Alguns aventureiros tentaram desbravar o mundo e acabaram se dando mal. 

O desbravamento das diversas regiões do mundo foi acontecendo por meio de expedições exploratórias de aventureiros que saíam por aí, arriscando a vida ao entrar em locais desconhecidos. Suas histórias permaneceram vivas e até hoje inspiram outros corajosos.Em meio às expedições de sucesso, há também as aventuras que foram igualmente corajosas, mas imprudentes. Muitas delas terminaram em desastre e até mesmo na morte dos participantes.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127375-terra-nova-a-expedicao-ao-polo-sul-mais-catastrofica-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Terra Nova: a expedição ao Polo Sul mais catastrófica do mundo</a></li></ul><h2>1. A expedição de Salomon August Andrée</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/13/13234327335009.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Salomon August Andrée queria chegar ao Polo Norte em um balão. &nbsp;(Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O engenheiro e físico sueco Salomon August Andrée teve uma ideia inusitada em 1896: ele resolveu viajar para o Polo Norte a bordo de um balão de hidrogênio. Andrée foi autorizado pelo Rei Oscar II a fazer a tentativa. Mas, na primeira vez que voou, não deu certo.No ano seguinte, Andrée tentou mais uma vez e finalmente conseguiu decolar da Ilha Danes no Mar Ártico. Iam com ele mais dois homens que planejavam seguir ao norte através dos desertos do Ártico até o Polo Norte.Os três saíram a bordo do balão Eagle em julho de 1897, mas logo se depararam com dificuldades, incluindo a perda das linhas que eram usadas para dirigir o balão. Dois dias depois, eles tiveram que fazer um pouso de emergência no gelo. Mesmo que estivesse com suprimentos, os três acabaram morrendo de frio, e seus corpos só foram encontrados em 1930.<h2>2. A aventura dos irmãos Corte-Real</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/13/13234223549004.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Os irmãos Corte-Real tiveram destinos trágicos. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os três irmãos portugueses Corte-Real (Gaspar, Miguel e Vasco) ficaram famosos por conta de suas expedições – mesmo que várias delas tenham sido fracassadas.Em 1501, Gaspar e Miguel resolveram navegar até a Groenlândia usando três navios. Só que apenas dois retornaram para Portugal. O navio que desapareceu era aquele em que Gaspar estava. Miguel então resolveu voltar para procurá-lo, mas também nunca retornou à terra natal.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128918-expedicao-no-fundo-do-mar-descobre-mais-de-100-novas-especies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Expedição no fundo do mar descobre mais de 100 novas espécies</a></li></ul>Isso deixou Vasco sozinho. Ele então decidiu viajar para encontrar os dois irmãos desaparecidos. No entanto, o rei Manuel I o proibiu de acompanhar a missão de resgate. Dois navios então partiram sem ele, mas não encontraram os irmãos Corte-Real desaparecidos, que nunca mais foram vistos.<h2>3. O desaparecimento de Naomi Uemura</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/13/13234413258010.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Naomi Uemura foi o primeiro japonês a escalar do Monte Everest. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1970, o aventureiro japonês Naomi Uemura se tornou a primeira pessoa do país a chegar até o cume do Monte Everest. Ele também fez uma viagem de 57 dias até o Polo Norte em 1978 usando trenós pilotados por cães.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-quanto-tempo-o-everest-ainda-vai-ser-a-maior-montanha-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por quanto tempo o Everest ainda vai ser a maior montanha do mundo?</a></li></ul>Depois da subida do Everest, Uemura resolveu o Monte Aconcágua na América do Sul, o Monte Kilimanjaro na África e o Mont Blanc na Europa, sempre sozinho. Por fim, em 1984, com 43 anos, ele escalou o Monte Denali. Chegou até o topo no dia do seu aniversário e mandou uma mensagem do seu rádio. Mas foi a última. Depois disso, Uemura nunca mais foi visto e seus restos mortais nunca foram encontrados.<h2>4. A expedição de Sir Hugh Willoughby</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/13/13234526434011.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Hugh Willoughby pretendia encontrar um caminho rápido para a China. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1553, o explorador inglês Hugh Willoughby foi em busca da lendária Passagem Nordeste, que supostamente ofereceria uma rota marítima alternativa da Europa para a China. A expectativa era grande, pois tornaria o acesso aos mercados chineses muito mais fácil.<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110731-as-10-missoes-espaciais-mais-importantes-de-toda-a-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As 10 missões espaciais mais importantes de toda a história</a></li></ul>Willoughby partiu com três navios, acompanhado por Richard Chancellor, que tinha habilidades de navegação. Uma tempestade então arrebatou as embarcações, separando os dois comandantes.Por fim, Chancellor chegou à Rússia, mas Willoughby desapareceu. Seu paradeiro permaneceu um mistério até um ano depois, quando pescadores russos encontraram seu diário de bordo. Concluiu-se então que ele e cerca de 70 de seus homens morreram afogados no Ártico.

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4 expedições que terminaram em desastre

Pequeno, arisco e "zoiudo", o tubarão-lanterna-anão é pouco conhecido e fofinho, mas tem a tradicional bocarra com 60 dentes.

