Imagem de Você sabe qual é a origem das superstições ao redor da sexta-feira 13? no megacurioso

Veja diferentes origens e explicações de por que esse dia é considerado, por muitos, um dos mais azarados e indesejados do ano.

Pronto, nós temos mais uma sexta-feira 13 presente no calendário – para o infortúnio dos mais supersticiosos. Fujam dos gatos pretos, tomem cuidado ao sair de casa e se protejam das forças malignas; pelo menos essas são as medidas que algumas pessoas tomam quando o temido dia chega. Com base nessas crenças, no mínimo estranhas, você sabe dizer por que essa data conquistou essa fama nefasta? O site Gizmodo listou algumas dessas possibilidades, que nós trazemos hoje para vocês.



Pois bem, tudo começou há décadas, mais precisamente no fim do século 19. As origens não são claras, porém as sextas-feiras e o número 13 sempre foram considerados sinônimos de azar em várias culturas ocidentais – e que quando são combinados juntos, simbolizam um infortúnio ainda maior.



<h2>Sextas-feiras malignas</h2>



Uma das teorias mais comuns em relação à origem do dia possui conexão com o cristianismo, já que o dia é considerado, por muitos, a data em que Eva ofereceu a Adão a maçã do pecado. Entretanto, existem alguns estudiosos que dizem que esse pensamento é completamente errado, já que o nosso calendário, digamos, não é exatamente igual ao do Éden. Outros fatos bíblicos também ocorreram, supostamente, em sextas-feiras, como a destruição do Templo de Salomão e a crucificação de Jesus Cristo.



<figure class="mt-2 size-large is-resized"><img loading="lazy" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/11/5faed62e09f13.jpg" alt="" class="wp-image-125986" width="580" height="456" /><figcaption>Fonte da imagem: <a rel="noreferrer noopener" href="http://www.shutterstock.com/pic-103653824/stock-photo-burning-thirteen-one-three-digits-on-black.html?src=5zJO7s6BITeslWEOLFFnUg-1-3" target="_blank">Reprodução/Shutterstock</a></figcaption></figure>



Outras teorias dizem que essa áurea maligna ao redor do dia surgiu muito antes do cristianismo, mais especificamente na mitologia nórdica. Em inglês, “Friday” é, supostamente, um nome em honra da deusa Frigg (ou Freyja), mãe do amor, fertilidade, da vida e da morte. De qualquer modo, parece que só depois do século 17 que as pessoas fizeram relações entre as sextas-feiras e o número 13.



O número 13 tem origens ruins para os vikings, já que em uma das ceias de Vahalla (um tipo de céu nórdico), os 12 deuses jantaram quando um décimo terceiro deus apareceu no local sem ser convidado: Loki. Treze deuses não eram permitidos no espaço, por isso Loki convenceu o deus cego Hod a assassinar o deus Balder e reestabelecer o equilíbrio numérico de Vahalla.



<h2>Referências em inúmeros lugares</h2>



O número 13 aparece em diferentes religiões e culturas do mundo carregado de áureas sombrias. Apesar de que para os antigos egípcios ele foi considerado algo bom, o último estágio de transformação após a morte. É curioso pensar que em alguns lugares, como a Itália, o 13 não é considerado um número ruim (por lá, as datas malignas são as sextas-feiras 17). Como o número 13 e a sexta-feira já possuem um teor sinistro naturalmente, quando são combinados o resultado é potencializado.



Mas então, apesar de não existir qualquer explicação lógica para o dia (sendo que em algumas nações o número 13 é símbolo de sorte), por que muitos acham que as sextas-feiras 13 são os piores dias do ano?



Psicólogos dizem que as pessoas já se acostumaram tanto com o conceito maligno da sexta-feira 13 que se algo de ruim ocorre no dia elas automaticamente atribuem o evento à data. E mais, elas esperam que algo de ruim aconteça o dia todo, justamente para terem a confirmação de que é mais uma sexta-feira 13. E você, já teve sua dose de azar hoje ou é indiferente em relação ao dia?



*Publicado originalmente em 13/09/2013.

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Sexta-feira 13: qual é a origem das superstições ao redor dessa data?

