Estudos indicam que mudanças no nível do mar e no derretimento glacial podem tornar os terremotos mais prováveis nos próximos anos.

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quase-2-mil-terremotos-foram-registrados-na-costa-do-canada-em-um-unico-dia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremotos</a> são um dos fenômenos naturais mais assustadores do planeta, deixando para trás grandes rastros de destruição nas cidades e criando alguns desastres secundários, como incêndios, deslizamentos de terra e tsunamis. Para piorar a situação, as mudanças climáticas que a Terra tem enfrentado têm causado um aumento em diversos outros desastres naturais, como incêndios florestais e furacões.Sendo assim, podemos presumir que veremos mais terremotos conforme a situação climática do mundo se deteriora? A mais breve resposta é que sim, possivelmente os terremotos se tornarão mais frequentes com o tempo. Porém, a situação é um pouco complexa.&nbsp;<h2>Surgimento de terremotos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10212022219436.jpg" alt="Pesquisadores alertam para aumento da incidência de terremotos devido às mudanças climáticas. "><figcaption>Pesquisadores alertam para aumento da incidência de terremotos devido às mudanças climáticas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os terremotos ocorrem quando duas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127861-placas-tectonicas-tudo-sobre-os-blocos-de-construcao-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">placas tectônicas</a> colidem entre si. O calor que emana das profundezas da Terra faz com que essas placas se movam em média 1,5 cm por ano, fazendo com que elas se esfreguem umas nas outras. Isso gera uma pressão nessas áreas até criar um ponto de ruptura, liberando energia que causa os abalos sísmicos.Contudo, diferente de outros desastres naturais, os terremotos são muito difíceis de prever — o que torna as evacuações planejadas bastante difíceis. Para piorar esse cenário, é bem provável que as mudanças climáticas façam com que os terremotos aconteçam com maior frequência e até mesmo com mais intensidade.O motivo? O aquecimento global tem causado o derretimento de geleiras e o aumento do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/especie-de-cacto-e-extinta-nos-eua-devido-a-elevacao-do-mar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nível do mar</a> em todas as partes do mundo. Por consequência, essa água derretida pressiona baixo até que a pressão seja liberada. Quando isso acontece, as diferenças de pressão podem fazer com que alhas que antes estavam dormentes disparem repentinamente, gerando mais terremotos.&nbsp;<h2>Preocupação com o futuro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10212108734438.jpg" alt="Aumento do nível do mar é um dos fatores que poderia favorecer maior número de terremotos. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Aumento do nível do mar é um dos fatores que poderia favorecer maior número de terremotos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>À medida que o nível do mar sobe, a pressão subaquática no fundo do mar também sobe. Sendo assim, a pressão sobre as falhas perto de regiões costeiras também aumentará, colocando algumas cidades importantes como alvo. Pesquisadores indicam que terremotos estão previstos para acontecer perto de São Francisco e Los Angeles, nos Estados Unidos, nas próximas décadas.Estudos também indicam que mesmo uma sensibilização imediata dos humanos a respeito das mudanças climáticas ainda não seria suficiente para frear os danos futuros. Mesmo se parássemos de produzir gases de efeito estufa (GEEs) agora, levaria pelo menos 1 mil anos até que o aumento do nível do mar parasse.&nbsp;O aumento do nível do mar também fará com que tsunamis desencadeados por terremotos atinjam cada vez mais o interior das terras com o passar do tempo. Os oceanos mais quentes, como resposta ao aquecimento global, também levarão ao aumento das chuvas, o que também deve aumentar o risco de deslizamentos induzidos por terremotos. De todo modo, é preciso ressaltar: os cientistas ainda não sabem ao certo o que acontecerá e quando acontecerá, mas o sinal de alerta já está ligado.&nbsp;

large_mudancas-climaticas-podem-provocar-terremotos-thumb.png

medium_mudancas-climaticas-podem-provocar-terremotos-thumb.png

small_mudancas-climaticas-podem-provocar-terremotos-thumb.png

thumbnail_mudancas-climaticas-podem-provocar-terremotos-thumb.png

mudancas-climaticas-podem-provocar-terremotos-thumb.png

Mudanças climáticas podem provocar terremotos?

O que estamos vendo acontecer no Rio Grande do Sul, é um problema que pode afetar 1,2 bilhão de pessoas até 2050 – e de maneira ainda pior. 

