Região, que os especialistas acreditavam estar morta, revelou-se um local muito ativo geologicamente e composto por vida. 

Diretamente das profundezas do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128830-qual-e-a-origem-das-palavras-artico-e-antartico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oceano Ártico</a>, uma descoberta surpreendente agitou a comunidade científica: um campo de fontes hidrotermais foi encontrado na Cordilheira Knipovich, uma cadeia montanhosa submarina anteriormente considerada geologicamente adormecida.&nbsp;Localizado ao largo da costa de Svalbard, Noruega, e a uma profundidade de mais de 3.000 metros, o Campo Jøtul, como foi batizado, revelou uma paisagem subaquática cheia de vida e atividade geológica intensa, desafiando as expectativas sobre onde a vida pode prosperar.<h2 style="text-align:justify;">Oásis de calor</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10125212706180.jpg" alt="MARUM-QUEST colhe amostras no fundo do oceano. (Fonte: MARUM, Universidade de Bremen/ Divulgação)"><figcaption>MARUM-QUEST colhe amostras no fundo do oceano. (Fonte: MARUM, Universidade de Bremen / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os campos hidrotermais, como o Jøtul, são verdadeiros <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120088-botsuana-como-um-lider-criou-um-oasis-de-prosperidade-na-africa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oásis</a> nas profundezas escuras e frias do oceano. Nessas áreas, a atividade vulcânica faz com que o calor escape por meio de rachaduras no fundo do mar, criando um ambiente rico em minerais e perfeito para uma vida única que depende da quimiossíntese, um processo que aproveita reações químicas para obter energia, em vez da luz solar.&nbsp;No caso do Campo Jøtul, o calor e os minerais são liberados por meio de chaminés conhecidas como "black smokers" ("fumantes negros", em tradução livre), que expelem fluidos aquecidos pelo magma.A expedição que levou à descoberta do Campo Jøtul foi realizada em 2022, quando cientistas avistaram sinais de atividade hidrotermal na região e decidiram investigar mais a fundo com um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127106-como-e-explorar-um-vulcao-submarino-ativo-em-um-submersivel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veículo submersível</a> operado remotamente, o MARUM-QUEST.&nbsp;Descendo mais de 3 quilômetros até o fundo do mar, o submersível captou imagens e coletou amostras, revelando uma extensa área com fontes hidrotermais ativas e extintas. Uma das estruturas mais impressionantes encontradas foi a abertura Yggdrasil, nomeada em homenagem à árvore cósmica da mitologia nórdica, simbolizando a interconexão entre os diferentes reinos.<h2 style="text-align:justify;">Riqueza de informações</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10125406202182.jpg" alt="O local é rico em minerais. (Fonte: MARUM, Universidade de Bremen/ Divulgação)"><figcaption>O local é rico em minerais. (Fonte: MARUM, Universidade de Bremen / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A importância dessa descoberta vai além da simples curiosidade científica. Os campos hidrotermais desempenham um papel crucial nos ciclos geoquímicos da Terra e na sustentação de ecossistemas diversos. Eles também oferecem insights sobre a química dos oceanos e como os elementos são distribuídos pelas águas.&nbsp;O Campo Jøtul, por exemplo, apresenta altas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127653-grande-vazamento-de-metano-no-mar-baltico-intriga-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">concentrações de metano</a>, um gás que, ao ser transformado em CO2, contribui para a acidificação dos oceanos e, possivelmente, para o efeito estufa quando atinge a atmosfera.Além do seu impacto nos estudos climáticos, a descoberta do Campo Jøtul ajuda a preencher lacunas no mapa hidrotermal do Ártico. Ele estabelece uma conexão crucial entre os sistemas hidrotermais ativos conhecidos na região, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/lokiceratops-o-gigante-prehistorico-com-um-capacete-colossal" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Castelo de Loki</a> e o campo Aurora, expandindo nossa compreensão sobre a distribuição das comunidades faunísticas que dependem da quimiossíntese.&nbsp;Esses ecossistemas, que florescem na completa ausência de luz solar, são formados por organismos adaptados a condições extremas, oferecendo um vislumbre de como a vida pode existir em outros planetas ou luas com ambientes similares.<h2 style="text-align:justify;">Mais tecnologia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10125501283183.jpg" alt="Fontes hidrotermais geram grande riqueza para o fundo do mar. (Fonte: MARUM, Universidade de Bremen/ Divulgação)"><figcaption>Fontes hidrotermais geram grande riqueza para o fundo do mar. (Fonte: MARUM, Universidade de Bremen / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A descoberta do Campo Jøtul só foi possível graças aos avanços na tecnologia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128918-expedicao-no-fundo-do-mar-descobre-mais-de-100-novas-especies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">exploração subaquática</a>. Veículos operados remotamente e autônomos, equipados com câmeras de alta definição e sensores sofisticados, permitem que os cientistas explorem regiões anteriormente inacessíveis, coletando dados em tempo real e amostras para análise imediata.&nbsp;Esses progressos tecnológicos estão revolucionando a ciência marinha, proporcionando novas oportunidades para entender as profundezas do oceano.No próximo verão, uma nova expedição liderada pelo Professor Gerhard Bohrmann, da Universidade de Bremen, está programada para continuar a exploração do Campo Jøtul.&nbsp;Os pesquisadores esperam mapear áreas desconhecidas e comparar suas descobertas com outros campos hidrotermais no Ártico, aprofundando nosso conhecimento sobre esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127314-ecossistema-desconhecido-e-descoberto-sob-o-fundo-do-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fascinantes ecossistemas submarinos</a>.&nbsp;Certamente, o Campo Jøtul continuará sendo um ponto focal para futuras pesquisas, ajudando a desvendar os segredos escondidos nas profundezas do nosso planeta.