O que nos assusta no jovem tubarão-branco do filme de Steven Spielberg, além dos seus 300 dentões organizados em fileiras, é certamente o seu peso de quase uma tonelada, o que o torna uma espécie de torpedo cartilaginoso. Mas, e se esse predador tivesse apenas 20 centímetros de comprimento e não quatro metros como no filme?Saiba que esse bicho existe. Entre as cerca de 500 espécie de tubarão conhecidas no mundo, o tubarão-lanterna-anão (Etmopterus perryi) tem, em média, 20 centímetros de comprimento e peso de 200 gramas. No entanto, um estudo de 2021 conseguiu capturar, entre 153 indivíduos pesquisados, um "gigante" com 28,9 centímetros.&nbsp;<ul><li>Confira: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128764-primeiro-avistamento-de-um-filhote-de-tubarao-branco-da-historia-e-registrado-na-california.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeiro avistamento de um filhote de tubarão-branco da história é registrado na Califórnia</a></li></ul>Entre esses 500 dentuços, menos de dez são consideradas perigosos para os seres humanos, mas é bom ter certeza antes de cair na água do que ser surpreendido. Embora a maioria deles viva em água salgada, alguns tipos, como o tubarão-de-água-doce do Mississípi e o tubarão-do-rio-Ganges, habitam tranquilamente em água doce ou salobra.<h2>Como é um tubarão-lanterna-anão?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/25/25171303665210.jpg" alt="x. (Fonte: Scubaversity/Divulgação)"><figcaption>O olho grande desse tubarão é para melhor captar a luz das profundezas do oceano. (Fonte: Scubaversity/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os lanterna-anões são membros raros e altamente ariscos do gênero Etmopterus (tubarões-lanterna) conhecidos por habitarem águas profundas e brilharem no escuro, pois possuem órgãos luminescentes, chamados fotóforos, geralmente na barriga, laterais do corpo, região da cauda e nas bordas das nadadeiras. Mas, "apagado", é marrom-escuro com manchas pretas.Diferentes dos seus "primos", que podem chegar a 80 cm de comprimento, os anões são raramente avistados e só capturados acidentalmente, pois habitam em profundidades entre 283 e 439 metros, na costa da Colômbia e da Venezuela.&nbsp;Estima-se que a cabeça do tubarão-lanterna-anão tenha cerca de um quinto a um quarto do comprimento do corpo e, para honrar a espécie, suas bocas possuem impressionantes 60 dentinhos afiados. Além de polifiodontes, pois regeneram os dentes, os E. perryi são também "zoiudos", com olhos muito grandes projetados para aumentar a quantidade de luz nas profundezas do mar.<h2>Ecologia desconhecida e capturas acidentais</h2><iframe width="315" height="560" src="https://www.youtube.com/embed/hrT08WSomJI" title="Dwarf Lanternshark in Vibrant Coral Reef #bioluminescence #underwater #coralreef" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Como a maioria dos tubarões, o lanterna-anão é ovovivíparo. Isso significa que os embriões se desenvolvem dentro de um saco vitelino no corpo da fêmea, que alimenta uma ninhada de dois ou três filhotes, que já nascem formados, e sem dependência de uma placenta.Na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês), o tubarão-lanterna-anão é classificado como "pouco preocupante", o mais baixo na escala de risco de extinção.&nbsp;<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127965-femea-de-tubarao-deu-a-luz-um-filhote-sem-fecundacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Fêmea de tubarão deu à luz um filhote sem fecundação</a></li></ul>No entanto, como não há dados precisos sobre o comportamento da espécie e sua ecologia seja praticamente desconhecida (porque habita regiões extremas de difícil acesso), ele corre o risco de ser apanhado em capturas acidentais nos arrastões de pesca em alto-mar.

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Tubarão-lanterna-anão tem 20 centímetros e é o menor e mais fofo dos mares

