Artes/cultura
26/09/2018 às 05:01•2 min de leitura
Um dos grandes medos e problemas dos pais atualmente são os bullies que seus filhos podem encontrar na escola. O termo define alguém que usa força superior ou influência para forçar uma pessoa a fazer algo contra sua vontade, o que infelizmente é mais comum do que deveria nas escolas de todo o mundo.
Na Coreia do Sul, pais estão resolvendo essas questões de uma maneira um tanto inusitada. Lá é possível contratar o “uncle service” (serviço de tio, em tradução livre). O tio de aluguel geralmente alguém grande, forte e intimidador que promete solucionar o problema e afastar os colegas mal-intencionados.
O serviço está em franco crescimento no país e já conta com diferentes empresas e pacotes de serviço que vão do básico (acompanhar a criança até a escola) até algo mais elaborado, e claro, bem mais caro. É possível contratar um tio de aluguel para apenas demonstrar força e afastar os bullies, e também há companhias que oferecem o serviço de registrar os casos de abuso. Aí a estratégia é tentar negociar com os pais da criança que está cometendo os casos de abuso para que os vídeos não vazem para a escola ou as autoridades.
Existe também a possibilidade de ameaçar os pais no lugar de trabalho, invertendo o jogo. O serviço ainda divide opiniões entre os coreanos, pois parte deles acreditam que essa pode ser a solução que as escolas não estão dando para os alunos; por outro lado, há quem acredite que o serviço é apenas mais uma forma de violência para enfrentar violência. E apagar fogo com gasolina pode não ser a melhor solução, já diriam Zé Neto e Cristiano.
O fato é que os casos de bullying são relativamente comuns na Coreia do Sul, pois cerca de 1 entre 10 alunos relatou sofrer abusos de colegas, de acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, em 2013. Justamente por isso, as empresas estão cobrando bem pelo serviço.
De acordo com o jornal Chosun Ilbo, os serviços de tio de aluguel estão movimentando a economia devido à grande popularidade. Enquanto o modelo básico pode custar cerca de 445 dólares por dia, em um pacote de duas semanas, a opção de coletar evidências fica em torno de 356 dólares. Já o serviço completo, para confrontar os pais do bully e forçar a solução do problema invertendo a situação, é mais caro: 1.780 dólares.
Essa nova oferta de serviço chama a atenção porque é algo tradicionalmente resolvido pela escola ou pelos pais, e não por uma empresa terceirizada. Mas a maioria das pessoas que recorrem a esse tipo de solução afirmam que a solução vem tarde demais para quem sofre a pressão. Do outro lado, especialistas debatem se essa é a melhor opção, já que fazer justiça com as próprias mãos talvez não seja a maneira indicada de lidar com o assunto nem passe a mensagem correta para as crianças, que aprendem por exemplo.
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