O nível do rio Guaíba, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-sao-rios-voadores-e-como-eles-afetam-o-clima" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rio Grande do Sul</a>, começou a subir em 5 de maio, e até agora são mais de 2 milhões de pessoas afetadas pelas&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/qual-e-a-diferenca-entre-enchente-inundacao-e-alagamento" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enchentes</a>, fruto da ação humana no longo espectro do aquecimento global e da falta de políticas e condutas ambientais corretas do governo do estado.Uma sucessão de erros gerou consequências devastadoras para os habitantes do RS. Já são 581.633 desalojados, 72.561 vivendo em abrigos e 149 mortos. Há ainda 85 pessoas desaparecidas e 806 feridas, sendo que mais de 90% dos municípios do estado foram atingidos. O Rio Grande do Sul possui 241,1 mil pontos sem energia elétrica e 136 mil domicílios sem abastecimento de água. As pessoas deixaram suas casas e suas vidas para trás, em um dos maiores êxodos climáticos modernos que o Brasil testemunhou.Isso que estamos vendo, no entanto, é apenas uma parcela muito pequena de um problema gigantesco. Segundo as estatísticas publicadas pelo Centro de Monitorização dos Deslocados Internos, mais de 376 milhões de pessoas em todo o mundo foram deslocadas devido inundações, tempestades, terremotos ou secas inaturais desde 2008.&nbsp;Em 2022, atingimos um número recorde com 32,6 milhões de&nbsp;refugiados climáticos, comprovando aos órgãos de defesa do meio ambiente que o problema está se intensificando rapidamente.<h2>Esquecidos pelo sistema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21153733842073.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>As enchentes afetaram 90% dos municípios do Rio Grande do Sul. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Desde 2020, houve um aumento anual de 41% no número total de pessoas deslocadas devido a desastres, em relação à década anterior. A tendência é que até 2050, 1,2 bilhão de pessoas poderão ser deslocadas, conforme dados da Federação Internacional da Cruz Vermelha e da Crescent Societies (IFRC).Não é exagero dizer que essa crise mundial é esquecida, a começar que não existe uma definição clara para "refugiado climático", tampouco essas pessoas estão respaldadas pela Convenção sobre Refugiados de 1951, que cobre apenas aqueles que são perseguidos devido à raça, religião, nacionalidade, ou por pertencerem a um determinado grupo social, ou opinião política.&nbsp;Isso significa que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/gcans-japao-possui-o-maior-e-melhor-sistema-antienchentes-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">clima</a> não pode ser citado como uma razão para solicitar asilo ou invocar o estatuto do refugiado, muito embora o Pacto Global para a Migração de 2018 cite o clima como uma razão potencial para a migração. Com isso, os refugiados climáticos não possuem um reconhecimento formal sob o Direito internacional.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21153811957074.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Desde 2008, mais de 376 milhões de pessoas em todo o mundo foram deslocadas devido às condições climáticas extremas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas lançou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, uma coleção de 17 metas globais para todos os povos e nações, incluindo vários objetivos relacionados a migração e apelos a revisões regulares do estatuto migratório. Estamos a quase 5 anos do fim da Agenda e a resposta a este desafio segue limitada e a proteção das pessoas afetadas pelo clima, inadequada.Em 19 de setembro de 2016, a Assembleia Geral da ONU adotou a Declaração de Nova York para Refugiados e Migrantes, na qual apelou ao desenvolvimento de dois pactos globais, um dos quais falava sobre a necessidade de proteção de "outro tipo de migrantes". Assim surgiu o Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular (GCM), aprovado em 10 de dezembro de 2018, em Marrocos. Nele, é reconhecido no seu Objetivo 2 a situação urgente dos migrantes deslocados devido às condições climáticas.O que acontece é que, apesar de a migração climática ser pauta nas negociações internacionais há alguns anos, as pessoas afetadas não possuem reconhecimento adequado do seu estatuto ou de necessidade de proteção humanitária, lançando-as em um verdadeiro limbo jurídico.<h2>O sofrimento de um povo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21153933165077.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Estima-se que haja 1,2 bilhão de refugiados climáticos até 2050. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A década de 1980 é reconhecida como o momento em que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128434-aquecimento-global-rio-de-janeiro-podera-ser-inundado-ate-2100.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global&nbsp;</a>começou a piorar. Hoje, mais do que em qualquer momento da história registrada, as pessoas são forçadas a fugirem de suas casas para lidar com eventos climáticos extremos, de secas a inundações destrutivas, causando êxodos de curto prazo, com duração de horas ou dias; ou deslocamentos que duram anos ou são de tempo indeterminado.Os ambientalistas reforçam: o que testemunhamos diariamente não são mais os denominados “fenômenos da natureza”, mas a consequência da atuação do homem no meio ambiente. E esses não são mais os únicos fatores que influenciam na crise global de refugiados, pois as pessoas também estão deixando suas vidas devido à escassez de água, o aumento da fome e de outras questões e barreiras que impossibilitam o acesso aos recursos naturais necessários.A Organização Internacional para as Migrações (OIM) declarou que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-o-sistema-alimentar-mundial-esta-falido" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escassez alimentar global&nbsp;</a>e a questão da desertificação estão associadas às condições de vida de populações já vulneráveis que vivem em êxodo climático. No Líbano, o estresse hídrico e os invernos rigorosos anormais causam o sofrimento de mais de 750 mil refugiados sírios com ondas de frio e lutam para obter água limpa e segura regularmente. Em busca de uma fonte de recurso para sobrevivência, esse povo deslocado acaba recorrendo à conversão extensiva do uso da terra e à superexploração das águas subterrâneas, piorando o cenário ambiental.Em Bangladesh, uma vez que 75% do país está abaixo do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128809-jacarta-por-que-a-segunda-maior-metropole-do-mundo-esta-afundando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nível do mar</a>, mais de 25 milhões de pessoas já foram afetadas pelo aumento das águas devido às condições climáticas. Estudos sugerem que, até 2050, o aumento do nível do mar sumirá com os outros 17% do país, deslocando mais 20 milhões de pessoas – e ninguém sabe para onde.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21154108696079.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Pessoas deslocadas devido a fatores climáticos, não são formalmente respaldadas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>“É difícil para os países chegarem a um consenso. A realidade é que existem dezenas de milhões de pessoas refugiadas pelo clima, e não concordamos sobre o que podemos fazer sobre elas”, disse Erol Yayboke, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, à NPR em 2018.Em 2021, os especialistas em política ficaram felizes quando Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos, encomendou um relatório sobre o deslocamento climático para orientar políticas futuras. No entanto, ao ser publicado pelo Conselho de Segurança Nacional, foi recebido com um suspiro de decepção por todos devido à falta de novos insights e qualquer coisa que não fossem medidas, em vez de ação.Afinal, é de conhecimento geral que, se os EUA tomassem a iniciativa e definissem o que é um refugiado climático, marcaria uma grande mudança na política global de refugiados. Enquanto isso, a crise avança em todo mundo, piorando as chances de um futuro para bilhões de pessoas.

large_refugiados-climaticos-uma-crise-global-negligenciada-internacionalmente-thumb.png

medium_refugiados-climaticos-uma-crise-global-negligenciada-internacionalmente-thumb.png

small_refugiados-climaticos-uma-crise-global-negligenciada-internacionalmente-thumb.png

thumbnail_refugiados-climaticos-uma-crise-global-negligenciada-internacionalmente-thumb.png

refugiados-climaticos-uma-crise-global-negligenciada-internacionalmente-thumb.png

Refugiados climáticos: uma crise global negligenciada internacionalmente

Fenômenos que atuaram simultaneamente mostram por que o Rio Grande do Sul foi atingido por um grande volume de chuvas nas últimas semanas.