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Diretamente das profundezas: fontes hidrotermais são descobertas no Ártico

O estudo investiga se a circulação hidrotérmica impactou a química da água e das rochas em mundos oceânicos, propiciando o surgimento da vida.

Uma hipótese para explicar a origem da vida na Terra, conhecida como fontes hidrotermais alcalinas, está sendo usada por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos EUA, para investigar se reservatórios de baixa temperatura <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/264094-62-novas-luas-saturno-passa-jupiter-com-maior-numero-luas.htm#:~:text=Em%20fevereiro%20deste%20ano%2C%20J%C3%BApiter,gasoso%20possu%C3%ADa%2092%20luas%20confirmadas.&amp;text=Mas%20Saturno%20retorna%20com%20um,novas%20luas%20enfrenta%20diversos%20desafios." rel="noopener noreferrer" target="_blank">poderiam sobreviver nas profundezas abissais das luas de Júpiter e Saturno</a>.O objetivo é saber se uma possível circulação hidrotérmica entre esses mundos comprovadamente oceânicos "poderia ajudar a vida a se desenvolver profundamente abaixo da superfície gelada", diz o estudo, recentemente publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets.Os autores acreditam que alguns desses mundos oceânicos, principalmente as luas Europa e Ganimedes, de Saturno, e Encélado, de Saturno, possuem circulação hidrotérmica. Esse movimento da água quente poderia teoricamente aquecer esses oceanos gelados e torná-los habitáveis.<h2>Modelando a circulação hidrotérmica em mundos alienígenas&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/06/06222536205000.png" alt="x"><figcaption>Representação das fontes hidrotermais oceânicas de Encélado, em Saturno. (Fonte: NASA / JPL-Caltech)</figcaption></figure></figure>Para testar suas teorias, os pesquisadores utilizaram modelos complexos de computação <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127314-ecossistema-desconhecido-e-descoberto-sob-o-fundo-do-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">modelados de acordo com a circulação hidrotermal da Terra.</a> Alterando variáveis como gravidade, calor, propriedades das rochas e profundidade da circulação de fluidos, eles concluíram que essas fontes submarinas dependem de certas condições para se sustentar.O sistema de circulação de fonte termal submarina utilizado como parâmetro é um fundo marinho real de 3,5 milhões de anos, existente no noroeste do Oceano Pacífico. Nesse local, a água fria do fundo do mar flui através de um monte que já foi um vulcão submarino, viaja no subsolo por 48 km e reflui de volta através de outro monte submarino.&nbsp;É a flutuabilidade que regula o equilíbrio do fluxo entre os dois montes. Segundo o estudo, a água fica menos densa quanto esquenta, e mais densa quando esfria.&nbsp;Essas diferenças de densidade acabam criando alterações de pressão do fluido na rocha, que irão se manter enquanto houver calor. "Nós o chamamos de sifão hidrotermal", diz o primeiro autor do estudo, AndrewFisher, em um release.&nbsp;<h2>Condições estáveis para a formação de vida?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/07/07001844538002.jpg" alt="x. (Fonte: A. T. Fisher et al./Divulgação)"><figcaption>x. (Fonte: A. T. Fisher et al./Divulgação)</figcaption></figure></figure>Além da existência de aberturas quentes o suficiente para manter a atividade química (e até possíveis formas de vida), a baixa gravidade dessas luas faz com que haja menos pressão sobre os fluidos, que assim atingem temperaturas mais altas antes de subir até o leito oceânico.&nbsp;O fato de essas luas não terem um núcleo quente como o da Terra, torna essas aberturas de temperaturas moderadas a baixas mais duradouras, pois a baixa gravidade também impede que o calor se dissipe. Com isso, um ambiente estável poderia se manter bilhões de anos, fornecendo uma extensa janela de tempo para evolução geológica e até mesmo biológica.<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114027-cientistas-sugerem-missao-a-lua-habitavel-em-saturno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cientes das dificuldades de testar suas hipóteses in loco</a>, os autores reconhecem que o importante neste momento é "aproveitar ao máximo os dados disponíveis, muitos deles coletados remotamente, e alavancar o entendimento de décadas de estudos detalhados dos sistemas analógicos da Terra".

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Cientistas buscam sinais de vida em fontes hidrotermais na lua Europa

O estudo revela que essa tradição ainda é praticada hoje, tornando-se o ritual mais antigo já registrado que foi passado de geração em geração.