Achado em Luxor tem joias preciosas e mistérios de gerações egípcias antigas

Arqueólogos descobriram na necrópole de South Asasif, em Luxor, uma tumba de 3.800 anos do Império Médio,&nbsp;contendo restos de várias gerações de uma mesma família. Com onze sepultamentos e uma rica coleção de joias e amuletos, a tumba é a primeira desse período encontrada na região e oferece uma nova visão sobre os rituais e crenças funerárias do antigo Egito.A tumba, associada ao período próspero do Império Médio, abrigava cinco mulheres, dois homens, três crianças e um indivíduo de sexo indefinido. Os mortos foram originalmente envoltos em linho e sepultados em caixões de madeira, mas séculos de inundações deterioraram os caixões, deixando como legado o conteúdo mais durável: uma bela coleção de joias e artefatos que resistiram ao tempo.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Joias e a espiritualidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/25/25102328788019.jpg" alt="Vários tipos de joias estavam dispostas na tumba. (Fonte: South Asasif Conservation Project/ Divulgação)"><figcaption>Vários tipos de joias estavam dispostas na tumba. (Fonte: South Asasif Conservation Project/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os arqueólogos descobriram colares, anéis, pulseiras, espelhos e amuletos, todos simbolizando a importância espiritual e social da família. Entre os itens mais intrigantes estava um colar de ametista com 30 contas e um amuleto central em forma de pássaro, o "Ba", representando a alma, um conceito fundamental na crença egípcia sobre o espírito humano.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124828-arqueologos-encontram-trofeus-de-guerra-macabros-no-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arqueólogos encontram troféus de guerra macabros no Egito antigo</a></li></ul>Outro artefato único é um espelho de cobre com uma alça de marfim em forma da deusa Hathor, representada com quatro rostos. Hathor, ligada à fertilidade, à alegria e ao amor, era uma figura reverenciada pelos egípcios, o que indica que a família valorizava sua conexão espiritual e proteção na vida após a morte. Os espelhos, presentes em dois sepultamentos femininos, sugerem o apreço pela estética e a importância da representação da identidade até no pós-vida.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/25/25102537884020.jpg" alt="A estátua de Hathor, deusa da fertilidade. (Fonte: South Asasif Conservation Project / Divulgação)"><figcaption>A estátua de Hathor, deusa da fertilidade. (Fonte: South Asasif Conservation Project / Divulgação)</figcaption></figure></figure>As joias encontradas na tumba, feitas de materiais como cornalina, granada, faiança e ametista, demonstram a riqueza e o gosto da família por adornos sofisticados. Colares elaborados, cintos e pulseiras com amuletos em formas de animais como hipopótamos e falcões indicam também uma conexão profunda com os deuses egípcios e a crença no poder protetor desses elementos.&nbsp;Segundo a Dra. Elena Pischikova, que lidera o projeto de conservação, esses amuletos e adornos são característicos do Império Médio e mostram como o estilo de vida refinado se refletia até mesmo nos acessórios funerários.<h2 style="text-align:justify;">Simbolismos egípcios</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/25/25103227131024.jpg" alt="Bandeja de oferendas encontradas na tumba. (Fonte: South Asasif Conservation Project / Divulgação)"><figcaption>Bandeja de oferendas encontradas na tumba. (Fonte: South Asasif Conservation Project / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Outro achado que chamou a atenção foi uma estatueta de fertilidade em faiança (tipo de cerâmica) esmaltada em tons de verde e azul. A figura apresenta uma característica curiosa: tinha pequenas perfurações onde foram fixadas cerca de 4 mil contas de lama que, acredita-se, formavam seu cabelo original. Esses detalhes minuciosos revelam um apuro artesanal e um simbolismo forte, uma vez que a fertilidade era um valor altamente estimado pelos egípcios.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/arqueologia/102389-descobriram-uma-tumba-repleta-de-mumias-e-artefatos-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Descobriram uma tumba repleta de múmias e artefatos no Egito</a></li></ul>Ao lado dessa estatueta, uma mesa de oferendas esculpida com relevos de cabeça de touro, pães e outras oferendas foi descoberta, sugerindo rituais associados à prosperidade e à sobrevivência espiritual.Os pesquisadores também notaram que as crianças e um dos homens foram enterrados sem nenhum bem funerário, sugerindo uma hierarquia até entre os membros da família. Em contraste, um dos homens exibia um colar de faiança com um amuleto em forma de cabeça de hipopótamo, demonstrando a variação nos adornos funerários e nas representações de status dentro da própria tumba.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/a-historia-da-cartonagem-de-sarcofago-contrabandeada-por-casal-vitoriano-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A história da cartonagem de sarcófago contrabandeada por casal vitoriano</a></li></ul>A descoberta transformou a necrópole de Asasif em um importante local funerário do Império Médio. Segundo o egiptólogo Mohamed Ismail Khaled, essa tumba altera o contexto histórico da área, antes associada à 25ª Dinastia, revelando novas informações sobre práticas funerárias e organização social no antigo Egito.A missão ainda planeja continuar as escavações na esperança de descobrir mais informações sobre os rituais e práticas do Império Médio. Cada novo detalhe encontrado na tumba fornece uma janela para a vida, as crenças e as tradições de uma família que, há quase quatro mil anos, repousa sob as areias de Luxor.<div class="raw-html-embed"><script>(function(q,u,i,z,r){z=q.createElement(u),r=q.getElementsByTagName(u)[0];z.async=1;z.src=i;r.parentNode.insertBefore(z,r);})(document,'script','https://pt.quizur.com/js/embedder.js');</script><ins class="quizurembed" data-id="http://pt.quizur.com/trivia/quiz-teste-tudo-o-que-voce-sabe-sobre-o-egito-antigo-1o2XP"></ins> <div style="text-align:center; margin-top:20px"><a href="https://pt.quizur.com" target="_blank" style="color:#ccc; text-decoration: none"> <img src="https://pt.quizur.com/favicon-32x32.png" alt="Quizur Logo" style="width: 25px;"> Criado no Quizur</a> </div></div>

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Descoberta de tumba no Egito revela riquezas e segredos milenares de gerações

Estudo aponta que fungos podem tomar decisões e adaptar suas redes, levantando novas questões sobre cognição em organismos simples.

