Ciência
10/07/2019 às 09:00•2 min de leitura
Há algum tempo postamos aqui no Mega Curioso uma matéria na qual incluímos um vídeo que revela como funciona o processo de fabricação dos gizes de cera. Você pode assistir à demonstração através deste link, mas, basicamente, a produção envolve colocar parafina derretida em um misturador que a mantém em estado líquido. Depois, é adicionado o pigmento que dará cor ao giz, assim como um material que ajudará a tornar parafina sólida.
Uma vez que todos os materiais tenham sido completamente misturados, parte da parafina — já colorida — é colocada em um recipiente menor e, então, despejada sobre o molde que dará forma aos gizes. E após cerca de cinco minutos, quando a parafina endurece, eles são removidos dos moldes, organizados, embalados e encaixotados. Todo o processo é fascinante, sem dúvida, mas você sabe quando os gizes de cera surgiram e como eles foram inventados?
Tal como acontece com muitas coisas que fazem parte de nossas vidas atualmente, é difícil traçar a história exata dos gizes de cera. Os antigos gregos, romanos e egípcios, por exemplo, costumavam misturar pigmentos à cera de abelha para usá-la na criação de pinturas — no que se conhece como "técnica encáustica" — por volta do ano 3000 a.C.
Os gizes com formato alongado semelhantes aos atuais surgiram na Europa no século 16 e eram feitos a partir de um pó contendo pigmento misturado a uma base derivada da celulose. Hoje eles são conhecidos pelo nome de “pastel seco”, e existem registros de que Leonardo da Vinci e Michelangelo chegaram a empregar esse material em alguns trabalhos. E foi por volta dessa época que a palavra crayon apareceu na França, para designar esses “lápis de giz”.
Já os gizes de cera como os de hoje em dia foram inventados pelos primos Harold Smith e Edward Binney no início do século 20. A dupla fundou a companhia Binney & Smith em 1885 e se dedicava a produzir pigmentos. Mas foi entre final dos anos 1890 e início dos 1900 que os primos começaram a desenvolver várias linhas de produtos para serem usados por crianças e em colégios.
Em 1903, a dupla desenvolveu o giz de cera a partir de uma mistura atóxica a base de parafina e pigmentos. A novidade foi batizada com o nome de “Crayola”, que representa a junção das palavras craie e ola — ou, do francês, giz e oleaginoso, respectivamente —, além de também ser inspirado na palavra “crayon”, que designava os pastéis secos usados pelos artistas no passado.
A primeira caixa de “Crayola crayons” a ser comercializada trazia gizes de oito cores diferentes — amarelo, vermelho, laranja, azul, preto, verde, marrom e roxo — e era vendida por um níquel. E em 1949, a companhia lançou um estojo contando com 48 cores.
No entanto, quando os gizes de cera foram lançados, a Binney & Smith já havia criado 54 nomes para 38 cores diferentes. No final da década de 50, a companhia já contava com uma lista de 138 nomes para 108 cores — e, atualmente, esses números são de 759 nomes para 331 cores.
Curiosamente, a Crayola produziu o giz de número 100.000.000.000 em 1996, e ele foi moldado durante um programa de TV apresentado por Mr. Rogers, o mesmo homem que aparece no vídeo que mencionamos lá no comecinho desta matéria!
*Publicado em 02/06/2015