Rumo ao futuro: 80 anos depois, cientistas criam metal de hidrogênio

27/01/2017 às 08:262 min de leitura

Em 1935, cientistas já teorizavam sobre a possibilidade de juntar átomos de hidrogênio de uma forma tão firme que seria possível transformá-los em metal. Mais de 80 anos depois, eis que eles conseguiram: estudiosos da Universidade de Harvard criaram uma forma de “hidrogênio metálico”, capaz de conduzir eletricidade, segundo o periódico Science.

“Essa é a primeira amostra do metal de hidrogênio já vista na Terra, então, quando você olha para isso, está observando algo que nunca existiu antes”, empolga-se o líder da pesquisa, Isaac F. Silvera, que vinha tentando concretizar esse experimento com sucesso há 45 anos. Para conseguir o feito inédito, a equipe precisou lidar com o material em pressão extremamente alta — maior que a do centro do planeta — e temperaturas muito baixas.

Descoberta pode impulsionar viagens espaciais para lugares mais distantes e agilizar o desenvolvimento de todos os aparelhos eletrônicos 

Como apenas um minúsculo pedaço do novo metal só pôde ser vislumbrado através de dois diamantes usados para romper o hidrogênio líquido em um grau de frio muito menor que o ponto de congelamento, o próximo passo é descobrir se a substância pode manter sua estrutura em condições normais. “Vamos trabalhar nessa amostra por mais um tempo e liberar a pressão para ver se ela persiste como hidrogênio metálico. Só então vamos investir em outra carga”, explica Silvera.

Ilustração mostra o processo de criação do hidrogênio metálico

Aplicação em várias tecnologias

Muitos dos materiais supercondutores já existentes, a exemplo dos que são utilizados nas máquinas de imagem por ressonância ou nos trens de levitação magnética, precisam ser resfriados a -269 graus Celsius e exigem processos muito caros. Se o metal de hidrogênio puder conduzir eletricidade à temperatura e pressão ambiente, suas aplicações simplesmente iriam acelerar vários setores da tecnologia.

Imagine, por exemplo, propulsores de foguetes mais potentes, capazes de levar nossos astronautas para lugares muito mais distantes. O elemento também poderia impulsionar o desenvolvimento dos carros elétricos e todos os equipamentos eletrônicos, assim como a produção e o armazenamento de energia.

[ATUALIZADO] Experts contestam descoberta do hidrogênio metálico

Poucas horas depois de vários periódicos divulgarem a suposta criação do metal de hidrogênio a partir dos testes feitos pela equipe liderada por Silvera em Harvard, especialistas contestaram a descoberta na revista científica Nature.

A documentação sobre o experimento teria sido vista originalmente em outubro de 2016 no arXic, site que reúne estudos antes de sua publicação oficial. Na época, a comunidade de estudiosos já teria apontado um equívoco no levantamento feito por Silvera. Mesmo assim, o texto foi exibido nesta semana do mesmo jeito que estava antes.

Especialistas afirmam que a equipe de Harvard não deveria ter publicado a "descoberta" sem antes realizar testes mais conclusivos

Cinco diferentes experts afirmaram que a pesquisa “definitivamente não é convincente”. Segundo eles, os integrantes da equipe de Harvard não foram capazes de comprovar que o pequenino material brilhante espremido entre os diamantes seja realmente hidrogênio metálico. Com base na aparência, a substância pode ser óxido de alumínio, por exemplo.

Outras comunidades ao redor do mundo também vêm questionando o caso, especialmente sobre as razões que levaram Silvera e seu time a mostrar esses resultados sem uma conclusão mais detalhadas, com diversos outros testes. O assunto ainda deve render muita discussão e ficamos de olho no desenrolar do episódio.

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