Entre o final do mês de abril e a primeira semana de maio, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por chuvas volumosas que deixaram um rastro de destruição em muitas das suas cidades. Além da perda de casas e estabelecimentos comerciais, foram muitos os casos registrados de pessoas e animais ilhados e em risco de serem arrastados pelas enchentes.O pior ainda não parece ter ficado para trás, pois a população lida agora com um cenário devastador, onde muitos não possuem um lar para voltar. Mas, afinal, quais motivos explicam o motivo das chuvas terem se concentrado nessa região e causado um dano tão grande?<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22094636083021.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Chuva concentrada destruiu cidades do Rio Grande do Sul. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Enchentes no Rio Grande do Sul: fatores atuaram simultaneamente</h2>Apontar as mudanças climáticas como potencializadoras desse tipo de evento extremo explica parte do que aconteceu no sul do Brasil. Vale lembrar que entre o segundo semestre do ano passado e meados deste mês, o país sofreu ação do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128897-apos-super-el-nino-nova-ocorrencia-da-la-nina-e-esperada-a-partir-de-junho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">El Niño</a>, fenômeno que provoca aquecimento das águas superficiais do Pacífico, o que por sua vez se desdobra em outros efeitos climáticos.Mas nos dias em que o Rio Grande do Sul teve tanta chuva concentrada, em específico, três eventos diferentes estavam atuando sobre o território brasileiro. Começando pela massa de ar úmido proveniente da Amazônia, onde seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-sao-rios-voadores-e-como-eles-afetam-o-clima" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rios voadores carregavam umidade</a> e se direcionavam ao oeste do continente.Barrado pelo relevo mais elevado, esse corredor de umidade se desviou em direção do centro-oeste, sudeste e sul do país. Trata-se de um ciclo conhecido que ajuda a regular o clima, mas que, com o avanço do desmatamento, perde muito de sua força.No entanto, o sudeste brasileiro já estava sob a atuação de uma massa de ar quente e seco mais intensa, o que nos leva ao grande problema. Ainda havia uma frente fria avançando pelo sul do Brasil.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22094728737022.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Corredor de umidade da Amazônia ficou retido sobre o Rio Grande do Sul. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Efeitos do desmatamento em larga escala</h2>Fato é que nem essa frente fria e o corredor de umidade proveniente da Amazônia conseguiram se deslocar adequadamente e expandir a sua área de atuação, pois como já mencionado, a região sudeste do Brasil tinha uma massa de ar seco agindo, dando forma a um bloqueio atmosférico.Com isso, as nuvens carregadas de chuva seguiram canalizadas sobre o Rio Grande do Sul, sendo consequência direta desses três fatores simultâneos. Soma-se a isso outro agravante característico de áreas densamente povoadas do território brasileiro, um país rico em rios de grande extensão: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128720-como-o-plantio-de-arvores-estaria-contribuindo-para-a-destruicao-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">retirada da cobertura florestal</a>.Ela implica não apenas na redução da absorção de gás carbônico do ar, mas também impede o próprio solo de absorver chuva de forma gradual, sem ficar encharcado. O avanço do desmatamento ainda deixa os rios desprotegidos, sem as chamadas matas ciliares.Sem uma barreira natural nas suas margens, eles acumulam detritos carregados pelo vento, ou mesmo lixo lançado pelo próprio ser humano, e ficam mais rasos, perdendo capacidade de armazenar e transportar água até o seu destino final, que é o oceano. Sua função de reter chuva, portanto, também é comprometida.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22100432155050.jpg" alt="Muitas pessoas e animais ficaram ilhados, dado o rápido avanço do nível das águas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>Chuva durante a primeira semana de maio alagou cidades inteiras, deixando pessoas ilhadas e vítimas fatais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Mudanças climáticas e suas consequências devastadoras</h2>Diante de uma chuva volumosa, áreas mais baixas, de planície e depressão, uma vez relativamente próximas ao leito dos rios, ficam alagadas. Por outro lado, o centro-oeste e o sudeste brasileiro também são regiões onde o desmatamento, hoje, fortalece a ação de massas de ar quente e seco que barram o avanço das frentes frias — que teriam justamente a função de distribuir chuva e deixar as temperaturas amenas.O El Niño, citado anteriormente, ainda tem como característica aumentar a ocorrência de chuvas concentradas no sul brasileiro. Todos esses elementos, atuando ao mesmo tempo, mostram de forma cruel como a ação do homem potencializa as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127091-nacoes-em-risco-5-paises-vulneraveis-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a>, e por sua vez, elas colocam em risco a vida de um grande contingente populacional.Tais eventos climáticos, muitas vezes, superam a capacidade das cidades de absorver seus impactos, até porque as obras de prevenção são geralmente deixadas em segundo plano até que seja tarde demais. Dessa forma, a população fica cada vez mais refém de <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/269098-mudanca-climatica-causar-bilhao-mortes-2100-diz-cientista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fenômenos que são previstos por modelos climáticos</a>, mas que muitas vezes são ignorados pelas autoridades locais.No entanto, à medida que as mudanças climáticas avançam, eles se tornam mais recorrentes. Por isso, vale o alerta: por mais que essas alterações já façam parte de uma triste realidade, ainda há muitas formas de mitigar seus efeitos.

large_por-que-choveu-tanto-no-rio-grande-do-sul-e-o-que-o-desmatamento-tem-a-ver-com-isso-thumb.png

medium_por-que-choveu-tanto-no-rio-grande-do-sul-e-o-que-o-desmatamento-tem-a-ver-com-isso-thumb.png

small_por-que-choveu-tanto-no-rio-grande-do-sul-e-o-que-o-desmatamento-tem-a-ver-com-isso-thumb.png

thumbnail_por-que-choveu-tanto-no-rio-grande-do-sul-e-o-que-o-desmatamento-tem-a-ver-com-isso-thumb.png

por-que-choveu-tanto-no-rio-grande-do-sul-e-o-que-o-desmatamento-tem-a-ver-com-isso-thumb.png

Por que choveu tanto no Rio Grande do Sul e o que o desmatamento tem a ver com isso?

Conhecido como "panteão japonês", o sistema antienchente sob Tóquio possui cilindros do tamanho da Estátua da Liberdade.