Imagem de Edgar Allan Poe profetizou um chocante caso de naufrágio e canibalismo no megacurioso

A Narrativa de Arthur Gordon Pym, de 1938, não foi um dos sucessos imediatos de Poe, mas acabou se destacando por uma terrível coincidência

Com bibliografia rica em hist&oacute;rias de horror e mist&eacute;rio, Edgar Allan Poe (1809-1849) se consolidou como um dos maiores expoentes do g&ecirc;nero, abrindo portas para que a categoria de terror g&oacute;tico se espalhasse pelo mundo e encontrasse novos autores. Seus livros se destacaram n&atilde;o apenas pelo apavorante conte&uacute;do capaz de mexer com a psique humana, mas tamb&eacute;m por apresentar caracter&iacute;sticas peculiares, como foi o caso da chocante coincid&ecirc;ncia com a hist&oacute;ria de A Narrativa de Arthur Gordon Pym.
Publicado originalmente em 1838, o livro acompanha um terr&iacute;vel acidente que acomete o capit&atilde;o Gordon Pym e sua tripula&ccedil;&atilde;o, for&ccedil;ando-os a enfrentar uma s&eacute;rie de situa&ccedil;&otilde;es desesperadoras em meio a um motim e massacre ocorridos durante a rota pelos mares do sul. As maiores cr&iacute;ticas sobre o romance apontavam o excesso de viol&ecirc;ncia e relatos memorial&iacute;sticos sem censura, al&eacute;m de imprecis&otilde;es n&aacute;uticas que comprometiam o ritmo e indicavam a exist&ecirc;ncia de fortes conveni&ecirc;ncias narrativas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/21/21045420672001.jpg" alt="(Fonte: Penguin / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Penguin / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De fato, os cr&iacute;ticos n&atilde;o estavam errados quanto &agrave; agressividade da trama; atos brutais e extremos de sobreviv&ecirc;ncia foram detalhados minuciosamente e receberam uma grande carga de nuances que andava de lado com a realidade. E isso ocorreu, especialmente, por conta dos tripulantes Augustus Barnard, Gordon Pym, Dirk Peters e Richard Parker, que ap&oacute;s passarem dias se alimentando precariamente, optaram por fazer um sorteio para definir qual deles serviria de banquete humano aos personagens restantes.
<h2 class="uk-text-justify">As incr&iacute;veis coincid&ecirc;ncias</h2>
Em 1974, Arthur Koestler, f&atilde; de parapsicologia que havia solicitado o envio de "coincid&ecirc;ncias impressionantes" para sua caixa postal, divulgou um relato impressionante de Nigel Parker. Este afirmou ter um antepassado chamado Richard Parker que foi devorado vivo por seus colegas em um naufr&aacute;gio. No documento, o autor escreveu que seu familiar, um dos quatro sobreviventes da queda do barco Mignonette, tamb&eacute;m foi for&ccedil;ado a comer <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120356-qual-a-diferenca-entre-tartaruga-cagado-e-jabuti.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tartarugas</a> vivas e, posteriormente, brincar de um "jogo de sorte" para determinar quem seria a v&iacute;tima canibalizada. E os casos de profecia de Poe n&atilde;o pararam por a&iacute;.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/25/25144650450254.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
O Homem de Neg&oacute;cios, conto escrito pelo autor g&oacute;tico em 1830, conta a hist&oacute;ria de um narrador que passou a apresentar eventos isolados de viol&ecirc;ncia e raiva gratuitas, como resultado de um acidente que resultou em um severo traumatismo craniano na inf&acirc;ncia. Oito anos depois, de volta &agrave; vida real, o norte-americano <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120725-phineas-gage-o-assombroso-caso-que-revolucionou-a-neurologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Phineas Gage</a> sofreu uma brusca mudan&ccedil;a de personalidade &mdash; caracterizada por extravag&acirc;ncia, excessos e frequentes ocasi&otilde;es de agress&otilde;es e maus-tratos &mdash; ap&oacute;s sobreviver a um tubo de ferro que atravessou seu lobo frontal.
Al&eacute;m de essas previs&otilde;es que se concretizaram, Poe foi um vision&aacute;rio para a Literatura do g&ecirc;nero e o primeiro escritor a unir horror e drama em hist&oacute;rias densas. Na Literatura, ele &eacute; considerado o pai das narrativas de mist&eacute;rio e contribuiu para a ascens&atilde;o de estilos como suspense, horror c&oacute;smico e tramas de monstros, relatando conceitos peculiares que logo provariam ter um qu&ecirc; de verdade.

