Artes/cultura
30/09/2019 às 13:00•2 min de leitura
Ter que lidar com um celular lento e velho é uma realidade que todos, cedo ou tarde, precisam encarar. Haja paciência! Não é nada fácil navegar nas redes sociais ou até mesmo mandar uma mísera mensagem enquanto o smartphone simplesmente não responde a nenhum de seus comandos. Alguns deixam o aparelho de lado e tocam a vida até que o dito cujo se recupere, outros passam tanta raiva que finalizam o coitado em um golpe contra a parede. Apesar de extrema, essa é uma atitude frequente. Pense com calma… Certamente você conhece alguém que já fez isso.
Mas quem diria que isso poderia se tornar algo útil? Acredite ou não, existe um campeonato de arremesso de celular e ele aconteceu esse ano no Brasil. A 12ª edição do Torneio Sul-Americano de Arremesso de Celular rolou no último dia 22 de setembro em Foz do Iguaçu, no Paraná, e rendeu para alguns colocados um celular novinho em folha.
O responsável por essa competição inusitada foi a Itaipu Binacional, a usina hidrelétrica localizada no rio Paraná, que atraiu cinco mil pessoas para assistirem 284 competidores na odisséia de jogar celulares o mais distante possível. O torneio foi organizado em seis categorias: adulto masculino e feminino (acima de 16 anos), juvenil masculino e feminino (de 12 a 15 anos) e infantil masculino e feminino (até os 11 anos).
Para realizar a inscrição, as pessoas deveriam levar um aparelho eletrônico com defeito para ser arremessado ou dois quilos de alimentos não perecíveis. Os espectadores também foram incentivados a descartar aparelhos velhos para serem utilizados na competição (caso fossem celulares) e reciclados depois.
Os primeiros três colocados de cada categoria, além dos troféus, ainda faturaram um smartphone Xiaomi Mi 8 Lite novinho em folha. Nada mal, não é mesmo? Por conta desse prêmio, os competidores não brincaram em campo. O mais empenhado de todos foi Frank Rodrigues Souza que, na categoria adulto masculino, deixou a plateia de queixo caído com seus inacreditáveis 76,30 metros de distância alcançados.
A competição, apesar de parecer sem sentido, na verdade, tem uma causa extremamente nobre: conscientizar pessoas sobre a produção de lixo eletrônico. Para se ter uma ideia de como essa questão é problemática, somente em 2017 mais de 4 milhões de toneladas de lixo desse gênero foram geradas de acordo com dados da Coalização das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico.
Segundo a organização do evento, foi possível recolher cerca de 3,3 toneladas de lixo eletrônico — que incluíam televisores, smartphones, rádios, monitores, entre outros aparelhos. Além disso, o torneio ainda arrecadou 13 toneladas de alimentos que serão doados para 24 entidades assistenciais nas localidades de Foz do Iguaçu e região.