em sua posição em relação a objetos de fundo mais distantes – o efeito paralaxe (a diferença na posição aparente de um objeto visto por observadores em locais diferentes).</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/23/23153542396028.jpg" alt="O efeito paralaxe permitiu calcular a distância até um magnetar dentro da Via Láctea."><em>O efeito paralaxe permitiu calcular a distância até um magnetar dentro da Via Láctea.</em></p>



<h2>Poder para emitir FRBs</h2>



<p>“Nossa medição mostrou que esse magnetar está entre os mais próximos conhecidos, cerca de 8,1 mil anos-luz. Futuramente, ele será alvo principal de estudos”, disse o astrônomo&nbsp;Hao Ding, da Universidade Swinburne de Tecnologia, na Austrália.</p>



<p>A pista que levou os astrônomos a considerar magnetares como fontes de FRBs veio com a observação de outra dessas estrelas mortas, o&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/155686-estrela-morta-revela-origem-fenomeno-espacial-misterioso.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">SGR 1935 + 2154</a>. Em 28 de abril, foi registrada uma breve explosão de rádio – a maior já registrada em nossa galáxia.</p>



<p>Na véspera do evento, radiotelescópios espalhados pelo planeta detectaram um aumento na atividade do magnetar. Assim, no dia seguinte, quando a rajada foi captada na Terra, o telescópio canadense Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment (CHIME) capturou uma explosão de rádio tão intensa que não foi possível, na hora, quantificá-la.</p>



<h2>Pulsares no páreo</h2>



<p>A astronomia hoje se divide quanto à origem das FRBs. A explicação mais aceita é que o responsável por elas são os pulsares, substituindo a ideia anterior de que as rajadas seriam consequência de catástrofes estelares, como supernovas (essa ideia mudou quando se descobriu que há&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154307-rajadas-radio-misteriosas-tem-periodicidade-confirmada.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">rajadas que são regulares</a>&nbsp;e não&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154123-sinal-intergalactico-cuja-fonte-misterio-repete-ciclos.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">eventos únicos</a>).</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f71f68385134.gif" alt="" class="wp-image-122238" /></figure>



<p>Os dados conseguidos com a definição da paralaxe do magnetar XTE J1810-197 serão usados na busca por explicações sobre FRBs. Sendo assim, a imensa força gravitacional de magnetares formam as condições extremas que podem gerar essas explosões de rádio.</p>



<h2>O primeiro de uma série</h2>



<p>“Determinar a distância precisa entre nós e esse magnetar significa que podemos calcular com precisão a força dos pulsos de rádio vindos dele. Os FRBs variam de intensidade; seremos capazes de medir se um pulso originado em um magnetar tem força parecida ou superior à de FRBs conhecidos”, disse o astrônomo Adam Deller, também da Universidade Swinburne.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f71f68387431.gif" alt="" class="wp-image-122239" /></figure>



<p>O trabalho agora será incluir mais magnetares no estudo. “Precisamos obter mais distâncias para expandir nossa amostra e obter mais dados”, disse o astrônomo Walter Brisken.</p>



<p>Para Ding, “determinar as distâncias entre nós e os magnetares nos ajudará não só a entender esse fenômeno como aprender se talvez os FRBs sejam o exemplo mais extremo das rajadas gigantes desses corpos”.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204202-cientistas-distancia-magnetar-rajadas-radio.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204202-cientistas-distancia-magnetar-rajadas-radio.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Cientistas conseguem medir a distância entre nós e um magnetar</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Cientistas conseguem medir a distância entre nós e um magnetar

Imagem de Como armazenar e transportar as vacinas contra a covid-19? no megacurioso

Como armazenar e transportar as vacinas contra a covid-19?


