Conheça os incêndios que marcaram a história e trouxeram mudanças drásticas na segurança e prevenção de desastres.

Os incêndios têm um poder destrutivo que pode transformar rapidamente a vida das pessoas. Quando chamas vorazes consomem lares e comunidades, o impacto vai além da perda material.Esses eventos revelam as fragilidades nas sociedades e nos forçam a repensar nossas práticas de segurança. Conheça cinco dos piores incêndios da história.<h2>1. Grande Incêndio de Chicago, EUA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/03/03175317982009.jpg" alt="O incêndio devastou grande parte de Chicago. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>O incêndio devastou grande parte de Chicago. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Entre 8 e 10 de outubro de 1871, Chicago enfrentou um incêndio que devastou a cidade, consumindo mais de 5 km² de área urbana. Com a maior parte da cidade construída de madeira, as chamas se alastraram rapidamente, destruindo 17 mil edifícios e resultando na morte de cerca de 300 pessoas.A resposta inadequada das autoridades e a falta de preparação para incêndios em uma cidade em rápida expansão contribuíram para a tragédia. A cidade se reergueu, mas o incêndio deixou cicatrizes profundas na memória coletiva de seus habitantes.<ul><li>Conheça também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/89318-mais-de-mil-vitimas-as-historias-de-5-incendios-que-chocaram-o-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mais de 1.000 vítimas: as histórias de 5 incêndios que chocaram o Brasil</a></li></ul><h2>2. Incêndio no Navio Cabo Machichaco, Espanha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/03/03175727152011.jpg" alt="A explosão no porto espalhou caos e levou muitas vidas. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>A explosão no porto espalhou caos e levou muitas vidas. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 3 de novembro de 1893, o navio Cabo Machichaco explodiu no porto de Santander, na Espanha, enquanto transportava dinamite e ácido sulfúrico.O incêndio resultou na morte de mais de 500 pessoas. A evidência de falhas na segurança do transporte de materiais perigosos levou à pressão por regulamentações mais rigorosas na movimentação de produtos químicos em áreas urbanas.<h2>3. Grande Incêndio, EUA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/03/03175919352012.jpg" alt="“The Big Burn” transformou florestas e vilarejos em cinzas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>“The Big Burn” transformou florestas e vilarejos em cinzas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Conhecido como “The Big Burn”, o Grande Incêndio de 1910 arrasou mais de 12 mil km² no noroeste dos Estados Unidos, afetando Idaho, Montana e Washington. A combinação de altas temperaturas, ventos fortes e a falta de recursos para combater o fogo criou uma situação catastrófica.Além de 87 bombeiros que perderam suas vidas, a tragédia também destruiu várias comunidades. As falhas na gestão florestal ficaram evidentes, levando a uma revisão urgente das práticas de combate a incêndios florestais.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127167-incendios-florestais-provocaram-extincao-da-megafauna-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Incêndios florestais provocaram extinção da megafauna, diz estudo</a></li></ul><h2>4. Desastre de Chernobyl, Ucrânia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/03/03180216771013.jpg" alt="A explosão espalhou radiação e sofrimento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A explosão espalhou radiação e sofrimento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 26 de abril de 1986, ocorreu um dos momentos mais sombrios da história moderna. Uma explosão em um dos reatores da Usina Nuclear de Chernobyl liberou uma quantidade imensa de radiação na atmosfera.As falhas de segurança, somadas a erros humanos, resultaram em um incêndio que durou dez dias. O desastre causou a morte imediata de 31 pessoas, e levou à evacuação em massa de comunidades inteiras. As consequências são sentidas até hoje, com áreas desabitadas e pessoas sofrendo de doenças relacionadas à radiação.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/mega-no-youtube/75544-5-fatos-surpreendentes-sobre-o-acidente-nuclear-de-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 fatos surpreendentes sobre o acidente nuclear de Chernobyl</a></li></ul><h2>5. Incêndio da Torre Grenfell, Reino Unido</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/03/03180344307014.jpg" alt="O incêndio na Torre Grenfell deixou uma marca dolorosa em Londres. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O incêndio na Torre Grenfell deixou uma marca dolorosa em Londres. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Na manhã de 14 de junho de 2017, um incêndio devastador começou no apartamento de um prédio na Torre Grenfell, em Londres. O revestimento inflamável do edifício permitiu que as chamas se espalhassem rapidamente, resultando na morte de 72 pessoas.As falhas nas normas de segurança e na manutenção do prédio expuseram negligências que levaram a uma investigação nacional sobre a segurança de edifícios e à revisão das normas de incêndio no Reino Unido.

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5 dos incêndios mais devastadores da história

Arqueólogos encontraram os esqueletos de centenas de guerreiros da Idade do Ferro em Alken Enge e agora lutam para entende

Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1944, trabalhadores em um campo da península de Jutlândia, na Dinamarca, fizeram uma descoberta sinistra: ossos humanos. Batizada como Alken Enge, essa área, guardava restos mortais que, embora macabros, não eram recentes — pertenciam a pessoas que viveram há milhares de anos. 12 anos depois, mais trabalhadores encontraram dezenas de crânios na mesma região, o que motivou escavações arqueológicas para desvendar o mistério do lago que, aparentemente, era o túmulo de um exército esquecido.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/126765-6-formas-bizarras-como-ossos-ja-foram-usados-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 formas bizarras como ossos já foram usados na história</a></li></ul>Conforme as escavações avançavam, a equipe percebeu que toda a área estava repleta de ossos humanos, todos da Idade do Ferro. Há cerca de 2.000 anos, Alken Enge era um lago, e os esqueletos ali descobertos não haviam morrido afogados. Seus corpos carregavam marcas de violência brutal: cortes de armas afiadas, ferimentos de lanças e flechas e crânios esmagados por machados. Os arqueólogos concluíram que não se tratava de um cemitério, mas de um massacre em grande escala ou de uma batalha épica, onde centenas de indivíduos enfrentaram um fim trágico.<h2>Um conflito violento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/08/08183932801434.jpg" alt="Arqueólogos trabalham para recuperar restos mortais no local. (Fonte: Aarhus Universitet/Divulgação)"><figcaption>Arqueólogos trabalham para recuperar restos mortais no local. (Fonte: Aarhus Universitet/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A Idade do Ferro na Europa do Norte foi um período marcado por violência e caos. Enquanto o Império Romano tentava expandir suas fronteiras, chegando ao rio Elba, tribos germânicas e escandinavas defendiam ferozmente seus territórios. Um dos episódios mais famosos dessa resistência foi a Batalha da Floresta de Teutoburgo, onde guerreiros germânicos dizimaram três legiões romanas.&nbsp;<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127937-catarata-do-estreito-da-dinamarca-a-maior-cachoeira-do-mundo-esta-embaixo-da-agua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Catarata do Estreito da Dinamarca: a maior cachoeira do mundo está embaixo da água</a></li></ul>Os germânicos eram descritos pelos romanos como homens altos, de cabelos ruivos e olhos azuis, que gritavam e usavam escudos para amplificar suas vozes antes das batalhas, criando uma atmosfera aterrorizante para os inimigos. O historiador romano Tácito chegou a comentar que uma das vantagens para Roma era a tendência dos povos germânicos de lutarem entre si, evitando que unissem forças contra os romanos.&nbsp;“Que as nações estrangeiras persistam, senão em nos amar, ao menos em se odiar mutuamente”, escreveu o pesquisador. Isso pode explicar o massacre em Alken Enge, onde armas e artefatos encontrados indicam que as duas forças em conflito eram locais, vindas da própria península de Jutlândia ou de ilhas próximas, sem qualquer presença romana no local.<h2>Destino sombrio no lago</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/08/08184033165435.jpg" alt="Os ossos encontrados em Alken Enge contam uma história de centenas de homens mortos em batalha. (Fonte: Mads Dalegaard/Divulgação)"><figcaption>Os ossos encontrados em Alken Enge contam uma história de centenas de homens mortos em batalha. (Fonte: Mads Dalegaard/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Apesar da brutalidade da batalha, o mistério mais perturbador reside no que aconteceu depois. Em vez de enterrar os mortos no local do confronto, os corpos foram deixados ao ar livre, expostos aos animais, e só depois levados ao lago de Alken Enge. Após meses, ou até um ano, alguém reuniu os esqueletos, retirou o que restava de carne e ligamentos e depositou os ossos no lago.<ul><li>Veja mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109661-acharam-uma-carruagem-da-idade-do-ferro-sepultada-com-cavalos-e-condutor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Acharam uma carruagem da Idade do Ferro sepultada com cavalos e condutor</a></li></ul>Segundo pesquisadores, essa prática pode estar ligada a rituais sagrados comuns na época, em que oferendas, como armas, animais e até pessoas, eram depositadas em pântanos e lagos considerados portais para o mundo dos deuses. Esses restos mortais, porém, não eram de guerreiros experientes. A análise dos ossos mostra que a maioria dos mortos tinha entre 20 e 40 anos, com alguns tão jovens quanto 13.&nbsp;Os esqueletos não possuíam ferimentos cicatrizados, típicos de combatentes veteranos, indicando que eles provavelmente eram novos na batalha. Em vida, lutaram por suas tribos e líderes, mas, na morte, podem ter se tornado troféus e sacrifícios aos deuses de seus inimigos. O lago de Alken Enge, hoje, guarda essa história enigmática — uma lembrança sombria de um exército que encontrou um fim misterioso e brutal, cujos ossos repousam como testemunhas silenciosas de uma guerra esquecida.<h2>&nbsp;</h2>

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Cadáveres de exército antigo intrigam pesquisadores na Dinamarca

Como um boato se transformou em propaganda e moldou o ódio durante o conflito.

Em 1917, uma história macabra cruzou fronteiras e inflamou corações durante a Primeira Guerra Mundial: a Alemanha estaria usando os cadáveres de seus próprios soldados para fabricar produtos como sabão e velas. Segundo relatos, fábricas chamadas Kadaververtungsanstalten (Fábrica de Utilização de Carcaças) realizavam o processo sinistro, transformando a gordura dos mortos em materiais úteis para o esforço de guerra.&nbsp;A ideia de uma “fábrica de cadáveres” onde corpos de soldados eram reutilizados chocou o mundo e se tornou símbolo da crueldade atribuída aos alemães. Mas a verdade era bem diferente: o que parecia um caso real era, na verdade, uma propaganda que explorava o medo e a desinformação.<h2 style="text-align:justify;">O nascimento da história</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/03/03173150519001.jpg" alt="A história foi amplamente repetida em diversos jornais pelo mundo. (Fonte: BBC, National Archive/ Reprodução)"><figcaption>A história foi amplamente repetida em diversos jornais pelo mundo. (Fonte: BBC, National Archive/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os rumores sobre o uso de cadáveres para extração de glicerina começaram a circular em 1915, quando o desgaste da guerra aumentava a demanda por recursos, e a Alemanha sofria com a escassez de matérias-primas. Logo, a imprensa britânica e francesa explorou o boato.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/113964-por-que-e-tao-facil-cair-em-fake-news.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que é tão fácil cair em fake news?</a></li></ul>Charges políticas, como as da revista Punch, retratavam o Kaiser Wilhelm II afirmando que soldados mortos ainda seriam úteis para a Alemanha, ilustrando a acusação. Outros veículos, como o jornal belga L'Indépendance Belge (A Independência Belga, em tradução livre), também relataram encontros fictícios e descreveram detalhadamente a chamada "fábrica de cadáveres" e seus processos horripilantes.Pouco depois, o The Times e o Daily Mail britânicos seguiram a narrativa com descrições ainda mais sinistras, envolvendo trens carregados de corpos nus e cenas de trabalhadores processando os corpos com equipamentos especiais.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/03/03172843914000.jpg" alt="A revista Punch fez um desenho de página inteira sobre a história. (Fonte: Punch Magazine, National Archives/ Reprodução)"><figcaption>A revista Punch fez um desenho de página inteira sobre a história. (Fonte: Punch Magazine, National Archives/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar de o governo alemão ter tentado desmentir a história, explicando que a palavra “Kadaver” em alemão se refere a carcaças de animais e não a corpos humanos, as nações aliadas se aproveitaram da ambiguidade para reforçar o rumor. A campanha foi bem-sucedida: as acusações de que a Alemanha usava cadáveres em sua indústria de guerra uniram as nações aliadas, alimentando o ódio público e o desejo de vitória.&nbsp;Na China, por exemplo, o horror generalizado frente à suposta atrocidade alemã contribuiu para a entrada do país na guerra ao lado dos Aliados em agosto de 1917. As imagens e relatos macabros causaram impacto especialmente entre as famílias de soldados que perderam filhos no campo de batalha, intensificando o ódio e o repúdio aos inimigos.<h2 style="text-align:justify;">A realidade dos fatos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/03/03175417867010.png" alt="Soldados alemães durante a Primeira Guerra. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>Soldados alemães durante a Primeira Guerra. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Anos depois, já na década de 1920, a origem da história veio à tona. Em um jantar privado, o brigadeiro britânico John Charteris, ex-chefe da inteligência militar, supostamente admitiu que a história havia sido fabricada como uma tática de guerra psicológica para manipular a opinião pública e convencer a China a apoiar os Aliados.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125554-3-conspiracoes-que-quase-aconteceram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">3 conspirações que quase aconteceram</a></li></ul>Charteris teria trocado as legendas de fotos de soldados mortos e carcaças de animais para sugerir que a Alemanha estava transformando seus próprios homens mortos em produtos de guerra. Embora ele mais tarde negasse a confissão, a suspeita sobre a origem propagandística da história foi suficiente para irritar o público britânico, que se sentiu enganado.A divulgação da “fábrica de cadáveres” é um dos primeiros exemplos de como a propaganda pode distorcer a realidade, explorar a fragilidade emocional em tempos de guerra e usar o sensacionalismo para alimentar hostilidades. Na época, muitos jornais se recusaram a questionar a veracidade da história, preferindo publicá-la para satisfazer o desejo do público por narrativas que reforçassem a posição moral das potências aliadas.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127992-ia-generativa-esta-colaborando-na-disseminacao-de-fake-news.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">IA generativa está colaborando na disseminação de fake news?</a></li></ul>A repercussão foi tanta que, mesmo após o desmentido, o mito permaneceu vivo e, com o passar das décadas, foi reavivado por negacionistas do Holocausto para questionar a veracidade das atrocidades nazistas.Essa história de horror imaginário ilustra o poder das fake news em moldar a percepção pública e sua persistência, mesmo após serem desmentidas. Falsos relatos, como o da fábrica de cadáveres, mostram que a guerra da informação é uma arma poderosa, manipulando corações e mentes em prol de interesses específicos — uma lição que ressoa até hoje, em tempos de disputa constante entre verdade e mentira.