Você já parou para pensar se os fungos, esses seres que parecem tão simples, podem ter algo parecido com uma mente própria? Embora isso pareça algo saído de um filme de ficção científica, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Tohoku e do Nagaoka College, no Japão, nos dá motivos para reconsiderar o que achamos que sabemos sobre o mundo fúngico.A pesquisa, liderada pelo professor Yu Fukasawa, foi publicada na revista Fungal Ecology.<h2>Um sistema que se adapta ao ambiente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/08/08125700382165.jpg" alt="Redes miceliais fúngicas. (Fonte: Universidade de Tohoku/Yu Fukasawa et al.)"><figcaption>Redes miceliais fúngicas. (Fonte: Universidade de Tohoku/Yu Fukasawa et al.)</figcaption></figure></figure>Apesar de os fungos parecerem parados para nós, o mundo onde habitam é cheio de ação. O Phanerochaete velutina, por exemplo, forma uma rede de micélio que age como uma complexa rede neural. Cada "fio" dessa rede transporta nutrientes e pode até mesmo compartilhar informações, como uma troca de mensagens para otimizar o uso de recursos.<ul><li>Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128916-cogumelo-brota-no-corpo-de-sapo-e-cientistas-nao-conseguem-explicar-o-motivo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cogumelo brota no corpo de sapo e cientistas não conseguem explicar o motivo</a></li></ul>Os pesquisadores montaram dois tipos de arranjos de blocos de madeira — um em círculo e outro em cruz — para observar se o Phanerochaete velutina apenas se expandiria de forma aleatória. Mas, ao invés disso, notaram que ele era seletivo: na formação em cruz, o micélio concentrava-se nos blocos externos.Isso revela que o fungo pode estar processando as informações do ambiente para ajustar seu comportamento, o que levanta uma questão fascinante: como um organismo sem sistema nervoso consegue se adaptar dessa forma?<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/cientistas-colocam-cogumelos-para-controlar-2-robos-o-que-aconteceu" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cientistas colocam cogumelos para controlar 2 robôs; o que aconteceu?</a></li></ul><h2>Decisões, “pensamentos” e inteligência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/08/08130408881167.jpg" alt="O fungo expandiu seu micélio de forma estratégica. (Fonte: Universidade de Tohoku/Yu Fukasawa et al.)"><figcaption>O fungo expandiu seu micélio de forma estratégica. (Fonte: Universidade de Tohoku/Yu Fukasawa et al.)</figcaption></figure></figure>A pesquisa mostrou que o Phanerochaete velutina expandiu seu micélio com estratégia. Isso porque no arranjo circular, o fungo se espalhou de forma mais uniforme. Já na cruz, ele optou por intensificar o crescimento em certas áreas, concentrando-se em blocos específicos como postos avançados para forragear, como se soubesse onde estão as melhores fontes de alimento.Segundo os cientistas, essa diferenciação pode ser uma forma primitiva de cognição, onde o fungo "sente" o ambiente e reage de acordo. Mas será que isso pode ser considerado pensamento? Como observa Fukasawa, “eles têm memórias, aprendem e até tomam decisões, e as maneiras como resolvem problemas são de deixar qualquer um surpreso.”<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/cogumelos-magicos-dessincronizam-o-cerebro-humano-por-ate-3-semanas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cogumelos mágicos dessincronizam o cérebro humano por até 3 semanas</a></li></ul>Esse tipo de inteligência, sem uma consciência como a humana, nos faz repensar o que realmente significa ser inteligente e nos leva a olhar os fungos de um jeito completamente novo. Embora ainda não possamos afirmar que os fungos “pensam” como nós, o estudo mostra que há muito mais acontecendo na natureza do que imaginamos.

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Afinal, fungos pensam? Como organismos sem cérebro tomam decisões?

No estudo, os pesquisadores usaram datação por luminescência e análises geoquímicas a laser para confirmar a localização da mina de ocre mais antiga do mundo. 