<p>Todos os anos, milhões de crianças deixam de ser imunizadas por conta de infraestrutura precária e fornecimento de eletricidade e refrigeração instáveis nos locais de vacinação. Se os laboratórios jamais se preocuparam em desenvolver alternativas à cadeia de frio (a linha de abastecimento que mantém vacinas rigidamente resfriadas do laboratório à aplicação), agora ela é um desafio a ser enfrentado quando chegar a hora de distribuir as vacinas contra a covid-19.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/23/23195019375098.jpg" alt="O armazenamento da vacina contra a covid-19 vai requerer condições especiais de armazenamento e transporte."><em>O armazenamento da vacina contra a covid-19 vai requerer condições especiais de armazenamento e transporte.</em></p>



<p>Segundo um estudo de 2019, 25% de todas as vacinas produzidas no mundo são descartadas por terem sido armazenadas ou transportadas incorretamente, gerando perda anual de US$ 34,1 bilhões. Em um artigo para o site The Conversation, Ana Nagurney, professora e especialista em Gerenciamento de Operações da Universidade de Massachusetts, alerta para o iminente problema de se transportar e armazenar globalmente as estimadas 15 bilhões de doses da vacina contra a covid-19.</p>



<h2>Vacinas a -70 °C</h2>



<p>"A maioria das vacinas hoje em desenvolvimento, como as da Moderna e da Pfizer, tem como base moléculas de RNA: se não forem conservadas à temperatura exata, estragam. Enquanto a maioria das vacinas tradicionais precisa ser armazenada a temperaturas entre 1 °C e 7 °C, a vacina da Moderna requer -20°C, enquanto a da Pfizer tem que ser conservada a -70 °C. Não são temperaturas fáceis de serem mantidas com precisão", explica.</p>



<p>O mundo terá que lidar com a distribuição, em um primeiro momento, de pelo menos 9 bilhões de doses contra a covid-19, além das vacinas que já fazem parte dos calendários de imunização contra a gripe comum, para a qual anualmente são produzidas e entregues cerca de 6,4 bilhões de vacinas.</p>



<p>Segundo Nagurney, o problema da distribuição global da vacina, que pode significar, se não bem resolvido, uma paralisação global mais longa, começa com as próprias unidades de armazenamento, principalmente em locais em que inexistem condições ideais de estocagem.</p>



<h2>Fazendas de congeladores</h2>



<p>"Os freezers típicos de restaurantes variam de -15 °C a -23 °C e simplesmente não podem atingir as temperaturas exigidas pela vacina da Pfizer, por exemplo", diz a especialista. Se estocar as doses é um dos problemas, movê-las exige uma operação de logística que nem todo os países estão aptos a realizar.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/23/23193934589095.jpg" alt="Uma das “fazendas” de freezers da UPS, com 600 unidades capazes de atingir - 80°C e com capacidade, cada uma, para 48 mil frascos de vacina."><em>Uma das "fazendas" de freezers da UPS com 600 unidades capazes de atingir -80 °C e com capacidade, cada uma, para 48 mil frascos de vacina.</em></p>



<h2>Gargalos nos aeroportos</h2>



<p>"Em regiões onde o risco de incêndio está levando a apagões ou em países em desenvolvimento, onde a rede elétrica não é confiável, milhares de doses de vacinas podem ser perdidas. É preciso também levar em conta que apenas alguns aeroportos são certificados para o manuseio de produtos farmacêuticos, de modo que podem ocorrer gargalos".&nbsp;</p>



<p>Segundo Nagurney, "é possível que, com as companhias aéreas se recuperando da pandemia, não haja aviões suficientes para atender à demanda".</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/23/23195254704100.jpg" alt="Profissionais de saúde transportam vacinas em coolers para uma aldeia remota a leste do Malawi."><em>Profissionais de saúde transportam vacinas em coolers para uma aldeia remota a leste do Malawi.</em></p>