Na Caverna Cloggs, no sudeste da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/a-grande-travessia-como-os-primeiros-humanos-chegaram-na-australia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Austrália</a>, uma descoberta fascinante revelou práticas de feitiçaria que remontam a 12 mil anos. Dois gravetos, encontrados em lareiras minúsculas dentro da caverna, mostraram sinais de processamento ritualístico, como queima leve e cobertura com gordura humana ou animal.&nbsp;Datados por carbono, esses artefatos são os mais antigos de madeira já encontrados na Austrália e apontam para uma prática cultural contínua e transmitida por 500 gerações do povo.<h2 style="text-align:justify;">A descoberta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05151738000221.jpg" alt="Graveto encontrado em lareira na caverna de Cloggs. (Fonte: Bruno David et al./ Divulgação)"><figcaption>Graveto encontrado em lareira na caverna de Cloggs. (Fonte: Bruno David et al. / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A caverna está localizada nas terras do povo GunaiKurnai, uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120389-monte-augustus-a-rocha-sagrada-preservada-por-aborigenes-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nação aborígene</a> que vive na parte sudeste da Austrália. Na década de 1970, arqueólogos realizaram uma escavação no local sem consultar os GunaiKurnai, os verdadeiros donos da área. Por isso, as descobertas foram limitadas, dado que os pesquisadores não conheciam bem a região e não tinham informações suficientes sobre a cultura e a história dos GunaiKurnai.Já em 2009, esse panorama mudou, pois uma colaboração entre os GunaiKurnai e alguns antropólogos da Universidade Monash trouxe à tona uma investigação mais detalhada e que rendeu achados muito mais relevantes. &nbsp;Cloggs, parcialmente colapsada há cerca de 6 mil anos, continha objetos de idades diversas. Focando em áreas não afetadas pelo colapso, os pesquisadores encontraram um bastão de Casuarina de 40 centímetros, levemente queimado, datado em aproximadamente 12 mil anos, algo que indicava que sua utilização tinha função cerimonial.&nbsp;O segundo bastão, semelhante ao primeiro, tinha cerca de 11 mil anos, porém com uma extremidade pontuda, característica que indica que esse item era uma ferramenta de poder.&nbsp;A preservação desses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128417-antigo-campo-de-batalha-romano-e-descoberto-na-suica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">artefatos</a> deve-se a várias condições favoráveis na caverna: sedimentos finos, ambiente seco, e solo neutro a levemente alcalino. Essas condições permitiram que os bastões e outros materiais, como folhas, se mantivessem intactos por milhares de anos.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Uma questão ritualística</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05152017016224.jpg" alt="Gravetos trouxeram informações importantes sobre rituais de grupos antigos australianos. (Fonte: Bruno David et al., Steve Morton/ Divulgação)"><figcaption>Gravetos trouxeram informações importantes sobre rituais de grupos antigos australianos. (Fonte: Bruno David et al., Steve Morton / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O que torna esses achados extraordinários é a conexão direta com <a href="https://www.megacurioso.com.br/cultura/43337-confira-5-manifestacoes-culturais-pra-la-de-curiosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">práticas culturais</a> descritas no século XIX pelo etnógrafo Alfred Howitt. Ele documentou rituais dos curandeiros GunaiKurnai, conhecidos como mulla-mullung, que usavam bastões de Casuarina para lançar feitiços. &nbsp;O ritual envolvia amarrar algo pertencente à vítima ou pessoa doente no bastão, untá-lo com gordura e colocá-lo em uma fogueira enquanto o mulla-mullung cantava o nome da pessoa. Quando o bastão caía, o feitiço estava completo. Esses detalhes coincidem perfeitamente com as características dos gravetos encontrados na caverna, sugerindo uma prática inalterada por milênios.Em uma era em que muitos antropólogos viam os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127624-explorando-raizes-descubra-os-povos-originarios-de-sua-regiao-no-mundo-todo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grupos originários</a> australianos de forma depreciativa, Howitt destacou-se por seu genuíno interesse e respeito pela cultura aborígene, documentando práticas que teriam sido esquecidas após a colonização e confinamento dos povos indígenas em missões.Os pesquisadores ressaltaram a relevância dessas descobertas para a cultura GunaiKurnai. Segundo eles, os artefatos estavam conservados naquele local como um meio de transmitir conhecimentos para todos que quisessem aprender mais sobre esse povo.

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Maldição! Gravetos de 12 mil anos revelam ritual aborígene mais antigo já registrado

Conheça a criatura que é um símbolo fascinante da resiliência da vida em ambientes adversos.