Uma pesquisa publicada recentemente na revista Nature Communications explica como foi localizada a mina de ocre mais antiga do mundo. Para quem não liga o nome à pessoa, o ocre é simplesmente um dos pigmentos mais utilizados pelos seres humanos, desde pinturas e rituais do Paleolítico Superior a blushes naturais do século 21.Falando de uma maneira simples, podemos dizer que o ocre é uma terra natural colorida, composta principalmente por argila e óxidos/hidróxidos de ferro. Ele pode ser usado diretamente como pigmento, sem passar por nenhum processo extrativo, e produz cores que variam do amarelo ao vermelho escuro e marrom&nbsp;<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127800-arqueologos-encontram-a-mais-antiga-tinta-vermelha-feita-de-plantas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Arqueólogos encontram a mais antiga tinta vermelha feita de plantas</a></li></ul>Datada de cerca de 48 mil anos, a mina mais antiga do mundo foi descoberta na Caverna do Leão, um sítio arqueológico localizado em Ngwenya, no Essuatíni (antiga Suazilândia). Para a pesquisa, os autores criaram uma espécie de impressão digital geoquímica do ocre da caverna africana.&nbsp;<h2>Identificando a origem do ocre</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/23/23000701213000.jpg" alt="x"><figcaption>Pequenas amostras de ocre selecionadas manualmente das fontes estudadas. (Fonte: Brandi MacDonald et al., Nature Communications, 2024) &nbsp;</figcaption></figure></figure>Para identificar a origem do ocre, os pesquisadores tornaram radioativas pequenas amostras de artefatos do pigmento. O processo é feito de forma segura por irradiação de nêutrons e alguns dos produtos resultantes podem ser radioativos e, quando isso ocorre, esses materiais começam a decair, emitindo energias características.Medidas, essas energias entregam informações sobre a origem do material e como ele foi criado. Com isso, é possível reconstruir as rotas antigas de comércio e transporte dos artefatos.&nbsp;A equipe também utilizou uma tecnologia avançada de laser (espectroscopia Raman) que faz as moléculas vibrarem e, como cada mineral vibra de forma diferente, pode ser identificado na amostra.&nbsp;<h2>Importância da localização da fonte mais antiga de ocre</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/23/23002453916003.jpg" alt="Coautora Brandi L. MacDonald coletando matérias-primas de ocre e argila em Eswatini. (Fonte: Brandi L. MacDonald/Divulgação)"><figcaption>Coautora Brandi L. MacDonald coletando matérias-primas de ocre e argila em Eswatini. (Fonte: Brandi L. MacDonald/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Usado há milhares de anos, o ocre adquiriu um significado cultural, histórico e espiritual em diversas sociedades e, com isso, ofereceu aos pesquisadores algumas pistas importantes sobre formas de organização das antigas civilizações, suas crenças e práticas rituais, e o próprio desenvolvimento da expressão artística no mundo.&nbsp;Dessa forma, se tornou um dos materiais mais importantes da história humana. Além da relevância cultural milenar em diversas civilizações, o pigmento se destaca pela sua composição na produção natural de diversas cores. Mas, além da estética, o ocre tem também propriedades antibacterianas, sugerindo um possível uso medicinal no passado.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/pinturas-rupestres-de-125-mil-anos-atras-revelam-passado-colombiano" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pinturas rupestres de 12,5 mil anos atrás revelam passado colombiano</a></li></ul>Para a coautora Brandi MacDonald, da Universidade de Missouri nos EUA, "Entender como essas pessoas extraíram, processaram, transportaram e usaram ocre fornece pistas sobre as primeiras inovações tecnológicas e ajuda a traçar a história da criatividade e do simbolismo humanos", conclui a antropóloga.

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Mina de ocre mais antiga do mundo é localizada na África

O estudo busca evidências arqueológicas de que o mítico inverno Fimbulwinter possa ter sido um desastre climático real.

Popularizado por alguns filmes recentes, o Ragnarök é uma versão nórdica do nosso Apocalipse. Na saga definitiva, deuses como Odin e Thor morrem combatendo monstros e forças do caos, simbolizando um ciclo de destruição e renovação cósmica. Como prelúdio da hecatombe mundial, o mundo passa pelo Fimbulwinter, um inverno consecutivo de três anos. &nbsp;Em um estudo recente, publicado na revista Journal of Archaeological Science: Reports, pesquisadores do Museu Nacional da Dinamarca investigaram se um “inverno vulcânico” ocorrido no ano de 536 d.C. pode ter sido interpretado como um sinal do fim dos tempos e seja uma inspiração do relato mítico.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123579-ragnarok-a-catastrofe-da-mitologia-nordica-do-novo-god-of-war.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ragnarök: a catástrofe da mitologia nórdica do novo God of War</a></li></ul>Esse evento mundial teve consequências dramáticas no mundo inteiro, como tempestades de neve na China durante o verão, queda de 2,5°C na temperatura da Europa, seca no Peru e uma peste bubônica que espalhou pelo Egito. Por isso, alguns estudiosos começaram a se questionar se o Fimbulwinter não seria o relato simbólico de um evento real.<h2>Em busca de evidências arqueológicas do Fimbulwinter</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/22/22003658984019.jpg" alt="Anéis de carvalho sugerem baixo crescimento na Dinamarca entre 536 e 542 d.C. (Fonte: Museu Nacional da Dinamarca/Divulgação)"><figcaption>Anéis de carvalho sugerem baixo crescimento na Dinamarca entre 536 e 542 d.C. (Fonte: Museu Nacional da Dinamarca/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para investigar o impacto desse evento climático na Dinamarca, os autores examinaram anéis anuais de crescimento de mais de 100 peças de carvalho do século 6. As análises revelaram um crescimento arbóreo reduzido, principalmente entre 539 e 541, o que pode ser um indício de condições ambientais extremas. &nbsp;Em um comunicado, o pesquisador sênior do museu dinamarquês, Morten Fischer Mortensen, explicou que, quando as árvores não crescem, também não há cultivo nos campos, o que acarreta consequências terríveis para sociedades agrícolas. Nas vizinhas Noruega e Suécia, especialistas estimam que até metade da população morreu nessa época conturbada.Como alternativa de sobrevivência, os habitantes daquelas regiões decidiram implantar culturas agrícolas diversificadas, como o centeio. Adaptável a terrenos menos férteis e condições climáticas desafiadoras, o cereal tem risco reduzido de perda total de colheitas e pode ser utilizado tanto na alimentação humana quanto na alimentação animal.<h2>Conclusões da pesquisa sobre o grande inverno vulcânico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/22/22150523666177.jpg" alt="x"><figcaption>O pão de centeio dinamarquês, que se originou após o longo inverno. (Fonte: Getty Images)/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora as evidências não tenham sido suficientes para provar que o Fimbulwinter foi baseado nos eventos catastróficos do século 6, a coincidência é bem expressiva. Para os pesquisadores, mitos podem ser reflexos de verdades históricas.&nbsp;As narrativas simbólicas são muitas vezes formas como os habitantes da época conseguiram expressar eventos apocalípticos.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124708-5-mitos-nordicos-que-ainda-ressoam-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 mitos nórdicos que ainda ressoam hoje</a></li></ul>A pesquisa mostrou de que forma eventos climáticos extremos são capazes de moldar não só a sobrevivência física de um povo, mas também sua mitologia, cultura e estratégias de adaptação. Além de memória mítica, Ragnarök pode ter sido um repositório de memória histórica. "É um pensamento interessante o nosso amor pelo pão de centeio ter nascido de uma crise climática", brinca Mortensen.