<p>Os desafios são os mesmos que ainda inviabilizam campanhas de imunização em países em desenvolvimento. Há anos, os Médicos Sem Fronteiras alertam para a necessidade de alternativas à cadeia de frio tradicional. Em parte, isso ocorre porque ela não precisa ser flexível em países desenvolvidos, onde a refrigeração não é problemática, portanto há pouco incentivo para investimentos em alternativas de transporte e armazenamento.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204253-armazenar-transportar-vacinas-covid-19.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204253-armazenar-transportar-vacinas-covid-19.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Como armazenar e transportar as vacinas contra a covid-19?</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:01.478Z

Imagem de Traços da vida descoberta em Vênus podem ser 'made in Terra' no megacurioso

Traços da vida descoberta em Vênus podem ser 'made in Terra'


<p>Meteoroides, segundo a&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/wikipedia/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Wikipédia</a>, são fragmentos de materiais que vagueiam pelo Espaço e têm tamanho que varia entre menor que um asteroide e maior que poeira estelar. Essa insignificância, porém, é revertida à luz da hipótese de esses corpos terem sido responsáveis por levar moléculas de fosfina para a atmosfera de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/198391-5-fatos-curiosos-planeta-venus.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Vênus</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/24/24205152506025.jpg" alt="As nuvens sulfúricas de Vênus aparecem coloridas artificialmente em azul na imagem capturada pela sonda Galileo em fevereiro de 1990.">&nbsp;As nuvens sulfúricas de Vênus aparecem coloridas artificialmente em azul na imagem capturada pela sonda Galileo em fevereiro de 1990.&nbsp;(NASA/JPL/Divulgação)</p>



<p>A fosfina, molécula composta por um átomo de fósforo e três de hidrogênio, é encontrada em micróbios que vivem no interior de animais. Na semana passada, ela&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/185509-imprudencia-astrofisica-critica-anuncio-vida-venus.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">foi achada</a>&nbsp;nas camadas superiores do planeta vizinho, onde a temperatura e a pressão são semelhantes às do nível do mar na Terra.</p>



<p>A hipótese nasceu de uma lembrança de dois pesquisadores da Universidade Harvard, o renomado astrofísico Abraham (Avi) Loeb, que chefia o departamento da instituição, e seu aluno da graduação Amir Siraj. A memória é do meteoroide de aproximadamente 60 quilos que, em julho de 2017, cruzou os céus australianos, voando pela atmosfera superior da Terra e assustando meio país para, em seguida, rumar novamente para o Espaço profundo.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f6e6f4bc5ae2.gif" alt="" class="wp-image-122108" /></figure>



<h2>Entregadores de vida</h2>



<p>Em abril, Loeb e Siraj publicaram um artigo em que argumentavam ser possível que esses meteoroides (que, vez ou outra, cruzam as partes altas na nossa atmosfera) se comportassem como agentes panspérmicos, sendo a panspermia a hipótese de que a vida pula de um mundo para o outro, levada por corpos celestes como meteoroides, meteoros e cometas, por todo o Universo — Loeb é um grande fã dessa ideia.</p>



<p>"O número total de objetos [potencialmente portadores de vida] capturados por sistemas exoplanetários ao longo da vida do sistema solar é de 100 milhões a 10 bilhões. Cada um deles tem a possibilidade de carregar, em sua passagem pela atmosfera da Terra, de 10 a 1 mil micróbios vivos", escreveram Siraj e Loeb no estudo publicado na revista científica&nbsp;<em>Life</em>&nbsp;em abril deste ano.</p>



<p>Segundo Siraj e Loeb, o meteoroide de julho de 2017 levou, depois de sua passagem pela atmosfera terrestre, algo em torno de 10 mil colônias microbianas para acompanhá-lo em sua viagem pelo Espaço.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f6e6f4bc5d0a.gif" alt="" class="wp-image-122109" /></figure>



<h2>Segunda gênese</h2>



<p>Quando pesquisadores da Universidade de Cardiff&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177722-cientistas-detectam-possivel-sinal-vida-microbiana-venus.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">anunciaram a descoberta de fosfina em Vênus</a>, os dois cientistas de Harvard calcularam as chances de um meteoroide levar micróbios da Terra para o planeta ao lado.</p>