A natureza desértica do sudoeste americano abriga uma das criaturas mais intrigantes do reino animal: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115261-evolucao-da-incrivel-formiga-de-veludo-e-discutida-por-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">formiga-de-veludo-de-thistledown</a>. Conhecido por sua aparência exótica e comportamento único, esse inseto é um exemplo perfeito de adaptação evolutiva e diversidade biológica.<h2>A fascinante família das formigas-de-veludo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02114430004090.jpg" alt="As formigas--de-veludo têm esse nome devido à sua aparencia aveludada. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As formigas--de-veludo têm esse nome devido à sua aparência aveludada. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As formigas-de-veludo pertencem à família Mutillidae, e são frequentemente confundidas com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126795-as-formigas-do-mundo-realmente-pesam-mais-que-os-seres-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">formigas</a> devido à aparência das fêmeas, que não possuem asas e se assemelham a formigas peludas. No entanto, esses insetos são, na verdade, vespas. Com uma diversidade impressionante que inclui mais de 8 mil espécies, elas têm uma distribuição global que inclui uma ampla variedade de habitats, desde florestas até pradarias e áreas urbanas. Os machos se distinguem das fêmeas por suas asas vibrantes, que servem como um aviso claro aos predadores sobre sua capacidade defensiva.As fêmeas desenvolveram uma estratégia de vida solitária e parasitoide, em que procuram ativamente ninhos de outras espécies para depositar seus ovos. Uma vez dentro do ninho hospedeiro, elas colocam seus ovos nas pupas indefesas, e as larvas se desenvolvem consumindo o hospedeiro antes de emergir como vespas adultas. Esse comportamento não apenas assegura a sobrevivência das larvas, mas também demonstra a complexidade das estratégias de reprodução e adaptação das formigas-de-veludo em diferentes ambientes ao redor do mundo.<h2>A formiga-de-veludo-de-thistledown</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02114538053092.jpg" alt="Dasymutilla gloriosa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Dasymutilla gloriosa. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A formiga-de-veludo-de-thistledown, ou Dasymutilla gloriosa, é uma vespa peculiar encontrada nas regiões áridas que se estendem do Utah ao México. Notável por sua coloração branca e felpuda, as fêmeas são frequentemente confundidas com frutos do arbusto de creosoto devido à sua semelhança visual. Essa adaptação mimética tanto ajuda na camuflagem, quanto desempenha um papel na termorregulação dessas vespas.A cor branca reflete a luz solar intensa, ajudando a manter a temperatura corporal desses insetos em um nível adequado, crucial para sua sobrevivência no calor do deserto. Essa estratégia permite que as vespas continuem ativas durante períodos prolongados sem correr o risco de superaquecimento, facilitando assim suas atividades de busca por alimentos e reprodução no ambiente desafiador em que habitam.Assim como as outras espécies de formigas-de-veludo, a Dasymutilla gloriosa também adota um comportamento parasita como estratégia crucial para sobreviver no deserto árido. Dessa forma, ela não é apenas uma curiosidade biológica, mas um exemplo fascinante de como as espécies se adaptam e prosperam em condições desafiadoras.A formiga-de-veludo é um exemplo notável de adaptação e sobrevivência. Suas defesas eficazes e adaptações miméticas destacam a capacidade da natureza em evoluir diante de desafios extremos. Estudar e proteger essas espécies não só preserva a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118597-qual-a-importancia-das-vespas-para-o-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">biodiversidade</a>, mas também nos ensina valiosas lições sobre a resiliência da vida frente às adversidades ambientais, incentivando a promoção de uma coexistência sustentável entre humanidade e natureza.

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Formiga-de-veludo-de-thistledown: uma criatura com comportamento que você nunca viu!

As autoras do novo estudo buscavam registros fósseis de uvas tão antigas quanto o asteroide de Chicxulub, no hemisfério ocidental.

Em busca da semente de uva mais antiga do hemisfério ocidental, as pesquisadoras Fabiana Herrera e Mônica Carvalho se depararam com as preciosas sementes fósseis, quando percorriam os Andes colombianos em 2022. Relatada em um artigo publicado recentemente na Nature Plants, a descoberta foi feita em quatro paleofloras neotropicais datadas entre 60 e 19 milhões de anos.A descoberta dessas sementes, apenas alguns milhões de anos mais jovens do que as mais antigas já encontrado no outro lado do mundo (na Índia), reforça a tese de que essa proliferação de uvas no planeta ocorreu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127975-dinossauro-esquecido-tinha-superolfato-para-encontrar-comida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como consequência da extinção dos dinossauros ocorrida no Cretáceo-Paleogene</a>.Como a queda do asteroide gigante que dizimou os dinossauros ocorreu na icônica cratera de Chicxulub, no México, há cerca de 66 milhões, mesma época em que as uvas indianas fossilizadas foram datadas, a nova descoberta sugere que a diversidade botânica dos Neotrópicos (Américas Latina e do Norte) também foi moldada pelas grandes extinções.<h2>Como foram identificadas as sementes de uvas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/08/08145329239215.jpg" alt="X. (Fonte: Fabiany Herrera/arte de Pollyanna von Knorring/Divulgação.)"><figcaption>Reconstrução artística das sementes fossilizadas. (Fonte: Fabiany Herrera/arte de Pollyanna von Knorring / Divulgação.)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/de-onde-vem-as-sementes-para-plantar-frutas-sem-sementes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Extremamente difícil de encontrar, a semente fóssil de uva é muito pequena</a>, mas foi identificada pela dupla de pesquisadoras, em sua peregrinação pela Colômbia, Panamá e Peru, devido à sua forma, tamanho e algumas características morfológicas exclusivas.&nbsp;A confirmação definitiva só ocorreu por meio de tomografias computadorizadas, realizadas pela dupla após sua volta ao laboratório.&nbsp;O fóssil foi batizado pela equipe como&nbsp; Lithouva susmanii, versão em latim para "uva de caroço de Susman", em homenagem ao paleobotânico Arthur T. Susman. Para o coautor Gregory Stull, do Museu Nacional de História Natural de Washington, a nova espécie "é importante porque apoia uma origem sul-americana do grupo no qual a videira comum Vitis evoluiu".<h2>O que a extinção dos dinossauros tem a ver com as uvas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/08/08140325676191.jpg" alt="X. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A queda do asteroide afetou os animais e também as plantas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A hipótese de Herrera e sua equipe é que o desaparecimento de animais massivos, como os dinossauros, pode ter sido benéfico às florestas. Em um release, a coautora Mônica Carvalho explica que "animais grandes, como dinossauros, são conhecidos por alterar os ecossistemas ao redor".&nbsp;Isso significa que, se estivessem vivos, provavelmente esses habitantes do Jurassic Park teriam continuado a pisotear as árvores em seu entorno, mantendo as florestas mais aberta do que hoje. E a prova disso é que, "no registro fóssil, começamos a ver mais plantas que usam trepadeiras para subir em árvores, como uvas, naquela época", acrescentou Herrera.Hoje curadora assistente de paleobotânica do Field Museum, em Chicago, Fabiany explica que, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124423-5-impactos-que-o-asteroide-que-matou-os-dinossauros-teve-na-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como os dinossauros foram as maiores coisas a serem afetadas pela queda do asteroide</a>, às vezes nos esquecemos de que esse fenômeno teve um impacto importante na flora também. Ou seja, "a floresta se recompôs de uma forma que mudou a composição das plantas", conclui.