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Fábrica de Cadáveres Alemã: a farsa que inflamou o mundo na Primeira Guerra

Imagem de Como eram os rituais poloneses contra vampiros na Idade Média? no megacurioso

Saiba mais sobre as práticas utilizadas pela Polônia por conta do medo do sobrenatural

<head></head><body>A Polônia é um país rico em história e cultura, mas também em mistérios e lendas. Um deles é o mito dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127051-dracula-pode-ter-sofrido-de-doenca-que-o-fazia-chorar-sangue.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vampiros</a>, seres sobrenaturais que se alimentam de sangue humano e que podem retornar dos mortos para assombrar os vivos. Embora hoje em dia sejam vistos como personagens de ficção, no passado eles eram temidos como uma ameaça real e perigosa.<h2>O pavor do sobrenatural</h2>Para evitar que os mortos se transformassem nestas criaturas, ou que os já existentes saíssem de seus túmulos, os habitantes do país recorriam a diversas práticas funerárias que visavam impedir ou dificultar a ação desses seres malignos, chamado de apotropismo, ou seja, um ritual para afastar o mal.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/21/21172235259350.jpg" alt="(Fonte: Universidade Nicolau Copérnico de Torun/Reprodução)">(Fonte: Universidade Nicolau Copérnico de Torun/Reprodução)Arqueólogos que estudam os cemitérios poloneses dos séculos 16 e 17 têm encontrado vários exemplos desses enterros apotropaicos, que revelam os medos e as crenças das pessoas da época.&nbsp;Em julho de 2023, uma equipe da Universidade Nicolau Copérnico de Torun descobriu em Pien, uma vila no sudeste da Polônia, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127012-arqueologos-encontram-restos-mortais-de-crianca-vampira-na-polonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os restos mortais de uma criança enterrada de bruços</a>, com um cadeado triangular perto dos pés. Esse tipo de sepultamento era considerado uma forma de impedir que o morto se levantasse ou saísse do caixão.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/21/21172320863352.jpg" alt="(Fonte: Universidade Nicolau Copérnico de Torun/Reprodução)">(Fonte: Universidade Nicolau Copérnico de Torun/Reprodução)Em 2022, a equipe já havia encontrado na mesma vila o corpo de uma mulher jovem com um item semelhante no dedão do pé e uma foice sobre a garganta. Enquanto o primeiro objeto tinha a mesma função do anterior, a foice servia para cortar a cabeça do vampiro caso ele tentasse se erguer. Outras ferramentas que podiam ser usadas para esse fim eram pedras, estacas ou moedas.<h2>Um fenômeno Europeu</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/21/21172649235353.jpg" alt="&quot;O Vampiro&quot; de Philip Burne-Jones (Fonte: Wikipedia/Reprodução)">"O Vampiro" de Philip Burne-Jones (Fonte: Wikipedia/Reprodução)Esses casos datam da Alta Idade Média e também foram encontrados em outros países da Europa Central e Oriental, como Eslováquia, Hungria, Áustria e Romênia. Eles tendem a aparecer com mais frequência em épocas de tragédias coletivas, como epidemias, guerras ou fome, quando as pessoas podiam atribuir as desgraças à ação do mal.O século XVII foi um período especialmente difícil para a Polônia, que enfrentou invasões estrangeiras, conflitos internos, crises econômicas e surtos de peste. Nesse contexto, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126731-os-6-melhores-romances-goticos-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mortos</a> que não eram aceitos nos cemitérios cristãos por diversos motivos - como ter morrido de forma violenta ou repentina, cometido suicídio, contrair alguma doença, apresentar deformidade física ou não ter sido batizado - eram vistos como potenciais vampiros e enterrados em locais isolados e sem marcação.Os arqueólogos que estudam essas práticas tentam entender as razões e os significados, mas muitas vezes se deparam com diversas incertezas. Os motivos específicos por trás desses rituais antivampiros provavelmente se perderam no tempo. O que resta são os vestígios materiais que testemunham a existência de um mundo no qual o sobrenatural e o natural se misturavam, pontuado pelo medo constante da morte e do desconhecido.</body>

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Como eram os rituais poloneses contra vampiros na Idade Média?