<p>Segundo os resultados, nos últimos 3,7 bilhões de anos, cerca de 600 mil meteoroides resvalaram nas camadas mais altas da atmosfera terrestre, rumando depois para o Espaço profundo, por onde vagaram por 100 mil anos até cruzarem com a órbita de um planeta e caírem nele — no caso de Vênus, não sem antes contaminarem as nuvens de ácido sulfúrico da atmosfera, onde colônias de micróbios devem viver e expelir fosfina.</p>



<p>"Esse mecanismo potencialmente viável para a transferência de vida entre os dois planetas implica que, se a vida venusiana existe, sua origem pode ser fundamentalmente indistinguível da vida da Terra; uma segunda gênese pode ser impossível de provar", escreveram Siraj e Loeb no novo estudo enviado ao The&nbsp;<em>Astrophysical Journal Letters</em>&nbsp;e que está à espera de publicação.</p>


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Imagem de 5 fatos curiosos sobre o planeta Vênus no megacurioso

Chamado de Mundo Infernal, ele já pode ter sido um paraíso

<head></head><body><p>As notícias de que um <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177722-cientistas-detectam-possivel-sinal-vida-microbiana-venus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">composto ligado à vida</a> foi identificado nas nuvens de <a href="http://www.tecmundo.com.br/Venus" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vênus</a> <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/185509-imprudencia-astrofisica-critica-anuncio-vida-venus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">agitou a comunidade científica</a> e incendiou a imaginação dos terráqueos. Confira abaixo cinco curiosidades sobre o planeta que você talvez não conheça:</p><h2>O mais brilhante</h2><p>Em junho de 1889, o pintor Vincent Van Gogh escreveu a seu irmão, Theo: "Esta manhã eu vi a paisagem da minha janela muito antes do nascer do sol com nada além da Estrela da Manhã, que parecia muito grande".&nbsp;</p><p>E foi assim que Vênus foi incluído em um dos quadros mais famosos na história da arte: <em>Noite Estrelada</em>.</p><figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/20/20171914860002.jpg" alt="."> <a class="fonte_imagem" href="https://www.moma.org/collection/works/79802">&nbsp;MoMA/Divulgação&nbsp;</a></figure><p>O planeta é o segundo elemento mais brilhante do céu, depois da Lua (e como ela, também tem fases):</p><div style="max-width: 1248px;"><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 79.4231%;"><iframe src="http://cdn.iframe.ly/WylqDnY" style="border: 0; top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute;" allowfullscreen=""></iframe></div></div><h2>Pentagrama nos céus</h2><p>O pentagrama de Vênus (o planeta com a órbita mais circular do Sistema Solar) é o caminho aparente do planeta (em bege) em relação à Terra (em azul). Oito anos aqui correspondem a 13 anos venusianos.</p><div style="max-width: 100vh;"><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 100%;"><video autoplay="" loop="" muted="" poster="https://thumbs.gfycat.com/RegalUnsteadyCanadagoose-mobile.jpg" style="top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute;">Your browser does not support HTML5 video.<source src="https://thumbs.gfycat.com/RegalUnsteadyCanadagoose-mobile.mp4" type="video/mp4"></video></div></div><h2>Tampas russas não funcionam</h2><p>O programa espacial russo Venera teve 16 missões. Apesar de terem enviado à Terra informações valiosas (como a composição da atmosfera e a pressão sobre a superfície de Vênus), no quesito imagem elas deixaram a desejar por um motivo prosaico: a tampa das câmeras.</p><p>A Venera 9 foi a primeira sonda a levar equipamento fotográfico a Vênus. Ela tirou (poucas) fotos com apenas uma câmera; a tampa da lente da outra não se soltou. A Venera 10 também enviou imagens somente de uma câmera – como antes, a tampa da outra lente não se mexeu. A missão seguinte foi ainda pior: as lentes das duas câmeras da Venera 11 permaneceram tampadas – nada de fotos nem dela nem da Venera 12, que apresentou o mesmo defeito.