Artes/cultura
04/08/2016 às 10:05•2 min de leitura
“Peraí, Mega Curioso, esses países ficam em continentes diferentes separados pelo Mar Mediterrâneo”. É aí que você se engana, geográfico leitor: as cidades espanholas de Ceuta e Melilla ficam bem ao norte da África, fazem fronteira com o Marrocos, mas pertencem oficialmente à Espanha.
Em 1995, o país europeu começou a construção de muros para separar suas cidades do resto do continente africano, com o intuito de afastar imigrantes ilegais. Essas divisórias aumentaram nos últimos anos por medo de o Estado Islâmico entrar na Europa através dessas cidades. Os muros até funcionam, mas algumas pessoas entram nas cidades nadando pelo Mediterrâneo – embora algumas morram nessa jornada.
Os moradores da Faixa de Gaza têm sérios problemas de acesso a itens básicos de sobrevivência graças a embargos econômicos e ao muro israelita colado em sua fronteira oriental. O lado ocidental também não anda muito bem: o Egito passa por uma crise e tem reforçado a barreira com a Faixa de Gaza.
Para driblar essa barreira, algumas pessoas constroem túneis de um lado a outro para poder traficar armas e outros bens. A batalha é constante na região, tanto que o governo egípcio, recentemente, construiu uma muralha de aço sólido, que é mais resistente a explosões e atinge até 30 metros abaixo do solo.
Ainda em construção, desde 2002, quando o muro que separa Israel da Cisjordânia ficar pronto, terá 700 quilômetros de extensão e muito arame farpado e concreto. Apesar de ser usada como uma suposta segurança, muita gente chama essa barreira de Muro do Apartheid.
A construção foi iniciada por Israel para afastar terroristas palestinos – entretanto, a crítica é que o muro mudou de direção e se “apropriou” de terras palestinas de forma ilegal. O Tribunal Internacional de Justiça de Haia, por conta disso, condenou a existência do muro e apelou para Israel derrubá-lo – algo que nunca aconteceu, é claro.
Esse país europeu é a terceira maior ilha do Mar Mediterrâneo e constantemente disputado por gregos e turcos. Em 1974, a Turquia invadiu o país para retirá-lo do domínio da Grécia e uma crise política foi instaurada. Para resolver o problema, um muro divide a parte norte, dos turcos, da parte sul, pertencente aos gregos, mas essa solução trouxe impasses ainda maiores.
A União Europeia e as Nações Unidas reconhecem apenas a parte sul do Chipre; assim, o lado norte, dos turcos, só pode fazer negócios com a própria Turquia. Além disso, um dos motivos de os turcos não poderem fazer parte da União Europeia é justamente a existência desse muro na ilha de Chipre.
Em 1947, o domínio britânico acabou e foram formados os países Índia e Paquistão – só que eles passaram a duelar entre si, o que é extremamente perigoso, já que os dois possuem armas nucleares. Inúmeros trechos de sua fronteira possuem muros divisórios, mas que não são tão eficientes, já que pontos cegos e túneis podem contornar essas barreiras. A Índia usa câmeras, camelos e chocalhos para afastar intrusos paquistaneses.
Neste ano, as negociações de paz foram por água abaixo, com a Índia acusando o Paquistão de permitir que militares atravessassem a fronteira para atacar uma base do país. Por conta disso, a Índia está ampliando o muro que divide os dois países.