Em 15 de setembro de 1947, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118627-7-fatos-curiosos-que-provam-que-o-japao-e-um-pais-unico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a> ainda estava procurando o caminho para lidar com os efeitos devastadores do bombardeamento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121185-as-perturbadoras-sombras-criadas-pela-bomba-atomica-de-hiroshima.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima e Nagasaki</a> quando o tufão Kathleen os surpreendeu. Com ventos de 120 km/h, equivalentes a um furacão de categoria 1, a tempestade atingiu a província de Kanagawa, ao sul de Tóquio.Os danos do tufão, no entanto, ficaram restritos às cidades ao longo da costa. O problema mesmo foram as inundações induzidas pela precipitação do Kathleen. Entre 300 e 800 mm de chuva foram derramados na bacia do rio Tone em apenas dois dias, de 13 a 15 de setembro, causando a maior cheia já observada da história do país. Ao norte e leste de Tóquio, diques e aterros romperam com a quantidade de água, destruindo mais de 303 mil edificações e causando a morte de quase 4 mil pessoas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16154822939181.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O tufão Ida foi o mais destrutivo da história do Japão. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Dez anos mais tarde, em 1958, o tufão Ida atingiu Kamogawa, na província de Chiba, e choveu cerca de 400 mm em uma semana, principalmente em Tóquio. Foi a maior precipitação desde o início dos registros, em 1876.Em todo o Japão, as chuvas causaram inundações ao longo de vários rios, como Kano e Meguro, destruindo aldeias e causando 1.900 deslizamentos de terra, dos quais 786 foram na área de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128562-mori-ouchi-o-cafe-em-toquio-dedicado-as-pessoas-pessimitas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tóquio</a>. A capital sofreu com quedas de energia generalizadas que interromperam o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122855-o-caos-na-fundacao-do-primeiro-metro-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistema de transporte</a>, sendo que mais de 520 mil casas foram inundadas pelo país, matando 1.269 pessoas, gerando um prejuízo de mais de US$ 50 milhões.O Japão só tomou uma medida eficaz, no entanto, após a passagem do tufão Vera, no ano seguinte ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119783-furacao-ida-imagens-mostram-os-impactos-da-tempestade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tufão Ida</a>, responsável por mais de 3 milhões de propriedades inundadas, 39 mil feridos, 5 mil mortos e 1,6 milhão de pessoas deslocadas.&nbsp;Em uma tentativa de mitigar os problemas, o Japão construiu o maior e melhor sistema contra enchentes do mundo.<h2>O problema do Japão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16155027816186.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O Japão possui 75% de sua geografia em regiões montanhosas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O problema do Japão com inundações é histórico, uma vez que 75% de sua geografia é composta por regiões montanhosas, com montanhas que se estendem ao longo das principais ilhas: Kyushu, Shikoku e Honshu, sem contar a presença de rios e o clima que propicia <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128588-virga-o-fenomeno-da-chuva-fantasma-que-desaparece-antes-de-tocar-o-solo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chuvas</a> intensas durantes certas estações, bem como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123058-qual-ciclone-causou-mais-danos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tufões devastadores</a> que moldaram a história japonesa.Apesar de a região de Tóquio não ser considerada montanhosa, ela está localizada na ilha de Honshu, no leste do Japão, que possui baixa altitude e é conhecida por abrigar 107 rios, incluindo o rio Sumida, que atravessa a cidade. O processo de urbanização, a extração indevida de água e a industrialização na região contribuíram para o assoreamento de alguns rios e, consequentemente, fez com que algumas regiões afundassem mais rápido, expondo a cidade a uma maior vulnerabilidade a enchentes.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16155101275187.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Tóquio, capital do Japão, possui 107 rios ao longo da cidade. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os japoneses sempre estiveram cientes de seus pontos fracos geográficos e principalmente da severidade das chuvas, por isso tomaram algumas providências ao longo do tempo – ainda que não exatamente efetivas. Em 1896, foi aprovada a primeira Lei do Rio, que exigia que diques fossem construídos ao longo das margens dos rios e canais sinuosos para que a água fluísse diretamente para o mar. O trabalho foi concluído só em 1930, mas pouco fez para evitar as inundações devastadoras que o Japão sofreu na segunda metade do século XX.O tufão Vera foi determinante para que o governo do Japão investisse em um plano de proteção contra inundações que fosse realmente efetivo. Em 1993, foi elaborado o ambicioso Canal de Descarga Subterrâneo Externa da Área Metropolitana (MAOUDC), também conhecido como G-Cans, considerada a maior instalação de desvio de água subterrânea do mundo.<h2>A catedral sob Tóquio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16155321348189.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O sistema antienchente do Japão custou US$ 2 bilhões.(Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Eles chamam o G-Cans de “catedral de Saitama” ou até mesmo de "panteão japonês" não é à toa. Após 13 anos de obras, concluídas em 2006, e mais de US$ 2 bilhões investidos, a instalação está localizada a aproximadamente 32 km do centro de Tóquio, sob Kasukabe, uma cidade na província de Saitama.O sistema de túneis de concreto e tanques de água pressurizada possui 50 metros de profundidade e 6,3 quilômetros de extensão, e conecta cinco enormes pilastras de coleta. Cada reservatório possui cerca de 93 metros de profundidade e 31 metros de diâmetro, o suficiente para conter só em água uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/103109-voce-sabia-que-a-estatua-da-liberdade-nao-era-originalmente-azul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estátua da Liberdade</a> inteira.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16155502255191.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Cada reservatório do sistema antienchente do Japão possui 93 metros de profundidade. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O complexo é encarregado de redirecionar o excesso de água de cinco rios de pequeno e médio porte a um canal de água em toda Saitama para o rio Sumida fora das bacias dos rios Nakagawa e Ayase. Os diques construídos nas margens desses rios transportam o excesso de água para esses cilindros subterrâneos. Uma vez lá, o sistema de quatro bombas descarrega gradualmente a água para o rio Sumida. O G-Cans suporta 14 centímetros de chuva em um período de 48 horas e pode drenar as águas de inundação em uma velocidade de até 200 metros cúbicos por segundo.De 2006 a 2019, as autoridades japonesas estimam que o projeto evitou mais de U$ 1 bilhão em destruição por inundações. Durante a passagem do tufão Hagibis, em outubro de 2019, que despejou chuva na bacia do rio Nakagawa a uma taxa de 8,5 cm em 48 horas, o G-Cans desviou cerca de 12,18 milhões de metros cúbicos de água de inundação, o equivalente a mais de 4.800 piscinas olímpicas. Com isso, o sistema reduziu o número de casas inundadas na bacia hidrográfica do rio em 90% e evitou danos estimados em US$ 1,76 bilhão.<h2>Correndo contra o tempo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16155541445192.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O projeto antienchentes do Japão já evitou danos estimados em US$ 1 bilhão. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar da proporção e eficácia do projeto, governos locais e engenheiros do Estado estão trabalhando a todo o momento para prever o próximo grande desastre e aprimorar o que construíram para evitá-lo, visto que o aumento da intensidade e frequência das tempestades nos últimos anos está testando seus limites.Afinal, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128434-aquecimento-global-rio-de-janeiro-podera-ser-inundado-ate-2100.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nível médio global do mar deve subir</a> 2 metros até 2100, tornando perigosa a vida nas regiões que ficam abaixo do nível do mar. A área metropolitana de Tóquio é uma das mais densas do mundo, com cerca de 37 milhões de pessoas em 13.500 quilômetros quadrados de terra, sendo que cerca de 1,5 milhão de habitantes vivem nas denominadas “zonas de zero metro”, que ficam abaixo do nível do mar e estão se expandindo à medida que a terra na região <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128809-jacarta-por-que-a-segunda-maior-metropole-do-mundo-esta-afundando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">afunda</a>.Em 2022, o governo do Japão lançou o Projeto de Resiliência de Tóquio, estimado em mais de US$ 96 bilhões, voltado para fortalecer a infraestrutura da capital que afunda constantemente, contra desastres naturais e aqueles causados pelo homem, tendo as inundações como uma das cinco ameaças mais urgentes.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/16/16155650889193.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O nível médio global do mar deve subir 2 metros até 2100. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Aproximadamente US$ 38 milhões do financiamento do plano serão destinados ao aumento da infraestrutura da área metropolitana de Tóquio, como a expansão do sistema de esgoto para conter o escoamento das chuvas, a construção de comunidades em terrenos mais elevados e a duplicação da capacidade dos reservatórios subterrâneos.Segundo Vinod Thomas, pesquisador associado sênior do Instituto de Estudos do Sudeste Asiático em Cingapura e especialista em resiliência climática, os desastres de inundações e tempestades aumentarão acentuadamente. Muito embora o Japão esteja mais preparado em adaptação, a equação climática está em um compasso tão acelerado que planos como o G-Cans envelhecem mais rápido do que se espera. A luta do homem contra o cenário que propiciou se torna cada vez mais difícil.O atual plano do G-Cans pode comportar um século de inundações de escala única, mas como ter certeza disso se a Agência Meteorológica Japonesa estima que até o final do século XXI, as chuvas no Japão podem aumentar em 10%, podendo chegar a 19% durante o verão?

large_GettyImages-961302918.jpg

medium_GettyImages-961302918.jpg

small_GettyImages-961302918.jpg

thumbnail_GettyImages-961302918.jpg

GettyImages-961302918.jpg

G-Cans: Japão possui o maior e melhor sistema antienchentes do mundo

Estudo publicado na revista Science aponta que parte do território chinês está afundando.

