Artes/cultura
30/07/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 30/07/2024 às 20:00
A ginástica é um esporte que exige muito dos atletas. São anos de treinamento com muita disciplina, condicionamento físico e resistência mental para poder se apresentar de forma perfeita em frente de muita gente.
Nos Jogos Olímpicos, há pelo menos três bilhões de pessoas no mundo todo assistindo às apresentações. Por isso, os ginastas olímpicos precisam se adequar a uma série de exigências e regras muito rígidas e que o público nem imagina.
A ginástica olímpica é um esporte muito exigente em que os competidores precisam ter determinação para vencer. Uma regra determinada pela USA Gymnastics para as atletas de ginástica artística feminina estipula que elas devem "aceitar a pontuação recebida sem críticas ou comentários".
E não apenas isso: caso elas se machuquem, devem manter a pose. Elas devem "exibir autocontrole e calma no caso de queda ou lesão". Se parecer meio desumano, vale registrar que as organizações de ginástica normalmente costumam oferecer treinamentos e apoio aos atletas quanto à saúde mental.
A ginástica rítmica, atualmente reservada apenas às mulheres, combina dança e ginástica artística e utiliza cinco acessórios diferentes conhecidos como "aparelhos": corda, arco, bola, maças e fita.
É claro que, eventualmente, um dos adereços pode cair. Mas as regras olímpicas determinam que "se o aparelho quebrar ou for perdido por uma ginasta durante um exercício, ela não tem permissão para reiniciar". Ou seja: o show deve continuar.
Além disso, segundo as regras da Fédération Internationale de Gymnastique (FIG), as atletas precisam "comunicar sentimento ou uma resposta à música com expressão facial" durante sua rotina. Portanto, caso algo aconteça na apresentação, elas devem continuar sorrindo.
A ginástica olímpica é um esporte muito visual. Os juízes avaliam não apenas os movimentos desempenhados pelos atletas, mas também consideram questões mais objetivas, como a elegância e a intensidade dos movimentos de um ginasta.
E há também o quesito "moda". Embora os trajes quase sempre sejam chamativos, há também as violações do código de vestimenta. Uma alça de sutiã aparecendo no collant, por exemplo, pode significar perda de pontos.
Em 2016, a ginasta americana Nastia Liukin declarou à revista People que a maioria dos atletas usa roupas íntimas, mas toma cuidado para selecionar tons que combinem com seu tom de pele e verificam se nada aparece. Vale tudo para que não se desperdice nenhum pontinho, o que pode até significar o fim do sonho de uma medalha.
Na maior parte das competições, os atletas usam collants que precisam estar perfeitos para não atrapalhá-los durante as competições. Mas não pense que todo esse cuidado é barato. Para se ter uma ideia, cada membro da equipe dos Estados Unidos ganha 12 collants de treino (que custam entre US$ 60 a US$ 200 cada) e oito de qualidade de competição (que normalmente custam de US$ 700 a US$ 1.200 cada).
A equipe americana que vai para as Olimpíadas de Paris deve usar collants brilhantes adornados por cristais e pérolas, que custam entre US$ 3 mil a US$ 5 mil cada. Caso pareça caro demais, saiba que os collants olímpicos são projetados, testados, redesenhados e construídos individualmente para se ajustarem ao tipo de corpo único de cada atleta.
Para completar, as ginastas olímpicas também se envolvem profundamente com esse processo. Elas precisam passar por pelo menos três provas durante a produção de um collant personalizado, e sua roupa deve exibir o nome do seu país.