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Edgar Allan Poe profetizou um chocante caso de naufrágio e canibalismo

Imagem de As terríveis histórias de tortura e morte da Mansão LaLaurie  no megacurioso

Considerada uma das casas mais mal-assombradas de Nova Orleans, a Mansão LaLaurie carrega histórias de tortura, morte e sofrimento ocorridas há quase 2 séculos

Madame LaLaurie e a Mans&atilde;o LaLaurie entraram para a hist&oacute;ria como um dos cap&iacute;tulos mais tristes de tortura e morte dos Estados Unidos. Hoje, a vida dessa mulher &eacute; lembrada como causadora de dor, enquanto a mans&atilde;o localizada em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113407-carnaval-americano-estados-unidos-conheca-mardi-gras-nova-orleans.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova Orleans</a> &eacute; um tema recorrente de relatos de assombra&ccedil;&atilde;o.
<a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/39570-terror-real-personagens-de-american-horror-story-existiram-de-verdade-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marie Delphine LaLaurie</a> nasceu em Nova Orleans, Estados Unidos, em 1775. Ela, que inspirava respeito e prest&iacute;gio por pertencer a uma fam&iacute;lia de pol&iacute;ticos da regi&atilde;o, era, no fundo, uma das mais cru&eacute;is e perversas assassinas em s&eacute;rie que o pa&iacute;s j&aacute; conheceu.
Estimativas apontam que ela tenha causado a morte de, aproximadamente, 100 pessoas, entre homens, mulheres e crian&ccedil;as. Outros in&uacute;meros haveriam sido torturados. Nem seus filhos teriam escapado impunes &agrave; viol&ecirc;ncia dela.
<h2 class="uk-text-justify">Tr&ecirc;s casamentos e v&aacute;rios funerais</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/07/07192838629403.jpg" alt="Madame LaLaurie teve tr&ecirc;s casamentos e seis filhos. (Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)" />Madame LaLaurie teve tr&ecirc;s casamentos e seis filhos. (Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)
A socialite se casou 3 vezes, mas foi apenas no &uacute;ltimo casamento em que adquiriu o sobrenome LaLaurie. Com seu novo marido, o m&eacute;dico Leonard Louis Nicolas LaLaurie, mudou-se, em 1831, para uma mans&atilde;o no bairro mais antigo da cidade. L&aacute;, montou o palco para suas perversidades.
Hoje, conhecemos a verdadeira faceta da senhora LaLaurie, mas at&eacute; 1834 as hist&oacute;rias que rondavam seu nome eram vistas apenas como boatos e lendas. Delphine gostava de oferecer grandes banquetes em sua resid&ecirc;ncia, momentos em que os convidados entravam em contato com os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120203-e-se-a-escravidao-nao-tivesse-existido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravizados</a> que trabalhavam para o casal LaLaurie.&nbsp;Os relatos eram sempre que estes viviam abatidos, feridos e fracos.
Alguns de seus vizinhos afirmavam ter visto, a dist&acirc;ncia, seu comportamento vil contra homens e mulheres. O mais terr&iacute;vel deles tinha como protagonista uma jovem escravizada de apenas 12 anos de idade, chamada Lia.&nbsp;A fun&ccedil;&atilde;o da menina era escovar os cabelos da madame e, em um ato de descuido, teria feito isso com mais for&ccedil;a do que o necess&aacute;rio. Irada, Delphine teria atirado a garota do telhado da mans&atilde;o. Em uma sociedade escravocrata, o m&aacute;ximo de puni&ccedil;&atilde;o foi a perda de 9 escravizados.
<h2 class="uk-text-justify">A descoberta da maldade</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/07/07193015175404.jpg" alt="Inc&ecirc;ndio causado por idosa torturada ajudou a descobrir o terror vivido na mans&atilde;o. (Fonte: 64 Parishes)" />Inc&ecirc;ndio causado por idosa torturada ajudou a descobrir o terror vivido na mans&atilde;o. (Fonte: 64 Parishes)
