Artes/cultura
08/05/2014 às 13:10•3 min de leitura
Ao longo da História, foram vários os motivos que levaram homens e mulheres – por vontade própria ou por imposição – a cobrir seus rostos. Para isso, máscaras dos mais diversos modelos e materiais foram criadas.
Hoje em dia, a ideia de usar uma máscara como essas soa absurda e o aspecto que têm ou o motivo pelo qual elas foram criadas é ainda mais assustador. Mas, como esses artefatos refletem muito do que aconteceu no curso da História, vale a pena conhecer um pouco mais sobre algumas das máscaras mais bizarras de todos os tempos. Não perca!
Do século 16 ao 19, o hábito de comer terra (geofagia) era bastante comum entre os escravos. Muitos já trouxeram o costume da África, onde a geofagia era tão comum que existiam tipos específicos de terra que eram coletados e comercializados. Acreditando que o hábito não era nada saudável e ouvindo os médicos que afirmavam que comer terra resultaria em depressão, dores de estômago, falta de apetite, vertigem e outros sintomas, os donos de escravos buscaram proteger sua “propriedade”.
Por esse motivo, os escravos foram obrigados a usar máscaras horripilantes que bloqueavam suas bocas. Como não se sabia ao certo se a ingestão de terra realmente podia fazer mal, as máscaras acabaram servindo como instrumento de tortura e eram usadas também para evitar que os escravos comessem parte do que eles colhiam.
Se máscaras de gás feitas para adultos já não fossem terríveis o suficiente, houve um tempo em que as pessoas usaram máscaras de gás para bebês e crianças. As versões que surgiram durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial se assemelhavam a capacetes e deixavam os pequenos parecidos com mergulhadores vindos de outro planeta.
E, para que o artefato funcionasse, era preciso que um adulto bombeasse ar continuamente – o que não era nada prático. Nos Estados Unidos, as crianças chegaram a ganhar máscaras de gás do Mickey Mouse, mas o que era para ser lúdico acabou parecendo ainda mais assustador do que a versão tradicional. Por fim, até mesmo alguns cachorros chegaram a usar máscaras de gás feitas especialmente para eles.
A última visão que temos de uma pessoa não costuma ser uma lembrança exatamente agradável. No entanto, as máscaras mortuárias fizeram muito sucesso ao longo da História. A tradição começou na Antiguidade e se estendeu até o século 20. E os propósitos eram os mais variados: as pessoas faziam esculturas, utilizavam em cerimônias religiosas ou simplesmente guardavam como lembrança.
Em geral, os médicos eram os responsáveis por fazer as máscaras – um processo que acontecia nas primeiras horas após a morte para evitar deformações no artefato. Graças a esses profissionais é que hoje podemos ter noção da real aparência de grandes personalidades da História, como Napoleão Bonaparte, Abraham Lincoln, Beethoven e muitos outros.
As máscaras da vergonha eram usadas como punição na Alemanha durante os séculos 17 e 18. O mais curioso – além do visual das máscaras – era que as pessoas eram obrigadas a usá-las quando violavam alguma convenção social, como fofocar ou contar piadas sujas. Além de torturar com peso do artefato, o objetivo do castigo era humilhar ao máximo o infrator.
Por esse motivo, as máscaras costumavam indicar o “erro” que a pessoa havia cometido. As orelhas alongadas sugeriam uma pessoa burra, uma língua comprida servia para entregar um fofoqueiro e o focinho de porco sinalizava que a pessoa era suja. Algumas máscaras chegavam até mesmo a fazer barulho conforme a pessoa respirava apenas para chamar a atenção de outros ou possuíam uma barra de ferro que prensava a língua e causava desconforto ao infrator.
Se você vivesse na Europa durante o século 16, seria perfeitamente aceitável se deparar com uma mulher com o rosto totalmente coberto por uma máscara de veludo preto. As máscaras de Visard eram usadas por vários motivos, sendo que o principal deles era proteger a pele feminina do sol. E para manter o ar de mistério, as mulheres precisavam morder um botão que havia na parte de trás e servia justamente para segurar a máscara. Automaticamente, além de não ter um rosto, elas também ficavam impossibilitadas de falar.
Mesmo fazendo sucesso entre as mulheres, Phillip Stubbes, um autor da época, relatou que a reação masculina não era das melhores: “Ele pensaria que teria encontrado um monstro ou um demônio, já que do rosto não se pode ver nada além de dois buracos nos olhos”. Durante o século 17, as máscaras caíram em desuso quando o estilo passou a ser associado às prostitutas.