O rápido processo de desenvolvimento que a China vivenciou nos últimos anos colocou o país em uma posição de destaque. Na década de 1980, a maioria da sua população era rural. Em 2023, além da proliferação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/36882-graficos-mostram-o-incrivel-crescimento-de-megacidades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">megacidades</a> em seu território, vimos 65% da sua população total viver em áreas urbanas.Com um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121830-entenda-a-relacao-entre-a-1-guerra-mundial-e-as-revolucoes-russas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">processo de industrialização tardio</a>, mas intenso, o país é um dos mais afetados pelas mudanças climáticas. Por outro lado, a China luta para ser referência na promoção de energias renováveis. Com a economia, sua evolução colocou o país na posição de segunda maior potência global, superando o Japão.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120475-maceio-entenda-por-que-o-solo-da-cidade-esta-afundando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Maceió: entenda por que o solo da cidade está afundando</a></li></ul>No entanto, alguns problemas surgiram como resultado desse crescimento e ameaçam a população chinesa de forma direta. Segundo um estudo, publicado na revista Science, o país está afundando e estima-se que muitas áreas urbanas deverão ficar abaixo do nível do mar até 2120. Isso impactaria a vida de pelo menos 200 milhões de pessoas.<h2>Combinação de fatores ameaça as cidades chinesas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24105008743058.jpg" alt="Compactação excessiva do solo está reduzindo a estabilidade da superfície. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Compactação excessiva do solo está comprometendo a estabilidade da superfície dentro da China. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O estudo tomou como base a análise de 82 cidades entre os anos de 2015 e 2022. Em 45% das porções estudadas, sinais de subsidência foram detectados, incluindo sua capital, Pequim, que apresenta uma taxa de 10mm por ano. O mesmo valor se aplica a 16% dessas áreas. Xangai, a maior cidade chinesa, e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121259-as-7-maiores-cidades-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma das mais populosas do planeta</a>, já afundou três metros, segundo o levantamento realizado.Da mesma forma, outras cidades costeiras também são ameaçadas por esse processo. Ou seja, na medida que apresentam menor altitude e são mais povoadas, ficam mais vulneráveis a esse risco. Com isso, a estrutura das residências e dos edifícios presentes nesses locais é ameaçada por diferentes fatores, como as inundações e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120170-veja-em-imagens-como-o-aumento-do-nivel-do-mar-afetaria-as-cidades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elevação do nível do mar</a>.Mas, além da concentração da população em uma determinada faixa territorial, as contínuas intervenções sobre a superfície contribuíram para esse processo de desgaste. O próprio excesso de veículos com carga presente nas vias gera vibração do solo em áreas mais sensíveis e contribui com o agravamento do problema.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127934-as-10-cidades-costeiras-que-estao-afundando-mais-rapido-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As 10 cidades costeiras que estão afundando mais rápido pelo mundo</a></li></ul><h2>Problemas a serem encarados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24105145774060.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O afundamento de terrenos é um processo conhecido, mas a intensidade com que ele tem se manifestado nas cidades chinesas gera preocupação. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A mineração e a exploração da água subterrânea também figuram como causas que favorecem tais efeitos sob a superfície. Em campos petrolíferos, não é diferente: Daqing, cidade que apresenta a maior base de produção do país, sofre com subsidências de 31 mm por ano. Mas como abrandar esse efeito? Essa é uma pergunta que a China do futuro precisa descobrir como responder.Fato é que não é a primeira vez que o país lida com efeitos colaterais do seu processo de urbanização. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124043-a-china-esta-matando-o-mundo-com-seus-nevoeiros-de-poluicao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poluição do ar já atingiu níveis preocupantes</a> em diversas cidades. O crescente uso de carros elétricos, que ganhou incentivo nos últimos anos, mostra parte do esforço do governo para mitigar esses efeitos. A maior frota desses veículos, inclusive, está na China.A maior usina hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, é chinesa. E ela também já foi <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125196-barragem-gigante-na-china-esta-desacelerando-rotacao-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">associada à desaceleração da rotação da Terra</a>, dando uma amostra perigosa da influência da ação do homem sobre o ambiente, sobretudo em empreendimentos tão ambiciosos. Tais questões não foram totalmente sanadas, mas exigem atenção constante. Com esse processo de subsidência, há um novo desafio a ser encarado.

large_GettyImages-874468942.jpg

medium_GettyImages-874468942.jpg

small_GettyImages-874468942.jpg

thumbnail_GettyImages-874468942.jpg

GettyImages-874468942.jpg

45% das áreas urbanas da China estão afundando em ritmo surpreendente; entenda o motivo

Com 138 vulcões descobertos até hoje na Antártica, apenas 2 deles estão oficialmente ativos.

Quando falamos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118566-antartica-ou-antartida-qual-o-nome-correto-do-continente-gelado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártica</a>, uma das primeiras imagens que vem à mente é a de um horizonte <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127066-5-mudancas-drasticas-no-mundo-caso-a-antartida-derretesse.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coberto por neve</a>, então faz sentido que muitos não saibam da quantidade absurda de vulcões que existem por lá. Atualmente, se sabe de pelo menos 138 <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119674-como-os-vulcoes-sao-formados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vulcões</a> presentes no continente, sendo que 91 deles só foram descobertos durante um estudo publicado em 2017 na Geological Society. Para ter noção, essa já é considerada como a maior região vulcânica da Terra.É claro que o cenário gelado da Antártica não é o que imaginamos quando pensamos em vulcões jorrando lava, então aqui fica o questionamento: eles entram em erupção nessas condições?<h2>Esses vulcões podem entrar em erupção?</h2>Se para nós, que somos leigos no assunto, a dúvida de se vulcões cobertos de gelo podem entrar em erupção parece difícil de responder, a questão não é tão diferente assim para os especialistas. De acordo com geologistas, isso depende totalmente do vulcão específico e não dá para avaliá-los de forma geral.<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/_vcsei-Jq6U?si=Jzrp5jVYE0xM2uYs" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Ainda segundo o estudo realizado em 2017, sabemos que a maioria desses vulcões são considerados "jovens", mas isso não ajuda muito a fazer uma distinção certeira deles serem ativos ou não. Neste momento, apenas dois vulcões localizados na Antártica foram classificados oficialmente como ativos.&nbsp;Um deles está localizado na Ilha Decepção e o outro no Monte Érebo, o pico mais alto do continente. Conor Bacon, um pesquisador da Universidade Columbia, em Nova York, relatou para o site Live Science recentemente que o vulcão do Monte Érebo entra em erupção constantemente desde 1972, pelo que se tem conhecimento. Desde essa época, observa-se que ele costuma emitir "gás, vapor e 'bombas de pedra'", o que é chamado de erupção estromboliana.Segundo Conor, uma das características que chama atenção é o lago de lava que ocupa uma das crateras no cume. Ele complementa dizendo que isso é "algo bem raro, já que requer condições muito específicas para garantir que a superfície nunca se congele".<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11225758141042.jpg" alt="Um lugar coberto por gelo e neve não parecer ser o mais óbvio para ter tantos vulcões"><figcaption>Um lugar coberto por gelo e neve não parecer ser o mais óbvio para ter tantos vulcões. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Já o vulcão presente na Ilha Decepção conta com uma história meio diferente. Em vez de apresentar atividade constante como seu "irmão", a sua última erupção registrada ocorreu ainda em 1970 e, conforme o monitoramento realizado no local, não há previsão disso mudar no futuro próximo.<h2>Dormentes, porém tóxicos</h2>Quando se trata de vulcões, o fato de praticamente todos serem considerados <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119947-por-que-os-vulcoes-adormecidos-voltam-a-atividade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dormentes</a> na Antártica não significa que eles não representem algum tipo de perigo ou toxicidade para seres vivos. Dizemos isso porque vulcões ativos e inativos podem ter algo conhecido como fumarola, que se trata de uma abertura na terra que emite gases e vapores no ar. Esses gases podem ser dióxido de carbono, dióxido de enxofre, ácido hidroclórico e sulfeto de hidrogênio, por exemplo. Como dá para imaginar, há diversas fumarolas pela Antártica.<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/owxtROejMB0?si=MUBqxhCp43BtQaQP" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Embora cientistas usem instrumentos para realizar um monitoramento constante dos vulcões e fumarolas do continente, ainda há um grande desafio na hora de prever quando um deles pode entrar em erupção, ainda mais pela quantidade presente por lá. Infelizmente, mesmo os dois vulcões ativos não contam com tanto equipamento permanente, então a situação costuma ser bem precária.É claro que se considerarmos que a descoberta de mais de 90 vulcões aconteceu há pouco tempo, ainda há chances de que os pesquisadores consigam mais recursos para ficar de olho neles futuramente. O maior desafio a partir disso, provavelmente, estará ligado em adquirir equipamento resistente, tendo em mente que eles teriam que suportar "as condições difíceis e as longas noites polares", segundo o prório Conor Bacon.