No dia 10 de abril de 1834, um inc&ecirc;ndio na Mans&atilde;o LaLaurie levou a pol&iacute;cia a descobrir as crueldades praticadas por Marie Delphine. Com a chegada de volunt&aacute;rios e das autoridades, descobriu-se, entre outras coisas, uma idosa acorrentada ao fog&atilde;o pelo tornozelo.
Outros sete escravizados foram encontrados amarrados com colares de ferro no pesco&ccedil;o e gravemente mutilados, alguns com as v&iacute;sceras para fora. O fogo havia iniciado como uma tentativa de suic&iacute;dio da idosa, que na impossibilidade de fuga, cogitou tirar a pr&oacute;pria vida.
Antes mesmo que as chamas consumissem todo o casar&atilde;o, o espa&ccedil;o foi invadido por uma multid&atilde;o, que destruiu tudo o que foi poss&iacute;vel. Misteriosamente, o casal LaLaurie conseguiu fugir para o Alabama e de l&aacute; para Paris, onde Madame LaLaurie teria morrido, em 1842.
<h2 class="uk-text-justify">Uma casa de horrores</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/07/07193349832405.jpg" alt="Torturas, morte e dor marcam a hist&oacute;ria da casa. (Fonte: AminoApps)" />Torturas, morte e dor marcam a hist&oacute;ria da casa. (Fonte: AminoApps)
Com a fuga da fam&iacute;lia e a destrui&ccedil;&atilde;o do im&oacute;vel, uma investiga&ccedil;&atilde;o detalhada foi instaurada. Nela, a pol&iacute;cia constatou que as sess&otilde;es de tortura envolveriam a remo&ccedil;&atilde;o de genitais, extra&ccedil;&atilde;o de sangue e pelos.
A Mans&atilde;o LaLaurie permaneceu abandonada por diversos anos. Na tentativa de repaginar o im&oacute;vel, o local foi utilizado para diferentes prop&oacute;sitos: escola, casa de reabilita&ccedil;&atilde;o para adolescentes, conservat&oacute;rio de m&uacute;sica, pr&eacute;dio de apartamentos e loja de varejo.
N&atilde;o s&atilde;o poucos os relatos ao longo dos anos afirmando que o lugar &eacute; mal-assombrado. Gritos, gemidos, correntes arrastando e cheiro de carne humana queimada. Os mesmos fantasmas s&atilde;o descritos, todos sempre muito violentos, incluindo uma mulher branca de olhos brilhantes, a quem as narrativas creem se tratar da pr&oacute;pria Madame LaLaurie.
<h2 class="uk-text-justify">Sem acesso &agrave; Mans&atilde;o LaLaurie</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/07/07193506066406.jpg" alt="Atual propriet&aacute;rio n&atilde;o aceita visitas, nem mesmo de emissoras de TV. (Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)" />Atual propriet&aacute;rio n&atilde;o aceita visitas, nem mesmo de emissoras de TV. (Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)
Em 2007, o ator <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/109166-nicolas-cage-diz-que-odeia-ser-meme-e-reclama-do-site-cage-cage.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nicolas Cage</a> chegou a adquirir a mans&atilde;o para escrever um livro de terror; contudo, ela ficou pouco tempo sob sua posse. Cage perdeu o im&oacute;vel, em 2009, para a execu&ccedil;&atilde;o hipotec&aacute;ria.
Em 2013, Michael Whalen, um magnata do petr&oacute;leo do Texas, adquiriu a Mans&atilde;o LaLaurie e se mudou para l&aacute; com a esposa. Desde ent&atilde;o, nunca permitiu visitas, nem mesmo as equipes de produ&ccedil;&atilde;o de American Horror Story: Coven, s&eacute;rie antol&oacute;gica de terror que contou um pouco a hist&oacute;ria de Marie Delphine LaLaurie.
Moradores contam que, se o propriet&aacute;rio est&aacute; na varanda do segundo andar e v&ecirc; turistas se aproximando, recolhe-se em seus aposentos. Ao que tudo indica, melhor fantasmas do que turistas.