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Raganarök real? Pesquisadores descobrem vestígios do apocalipse viking

Usando a técnica Imagem por Transformação de Reflectância, pesquisadores descobriram práticas de pesca em plaquetas de arte rupestre do Paleolítico. 

Todo pescador sabe que o importante não é pegar o peixe, mas sim exibi-lo para os outros. Essa máxima, muitas vezes utilizada como metáfora em outras atividades, era bem real há 15,8 mil anos em um povoamento de caçadores-coletores do Magdaleniano, uma tradição arqueológica da última Idade do Gelo, às margens do rio Reno, na Alemanha.Um estudo recente, publicado na revista PLOS ONE, descobriu que uma série de gravuras com padrões em forma de grade, desenhadas em antigas plaquetas de xisto, eram na verdade representações de redes ou armadilhas de pesca.<ul><li>Conheça:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/especie-de-salmao-prehistorico-que-tinha-presas-e-descoberta-por-cientistas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Espécie de salmão pré-histórico que tinha presas é descoberta por cientistas</a></li></ul>Curiosamente, essas gravuras do Paleolítico Superior, gravadas em 406 plaquetas de pedra descobertas em um acampamento pré-histórico em Gönnersdorf, fazem parte de um grande conjunto de obras de arte "extensivamente estudadas no passado", segundo o estudo. No entanto, as características dos peixes haviam passado batidas até agora.<h2>Procurando imagens de peixes escondidas nas pedras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/21/21235149138005.jpg" alt="x"><figcaption>A ferramenta RTI visualiza detalhes sutis nas pedras. (Fonte: Robitaille et al., PLOS ONE, 2024)</figcaption></figure></figure>Para testar suas hipóteses, a equipe de pesquisa combinou conhecimentos de arqueologia e psicologia visual com a técnica computacional Imagem por Transformação de Reflectância (RTI em inglês). A ferramenta registra e visualiza detalhes muitas vezes imperceptíveis na superfície de objetos tridimensionais.Para os pesquisadores, "a localização central dos peixes, dentro de linhas de grade que os sobrepõem claramente e que os excedem em tamanho, juntos sugerem que as grades representam uma forma de recipiente, uma rede ou armadilha, no qual os peixes se enredaram", concluem.<h2>Importância da descoberta da pesca pré-histórica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/22/22000409151010.jpg" alt="x"><figcaption>Essas são as primeiras representações de pesca com rede na pré-história. (Fonte: Robitaille et al., PLOS ONE, 2024)</figcaption></figure></figure>Embora a descoberta de restos de peixe em Gönnersdorf já fosse um claro indício de que pescados faziam parte da dieta dos caçadores-coletores paleolíticos da época, ainda não se sabia como eram feitas essas capturas. "As redes provavelmente teriam sido o equipamento ideal para capturar grandes quantidades de peixes durante os períodos de migração", dizem os autores.&nbsp;Essa afirmação é agora apoiada pela representação tosca dos peixes mostrados nesse conjunto de arte rupestre em suporte móvel. Eles são bem diferentes das "representações detalhadas e naturalistas de outras espécies animais", explicam os autores. Mas o fato de serem mais abstratos e minimalistas só mostra que os artistas gostavam mais de pescar do que de arte.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119014-pescadores-vendem-vomito-de-baleia-por-1-5-milhao-de-dolares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pescadores vendem vômito de baleia por 1,5 milhão de dólares</a></li></ul>Essas imagens antigas de Gönnersdorf são as primeiras representações conhecidas de pesca com rede ou armadilha na pré-história europeia. Tecnologias desse tipo, feitas com materiais que se decompõem, podem ser mais comuns do que supomos. Mas, assim como ocorre atualmente, boas histórias de pescaria ficaram registradas na arte da Era Glacial.

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Arte rupestre em plaquetas de pedra mostra pesca com redes há 13,8 mil anos

O esqueleto de 17 mil anos de um bebê encontrado em caverna arqueológica da Itália permitiu uma análise sem precedentes de sua vida.

