Emocionante: telefone em colina é usado para “conversar” com os mortos

21/05/2018 às 02:002 min de leitura

Em 2010, o jardineiro Itaru Sasaki, atualmente com 70 anos, perdeu um de seus primos. Para superar a sua morte, Sasaki instalou um telefone de disco dentro de uma cabine de vidro em um cenário bucólico: uma colina em seu jardim com vista para o oceano Pacífico. Durante algum tempo, ele usava o aparelho, chamado de Kaze no denwa, ou Telefone do Vento, para “se comunicar” com o parente falecido.

A história, entretanto, ganhou ainda mais adeptos com o terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão em março de 2011. Na ocasião, mais de 15 mil pessoas morreram em todo o país, criando uma lacuna na vida de suas famílias, que precisam aprender a lidar com essa ausência. Muitas ficaram sabendo do telefone de Sasaki, e o local acabou gerando uma espécie de peregrinação para pessoas enlutadas.

No ano passado, a rede de televisão NHK fez um documentário sobre o aparelho, intitulado “Telefone do Vento: Sussurros Para Famílias Perdidas”, em tradução livre. O programa mostrou como a cabine de Sasaki se tornou uma fonte de consolo para milhares de famílias: até agora, mais de 10 mil pessoas já foram ao local deixar suas mensagens para entes falecidos.

Cabine telefônicaCabine recebe pessoas de vários lugares do Japão

Quem visita a cabine telefônica sabe que não terá uma resposta do outro lado da vida. Entretanto, essas pessoas se sentem aliviadas por poder mandar mensagens para quem faz falta em seu dia a dia. “Eu não consigo ouvi-lo, eu fico falando sozinha, mas eu sei que ele me ouviu, então eu posso continuar vivendo”, revelou uma mulher que foi à cabine deixar um recado para seu filho.

A cabine está instalada na cidade de Otsuchi, a 570 km ao norte de Tóquio. “Como meus pensamentos não poderiam ser transmitidos ao longo de uma única linha regular, queria que eles fossem carregados pelo vento”, explicou Sasaki no documentário da NHK. A cidadezinha contava com cerca de 17 mil habitantes no dia do tsunami, porém mais de 800 morreram na catástrofe e outros 400 nunca foram encontrados.

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*Publicado em 10/05/2017

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