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As terríveis histórias de tortura e morte da Mansão LaLaurie 

Imagem de Michael Rockefeller: o "Holocausto Canibal" da vida real no megacurioso

Responsável por uma expedição documental na costa de Papua-Nova Guiné, Michael Rockefeller encontrou um fim trágico nos anos 1960

Na d&eacute;cada de 1960, uma viagem para o litoral de Papua-Nova Guin&eacute;, na Oceania, seria a &uacute;ltima empreitada da vida do historiador Michael Rockefeller. Decidido a estudar e arquivar documentos sobre os costumes da tribo Asmat, o americano se tornou v&iacute;tima da pr&oacute;pria ambi&ccedil;&atilde;o e foi alvo de uma misteriosa morte que movimentou os principais tabloides do pa&iacute;s na &eacute;poca, indicando um destino que nem o maior dos otimistas poderia prever.
Nascido em 1938 em Nova York, Michael Clark Rockefeller era filho do ent&atilde;o governador do estado, Nelson Rockefeller, oriundo de uma das fam&iacute;lias norte-americanas mais ricas j&aacute; registradas no pa&iacute;s. Com pouco mais de 22 anos, o jovem promissor alcan&ccedil;ou uma distinta forma&ccedil;&atilde;o em Harvard, especializando-se em arte primitiva para ir atr&aacute;s de sua verdadeira paix&atilde;o: documentos antropol&oacute;gicos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118991-tribo-boliviana-possui-cerebros-mais-saudaveis-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tribos</a> isoladas pelo mundo.
Para fugir de tend&ecirc;ncias dos locais comuns, Rockefeller investiu em planos para visitar a regi&atilde;o conhecida como Nova Guin&eacute; Holandesa, uma enorme ilha na costa da Austr&aacute;lia, para coletar a arte do povo que morava l&aacute;, o Asmat.
Segundo relatos, a tribo tinha artefatos culturais raros que eram utilizados em larga escala em rituais religiosos, al&eacute;m de ter comportamentos particulares envolvendo conflitos contra rivais, pr&aacute;ticas sexuais e defesa do territ&oacute;rio.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/13/13092435814052.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a aprova&ccedil;&atilde;o dos representantes do Museu Nacional de Etnologia, Michael Rockefeller&nbsp;organizou a primeira viagem para a vila de Otsjanep, no continente oce&acirc;nico, sendo acompanhado por um grupo de fot&oacute;grafos para registrar o encontro hist&oacute;rico. Foi ent&atilde;o que, ao chegar na &aacute;rea ocupada pelos Asmat, o explorador percebeu que eles nunca tinham visto um homem branco e que s&eacute;rias restri&ccedil;&otilde;es seriam impostas para o conv&iacute;vio tempor&aacute;rio, como o fato de que as rel&iacute;quias deveriam ser mantidas em uma dist&acirc;ncia segura dos visitantes.
Sem se intimidar, o antrop&oacute;logo se inseriu na rotina do povo e descobriu que <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">guerras</a> nas tribos eram comuns, com guerreiros comendo as cabe&ccedil;as e decepando o corpo de inimigos ap&oacute;s captur&aacute;-los. Al&eacute;m disso, os Asmat eram fi&eacute;is praticantes de viola&ccedil;&otilde;es das normas ocidentais da &eacute;poca, protagonizando ritos homossexuais com bebida e que contavam com a ingest&atilde;o de urina comunit&aacute;ria direto do &oacute;rg&atilde;o genital.
<h2 class="uk-text-justify">O amargo retorno</h2>