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Como o asteroide que matou os dinossauros permitiu o surgimento da uva na Terra

Pesquisadores indicam que espécie vinda da Flórida se tornou a primeira vítima de extinção devido à elevação dos níveis de água do mar no país. 

Uma rara espécie de árvore-cacto foi recentemente declarada extinta na Flórida. Segundo pesquisadores, acredita-se que essa tenha sido a primeira espécie perdida devido à elevação do nível do mar nos Estados Unidos. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115030-cacto-com-mais-de-10-m-de-altura-chama-atencao-em-cidade-japonesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cacto</a> Key Largo (Pilosocerus millspaughii) possuía uma única pequena população na região de Florida Keys, um arquipélago na ponta sul do estado.&nbsp;Descoberto pela primeira vez em 1992, a planta vinha sendo monitorada desde então. Contudo, estudos mostram que a intrusão de água salgada por conta do nível do mar, a erosão do solo causada por tempestades e as frequentes marés altas colocaram uma pressão gritante sobre a espécie.<h2>Riscos das mudanças climáticas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10131657035206.jpg" alt="Árvore-cacto de Key Largo pode atingir impressionantes 6 metros de altura. (Fonte: Susan Kolterman/Florida Museum)"><figcaption>Árvore-cacto de Key Largo pode atingir impressionantes 6 metros de altura. (Fonte: Susan Kolterman / Florida Museum)</figcaption></figure></figure>De acordo com os investigadores, o cacto de Key Largo já chegou a ter mais de 150 caules em uma floresta de mangue isolada na região. Porém, em 2021, o número da população diminuiu para apenas seis fragmentos frágeis que tiveram que ser realocados para cultivo externo em uma tentativa desesperada de garantir sua sobrevivência.Na visão da diretora de conservação regional do Jardim Botânico Tropical Fairchild e principal autora do estudo, a árvore-cacto de Key Largo pode ser um indicador de como outras plantas costeiras responderão às mudanças climáticas. A espécie ainda segue crescendo em algumas ilhas espalhadas pelo Caribe, incluindo o norte de Cuba e partes das Bahamas. Na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128089-mandibula-de-mamute-gigante-de-10-mil-anos-e-descoberta-por-cacador-de-fosseis-na-florida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Flórida</a>, por outro lado, ela foi completamente extinta.O trabalho de Prossley foi publicado na revista Journal of the Botanical Research Institute of Texas&nbsp;na última terça-feira (09). Durante vários anos de pesquisa, ela e sua equipe documentaram de perto o declínio da espécie e os impactos que as mudanças climáticas tem gerado na região.<h2>A história do cacto de Key Largo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10131848764208.jpg" alt="Agora extinta da Flórida, espécie ainda pode ser encontrada em partes de Cuba e nas Bahamas. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Agora extinta da Flórida, espécie ainda pode ser encontrada em partes de Cuba e nas Bahamas. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O cacto de Key Largo pode atingir alturas que excedem os 6 metros de altura. Uma das características mais marcantes dessa planta são suas flores de cor creme com um aroma de alho. Durante a noite, essas mesmas flores brilham com o luar, o que ajuda a atrair polinizados como morcegos. Seus frutos possuem coloração vermelha e roxa bastante vívida, também ajudando a atrair pássaros e mamíferos.&nbsp;Se um dia essa espécie já foi abundante na Flórida, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127091-nacoes-em-risco-5-paises-vulneraveis-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a> causadas pelo homem estão fazendo com que a água do derretimento das camadas de gelo e das geleiras flua para todos os oceanos do mundo. Como consequência, o aumento do nível do mar acabou se tornando extremamente maléfico para muitas espécies costeiras.Agora mais do que nunca, os pesquisadores terão que continuar trabalhando arduamente para que outras espécies não sofram com os mesmos problemas passados pela árvore-cacto de Key Largo.&nbsp;

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Espécie de cacto é extinta nos EUA devido à elevação do mar

Pesquisadores japoneses documentaram a forma pela qual algumas plantas se avisam sobre a chegada de animais predadores.