large_GettyImages-1021532062.jpg

medium_GettyImages-1021532062.jpg

small_GettyImages-1021532062.jpg

thumbnail_GettyImages-1021532062.jpg

GettyImages-1021532062.jpg

O que impede mais de 100 vulcões na Antártica de entrarem em erupção?

Embora não seja possível prever com certeza a ocorrência de um terremoto, conhecer as regiões mais propensas pode ajudar mitigar os danos.

Mesmo em regiões como Taiwan, que possui uma das preparações para terremotos mais eficientes do mundo, ainda não existe, como se viu recentemente, um método 100% confiável para prever esse tipo de fenômeno natural que é o mais mortal do planeta, pela sua capacidade destruição em grande escala.&nbsp;No entanto, há sinais como movimentação de placas tectônicas, atividade de magma em vulcões, variações de temperatura ou pressão da água e ocorrência ventos fortes. Isso significa que, se não pode evitá-los, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/5-tecnicas-capazes-de-diminuir-os-impactos-de-terremotos-nas-construcoes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">você pode tornar o ambiente mais seguro para quando eles acontecerem</a>.O primeiro passo, naturalmente, é conhecer as regiões mais propensas a esse tipo de fenômeno. Veja abaixo as cinco maiores.<h2>Japão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/03/03151806328229.jpg" alt="x"><figcaption>O Japão é país mais propenso a terremotos no mundo. (Fonte: Getty Images).</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128267-vulcao-submarino-pode-ser-o-culpado-dos-maiores-terremotos-no-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O país mais propenso a terremotos no mundo é o Japão</a>. Localizado no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, o país está em uma região geologicamente ativa, onde quatro placas tectônicas se encontram. Por isso, mais de mil sismógrafos estão espalhados pelo país insular, onde ocorrem constantes terremotos, a maioria não percebida pelos cidadãos.Com um sistema nacional de alertas, a população está sempre de prontidão, com suprimentos de emergência, plano de desastre e rotas de fuga. &nbsp;<h2>Indonésia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/03/03151941166230.jpg" alt="x"><figcaption>Além da atividade sísmica, a Indonésia tem um nível altíssimo de atividade vulcânica. (Fonte: Getty Images).</figcaption></figure></figure>Praticamente todos os anos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124310-qual-e-a-maior-potencia-possivel-de-um-terremoto-na-escala-richter.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a Indonésia passa por terremotos de magnitude superior a 6.0</a>. Isso se dá, além de sua localização no perigoso Anel de Fogo do Pacífico, pelo grande número de falhas geológicas (zonas de fraqueza da crosta terrestre) existente no país, que abriga o maior número de vulcões ativos do planeta, também associados à atividade tectônica.<h2>China</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/03/03152052663231.jpg" alt="x"><figcaption>Terremoto recente em Taiwan teve 9 mortos e 50 desaparecidos. (Fonte: Getty Images).</figcaption></figure></figure>Mesmo investindo pesadamente na prevenção para lidar com terremotos, como construção de infraestruturas resistentes e sistemas de alerta precoce, a China continua sendo o país do mundo onde mais se morre por esse tipo de catástrofe. Também "condômino" do Anel de Fogo, o país possui muitas falhas geológicas, além de regiões montanhosas e vulcões.&nbsp;A atividade humana pode se constituir em mais um fator de risco,&nbsp;com a construção de obras faraônicas, como barragens.<h2>Filipinas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/03/03152224918232.jpg" alt="x"><figcaption>Além de terremotos, as Filipinas estão propensas a tsunamis. (Fonte: Getty Images).&nbsp;</figcaption></figure></figure>Também localizadas no Anel de Fogo do Pacífico, as mais de 7 mil ilhas que compõem as Filipinas são locais propensos a intensa atividade sísmica não só pela sua localização de junção de placas tectônicas, mas também pela sua geografia montanhosa e falhas geológicas ativas.&nbsp;<h2>Irã</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/03/03164004952278.jpg" alt="x"><figcaption>O Irã é um país com maior número de vítimas de terremotos da hisória.(Fonte: Getty Images).</figcaption></figure></figure>Embora não localizado na temível Anel de Fogo, mesmo porque está bem longe do Pacífico, o Irã fica justamente na junção de várias placas tectônicas importantes, o que o coloca como um dos países mais propensos a terremotos, tendo registrado um longo histórico de tremores devastadores.&nbsp;<h2>E o Brasil?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/03/03163148362263.jpg" alt="x"><figcaption>O Brasil está situado bem no meio de uma placa tectônica. (Fonte: Getty Images).</figcaption></figure></figure>Após tantas informações preocupantes, é importante que se diga que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124635-os-5-mais-intensos-terremotos-ocorridos-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o Brasil não é um país propenso a terremotos fortes</a>, como os que mostramos acima. E o principal motivo é que estamos em uma localização geológica privilegiada. Se Deus é mesmo brasileiro, Ele nos colocou sobre uma placa tectônica — a Sul-Americana — que, além de estável, não se move nem colide com outras. &nbsp;

large_GettyImages-1461043009.jpg

medium_GettyImages-1461043009.jpg

small_GettyImages-1461043009.jpg

thumbnail_GettyImages-1461043009.jpg

GettyImages-1461043009.jpg

Os 5 países mais propensos a terremotos no planeta

Imagem de Manto de gelo antártico pode colapsar e aumentar o nível do mar no megacurioso