Ap&oacute;s retornar para casa e realizar um dossi&ecirc; completo sobre sua viagem, Rockefeller decidiu retornar para a vila de Papua-Nova Guin&eacute;, dessa vez acompanhado por Ren&eacute; Wassing, uma antrop&oacute;loga do governo. Por&eacute;m, a rota conhecida, que seria utilizada para chegar ao destino esperado, apresentou severas complica&ccedil;&otilde;es, com uma tempestade repentina que agitou a &aacute;gua e espalhou correntes ferozes. Como resultado, o barco virou a cerca de 20 quil&ocirc;metros da costa, e tanto Michael quanto Wassing nunca mais foram vistos com vida.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/13/13092358314051.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com privil&eacute;gios sociais e econ&ocirc;micos, a fam&iacute;lia de Michael n&atilde;o mediu esfor&ccedil;os no resgate e investiu tudo que tinha para garantir o sucesso das buscas, mas nada foi encontrado. Em poucos dias, autoridades afirmaram que "n&atilde;o havia mais esperan&ccedil;a de encontrar Michael Rockefeller vivo" e deram fim &agrave;s buscas, ap&oacute;s duas semanas, em uma miss&atilde;o que culminou no registro de morte por afogamento.
Rapidamente, rumores sobre o falecimento do explorador tomaram conta da sociedade e, enquanto muitos diziam que ele foi devorado por tubar&otilde;es, outros tra&ccedil;avam boatos que indicavam uma trag&eacute;dia muito mais sombria.
<h2 class="uk-text-justify">Ato brutal</h2>
De acordo com Carl Hoffman, um rep&oacute;rter da National Geographic, Michael Rockefeller foi v&iacute;tima de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120602-3-paises-onde-tribos-ainda-praticam-o-canibalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canibalismo</a> pelos Asmat. A conclus&atilde;o foi alcan&ccedil;ada gra&ccedil;as a dois mission&aacute;rios holandeses que viveram por anos entre os Asmat e que aprenderam a falar a l&iacute;ngua deles, sendo confirmada posteriormente pelo detetive Wim van de Waal, respons&aacute;vel por investigar a morte do historiador.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/13/13092508096053.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os documentos de arquivos confidenciais afirmaram ter encontrado o cr&acirc;nio de Rockefeller e apontaram que membros da tribo n&atilde;o contavam nada sobre a morte de um turista americano no local.
Os cochichos que se espalharam pelo povo de Otsjanep evidenciaram um fato comum entre todos os integrantes dos Asmat e refor&ccedil;aram o medo de serem repreendidos ao mesmo tempo que apontaram para a exist&ecirc;ncia de um massacre em 1957, causado por conflitos com o povo vizinho Omadesep e com o governo holand&ecirc;s, que organizava equipes armadas para acabar com a viol&ecirc;ncia na regi&atilde;o.
Como consequ&ecirc;ncia desses atos, o assassinato de Rockefeller e de outros turistas do continente teria surgido como repres&aacute;lia &agrave;s tentativas de desocupa&ccedil;&atilde;o. O segredo de Michael&nbsp;Rockefeller revela que ele foi atingido por uma lan&ccedil;a, tendo a cabe&ccedil;a cortada e o cr&acirc;nio rachado para o c&eacute;rebro servir de alimento. Posteriormente, os ossos foram transformados em punhais, as t&iacute;bias em pontas de lan&ccedil;a e o sangue foi totalmente drenado para ser servido em ritos e atos sexuais.