Há quem acredite que as plantas interagem conosco. Se isso não for verdade, pelo menos sabemos agora que elas são capazes de "conversar" entre si. É isso que foi constatado por um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Saitama, no Japão, que foi publicado recentemente na revista especializada Nature Communications.Os biólogos desenvolveram um mecanismo que conseguiu flagrar o momento em que as plantas soltam compostos químicos quando estão sendo ameaçadas por animais herbívoros, o que é uma forma de passar um recado às plantas vizinhas para que elas possam se proteger dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125647-5-predadores-que-encaram-presas-das-mais-perigosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">predadores</a>.<h2>A comunicação das plantas</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/wJ0SgwWG1q4?si=PIW4HFWsVfow7GJ_" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Algumas plantas são capazes de soltar uma névoa fina de compostos químicos, com cheiros que não são perceptíveis por nós, humanos. Esses compostos são capazes de repelir insetos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127312-rabdodontideos-os-dinossauros-herbivoros-esquecidos-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">herbívoros</a> que estão prestes a devorá-las. Assim, ao soltar esse odor, as plantas conseguem avisar as outras, de maneira muito inteligente, para que se protejam.Os cientistas conhecem esse tipo de mecanismo, que já foi detectado em cerca de 80 plantas, pelo menos desde os anos 1980. Mas agora, os pesquisadores da Universidade Saitama conseguiram produzir imagens em tempo real de plantas enquanto exercem esse tipo de comunicação.Essa descoberta supre uma lacuna na compreensão sobre essa "conversa", pois já se sabia que as plantas enviavam mensagens, mas não se conhecia ainda a forma pela qual elas as recebiam. Os biólogos Yuri Aratani e Takuya Uemura conseguir montar uma espécie de máquina para fazer com que uma planta infestada por insetos transmitisse a mensagem de perigo. Em seguida, eles usaram um microscópio de fluorescência para observar o que acontecia.&nbsp;<h2>A realização do experimento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/06/06122816371001.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A Arabidopsis thaliana é uma das plantas capazes de avisar a vizinhança sobre perigos. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O que os pesquisadores fizeram foi o seguinte: eles colocaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127729-nova-especie-de-lagarto-dragao-tem-habilidade-de-camuflagem-impressionante.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lagartas</a> sobre uma planta de tomateiro e a Arabidopsis thaliana,&nbsp;planta da família da mostarda, e capturaram as mensagens enviadas para uma segunda planta da mesma espécie, mas que não estava atacada por esses insetos. As folhas permaneceram dentro de um cilindro que preservava o ar.&nbsp;Além disso, a primeira planta foi geneticamente modificada para que as suas células tivessem um biossensor capaz de acionar uma fluorescência verde quando um influxo de íons de cálcio era detectado.&nbsp;Em seguida, a equipe usou uma técnica para medir os sinais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123965-calcio-storico-o-violento-esporte-que-inspirou-o-futebol-americano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cálcio</a> ocorridos nessa planta ao ser "comunicada" da presença dos predadores. O que eles observaram foi impressionante: as plantas que não foram atacadas por insetos recebiam a mensagem das plantas feridas, já que reagiam por meio de rajadas de sinalização de cálcio que irradiavam em suas folhas.À medida que as lagartas começavam a comer as plantas, o composto era emitido, soltado duas moléculas conhecidas como Z-3-HAL E-2-HAL. Essas células, conforme eles observaram, desempenhavam uma missão importante: a de abrir e fechar os "estômatos", orifícios pelos quais a planta libera <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127361-nova-forma-rara-de-oxigenio-desafia-cientistas-e-a-fisica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oxigênio</a> e absorve gás carbônico. Deste modo, elas eram capazes de reagir e conseguiam se preservar dos ataques.De acordo com o biólogo molecular Masatsugu Toyota, principal autor do estudo, a descoberta é muito relevante. "Finalmente desvendamos a intrincada história de quando, onde e como as plantas respondem às 'mensagens de alerta' transmitidas pelo ar por seus vizinhos ameaçados. Essa rede de comunicação etérea, escondida da nossa visão, desempenha um papel fundamental na proteção oportuna de plantas vizinhas contra ameaças iminentes", explicou. Nunca a expressão de "falar com plantas" fez tanto sentido quanto agora.&nbsp;

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Cientistas já conseguem entender o que as plantas "conversam"; veja como

Descubra os segredos da engenharia por trás dos impressionantes túneis subaquáticos.

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128898-seikan-conheca-o-tunel-submarino-mais-longo-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">túneis subaquáticos</a> são obras-primas da engenharia moderna, e permitem que milhares de pessoas atravessem corpos d'água todos os dias. Esses túneis são fundamentais na infraestrutura global, facilitando o transporte e conectando comunidades. Mas como exatamente eles são construídos? Vamos explorar as técnicas fascinantes que tornam isso possível.<h2>Tunelamento de escudo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05112540770102.png" alt="Tuneladora usada para construir o Túnel do Tâmisa, em Londres. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Tuneladora usada para construir o Túnel do Tâmisa, em Londres. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A tuneladora escudo é uma grande estrutura retangular ou cilíndrica, geralmente feita de ferro fundido ou aço, equipada com aberturas controladas por obturadores. Nesse método, os trabalhadores removem o solo macio à medida que o escudo avança. Isso proporciona uma proteção segura aos trabalhadores e permite a construção contínua do túnel, ao mesmo tempo em que protege o ambiente ao redor da escavação.A técnica foi criada pelo engenheiro franco-britânico Marc Isambard Brunel em 1818 e utilizada na construção do primeiro <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119893-em-1820-engenheiros-decidiram-construir-um-tunel-sob-o-rio-tamisa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">túnel subaquático sob o Rio Tâmisa</a>, em Londres, em 1842. Ao longo dos anos, o método foi aprimorado, e passou a incluir escudos feitos de aço e equipados com macacos hidráulicos para um avanço mais eficiente e seguro.<h2>Máquinas de perfuração de túneis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05113124313107.jpg" alt=""><figcaption>"Tatuzão". (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Cavar em terra macia é um desafio, mas perfurar rochas submersas exige uma abordagem ainda mais sofisticada. É aí que entram as máquinas de perfuração de túneis, popularmente conhecidas como “tatuzão”. Utilizadas na construção do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/eurotunel-ha-30-anos-uma-das-maiores-facanhas-da-engenharia-era-inaugurada-no-canal-da-mancha" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Eurotúnel</a>, elas têm cabeças de corte giratórias que exercem pressão sobre a rocha, quebrando-a em fragmentos. Esses detritos são então transportados para fora do túnel. Para a escavar os 50 metros de extensão do Eurotúnel foram usados 11 “tatuzões”.<h2>Tubos submersos e outras técnicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05114738485116.jpg" alt="Cofferdam. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Cofferdam. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outra técnica é a do tubo submerso, desenvolvido pelo engenheiro americano W.J. Wilgus, em que segmentos pré-fabricados do túnel são construídos em outro local, enquanto uma vala é dragada no local onde o túnel será instalado. Esses segmentos são, então, levados até a área, afundados no lugar e conectados para formar o túnel completo. Um exemplo desse método é o túnel Ted Williams, em Boston.Em alguns casos é necessário criar um local seco para a construção subaquática. Para isso, pode ser utilizado o cofferdam, ou ensecadeira, uma estrutura temporária construída para criar uma área seca em um ambiente submerso, proporcionando um espaço seguro para a construção.Também podem ser usados os caixões: estruturas pré-fabricadas que, quando afundadas na água, são mantidas pressurizadas para evitar a entrada de água. Assim, os trabalhadores conseguem construir dentro da estrutura, que se torna parte da construção final.A construção de túneis embaixo d'água demonstra o incrível avanço da engenharia ao longo do tempo. As técnicas modernas superam os desafios de construir em ambientes submersos e garantem a segurança dessas infraestruturas vitais para o transporte e a conectividade global.