Pesquisa indica que boa parte do solo abaixo do manto de gelo pode já estar semidescongelada, bastando um aquecimento da temperatura da água para gerar derretimentos na área

<head></head><body>O derretimento de grandes camadas de gelo na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118566-antartica-ou-antartida-qual-o-nome-correto-do-continente-gelado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártica</a> sempre foi motivo de preocupação, principalmente quando se trata do aumento do nível do mar. Por décadas, a atenção esteve voltada para a Antártica Ocidental, que vem testemunhando um derretimento significativo de suas geleiras. No entanto, um novo estudo resolveu colocar seu foco sobre uma região antes considerada estável: a Bacia Subglacial de Wilkes, na parte leste da Antártica.Imagine uma camada de gelo do tamanho do estado da Bahia, capaz de elevar o nível global do mar em mais de 3 metros. É exatamente isso que representa a Bacia Subglacial de Wilkes. O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, revelou que essa colossal massa de gelo pode estar mais próxima do derretimento do que jamais imaginamos.&nbsp;<h2 style="text-align: justify;">Risco real</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/19/19103306573067.jpg" alt="Derretimento das geleiras pode ser catastrófico para o mundo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)">Derretimento das geleiras pode ser catastrófico para o mundo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)Utilizando pesquisas de radar aéreo, os cientistas encontraram evidências alarmantes de que a base do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126962-o-que-esta-escondido-por-baixo-de-todo-o-gelo-da-groenlandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">manto de gelo</a> está próxima do degelo, o que poderia levar a um colapso descontrolado. A descoberta é particularmente preocupante devido à topografia peculiar da região.&nbsp;A inclinação retrógrada do leito da bacia torna as geleiras vulneráveis à entrada de água do mar quente, o que poderia acelerar ainda mais o derretimento. Até então, as projeções sobre o futuro da região eram incertas, em parte devido à falta de observações subglaciais próximas à zona de aterramento.Os pesquisadores desenvolveram uma nova abordagem estatística para caracterizar as condições subglaciais, revelando a probabilidade de haver uma mistura complexa de solo congelado e descongelado. Isso sugere que mesmo pequenas mudanças na temperatura da base do manto de gelo poderiam desencadear um colapso catastrófico.&nbsp;A importância dessas descobertas vai além do estudo da Antártica Oriental; elas destacam a necessidade urgente de examinar outras regiões aparentemente estáveis, mas que podem desempenhar um papel crucial no futuro do nosso planeta.<h2 style="text-align: justify;">Atenção às transformações</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/19/19104258533069.jpg" alt="Animais também serão afetados pelo derretimento. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)">Animais também serão afetados pelo derretimento. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)Para entender melhor as implicações dessas descobertas, os pesquisadores estão integrando suas observações em modelos de manto de gelo para prever como a região irá responder a diferentes cenários climáticos.&nbsp;Eles almejam que suas pesquisas evidenciem a relevância de vigiar não apenas as áreas já identificadas, como a Antártica Ocidental — que, de fato, gera preocupações e requer atenção—, mas também as zonas que parecem estáveis, como a Antártica Oriental.&nbsp;Diante do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125675-o-que-significam-tantos-recordes-de-temperaturas-altas-recentemente-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aumento das temperaturas globais</a> e do derretimento do gelo polar, é fundamental compreender o impacto dessas transformações em nosso planeta e adotar medidas para nos adaptarmos a elas (já que impedir parece impossível).À medida que continuamos a enfrentar os desafios impostos pelo aquecimento global, é essencial que não subestimemos o potencial impacto de regiões aparentemente remotas, como a Bacia Subglacial de Wilkes, que pode gerar consequências profundas para outros continentes.&nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:28.792Z

Manto de gelo antártico pode colapsar e aumentar o nível do mar

Imagem de A Ilha dos Macacos: um laboratório sobre o comportamento de símios a céu aberto no megacurioso

Ilha devastada em 2017 abriga centro de pesquisa que estuda o comportamento dos primatas e suas semelhanças com os seres humanos

<head></head><body>Em setembro de 2017, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119415-como-os-furacoes-moldaram-a-sociedade-e-a-ciencia-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">furacão Maria</a> desferiu um golpe devastador em Porto Rico, deixando um rastro de destruição que afetou profundamente a vida na ilha caribenha. Ao mesmo tempo, enquanto os moradores enfrentavam desafios sem precedentes, diversos pesquisadores temiam que o trágico fenômeno tivesse atingido uma ilha próxima à costa porto-riquenha que é crucial para estudos científicos: a Ilha dos Macacos.A Ilha dos Macacos, conhecida localmente como Cayo Santiago, fica a 1,6km do litoral da costa de Porto Rico e abriga aproximadamente 2 mil macacos rhesus, uma espécie de primata que tem sua origem no território asiático.&nbsp;<h2 style="text-align: justify;">Macacos espertos</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/24/24212236851038.jpg" alt="Várias gerações já se reproduziram na ilha. (Fonte: Instituto Max Planck/ Divulgação)">Várias gerações já se reproduziram na ilha. (Fonte: Instituto Max Planck/ Divulgação)A história da Ilha dos Macacos começou na década de 1930, quando o primatologista Clarence Carpenter importou cerca de 450 macacos rhesus da Índia para estabelecer um centro de pesquisa em Cayo Santiago. O objetivo era estudar o comportamento desses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128489-segundo-primata-mais-raro-do-mundo-e-flagrado-no-vietna-em-registros-exclusivos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primatas</a>.O projeto foi crescendo ao longo dos anos até dar origem ao Centro de Pesquisa de Primatas do Caribe, entidade vinculada à Universidade de Porto Rico.&nbsp;Após o furacão Maria, havia temores de que a comunidade de primatas tivesse sido aniquilada pela tempestade, mas os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que os macacos tinham sobrevivido.&nbsp;Os cientistas afirmam que os macacos se salvaram da tempestade provavelmente percebendo a mudança dos ventos e agindo rapidamente. Ao que tudo indica, eles conseguiram se abrigar nas colinas, evitando serem levados pela enxurrada que varreu a região.&nbsp;A alimentação diária é a única intervenção humana na vida desses primatas. Atualmente, a dieta desses bichos inclui sementes, frutas e até biscoitos chamados Purina Monkey Chow.&nbsp;<h2>Resistindo e socializando</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/22/22121100714113.jpg" alt="A Ilha dos Macacos é o paraíso para primatologistas e biólogos. (Fonte: Instituto Max Planck/ Divulgação)">A Ilha dos Macacos é o paraíso para primatologistas e biólogos. (Fonte: Instituto Max Planck/ Divulgação)A pesquisa após o furacão revelou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126772-por-que-os-macacos-dessa-ilha-fazem-mais-sexo-com-machos-do-que-femeas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">descobertas intrigantes sobre o comportamento dos macacos</a>. Os pesquisadores destacam que as interações sociais aumentaram, as redes sociais expandiram-se, e os macacos, especialmente os mais antissociais antes da tempestade, intensificaram suas conexões sociais.&nbsp;Essas observações foram parte de um estudo publicado na Current Biology, destacando como adversidades podem impactar o comportamento e a saúde desses primatas (algo muito parecido conosco humanos, como visto na pandemia).Desde sua criação em 1970, o Centro de Pesquisa de Primatas do Caribe tem sido um pioneiro na pesquisa sobre primatas. Esses estudos vão além da compreensão do comportamento dos macacos, como os experimentos sobre sufocamento em macacos, que influenciaram procedimentos de parto em humanos. Além disso, os macacos da ilha têm desempenhado um papel vital no estudo da covid-19.Apesar da notoriedade, a Ilha dos Macacos permanece fechada ao público para evitar interações desnecessárias — e perigosas. A periculosidade está no fato de que os rhesus podem transmitir herpes B, uma doença altamente letal para os seres humanos.&nbsp;Atualmente, apenas pesquisadores têm liberação para visitar a ilha e explorar os dados acumulados ao longo dos anos.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:25.814Z