Imagem de Diamante Hope: conheça a maldição que acompanha a joia no megacurioso

Pessoas que tiveram posso da joia ao longo da história acabaram tendo problemas financeiros e até mesmo casos de morte de maneiras sinistras

<head></head><body>Os filmes sempre nos mostraram que algumas joias antigas podem muitas vezes carregar consigo energias que não são boas. Entretanto, é fato de que nem sempre essas histórias ficam presas no campo da ficção, já que alguns casos do mundo real, como a do Diamante Hope, pode deixar qualquer um com os cabelos em pé.O diamante em questão pesa 45 quilates e apresenta um tom azulado capaz de encher os olhos de quem o observa. Ele custa milhões de dólares (atualmente o valor está cotado em aproximadamente US$ 350 milhões), e quem tiver coragem de desembolsar tudo isso para colocar as mãos nele pode levar, totalmente "na faixa", uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/39175-5-casos-completamente-bizarros-de-maldicoes-que-deram-certo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terrível maldição</a>.<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/37584-conheca-as-6-maldicoes-mais-famosas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça as 6 maldições mais famosas da história</a></li></ul><h2>A origem do diamante</h2>Não se sabe exatamente em que momento da história o diamante surgiu, mas a versão mais aceita por muitos é a de que, em 1666 (que história começa boa trazendo em sua composição o famoso <a href="https://www.megacurioso.com.br/polemica/39784-revelacao-voce-sabia-que-666-nao-e-o-numero-da-besta-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"número da besta"</a>?), o comerciante de joias francês Jean-Baptiste Tavernier comprou o objeto que era proveniente da mina de Kolluer, na Índia.Pouco tempo depois, essa joia foi vendida juntamente com algumas outras preciosidades para o rei Luis XIV (também conhecido como rei sol). Em 1678, ele pediu para que seu joalheiro esculpisse a pedra mais vez para que apresentasse um formato diferente, passando a exibi-la posteriormente como adorno em sua gravata.Ela permaneceu por mais um século na família real (Luís XVI e Maria Antonieta também chegaram a utilizá-la), mas os primeiros infortúnios referentes ao diamante começaram a ser percebidos ao notar o que aconteceu com seus donos durante a Revolução Francesa (ambos foram executados).<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/22/22220656206002.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/Reprodução)">(Fonte: Shutterstock/Reprodução)<h2>O que estava perdido foi encontrado</h2>A pedra em questão ficou sumida por um tempo, mas acabou ressurgindo em 1812, quando Daniel Eliason, um comerciante inglês, foi pego em posse do cristal no Reino Unido. Ele havia adquirido o diamante de John Francillon, um joalheiro, e curiosamente ambos morreram de formas bem misteriosas&nbsp;(o comerciante na prisão e Eliasson acabou se matando meses depois).Antes da morte de Eliason, ele havia vendido a joia para George IV, do Reino Unido - que, para variar, morreu afundado em dívidas, fazendo com que seu valioso diamante fosse parar nas mãos de outra pessoa: o colecionador Henry Philip Hope.A família Hope era bastante rica e tinha bastante influência na Inglaterra. Dona de diversas posses, obras de arte e pedras milionárias, perderam muitas dessas propriedades ao longo dos anos. Aliás, foi nesse período que o diamante recebeu o nome pelo qual é conhecido atualmente.O último Hope a colocar as mãos na joia foi Lord Francis Hope, que acabou se endividando tanto que precisou passar todas as suas preciosidades para frente, incluindo o fatídico diamante, adquirido pela Joseph Frankel's Sons &amp; Company em 1891. E, como já se pode imaginar, a joalheria acabou falindo poucos anos depois.A (má) fama da pedra se espalhou ainda mais ao longo dos anos, com diversas pessoas olhando para ela como um amuleto capaz de trazer diversas maldições. Entretanto, os irmãos Cartier entram na história para, com um pouco de inteligência, conseguir lucrar com o objeto.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/22/22220830813003.jpg" alt="Irmãos Cartier venderam o Diamante Hope para Evalyn e Ned McLean. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)">Irmãos Cartier venderam o Diamante Hope para Evalyn e Ned McLean. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)<h2>Os últimos donos</h2>Como uma boa lábia, os irmãos Cartier conseguiram vender a joia para o casal Evaly e Ned McLean em 1910, e após nove anos exibindo o diamante a sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/97992-5-historias-de-pessoas-que-foram-amaldicoadas-eternamente-na-antiguidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maldição</a> voltou a dar as caras - e da pior forma, já que o filho dos McLean morreu atropelado em Washington com apenas 10 anos.Poucos anos após o falecimento do garoto, Evalyn acabou enlouquecendo e Ned perdeu muito de sua fortuna. O casal chegou a penhorar a pedra para tentar se manter (inclusive oferecendo ingressos para quem quisesse conhecer e segurar o diamante amaldiçoado), mas pararam com isso quando Evie, outra filha dos "ricaços", cometeu suicídio. Evalyn morreu logo depois, e o Diamante Hope foi parar com Harry Winston.Winston evidentemente não acreditava em todas essas histórias, mas depois de um tempo ele foi convencido a doar a joia para o Museu de História Nacional, onde ela permanece até hoje atraindo milhares de visitantes todos os anos.&nbsp;Aliás, seu último dono não teve problemas com a tão falada maldição, já que morreu de ataque cardíaco duas décadas após a doação, que aconteceu em 1958. Entretanto, o entregador da joia não teve a mesma sorte:&nbsp;ele foi atropelado por um caminhão, sua esposa e cachorro morrem pouco tempo após o "delivery" e a casa em que ele morava acabou pegando fogo.</body>

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Diamante Hope: conheça a maldição que acompanha a joia

Imagem de A história perturbadora das amputações ao longo da História no megacurioso

