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02/06/2014 às 11:52•1 min de leitura
Como você sabe, ao longo da História, as prostitutas sempre foram marginalizadas de uma forma ou outra pela sociedade. Além disso, apesar de exercerem uma das profissões mais antigas de que se tem notícia, até hoje essas mulheres ainda são tratadas com hostilidade e a atividade continua envolta em muita polêmica e discriminação.
Portanto, embora soe divertido que exista o “Dia Internacional das Prostitutas”, é importante entender que a celebração não tem conotação festiva, mas sim de protesto e indignação. A celebração é relativamente recente e teve origem em 1975, depois de uma manifestação que ocorreu em Lyon, na França.
Na época, as prostitutas eram fortemente oprimidas pelas autoridades francesas, situação que acabou forçando-as a trabalhar na clandestinidade. Nenhuma novidade aqui. Como resultado da falta de proteção policial, a violência contra as mulheres aumentou dramaticamente e, depois de dois assassinatos — e da falta de um posicionamento por parte do governo —, um grupo de trabalhadoras organizou uma mobilização pacífica.
Na ocasião — dia 2 de junho —, cerca de 100 prostitutas entraram em greve e decidiram invadir a Igreja Saint-Nizier para expressar seu descontentamento com respeito à exploração, discriminação e precárias condições de vida e trabalho às quais eram submetidas. No entanto, após alguns dias, a polícia foi mobilizada e expulsou violentamente as prostitutas da Saint-Nizier.
A ação brutal das autoridades acabou despertando a indignação de outras prostitutas, e o incidente acabou dando origem a uma manifestação nacional que, ao longo dos anos, acabou se espalhando da França para outros países da Europa e para o resto do mundo.
Aqui no Brasil, a celebração é comandada pela Rede Brasileira de Prostitutas, que este ano organizou uma série de eventos que ocorrerão em várias partes do país, tendo como principal foco defender e reivindicar a aprovação do projeto de lei “Gabriela Leite”, que visa a regularização da profissão no país.