</p><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Roscosmos/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://nplus1.ru/material/2016/11/16/Venus-cosmonautics"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/20/20172650241003.jpg" alt="Imagens da superfície de Vênus, feitas pela sonda Venera 10"><span class="desc">Imagens da superfície de Vênus, feitas pela sonda Venera 10</span></span></p><p>O problema parecia ter ficado no passado com a Venera 13 até que a Venera 14, ao comando de ejetar a tampa da câmera, o fez diretamente sob um dos instrumentos – e o resultado foi que o comando da missão, em vez de informações sobre a compressibilidade do solo, recebeu dados sobre a compressibilidade da tampa da lente (mas as câmeras funcionaram).</p><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Roscosmos/Divulgação&nbsp;" data-fonte-url="http://mentallandscape.com/C_CatalogVenus.htm"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/20/20175834798006.jpg" alt="Imagens da superfície de Vênus, feitas pela sonda Venera 14"><span class="desc">Imagens da superfície de Vênus, feitas pela sonda Venera 14</span></span></p><h2>Trânsito lento</h2><p>Obviamente, somente Vênus e Mercúrio podem ser vistos da Terra passando em frente ao Sol (os chamados trânsitos). Os de Vênus ocorrem raramente e aos pares (dois trânsitos com um intervalo de oito anos entre eles), repetindo-se com intervalos entre 105,5 e 121,5 anos.</p><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 56.25%;"><video autoplay="" loop="" muted="" poster="https://thumbs.gfycat.com/ConfusedAmazingIndianringneckparakeet-mobile.jpg" style="top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute;">Your browser does not support HTML5 video.<source src="https://thumbs.gfycat.com/ConfusedAmazingIndianringneckparakeet-mobile.mp4" type="video/mp4"></video></div><p>O último aconteceu entre 5 e 6 de junho de 2012 (essa foi apenas a sétima vez que ele foi visto, desde a invenção do telescópio) e os próximos vão ocorrer entre os dias 10 e 11 de dezembro de 2117 e 8 de dezembro de 2125.</p><h2>Paraíso antes do inferno</h2><p>Algo deu muito, mas muito errado com o planeta. Segundo um estudo de cientistas do Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) da <a href="http://www.tecmundo.com.br/NASA" rel="noopener noreferrer" target="_blank">NASA</a>, Vênus pode ter tido, nos primeiros dois bilhões de anos de sua história, um oceano raso de água líquida e temperaturas de superfície habitáveis.</p><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;NASA/Divulgação&nbsp;" data-fonte-url="https://www.nasa.gov/feature/goddard/2016/nasa-climate-modeling-suggests-venus-may-have-been-habitable"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/20/20175032560005.jpg" alt="Segundo o estudo da NASA, as nuvens de tempestade poderiam ter protegido a antiga Vênus da forte luz do sol e tornado o planeta habitável."><span class="desc">Segundo o estudo da NASA, as nuvens de tempestade poderiam ter protegido a antiga Vênus da forte luz do sol e tornado o planeta habitável.</span></span></p><p>Hoje, o planeta é chamado de Mundo infernal, com uma atmosfera de dióxido de carbono 90 vezes mais espessa que a da Terra, quase sem vapor de água e temperaturas que chegam a 460°C em sua superfície.</p><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 75.7188%;"><video autoplay="" loop="" muted="" poster="https://thumbs.gfycat.com/RadiantRevolvingFirefly-mobile.jpg" style="top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute;">Your browser does not support HTML5 video.<source src="https://thumbs.gfycat.com/RadiantRevolvingFirefly-mobile.mp4" type="video/mp4"></video></div></body><p class="nzn-import"><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/198391-5-fatos-curiosos-planeta-venus.htm">5 fatos curiosos sobre o planeta Vênus</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a></p>

Julia Marinho