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Michael Rockefeller: o 'holocausto canibal' da vida real

Imagem de Bathsheba Sherman: a história real da bruxa assassina de "Invocação do Mal" no megacurioso

Conheça a história que inspirou a adaptação do fantasma Bathsheba Sherman em uma das maiores franquias de terror do cinema

Apresentada como a entidade apavorante em Invoca&ccedil;&atilde;o do Mal (2013), a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120340-como-os-julgamentos-das-bruxas-de-salem-mudaram-o-sistema-judicial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bruxa</a> assassina Bathsheba Sherman &eacute; inspirada em uma pessoa real que morreu em Rhode Island, Estados Unidos, em 1885.
Segundo registros, ela foi respons&aacute;vel por um ritual de adora&ccedil;&atilde;o ao Satan&aacute;s em que ela sacrificou seu filho e colocou em risco todas as gera&ccedil;&otilde;es seguintes, inclusive os pr&oacute;prios moradores de sua antiga casa, mesmo s&eacute;culos depois de a fatalidade ter ocorrido.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/08/08155806057546.jpg" alt="Representa&ccedil;&atilde;o de Bathsheba em Invoca&ccedil;&atilde;o do Mal. (Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Representa&ccedil;&atilde;o de Bathsheba em Invoca&ccedil;&atilde;o do Mal. (Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascida em 1812 em Connecticut, Estados Unidos, Bathsheba Thayer teve uma inf&acirc;ncia repleta de realiza&ccedil;&otilde;es e, j&aacute; na idade adulta, tornou-se uma das mais belas mulheres de sua comunidade rural, chegando a casar com o rico fazendeiro e empres&aacute;rio Judson Sherman, dando &agrave; luz ao filho Herbert. No entanto, sua vida deu uma reviravolta completa quando a crian&ccedil;a de um vizinho morreu misteriosamente sob seus cuidados, com legistas afirmando que o beb&ecirc; foi v&iacute;tima de um empalamento com uma pequena ferramenta no cr&acirc;nio.
A partir desse fato, com a falta de um julgamento sobre o assassinato e o enfurecimento das mulheres da comunidade, Bathsheba passou a viver em reclus&atilde;o, e sua vida se tornou um verdadeiro retrato do mal.
A lenda afirma que a mulher esfaqueou in&uacute;meras vezes Herbert, que sequer havia completado 1 ano, como sacrif&iacute;cio humano, comprovando sua vontade em se entregar ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120409-como-o-diabo-mudou-de-cara-e-funcao-ao-longo-dos-seculos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diabo</a> pouco tempo depois, em 1849, quando ela se enforcou em uma &aacute;rvore ap&oacute;s fazer um juramento formal ao "pr&iacute;ncipe das trevas".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/08/08102732839114.jpg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estranhamente, sua l&aacute;pide revela uma data de morte em 25 de maio de 1885, sugerindo que o suic&iacute;dio na &aacute;rvore tenha sido forjado. Al&eacute;m disso, boatos afirmam que a mulher se transformou em pedra ap&oacute;s ser diagnosticada com uma paralisia anormal.&nbsp;
<h2 class="uk-text-justify">A hist&oacute;ria contada em Invoca&ccedil;&atilde;o do Mal</h2>
Invoca&ccedil;&atilde;o do Mal, de James Wan, conta a hist&oacute;ria real relatada pelos Perron. Na trama, ru&iacute;dos estranhos come&ccedil;am a ser presenciados por Roger, Carolyn e suas cinco filhas, que passam a ser assombradas por apari&ccedil;&otilde;es e a vislumbrar eventos estranhos, evidenciando a exist&ecirc;ncia de for&ccedil;as superiores na casa rec&eacute;m-adquirida. Com o tempo, a resid&ecirc;ncia prova ser lar de in&uacute;meras entidades distintas, onde cada uma se relaciona com um membro da fam&iacute;lia e exibe uma amea&ccedil;a espec&iacute;fica.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/08/08102832683116.jpeg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Meu pai s&oacute; queria que eles fossem embora, para fingir que nada disso era real, apenas uma inven&ccedil;&atilde;o de nossa imagina&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse Andrea Perron, uma das filhas do casal. "Mas come&ccedil;ou a acontecer com ele tamb&eacute;m, e ele realmente n&atilde;o podia mais negar. Quem quer que fosse o esp&iacute;rito, ele se via como dono da casa e se ressentia da 'competi&ccedil;&atilde;o' que minha m&atilde;e representava para essa posi&ccedil;&atilde;o&rdquo;, ela disse.
A solu&ccedil;&atilde;o da fam&iacute;lia foi contratar um historiador e, foi por meio dele, que os integrantes conheceram a lenda de Bathsheba Sherman, a detentora da propriedade h&aacute; 8 s&eacute;culos. Desde ent&atilde;o, in&uacute;meras mortes por afogamento, enforcamento e assassinato ocorreram com os moradores seguintes, e tudo indicava que os Perron seriam os pr&oacute;ximos da lista a sofrerem com as atrocidades sobrenaturais.
<h2 class="uk-text-justify">A solu&ccedil;&atilde;o: Ed e Lorraine Warren</h2>
Em 1974, os demonologistas Ed e Lorraine Warren foram convidados para a casa dos Perron e conduziram uma sess&atilde;o de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120283-5-rituais-de-exorcismo-que-foram-historicamente-marcantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">exorcismo</a> em que Carolyn Perron quase morreu. De acordo com Andrea, o corpo de sua m&atilde;e se contorceu antes de entrar em estado de inconsci&ecirc;ncia, sendo v&iacute;tima de viol&ecirc;ncia f&iacute;sica e de uma possess&atilde;o brutal que demorou muitos minutos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/08/08102923276118.jpeg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Achei que fosse desmaiar. Minha m&atilde;e come&ccedil;ou a falar uma l&iacute;ngua que n&atilde;o era deste mundo, com uma voz que n&atilde;o era a dela. A cadeira dela levitou e ela foi jogada para o outro lado da sala", explicou Andrea, no document&aacute;rio Bathsheba: Search for Evil. "As coisas que aconteciam l&aacute; eram incrivelmente assustadoras. Ainda me afeta falar sobre isso hoje... Tanto minha m&atilde;e quanto eu preferir&iacute;amos engolir a l&iacute;ngua do que contar uma mentira. As pessoas s&atilde;o livres para acreditar no que quiserem. Mas eu sei o que experimentamos&rdquo;, falou Andrea.
Expulsos da casa, os Warren retornaram 2 depois para confirmar o fim da possess&atilde;o. Por&eacute;m, at&eacute; hoje a hist&oacute;ria segue um mist&eacute;rio, com Andrea revelando que o filme exagerou na constru&ccedil;&atilde;o da atmosfera, mas refor&ccedil;ando ter presenciado sensa&ccedil;&otilde;es apavorantes sobre as quais se lembra de todos os detalhes.

