Ciência
30/11/2013 às 03:56•2 min de leitura
A Serra da Cangalha, localizada no município de Campos Lindos, no Tocantins, é uma formação com aproximadamente 13 km de diâmetro que foi anteriormente estudada pelo pesquisador americano John McHone na década de 1980. Porém, naquele momento, o cientista não chegou a apresentar conclusões sobre o processo de formação da estrutura.
No entanto, a notícia mais recente aponta que o local teria sido formado a partir do impacto de um meteorito de 1,4 km de diâmetro que estaria viajando a 12 km/h. De acordo com o portal Inovação Tecnológica, tal conclusão teria sido apresentada pelos pesquisadores Marcos Alberto Rodrigues Vasconcelos e Álvaro Penteado Crósta, ambos do Instituto de Geociências da Unicamp.
Esta seria a primeira vez a se utilizar a modelagem matemática para identificar esse tipo de estrutura no Brasil. Na etapa inicial da pesquisa, os cientistas se preocuparam com o levantamento de dados geofísicos coletados por avião, a análise das características da cratera e a comparação da Serra da Cangalha com outras estruturas que teriam sido formadas por um processo semelhante.
Fonte da imagem: Reprodução/Inovação Tecnológica
Logicamente, os pesquisadores também fizeram visitas ao local para coletar mais informações sobre a cratera. Um dos detalhes mais importantes é que eles encontraram rochas com deformações que indicam o impacto de um meteorito. Segundo eles, as condições de altíssima pressão e temperatura teriam resultado em rochas com fraturas em formas cônicas.
“Nenhum processo tectônico é capaz de provocar esse tipo de estrutura. Nós demos sorte de encontrar essas feições logo na primeira visita de campo em Serra da Cangalha”, revela Vasconcelos.
O único dado que não foi obtido é a data estimada do impacto do meteorito com a Terra. De acordo com Crósta, faltam evidências para fazer esse tipo de cálculo: "Para fazer a datação, nós precisaríamos coletar rochas que foram derretidas pela pressão e calor do impacto. Como a cratera se encontra bastante erodida, esse material, que possivelmente estava na superfície, deve ter se perdido há milhões de anos".
Mesmo com o avanço do processo erosivo, a beleza do lugar é admirável. Em uma vista aérea é possível notar que a serra é formada por dois círculos concêntricos, tendo no centro uma coroa de três km de diâmetro com paredes que chegam a medir 300 metros de altura. Existe o interesse por parte do governo do estado de Tocantins de criar um parque estadual no local.