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Como os túneis embaixo d’água são construídos?

Inventar algo é uma atividade bastante desafiadora, mas, para alguns inventores, suas criações também foram o ponto final de suas vidas.

Sobram na história da humanidade relatos de grandes inventores que dedicaram suas vidas à tentativa de criar coisas que pudessem mudar para melhor a vida das pessoas. No entanto, além de um trabalho desafiador e incerto, gerar uma novidade pode, por vezes, cobrar um valor muito alto, como a própria vida de seu criador.Pode soar absurdo, mas algumas invenções levaram a vida das pessoas que se dedicaram a inventá-las certamente a uma situação pior do que fracassar na criação ou não conseguir comercializá-las. Ainda que inusitado, esses lamentáveis acidentes não são tão raros como se pode imaginar.<h2>1. Otto Lilienthal</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04101633794062.jpg" alt="Otto Lilienthal perdeu a vida ao ver sua criação perder sustentabilidade no ar. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Otto Lilienthal morreu ao ver sua criação perder sustentabilidade no ar. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Conhecido com o "pai do voo planado", <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/36737-outros-7-inventores-que-morreram-por-causa-de-suas-criacoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o alemão Otto Lilienthal é um dos pioneiros da história da aviação</a>. Inventivo, Lilienthal descobriu como criar uma máquina mais pesada do que o ar capaz de voar. Seu trabalho foi amplamente documentado, de modo que convenceu a opinião pública de que voar poderia ser um grande negócio.No entanto, após apresentar um projeto de planadores, o alemão viu sua vida chegar ao fim. Em 9 de agosto de 1896, durante um voo em um de seus planadores, ele ganhou velocidade e perdeu sua sustentação.Seu planador virou com a parte frontal para baixo enquanto pairava a cerca de 15 metros. Otto Lilienthal despencou como se fosse uma pedra, quebrando o pescoço e tendo sua morte decretada no dia seguinte.<h2>2. Franz Reichelt</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04102041157067.jpg" alt="Franz convenceu as autoridades a deixá-lo saltar com sua criação, o que lhe custou a vida. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Franz Reichelt convenceu as autoridades a deixá-lo saltar com sua criação, o que lhe custou a vida. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Nascido na Alemanha, mas naturalizado francês, Franz Reichelt tinha o sugestivo apelido de "alfaiate voador". Seu desejo era criar um dispositivo capaz de aliviar uma queda ou salto, semelhante a um paraquedas, pelo que é considerado um dos pioneiros no segmento. Após horas costurando e aperfeiçoando seu design, pediu permissão para executar uma queda com sua invenção a partir da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107237-sabia-que-e-tecnicamente-ilegal-fazer-fotos-da-torre-eiffel-a-noite.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Torre Eiffel, em Paris</a>.No dia 4 de fevereiro de 1912, ele escalou a torre até um ponto elevado que considerava alto o suficiente para testar a legitimidade de sua criação. Porém, disse às autoridades que não faria o salto utilizando um manequim: ele próprio iria pular. Reichelt despencou de uma altura de 57 metros, morrendo instantaneamente ao cair estatelado no chão.<h2>3. Michael Robert Dacre</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04102410042071.jpg" alt="Desejo de colocar um carro no ar acabou custando a vida de Dacre. (Fonte: AP / Telegraph / Reprodução)"><figcaption>Desejo de colocar um carro no ar acabou custando a vida de Dacre. (Fonte: AP / Telegraph / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Quem assistiu Os Jetsons sabe que a ideia de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122535-carros-voadores-sao-uma-realidade-para-o-futuro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">carro voador</a> é antiga. Michael Robert Dacre foi um desses sonhadores a tentar criar um veículo capaz de ir aos céus. No fim da década de 1980, ele lançou um produto chamado AVCEN Jetpod, que pretendia ser a revolução do transporte em pequena escala. A nave era pequena, silenciosa e dependia de pouco espaço para decolar e pousar.Quase duas décadas depois, em agosto de 2009, apresentou um novo protótipo que dizia ser impressionante. Dacre tentou decolar três vezes sem sucesso. A quarta foi, literalmente, a última tentativa. Ao subir cerca de 304 metros, o Jetpod perdeu o controle e caiu, fazendo com que Dacre morressem instantaneamente.<h2>4. William Pitt</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04102809446072.jpg" alt="Sistema de balsas criado por William Pitt foi, também, seu trágico fim. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Sistema de balsas criado por William Pitt foi, também, seu trágico fim. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Engenheiro e inventor, o canadense William Pitt trabalhava com tráfego de barcos na segunda metade do século XIX. Em 1903, Pitt desenvolveu um sistema de cabos subaquáticos muito inovador, instalado ao longo da trilha Kennebecasis. Isso permitiu que o tráfego de balsas aumentasse, melhorando a vida na região.Por um breve período, pode acompanhar o sucesso de sua invenção. Porém, em 1909, Pitt caiu em algumas das máquinas de um ponto de desembarque, no sistema em que havia criado. Gravemente ferido pela queda, ele morreu dias depois.<h2>5. Webster Wagner</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04103104254073.png" alt="A invenção do vagão-luxo deu a fortuna, mas também foi onde perdeu a vida décadas depois. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A invenção do vagão-luxo trouxe fortuna a Webster Wagner, mas também foi onde morreu décadas depois. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Webster Wagner viveu na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125224-nova-york-pode-estar-afundando-por-causa-do-peso-dos-edificios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova York do século XIX</a>. Grande inventor e empresário, foi responsável pela criação do vagão-leito e do vagão-sala que, além de gerar novas formas de transportar pessoas nos trens, ajudou a impulsionar o segmento. Seu sucesso fez com que abrisse a própria empresa, que guiou bem a ponto de se fundir com a principal concorrente.Porém, Webster Wagner veria o fim da vida justamente na criação que lhe rendeu riqueza. Em 13 de janeiro de 1882, enquanto fazia uma viagem no vagão de luxo de sua companhia, seu trem colidiu com outro. Dias depois, seu corpo foi encontrado esmagado entre dois vagões.

