Ciência
08/12/2016 às 11:36•2 min de leitura
Algumas pessoas não levam a sério aquela premissa de “até que a morte nos separe”, e hoje nós resolvemos falar exatamente sobre isso. Em termos científicos, chama-se de “necrogamia” a atitude de se casar com uma pessoa já morta ou de juntar os trapinhos com os restos mortais do ser amado.
Esse tipo de matrimônio extremamente fora do comum foi legalizado na França durante a Primeira Guerra Mundial, quando algumas mulheres insistiam em se casar com seus noivos, ainda que eles tivessem morrido em combate. Nascia, então, o “casamento pós-morte”, que se tornou oficialmente permitido nos anos de 1950.
A maior representante da legalização francesa do matrimônio pós-morte foi uma moça chamada Iréne Jodart, que implorou diretamente ao então presidente Charles De Gaulle para que ela pudesse se casar com seu amado noivo, André Capra, que havia morrido durante a guerra. A história chamou atenção da imprensa francesa e, em questão de poucos meses, a lei foi criada. Em termos financeiros, o casório mórbido não permite que a pessoa viva receba os bens da pessoa morta, mas autoriza o pagamento de pensão ou seguro, especialmente se o casal tiver filhos.
Mulher se casa com homem morto na França
Quando ouvimos uma história dessas, é relativamente normal pensarmos que isso tudo é coisa que deve ter ficado no passado, mas a verdade é que o casamento pós-morte ainda é praticado atualmente. A cerimônia, no entanto, é mais simbólica mesmo, afinal um dos envolvidos já está morto.
Atualmente, a estimativa é a de que 20 casamentos desse estilo sejam realizados na França todos os anos – mas o amor além da morte não acontece apenas lá, não! Há registros de pombinhos póstumos nos EUA, na Coreia do Sul, na Alemanha, na África do Sul, no Sudão, na Tailândia e na China.
Representação de uma mulher chinesa em seu casamento fantasma
Na cultura chinesa, inclusive, ao longo dos últimos séculos, o casamento pós-morte foi praticado pelos motivos mais diversos, inclusive por quem não aceitava perder o noivo ou a noiva por questões familiares, que impunham à mulher o dever de ser casada, mesmo que com alguém que já estivesse morto. Às vezes os chineses até mesmo casavam duas pessoas já mortas, ainda que, para isso, tivessem que desenterrá-las só para sepultá-las novamente, agora lado a lado.
Além disso, as mulheres chinesas, quando se casavam com um pretendente de outro mundo, acabavam muitas vezes sendo obrigadas a trabalhar para a família do maridão, cumprindo atividades domésticas. A tradição mudou em 1949, quando as mulheres tiveram o direito de não aceitar o casamento com uma pessoa morta em nome da honra familiar – ufa! Ainda assim, esse tipo de casamento ainda acontece no país.
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