A cirurgia já foi usada como alternativa para tudo

<head></head><body>Uma das características mais notórias da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124169-as-5-farsas-medicas-mais-bizarras-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina</a> antes dos tempos modernos foram as amputações. Em uma época em que pouco se sabia sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124249-a-empresa-que-vendia-cadaveres-ilegais-para-testes-militares-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anatomia humana</a>, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121950-como-a-cirurgia-de-hemorroidas-de-luis-xiv-mudou-a-medicina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">médicos-barbeiros</a> – em muitos casos – acreditavam que a retirada de um membro era a única solução para que o paciente conseguisse sobreviver – o que nem sempre acontecia.Por outro lado, nos últimos dois séculos, amputar um membro era a única alternativa salva-vidas possível, e a forma mais comum de tratamento disponível para a presença de infecção avançada, carne morta e ossos quebrados. No período de guerra, principalmente na Guerra Civil Americana, a amputação se tornou a maneira mais fácil e rápida de salvar a vida de uma pessoa.<h2>A livre arte de amputar</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Hulton Archive/Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/diagram-of-early-amputation-techniques-foto-jornalistica/51240336"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/22/22160827955245.jpg" alt="(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)">(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)A amputação mais antiga registrada data de mais de 30 mil anos, e aconteceu em Bornéu, uma ilha na Malásia, conforme identificou um estudo publicado em 2022 na revista Nature a partir de restos ósseos encontrados em uma caverna. Os pesquisadores determinaram que os ossos pertenceram a um jovem de cerca de 19 ou 20 anos, e descobriram que ele foi amputado porque faltava o terço inferior da perna do esqueleto, devido a uma marca na cicatrização do osso.Os cientistas estimam que o corte aconteceu pelo menos 6 anos antes da morte dele, durante sua infância. Esse jovem foi uma das curvas das estatísticas que desafiavam a morte no tempo pré-histórico, em que amputações foram usadas como remédio para tudo. Muitos não sobreviviam devido às condições, porém registros deixam claro de que isso não impediu que os povos daquele tempo continuassem fazendo – e que alguns sobrevivessem.Mas nem todas as amputações feitas nos tempos antigos foram por razões médicas, ela também atuou como método punitivo em várias partes do mundo. Na Babilônia, por exemplo, crimes graves eram punidos com amputações; já no Peru, crimes dos mais brandos, como mentir e ter preguiça, até o ato de roubar, eram punidos com amputações.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/17/17084410526025.jpg" alt="(Fonte: Tim Maloney/Griffith University/AP/Reprodução)">(Fonte: Tim Maloney/Griffith University/AP/Reprodução)Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">romanos antigos</a> engataram na prática de "amputação punitiva" durante o império de Constâncio Aurélio, embora tenha sido reservada aos escravos. Quando Focas assumiu o poder, a amputação estava cada vez mais alta, e ele acrescentou a tortura e cegueira como punição por qualquer tipo de crime.A prática caiu entre os séculos XIV e XVI, na era do Renascimento, e só foi introduzida novamente no século XIX, quando os europeus embarcaram na colonização da África. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100440-leopoldo-ii-da-belgica-um-dos-reis-mais-sanguinarios-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">belgas</a> ficaram conhecidos por deceparem as mãos dos escravos congoleses com frequência só por não estarem processando a borracha na velocidade exigida.Apesar do teor altamente ultrapassado, a amputação punitiva ainda é praticada em alguns países, como Irã e Afeganistão.<h2>Guerras: um divisor de águas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/22/22160439067238.jpg" alt="(Fonte: Harper's Weekly,/MET Museum/Reprodução)">(Fonte: Harper's Weekly,/MET Museum/Reprodução)Com base em registros, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123987-rose-o-neal-a-espia-que-negociava-segredos-com-os-confederados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Civil Americana</a> é considerada o ponto de partida em que as amputações se tornaram práticas comuns, como consequência do conflito. O American Battlefield Trust estima que 75% das cirurgias realizadas naquele período foram amputações, com uma média de cerca de 1.250 por mês.O volume de soldados feridos necessitando de cuidados implicou na necessidade de medidas rápidas. Ou seja, os médicos não tinham muito tempo – tampouco recursos – para procurar por opções alternativas e menos invasivas, portanto, a amputação era o recurso final para o tratamento de infecções, ossos quebrados, nervos ou músculos rompidos – deixando mais do que claro de que nem sempre o procedimento era necessário. Muitas pessoas perderam membros desnecessariamente.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/17/17084857273028.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Ainda assim, a amputação, como nos tempos antigos, não era garantia de que eles fossem sair vivos da mesa de cirurgia, sobretudo porque, geralmente, os soldados já chegavam gravemente feridos e subnutridos devido às condições adversas no campo de batalha.Em 2018, foi descoberto durante a escavação de um conhecido campo de batalha da Guerra Civil em Virgínia, uma imensa vala comum para membros retirados dos combatentes do conflito. Por muito tempo os historiadores não faziam ideiam de para onde eles foram parar, apenas que se tornaram um grande problema para os hospitais de campanha da época.<h2>Esforçando-se para viver</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Graham E. Welch/FPG/Archive Photos/Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/an-unspecified-man-wearing-a-white-vest-an-amputee-foto-jornalistica/1457958431"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/22/22160736414244.jpg" alt="(Fonte: Graham E. Welch/FPG/Archive Photos/Getty Images)">(Fonte: Graham E. Welch/FPG/Archive Photos/Getty Images) No século XX, amputação continuou a ser uma cirurgia de controle de danos comum durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=Com%20in%C3%ADcio%20em%2028%20de,quais%2010%20milh%C3%B5es%20eram%20civis." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>. Em seu livro Dismembering the Male: Men's Bodies, Britain and the Great War&nbsp;(1996), Joanna Bourke relata que 41 mil soldados britânicos tiveram membros amputados durante o conflito, sendo que 3% deles perderam mais do que um membro.Os grandes casos estão associados ao armamento moderno e mais danoso usado pelos exércitos da Primeira Guerra Mundial, e também devido ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119035-pesadelo-a-vida-nas-trincheiras-durante-a-1-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pé de trincheira</a> – uma condição grave causada por ficar com os pés na água por um longo tempo. O problema se tornou tão preocupante que mais de 75 mil soldados britânicos morreram de infecções oriundas da condição.A amputação foi a técnica mais eficaz e rápida que os médicos encontraram para evitar o pior. Mas o horror da amputação rudimentar não terminou com a guerra. As vítimas tiveram que voltar para casa e lidar com todas as limitações. Incapazes de trabalhar, muitas vezes com dores ou viciados em analgésicos, a maioria sucumbiu à depressão ou acabou tirando a própria vida.As próteses disponibilizadas na época não facilitaram a vida dos amputados, muito pelo contrário, sua estética rudimentar limitava ainda mais e dava uma sensação de que a pessoa não deveria se esforçar tanto assim para viver.</body>

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A história perturbadora das amputações ao longo da História

Imagem de Náufrago que sobreviveu a mais tempo no mar é processado por canibalismo no megacurioso

Depois de 14 meses à deriva, homem foi resgatado em 2014. Família de seu colega de embarcação, morto de fome após o naufrágio, o acusa de ter sobrevivido por ter comido o corpo do rapaz