O corpo de um bebê encontrado na caverna arqueológica Grotta delle Mura na Itália, em 1998, possibilitou aos pesquisadores a reconstrução do genoma mais antigo daquele país. Apesar de a idade do fóssil ter sido avaliada pela datação por radiocarbono entre 17,32 mil e 16,91 mil anos, foi possível reconstruir sua breve vida com uma precisão jamais vista.Os restos mortais do chamado "bebê da Grotta delle Mura" foram encontrados em bom estado de conservação, permitindo inferir a morte entre 7,5 meses e 1,5 ano de idade. Sua altura era 82 centímetros, tinha olhos provavelmente azuis, cabelos escuros encaracolados e pele morena, um fenótipo muito comum no centro e sudoeste da Europa no Paleolítico Superior.<ul><li>Descubra:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122934-como-os-bebes-sobreviviam-no-passado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como os bebês sobreviviam no passado?</a></li></ul>O grau de preservação do DNA revelou que a criança provavelmente sofria de cardiomiopatia hipertrófica, uma doença cardíaca genética caracterizada pelo espessamento anormal e excessivo do músculo cardíaco (miocárdio), o que pode ser uma explicação para a sua morte prematura.&nbsp;<h2>Analisando a história de vida do bebê pré-histórico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/22/22164722672212.jpg" alt="A análise dos dentes do bebê forneceu informações sobre a vida dele e de sua mãe. (Fonte: Higgins et al., Nature Communications, 2024)"><figcaption>A análise dos dentes do bebê forneceu informações sobre a vida dele e de sua mãe. (Fonte: Higgins et al., Nature Communications, 2024)</figcaption></figure></figure>Segundo a coautora dra. Alessandra Modi, da Universidade de Florença, a equipe conseguiu apurar que os pais da criança eram parentes de primeiro grau, provavelmente primos. Casos de incesto raramente são encontrados no Paleolítico, embora sejam comuns durante o Neolítico, explica a antropóloga em um comunicado.Usando a análise dos dentes como um "registro" das condições de saúde do bebê, os autores detectaram sinais de estresse fisiológico severo durante seu desenvolvimento. Os nove episódios identificados nos dentes sugerem períodos de tensão física ao longo da vida, embora as causas exatas não sejam conhecidas.Uma análise de isótopos nos dentes revelou informações sobre a condição da mãe durante a gravidez: ela teve mobilidade reduzida nos últimos meses de gestação e um possível quadro de desnutrição. O parto deve ter sido difícil como indica uma fratura na clavícula do bebê.<h2>Qual a importância do estudo do "bebê da caverna"?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/22/22170527117221.jpg" alt="x. (Fonte: Cidade de Monopoli/Divulgação)"><figcaption>A Grotta delle Mura, perto de Porto Rosso lido. (Fonte: Cidade de Monopoli/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para o coautor Stefano Benazzi, professor da Universidade de Bolonha, o estudo pioneiro "forneceu uma visão sem precedentes do crescimento e das condições de vida de uma criança que viveu em um período chave para o povoamento da península italiana", afirma o antropólogo em comunicado.&nbsp;<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-enigma-de-altamura-revelando-os-segredos-do-neandertal-preso-na-caverna" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O enigma de Altamura: revelando os segredos do neandertal preso na caverna</a></li></ul>Para os autores, a análise da criança da Grotta delle Mura representa um retrato excepcionalmente nítido dos primeiros estágios da vida e da população do sul da Itália durante o final do Paleolítico Superior.&nbsp;

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DNA de esqueleto com 17 mil anos revela que bebê era fruto de incesto

Segundo um estudo recente, o tempo que ficamos em uma perna pode dizer muito sobre a nossa saúde enquanto envelhecemos.

Você sabia que ficar em pé em uma perna só pode dizer muito sobre sua saúde? Esse teste simples revela muito mais do que imaginamos sobre a condição física e neuromuscular das pessoas ao longo dos anos.Recentemente, cientistas da Mayo Clinic, nos EUA, realizaram um estudo que analisou o quanto a capacidade de se equilibrar em uma perna diminui com a idade, especialmente na perna “não dominante”. Os resultados foram publicados na revista PLOS ONE.<h2>O teste de equilíbrio e o envelhecimento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05204150589017.jpg" alt="Com a idade, o equilíbrio diminui, refletindo ajustes do corpo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Com a idade, o equilíbrio diminui. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Manter o equilíbrio em uma perna por aproximadamente 30 segundos é frequentemente visto como um indicador positivo de saúde e funcionalidade. Mas, com o envelhecimento, manter o equilíbrio torna-se mais desafiador, refletindo as mudanças neuromusculares do corpo.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128797-esses-8-sinais-apontam-sua-verdadeira-idade-biologica-segundo-especialistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Esses 8 sinais apontam sua verdadeira idade biológica, segundo especialistas</a></li></ul>Em pessoas saudáveis com mais de 50 anos, a capacidade de se equilibrar diminui gradualmente, em média 2,2 segundos por década na perna menos usada e 1,7 segundos na dominante.&nbsp;Essas pequenas oscilações, observadas ao se equilibrar em uma perna só, não sinalizam necessariamente uma fraqueza, mas mostram como o corpo se ajusta. Por outro lado, quando há maior oscilação ao se equilibrar sobre ambas as pernas, isso pode ser um sinal de alerta, indicando um possível declínio sensorial ou muscular, que requer atenção.<ul><li>Conheça também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/56599-confira-alguns-fatos-e-curiosidades-sobre-o-sistema-muscular.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Confira alguns fatos e curiosidades sobre o Sistema Muscular</a></li></ul>A relação entre equilíbrio e saúde neuromuscular é fundamental, pois envolve tanto a força física quanto a visão e outros sistemas sensoriais que ajudam a manter a estabilidade.<h2>Declínio neuromuscular e independência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05204432387021.jpg" alt="Equilíbrio reduzido aumenta o risco de quedas e afeta a independência. (Fonte: Getty |mages/Reprodução)"><figcaption>Equilíbrio reduzido aumenta o risco de quedas e afeta a independência. (Fonte: Getty |mages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O equilíbrio na perna não dominante é o que mais se deteriora com o tempo, enquanto a força de preensão e a força do joelho tendem a diminuir de forma mais gradual. A perda de equilíbrio estático ocorre mais rapidamente que a perda de força muscular, e o tempo que alguém consegue se equilibrar em uma perna é um indicador da saúde neuromuscular.Essa medida é importante por ser simples e acessível. Segundo um estudo anterior, a incapacidade de se equilibrar por cinco segundos já está associada ao dobro do risco de quedas graves no futuro.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/como-proteger-voce-e-sua-familia-de-quedas-perigosas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como se proteger e à sua família de quedas perigosas?</a></li></ul>Esses dados são úteis para médicos e cuidadores no desenvolvimento de programas de treino que ajudem a melhorar o equilíbrio e a força, contribuindo para que a população idosa mantenha sua independência.Incorporar exercícios físicos é um passo essencial para viver com mais autonomia e qualidade de vida. Afinal, o equilíbrio não é só uma questão de postura — é um indicador valioso de saúde e bem-estar, algo que todos podemos cultivar para envelhecer com mais segurança e confiança.

