Ciência
27/11/2019 às 11:14•3 min de leitura
Fonte: Giphy
O chá de cogumelo pode ter efeitos parecidos com os de pequenas doses de maconha e, assim como o LSD, a bebida mágica aumenta a produção de serotonina, um neurotransmissor conhecido por nos proporcionar uma sensação de bem-estar. Em termos anatômicos, o chá afeta a região cerebral do córtex pré-frontal, que trabalha com o pensamento abstrato, o humor e a percepção.
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Esse é provavelmente o efeito mais conhecido do chá de cogumelo, e o que acontece é que o usuário mergulha em universo de sinestesia, que mistura os sentidos e faz com que a pessoa sinta o cheiro de cores, por exemplo, ou veja as formas de uma música.
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De acordo com estudos realizados pelo neurocientista David Nutt, os efeitos do chá de cogumelo podem ser duradouros, aumentando padrões de atividade cerebral: alguns são realçados e outros, reduzidos, o que inclui a região responsável por nos dar um senso de autopercepção.
Nutt explica que o cérebro de pessoas com pensamentos depressivos tem conexões fortes nessa região de autopercepção, até mesmo porque o cérebro de uma pessoa com depressão chega a ter conexões em excesso. Seguindo a mesma lógica, o que proporcionaria alívio seria diminuir a intensidade de conexões cerebrais, tarefa que o chá de cogumelo conseguiria realizar.
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Realizada em 2016, uma pequena pesquisa comprovou que a psilocibina, substância presente no chá de cogumelo, pode aliviar os sintomas de depressão quando administrada em doses corretas.
Na primeira semana, 12 pessoas ingeriram 10 mg de psilocibina em cápsula; na segunda semana, a dose subiu para 25 mg. Após 3 semanas de tratamento, todos os pacientes tiveram seus quadros melhorados e, depois de 3 meses, 5 pessoas disseram que os sintomas haviam sumido completamente.
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Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Nova York observou os efeitos da psilocibina em pacientes com câncer e também com ansiedade. Um dos participantes, Nick Fernandez, afirmou que a substância proporcionou a ele uma experiência inédita de plenitude, que o ajudou a ver a própria ansiedade de uma maneira diferente, como algo com que não deve se preocupar. Para um dos autores do estudo, Jeffrey Guss, essa substância pode ser parte do processo de cura dos transtornos de ansiedade.
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Pois é, a gente sabe que assim fica difícil entender a coisa toda, mas a verdade é que o mesmo estudo citado no item anterior também relatou experiências de participantes que ficaram ainda mais ansiosos logo após a ingestão da droga e que só tiveram a sensação de alívio e relaxamento depois de algum tempo.
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Desde 1960 crescem os relatos do chamado transtorno perceptivo persistente por alucinógenos, que é quando as alucinações voltam mesmo depois de muito tempo da ingestão de drogas como o LSD e o chá de cogumelo.
O psiquiatra Dr. John Halpern, professor de Medicina em Harvard, acredita que esse transtorno tende a ocorrer com mais frequência em pessoas que já têm, ainda que não saibam, outras condições médicas ou psiquiátricas.
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A dilatação das pupilas pode ter a ver com o aumento da produção de serotonina, que é um dos efeitos do chá.
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Pessoas que tomam o chá geralmente reportam que a noção de tempo fica distorcida e que a sensação que se tem é de que tudo está passando mais lentamente do que o normal.
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Entre as alucinações causadas pela ingestão do chá está a sensação de estar fora do próprio corpo, que é basicamente o que acontece quando os usuários afirmam conseguir ver uma versão de si mesmos – geralmente isso acontece entre 20 e 90 minutos após a ingestão da droga. O mais bizarro: essa experiência pode durar até 12 horas! As experiências variam de acordo com a quantidade ingerida, o tipo de personalidade do usuário, seu humor e, inclusive, o ambiente onde ele está.
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Estudos sobre os efeitos da psilocibina comprovaram que os usuários se sentem mais abertos, imaginativos e mais apreciadores de obras artísticas depois de experimentarem a droga. Em uma das pesquisas, quando os cientistas procuraram os voluntários um ano após o experimento, dois terços deles afirmaram que tomar o chá foi a experiência mais importante de suas vidas.
Obviamente, não estamos incentivando o uso da droga, mas apenas mostrando o que já foi descoberto a respeito dela em algumas pesquisas científicas. O que você pensa sobre o uso de drogas recreativas para tratamentos de saúde?
*Publicado em 06/07/2016