Jos&eacute; Salvador Alvarenga, 37 anos, pescador salvadorenho, n&aacute;ufrago que sobreviveu 14 meses perdido no mar, est&aacute; sendo processado por canibalismo. Falamos sobre ele em uma <a href="http://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/41908-o-naufrago-homem-afirma-que-ficou-a-deriva-por-mais-de-um-ano.htm" target="_blank" title="O n&aacute;ufrago: homem afirma que ficou &agrave; deriva por mais de um ano">mat&eacute;ria publicada aqui no Mega Curioso</a>. &nbsp;A fam&iacute;lia do seu colega de pesca Ezequiel C&oacute;rdoba o acusa de ter comido o corpo do rapaz de 22 anos ap&oacute;s os dois naufragarem em um pequeno barco de pesca em 2012.
A fam&iacute;lia de C&oacute;rdoba est&aacute; pedindo US$ 1 milh&atilde;o (cerca de R$ 3,9 milh&otilde;es) de indeniza&ccedil;&atilde;o, segundo informa&ccedil;&otilde;es da emissora de televis&atilde;o Fox News Latina, citada pelo site Huffington Post. O acusado nega que tenha se alimentado do corpo de C&oacute;rdoba, cujos servi&ccedil;os ele havia contratado para uma viagem de dois dias de pesca no mar.
<img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/12/18/18142641310391.jpg" />Jos&eacute; Alvarenga se encontrou com a m&atilde;e de Ezequiel C&oacute;rdoba ap&oacute;s se recuperar do tempo em que ficou perdido
Alvarenga &eacute; o homem que sobreviveu por mais tempo como n&aacute;ufrago no mundo. Ele passou mais de um ano perdido no oceano, quando foi encontrado em 2014. O salvadorenho nega a acusa&ccedil;&atilde;o e afirma que em nenhum momento cogitou se alimentar do corpo de Ezequiel C&oacute;rdoba. De acordo com ele, o jovem fez dois &uacute;ltimos pedidos antes de morrer: o primeiro foi que Alvarenga n&atilde;o comesse o seu corpo, e, o segundo, que ele encontrasse a sua m&atilde;e e explicasse o que havia acontecido.
O sobrevivente alega ter respeitado os desejos do rapaz e conta que C&oacute;rdoba teve uma convuls&atilde;o e morreu com os olhos abertos, quatro meses ap&oacute;s a tempestade. Isso fez com que Alvarenga levasse 6 dias para perceber o &oacute;bito, tempo em que o del&iacute;rio o fazia conversar com o corpo sem vida. Quando se deu conta realmente do acontecido, ele fez o que podia para realizar o melhor enterro para a sua &uacute;nica companhia at&eacute; ent&atilde;o. O pescador ressalta que chegou a lavar os p&eacute;s e vestir o corpo com uma camiseta vermelha que possu&iacute;a uma imagem de caveira e ossos cruzados. Alvarenga tamb&eacute;m relata que chegou a desmaiar assim que despejou o cad&aacute;ver na &aacute;gua.
<img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/12/18/18142927076398.jpg" />A m&atilde;e de Ezequiel C&oacute;rdoba com um retrato do rapaz nas m&atilde;os
O advogado do sobrevivente, Ricardo Cucal&oacute;n, afirma que a fam&iacute;lia do rapaz falecido tem motiva&ccedil;&atilde;o financeira e n&atilde;o pode provar o que est&atilde;o alegando. Jos&eacute; Salvador Alvarenga est&aacute; recebendo honor&aacute;rios em fun&ccedil;&atilde;o de um livro que foi publicado com a sua hist&oacute;ria de sobreviv&ecirc;ncia. De acordo com Cucal&oacute;n, os pais de C&oacute;rdoba querem uma parte desse pagamento e, por isso, est&atilde;o usando a t&aacute;tica de process&aacute;-lo.
<h2>O caso</h2>
Em novembro de 2012, Jos&eacute; Salvador Alvarenga saiu para uma viagem de dois dias de pesca com Ezequiel C&oacute;rdoba. Depois de pagar cerca de US$ 50 para o jovem, ambos partiram de uma cidade na costa do M&eacute;xico. Os planos de retornar foram cortados quando a dupla enfrentou uma terr&iacute;vel tempestade que os deixou &agrave; deriva.
Depois de 14 meses, Alvarenga foi encontrado em um atol nas ilhas Marshall, a cerca de 10,8 mil km de dist&acirc;ncia da regi&atilde;o onde se perdeu com C&oacute;rdoba. Quando foi resgatado, o salvadorenho explicou que conseguiu sobreviver com uma dieta &agrave; base de peixe cru, sangue de tartaruga e sua pr&oacute;pria urina. Depois de uma investiga&ccedil;&atilde;o sobre as suas alega&ccedil;&otilde;es, as autoridades locais afirmaram que a hist&oacute;ria fazia sentido e conclu&iacute;ram que ele estava falando a verdade.
<img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/12/18/18142746362392.jpg" />Alvarenga quando foi encontrado, em 2014
<h2>O livro sobre a hist&oacute;ria de Alvarenga e C&oacute;rdoba</h2>
Depois de superar o trauma do tempo &agrave; deriva, o salvadorenho teve a sua hist&oacute;ria publicada pelo autor Jonathan Franklin no livro &ldquo;438 dias: uma extraordin&aacute;ria hist&oacute;ria de sobreviv&ecirc;ncia no mar&rdquo;. Na publica&ccedil;&atilde;o, o escritor narra em detalhes todo o sofrimento e a dif&iacute;cil empreitada de Alvarenga durante o longo tempo que passou no mar.
Em um trecho replicado pelo The Huffington Post, o sobrevivente explica que passou tanta fome que, em determinado momento, chegou a comer as pr&oacute;prias unhas. Al&eacute;m disso, ele tamb&eacute;m conta como C&oacute;rdoba teve muitas dificuldades estomacais em fun&ccedil;&atilde;o da dieta complicada a que eles estavam submetidos.
*Publicada originalmente em 18 de dezembro de 2015

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O náufrago que sobreviveu 14 meses no mar e foi processado por canibalismo

Imagem de 5 coisas que você não sabe sobre gnomos de jardim no megacurioso

Os gnomos de jardim têm uma rica histórica que pouca gente conhece.