A Ilha dos Macacos: um laboratório sobre o comportamento de símios a céu aberto

Imagem de Megatsunami da Baía de Lituya: a maior onda da história que atingiu o Alasca em 1958 no megacurioso

A maior das ondas que atingiu a Baía de Lituya, em julho de 1958, alcançou os 525 metros de altura

Tsunamis s&atilde;o ondas gigantes que se originam a partir de terremotos, vulc&otilde;es ou outro tipo de abalo que ocorre nos mares e oceanos. Elas possuem um alto poder destrutivo, e sua altura gira em torno dos 30 metros, em m&eacute;dia.
O evento ocorrido no ano de 1958 na Ba&iacute;a de Lituya, localizada no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128426-como-o-alasca-lida-com-o-risco-permanente-de-tsunamis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alasca</a>, d&aacute; uma amostra significativa do qu&atilde;o violento os tsunamis podem ser: as ondas que surgiram a partir de um terremoto foram muito al&eacute;m da m&eacute;dia &mdash; a maior delas alcan&ccedil;ou os 525 metros, aproximadamente.
<ul>
<li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128426-como-o-alasca-lida-com-o-risco-permanente-de-tsunamis.htm" target="_blank" rel="sponsored">Como o Alasca lida com o risco permanente de tsunamis?</a></li>
</ul>
Para se ter uma melhor dimens&atilde;o, essa &eacute; uma altura que supera a de diversos monumentos espalhados pelo mundo, como o Cristo Redentor, com 38 m, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/103109-voce-sabia-que-a-estatua-da-liberdade-nao-era-originalmente-azul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Est&aacute;tua da Liberdade</a>, de 93 m, a Torre Eiffel, com 330 m e o Empire State Building, que tem 381 m.
<h2>Impacto e origem do megatsunami na Ba&iacute;a de Lituya</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/09/09142119308230.jpg" alt="&Aacute;rvores arrancadas pela for&ccedil;a do megatsunami. (Fonte: Wikimedia Commons)" />&Aacute;rvores arrancadas pela for&ccedil;a do megatsunami. (Fonte: Wikimedia Commons)
Naquele dia 9 de julho de 1958, um terremoto de magnitude 7,9 na escala Richter, ocorrido na falha de Fairweather, provocou a queda de rochas e blocos de gelo no mar e gerou as ondas que avan&ccedil;aram sobre a Ba&iacute;a de Lituya. O local, que &eacute; um fiorde, sofreu impactos que at&eacute; hoje podem ser percebidos na vis&atilde;o a&eacute;rea.
A maior das rochas que caiu nas &aacute;guas possu&iacute;a 732 metros por 914 metros de dimens&atilde;o, dando forma a um megatsunami. Tal impacto &eacute; comparado ao que seria observado a partir da queda de um asteroide no mar, consagrando esse tsunami como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120090-os-6-maiores-tsunamis-ja-registrados-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o maior da hist&oacute;ria</a>.
As ondas derrubaram parte da floresta, arrancando &aacute;rvores pela raiz. Hoje, &eacute; poss&iacute;vel ver as novas esp&eacute;cies vegetais que nasceram, contrastando com as que j&aacute; existiam no local na &eacute;poca. Inclusive, vest&iacute;gios de tsunamis anteriores e de impacto significativo foram destru&iacute;dos a partir desse evento.
<ul>
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127484-grande-terremoto-de-kanto-o-dia-que-mudou-a-historia-do-japao.htm" target="_blank" rel="sponsored">Grande Terremoto de Kanto: o dia que mudou a hist&oacute;ria do Jap&atilde;o</a></li>
</ul>
Por outro lado, esta regi&atilde;o do Alasca possu&iacute;a uma baixa concentra&ccedil;&atilde;o populacional, o que evitou uma trag&eacute;dia, sob o ponto de vista humano, de maiores propor&ccedil;&otilde;es ainda.
<h2>Uma gigante e veloz onda de destrui&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/09/09142249315231.jpg" alt="As &aacute;reas mais claras da imagem mostram a vegeta&ccedil;&atilde;o completamente arrancada pela &aacute;gua. (Fonte: Wikimedia Commons)" />As &aacute;reas mais claras da imagem mostram a vegeta&ccedil;&atilde;o completamente arrancada pela &aacute;gua. (Fonte: Wikimedia Commons)
Mas ainda assim, as ondas deixaram v&iacute;timas: duas pessoas que haviam sa&iacute;do para pescar nunca mais foram encontradas. Al&eacute;m disso, outras tr&ecirc;s pessoas que estavam na praia morreram.
Vale destacar ainda que a forma&ccedil;&atilde;o desse cen&aacute;rio catastr&oacute;fico se deu num per&iacute;odo de tempo extremamente curto, impedindo que as pessoas adotassem qualquer medida em busca de prote&ccedil;&atilde;o. Quem sobreviveu, por outro lado, ficou &agrave; merc&ecirc; da pr&oacute;pria sorte.
Algumas testemunhas oculares do megatsunami, inclusive, observaram movimentos que desencadearam os grandes deslizamentos ocorridos na superf&iacute;cie, dando a impress&atilde;o de que uma das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128000-derretimento-das-geleiras-da-groenlandia-aumentou-5-vezes-em-20-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">geleiras</a> havia subido e descido. Assim, apesar do grande risco sofrido, elas sobreviveram enquanto testemunhavam o avan&ccedil;o da destrui&ccedil;&atilde;o da costa da ba&iacute;a.

Desastres Naturais

Novidades