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5 inventores mortos pelas próprias criações

Devido à sua proximidade de uma estrela e ao seu tamanho, astrônomos acreditavam que ele nem deveria ter uma atmosfera.

Um dos interesses de astrônomos ao olhar para outros <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128411-6-descobertas-incriveis-sobre-o-nosso-sistema-solar-feitas-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistemas solares</a>, é compreender um pouco melhor o nosso. Sistemas mais recentes nos oferecem uma visão do nosso próprio passado, enquanto sistemas mais velhos nos ajudam a projetar o nosso futuro.Esse foi um dos motivos que fizeram com que a descoberta de um exoplaneta chamasse tanto a atenção de cientistas. Batizado de TIC365102760 b, mas apelidado de Fênix, ele está seis vezes mais próximo de sua estrela do que Mercúrio está do nosso sol. E foi exatamente isso que mais impressionou os astrônomos, porque a estrela em questão não é um objeto pequeno, mas um gigante vermelho.<h2>Perto demais do sol</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01151131557147.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fênix surpreendeu os astrônomos por sua condição incomum. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A proximidade com uma estrela deveria significar uma condição pouco favorável para um planeta com atmosfera. Até então, os astrônomos acreditavam que nessas condições ele não deveria passar de uma rocha.Mas Fênix apresenta uma atmosfera muito maior e menos densa do que seria esperado. Segundo Sam Grunblatt, astrofísico da Universidade Johns Hopkins que liderou o estudo sobre a descoberta, este é o menor planeta — e com a menor massa — já encontrado ao redor de um gigante vermelho. Isso contraria tudo o que se sabia até então.Para que pudessem obter os detalhes sobre Fênix, a equipe trabalhou com dados do Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS, na sigla em inglês) da Nasa. Depois, eles cruzaram esses dados com medições do Observatório W.M. Keck, no Havaí.&nbsp;Foi assim, por exemplo, que os astrônomos descobriram que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128190-exoplaneta-gigante-e-descoberto-orbitando-estrela-ana-de-massa-baixa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">exoplaneta</a> orbita sua estrela a cada 4,2 dias. O TESS obtém seus dados a partir da interferência de planetas como Fênix na emissão do brilho de uma estrela, ao passarem na sua frente.<h2>Compreendendo o futuro da Terra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01115618957059.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Condição de Fênix pode oferecer novas possibilidades para o futuro da Terra. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Gigantes vermelhas são estrelas muito grandes — podendo ser até 200 vezes maiores que o nosso sol. Seu tamanho afeta a órbita dos planetas, o que faz com que eles comecem a se aproximar cada vez mais, até que sejam destruídos. Os astrônomos acreditam que isso deve acontecer com Fênix em cerca de 100 milhões de anos.Porém, antes disso seria esperado que a atmosfera do planeta fosse completamente consumida. O que os dados obtidos pelo estudo revelaram é que isso pode não acontecer antes da morte de Fênix.Esse também pode ser o futuro da Terra. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128858-o-sol-esta-passando-por-uma-inversao-de-polos-magneticos-e-agora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Sol</a> irá se expandir o suficiente para engolir Mercúrio, Vênus, a Terra e, possivelmente, Marte. A estimativa é que isso deve ocorrer em cerca de 5 bilhões de anos, e, até então, parecia ser o destino mais provável. A descoberta de Fênix e sua atmosfera sobrevivendo em condições tão extremas sugere que pode existir um caminho diferente para a Terra, quando chegar a sua vez.“Não entendemos muito bem a evolução tardia dos sistemas planetários, e ainda temos um longo caminho a percorrer nesse sentido” disse Grunblatt. “Isso está nos dizendo que talvez a atmosfera da Terra não evolua exatamente como pensávamos”.

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