<head></head><body>É bastante provável que você conheça alguém que tenha alguns gnomos no jardim de sua casa. Não se sabe dizer ao certo por que as pessoas ainda mantêm esse hábito, mas o fato é que passam os anos e eles continuam por lá. Abaixo, trazemos 5 fatos sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/121812-5-encontros-bizarros-com-criaturas-nao-identificadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gnomos</a> que você nunca sonharia em saber se não tivesse lido este texto.<h2>1. Os romanos tinham "gnomos" nos jardins</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/08/08183002177388.jpg" alt="(Fonte: Owlcation)">(Fonte: Owlcation)Você provavelmente nunca imaginaria, mas os antigos romanos mantinham pequenas estátuas para vigiar as suas propriedades e plantações. Estes pequenos guardiões foram os primeiros ornamentos de gramado que já conhecemos. Além de cuidar, eles deveriam conter os maus espíritos e garantir a qualidade da colheita.<h2>2. O tataravô dos gnomos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/08/08183445860392.jpg" alt="(Fonte: Maicar)">(Fonte: Maicar)Os romanos tinham uma entidade favorita para ornamentar seus jardins: era o deus <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121432-5-deusas-da-beleza-de-diferentes-mitologias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Príapo</a>, compreendido como o deus das hortas, das vinhas e dos rebanhos. Príapo era, basicamente, um deus da fertilidade. As estátuas o retratavam como um homem pequeno, parecido com um anão, e que por dentro guardava sua verdadeira imagem: sim, de um pênis. Ele provavelmente era o tataravô dos gnomos de jardim.<h2>3. Os gnomos de Paracelso</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/08/08184241768394.jpg" alt="(Fonte: Monster Wiki)">(Fonte: Monster Wiki)Paracelso era um famoso <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102468-conheca-a-historia-da-alquimista-que-deu-origem-ao-termo-banho-maria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alquimista</a> e filósofo do século XVI. Ele apresentou a concepção de que o mundo se dividia entre quatro elementos básicos: água, fogo, ar e terra. Para o filósofo, os gnomos existiam e eram pequenos seres que "trabalhavam" como guardiões da terra, sendo capazes de atravessar rochas e vegetação.Suas ideias foram tão influentes que transcenderam a sua morte, em 1541. Menos de um século após seu falecimento, os gnomos estavam espalhados por toda a Europa ocidental. Eles eram moldados em porcelana e chamados, na Itália, de "gobbi", que quer dizer "anão" ou "corcunda".<h2>4. A moda dos gnomos na Inglaterra</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/08/08184837880397.jpg" alt="(Fonte: Art UK)">(Fonte: Art UK)Os gnomos começaram a "aparecer" nas casas alemãs logo no início de 1800. Um dia, um sujeito britânico chamado Charles Isham visitou <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120049-tribunal-de-nuremberg-condenacao-de-nazistas-completa-75-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nuremberg</a> e levou 21 destes homenzinhos para sua cidade no interior da Inglaterra. Mas ele nunca imaginou o que aconteceria a seguir.A princípio, os gnomos não foram muito bem vistos - as próprias filhas de Isham achavam aquelas estátuas cafonas. Por isso, ele deu 20 dos seus gnomos, ficando apenas com um, a que chamaram de Lampy.Só que ele começou a ficar popular. Por consequência, os vizinhos de Isham passaram a importar seus próprios gnomos para ornar seus jardins. E assim, Lampy se tornou um pioneiro ao espalhar uma moda de gnomos por toda a Inglaterra.<h2>5. O negócio lucrativo dos gnomos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/08/08185322577400.jpg" alt="(Fonte: Zwergstatt Graefenroda)">(Fonte: Zwergstatt Graefenroda)Embora Charles Isham tenha sido o primeiro a levar um gnomo para a Inglaterra, a verdade é que os pequenos guardiões já eram muito populares na Alemanha. E isso se dava principalmente por conta do trabalho de um artesão chamado Philip Griebel.Este escultor costumava trabalhar criando cabeças de animais, mas logo ele se deu conta que os gnomos poderiam ser um ótimo negócio. Em Leipzig, ele começou a fazer uma produção em massa do gnomo Gräfenroda, e começou a levar as cópias para as feiras locais.O negócio deu tão certo que Griebel teve que construir uma fábrica maior para que pudesse aumentar a escala de produção. No fim de 1800, a fábrica já produzia 300 versões diferentes de gnomos de jardim em diversos tamanhos. Com o tempo, o interesse internacional pelas peças começou a crescer e Philip Griebel espalhou seu Gräfenroda pelo mundo inteiro, levando os gnomos para a cultura popular de vários países.</body>

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5 coisas que você não sabe sobre gnomos de jardim

Imagem de Esfolamento: um dos piores métodos de tortura já criados no megacurioso

Vários povos praticaram o método de arrancar a pele de seus inimigos para torturá-los

<head></head><body>Ao longo da história da humanidade, os homens foram criativos em vários aspectos, mas alguns não eram tão positivos assim. Quando se fala das maneiras que já foram inventadas para torturar e matar outros seres humanos, poucos métodos foram tão bárbaros quanto a esfola ou esfolamento.O esfolamento é a remoção da pele do corpo de um ser vivo. Ele foi usado tanto para torturar quanto para matar inimigos, sendo tido como uma das maneiras mais cruéis de execução. A prática foi usada em vários momentos na história, começando com os assírios na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122339-6-fatos-inusitados-a-respeito-dos-sumerios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mesopotâmia</a> e passando pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121409-escravidao-e-horror-como-era-a-vida-dos-pobres-na-china-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dinastia Ming</a>, na China.<h2>A história do esfolamento</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Pixels&nbsp;" data-fonte-url="https://render.fineartamerica.com/images/rendered/default/flat/blanket/images/artworkimages/medium/2/the-judgment-of-cambyses-flaying-of-sisamnes-gerard-david.jpg?&amp;targetx=0&amp;targety=-197&amp;imagewidth=976&amp;imageheight=1136&amp;modelwidth=977&amp;modelheight=740&amp;backgroundcolor=0D0E0C&amp;orientation=1&amp;producttype=blanket-coral-60-80"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/08/08092152434000.jpg" alt="(Fonte: Pixels)">(Fonte: Pixels)Esfolar pessoas é uma prática que remete a muito antes dos tempos medievais. Várias culturas fizeram uso desta forma de tortura. Além dos assírios e dos chineses, os popoloca (população indígena do estado de Puebla, no centro do México) também arrancavam a pele de algumas pessoas.Os assírios, por exemplo, realizavam a prática para assustar os inimigos. Este povo é tido como um dos primeiros impérios do mundo e viveu em regiões que hoje correspondem ao Iraque, Irã, Kuwait, Síria e Turquia.Esculturas de pedra datadas de 800 a.C. na antiga <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/112468-4-profecias-biblicas-que-se-tornaram-realidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Assíria</a> retratam guerreiros que removiam a pele dos seus prisioneiros. Os assírios eram entendidos como militaristas implacáveis que praticavam várias formas de tortura.Há um relato histórico que conta que o rei assírio Assurnasirpal II teria punido os membros de uma cidade que tentaram resistir ao seu poder. Ele teria declarado: “eu esfolei tantos nobres quantos se rebelaram contra mim e coloquei suas peles sobre a pilha de cadáveres; alguns eu espalhei dentro da pilha, alguns eu ergui em estacas sobre a pilha... Eu esfolei muitos através da minha terra e coloquei suas peles sobre as paredes”.Já na dinastia Ming, sistema tirânico que governou a China entre 1368 e 1644, também há relatos de esfolamento. Um dos governantes mais cruéis foi o imperador Taizu, que considerava que ofendê-lo era um crime capital. Quando o imperador levantou a suspeita de que seu ministro-chefe poderia estar conspirando contra ele, mandou matar todos os seus parentes e amigos. No total, 40 mil pessoas morreram em um verdadeiro massacre.Algumas dessas pessoas foram esfoladas e suas peles foram pregadas nas paredes, como um aviso do que poderia acontecer a quem desobedecesse ao imperador.<h2>O esfolamento como prática cultural</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/08/08092558412003.jpg" alt="(Fonte: Carneggie Museum of Art)">(Fonte: Carneggie Museum of Art)Por incrível que pareça, a esfola também foi usada como parte de rituais dentro de algumas culturas. Os popopoca (povo que antecedeu os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106410-23-megacuriosidades-sobre-o-imperio-asteca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">astecas</a>), no México, prestavam reverência a um deus chamado Xipe Totec, que significava "nosso senhor dos esfolados".Por conta disso, eram feitos rituais de sacrifício em que pessoas eram esfoladas vivas em homenagem a ele. As vítimas eram sacrificadas em uma cerimônia chamada tlacaxipehualiztli, que acontecia durante 40 dias a cada primavera.Na ocasião, um popoloca era vestido como o próprio Xipe Totec, com cores brilhantes e joias, e sacrificado junto a prisioneiros de guerra em troca de uma colheita abundante. Todos os mortos eram esfolados e a pele era colocada na frente dos altares.<div data-google-query-id="CK6az-LE0PoCFcsD1AodYQAC0Q">Por sorte, a técnica ficou no passado e hoje a prática do esfolamento é ilegal em todos os países.</div></body>