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O que o equilíbrio pode revelar sobre o envelhecimento?

Alexitimia é uma condição mental que afeta a forma como uma pessoa vivencia e interpreta as próprias emoções. 

É difícil que você já tenha ouvido falar de alexitimia. Primeiramente porque é uma condição mental que não está descrita no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), mas, principalmente, porque uma pessoa com esse problema, não terá condições de saber que está afetada e nem explicar o que está sentindo.Embora seja um conceito bem estabelecido na literatura científica e na prática clínica, ainda não há um consenso sobre os critérios diagnósticos exatos, quanto mais sobre uma abordagem eficiente para mitigar o sofrimento dessas pessoas que, no seu dia a dia, têm dificuldades para expressar suas emoções ou mesmo identificá-las.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122423-5-dicas-para-lidar-com-as-emocoes-em-conversas-dificeis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 dicas para lidar com as emoções em conversas difíceis</a></li></ul>Em um artigo recente no The Conversation, a pesquisadora em saúde pública da Universidade de Swansea no País de Gales, Rebeca Ellis, explica que, “Se uma pessoa não for capaz de identificar o que está sentindo, ela pode estar mais propensa a suprimir ou ignorar essas sensações corporais, e menos propensa a mitigar quaisquer problemas”.<h2>Como os profissionais de saúde explicam a alexitimia?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/11/11143919997206.jpg" alt="x"><figcaption>Embora pesquisada há longo tempo, a alexitimia não está no DSM-5. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Palavra formada com as raízes gregas – “a” (não), “lexis” (palavras) e “thymia” (alma ou emoções), a alexitimia foi citada pela primeira em uma pesquisa na década de 1970, chamada “A prevalência de características 'alexitímicas' em pacientes psicossomáticos”. Havia, na época, uma tendência a relacionar doenças com aspectos emocionais internos.Mas, na alexitimia, acontece exatamente o oposto, pois, sem entender o que está sentindo em determinado momento, o indivíduo precisa recorrer a pistas externas. Por exemplo, uma pessoa com a condição pode não conseguir identificar suas emoções durante uma festa, e só compreender o que estava se passando depois, analisando os acontecimentos.&nbsp;Alexitímicos geralmente usam mais o ambiente e os outros como referência para entender a si mesmas e reagir adequadamente a situações futuras. No entanto, não é uma experiência única e universal. Pessoas autistas, por exemplo, a vivenciam com uma intensidade 33% a 66% maior do que a população em geral.<h2>Desenvolvendo uma consciência emocional</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/11/11144331625207.jpg" alt="x"><figcaption>Nomear emoções e sensações físicas ajuda pessoas com alexitimia.</figcaption></figure></figure>Para Ellis, a "Alexitimia afeta como uma pessoa vivencia e interpreta emoções, desde perceber sensações físicas no corpo, até identificá-las como sentimentos específicos e decidir como responder". Por isso, qualquer tipo de abordagem terapêutica, tem que começar com o entendimento de qual é o ponto da luta interna em que o futuro paciente se encontra.&nbsp;<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128589-estudo-diz-que-humanos-podem-cheirar-emocoes-uns-dos-outros-mas-nunca-aprenderam-como.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estudo diz que humanos podem 'cheirar' emoções uns dos outros, mas nunca aprenderam como</a></li></ul>Uma boa notícia para pessoas com alexitimia é que desenvolver uma consciência emocional, é um processo que pode ser aprendido e aprimorado, mesmo em adultos. Isso significa não ficar aprisionado a essa condição limitante para sempre.Nesse sentido, uma prática que pode ser extremamente útil para que pessoas com alexitimia se entendam melhor é a nomeação de emoções e sensações físicas, diz Ellis. Sinta-se, e ao seu corpo!

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