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Esfolamento: um dos piores métodos de tortura já criados

Imagem de Mundus Patet: quando Roma abria as portas do Submundo no megacurioso

Semelhante a uma festa de Halloween, o Mundus Patet celebrava as almas dos mortos e a fertilidade agrícola da Roma Antiga

Muitas civiliza&ccedil;&otilde;es ao longo da hist&oacute;ria t&ecirc;m suas datas comemorativas relacionadas ao mundo dos mortos. Hoje &eacute; bem comum no Ocidente a celebra&ccedil;&atilde;o crist&atilde; do Dia dos Mortos, em 2 de novembro, que tem bastante rela&ccedil;&atilde;o com outras festas de origem pag&atilde; que deram origem, por exemplo, ao Halloween, em 31 de outubro.
Os antigos romanos tamb&eacute;m celebravam algumas datas relacionadas a quem j&aacute; morreu, como a Parentalia (ou Dies Parentales), quando honravam os antepassados por 9 dias a partir de 13 de fevereiro; ou a Lemuralia, ou Lemuria, quando realizavam ritos para exorcizar esp&iacute;ritos ruins de suas casas nos dias 9, 11 e 13 de maio, entre outras.
Por&eacute;m, uma das que parecem mais interessantes dessas festividades romanas ligadas ao submundo &eacute; a chamada Mundus Patet, que pode ser traduzido mais ou menos como "mundo aberto". E digo "mais ou menos" porque mundus em latim tem um conceito um pouco mais complexo do que apenas "mundo" &mdash; para os antigos romanos, tratava-se n&atilde;o apenas do plano onde vivemos fisicamente, mas tamb&eacute;m da ab&oacute;boda celeste, ou seja, o pr&oacute;prio c&eacute;u, e seu reflexo abaixo de n&oacute;s, que podemos chamar de submundo, onde os esp&iacute;ritos dos mortos residem.
<h2>Mundus Patet: o Halloween na Roma Antiga</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/05/a-05133710374167.jpg" alt="a" />Quando os mortos saem do submundo. (Fonte: Heredia / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Celebrado nos dias 24 de agosto, 5 de outubro e 8 de novembro, o Mundus Patet era uma celebra&ccedil;&atilde;o em que a porta para o submundo era aberta &mdash; e n&atilde;o digo no sentido figurado. No centro da cidade de Roma havia uma abertura para um fosso que passava o ano coberta por uma pedra chamada lapis manalis (onde lapis significa "pedra" e manalis tem liga&ccedil;&atilde;o com o verbo manare, "fluir"). Essa pedra era removida nessas datas e os esp&iacute;ritos dos mortos sa&iacute;am para passear entre os vivos.
Esse fosso que era aberto nas datas de Mundus Patet era a conex&atilde;o do plano f&iacute;sico com o Mundus Cerialis, ou Caereris Mundus, o submundo hemisf&eacute;rico onde se encontrava Ceres, uma deusa romana da agricultura (&eacute; do nome dela que vem a palavra "cereal") que tamb&eacute;m tinha o papel de controlar a barreira entre os mundos dos vivos e dos mortos.&nbsp;Durante os dias de Mundus Patet, os cidad&atilde;os romanos atiravam nesse fosso oferendas compostas pelos primeiros frutos das colheitas do ano, algo que remete &agrave;s pr&aacute;ticas c&eacute;lticas europeias que deram origem ao Halloween.
O Mundus Cerialis romano, segundo as lendas, teria sido constru&iacute;do pelo pr&oacute;prio R&ocirc;mulo, fundador mitol&oacute;gico da cidade de Roma em 753 a.C. De acordo com historiadores, esse costume teria origem na civiliza&ccedil;&atilde;o etrusca, que j&aacute; habitava a pen&iacute;nsula it&aacute;lica quando o reino de Roma foi instalado. Outras teorias indicam influ&ecirc;ncias gregas neste ritual.
<h2>Deuses e mortos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/05/a-05133952655168.jpg" alt="a" />A deusa Ceres bebe da &aacute;gua dada a ela por H&eacute;cuba no submundo. (Fonte: Wikimedia Commons / Adam Elsheimer - c. 1605 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De modo geral, as datas em que se comemorava o Mundus Patet sugerem ritos a Ceres como a divindade guardi&atilde; dos gr&atilde;os no estabelecimento das antigas cidades romanas, e tamb&eacute;m como respons&aacute;vel pela vida ap&oacute;s a morte no submundo, que era cogovernado durante os meses de inverno por sua filha Proserpina, rainha-consorte de Dis Pater, ou Rex Infernus, deus romano relacionado a esse plano e que foi posteriormente sincretizado com Plut&atilde;o (Hades) e Orcus.
Quando esse submundo era aberto, as pessoas se sentiam mais pr&oacute;ximas das pessoas mortas, portanto esses dias tamb&eacute;m eram feriados importantes durante os quais todos os com&eacute;rcios eram fechados, nenhuma batalha era travada, nenhum casamento era celebrado e os templos ficavam vazios.

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