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Bathsheba Sherman: a história real da bruxa assassina de 'Invocação do Mal'

Imagem de Loteria de bebês: o início do sistema de adoção no mundo no megacurioso

Em 1900, os orfanatos começaram a rifar crianças

Na Paris de 1911, o conceito de sorteios e rifas foi levado para outro n&iacute;vel quando surgiu a infame &ldquo;loteria de beb&ecirc;s&rdquo;. Sem nenhum eufemismo, a express&atilde;o quer dizer exatamente o que voc&ecirc; pensou: uma esp&eacute;cie de bol&atilde;o para doar crian&ccedil;as.
Basicamente tudo o que sabemos sobre essa pr&aacute;tica vem de um artigo publicado na edi&ccedil;&atilde;o de janeiro de 1912 da famosa revista Popular Mechanics. Naquela &eacute;poca, o &iacute;ndice de abandono de crian&ccedil;as em &aacute;reas urbanas na Europa atingiu n&iacute;veis alarmantes, assim como a explora&ccedil;&atilde;o atrav&eacute;s do trabalho infantil.
Muitas delas foram adotadas por empres&aacute;rios para trabalharem com m&atilde;o de obra barata em troca de um prato de comida, sendo submetidas a trabalhos for&ccedil;ados com equipamentos perigosos sem supervis&atilde;o durante jornadas di&aacute;rias excruciantes.
E, por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, esse cen&aacute;rio era um dos melhores que elas poderiam encontrar.
<h2>O problema das ruas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/09/09210130512006.jpg" alt="(Fonte: e'Baum's World/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: e'Baum's World/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A vida nas ruas arrastava milhares de crian&ccedil;as para o crime e tamb&eacute;m as desumanizava perante a sociedade. Os orfanatos n&atilde;o eram suficientes para suprir a demanda de &oacute;rf&atilde;os, e tamb&eacute;m havia aqueles deixados &agrave; pr&oacute;pria sorte na sarjeta mais pr&oacute;xima que os pais conseguissem encontrar.
Quem conseguia chegar em alguma institui&ccedil;&atilde;o de cuidado do governo se encontrava em uma situa&ccedil;&atilde;o apenas ligeiramente melhor. Nos Estados Unidos, por exemplo, somente em 1912 foi criado o Departamento da Crian&ccedil;a dos EUA, uma ag&ecirc;ncia federal organizada para investigar mortalidade infantil, taxa de natalidade, inspe&ccedil;&atilde;o de orfanatos, tribunais juvenis, deser&ccedil;&atilde;o, trabalho infantil e doen&ccedil;as infantis. At&eacute; ent&atilde;o, n&atilde;o havia nenhum &oacute;rg&atilde;o regulador dessa verdadeira calamidade p&uacute;blica.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/09/09210249090007.jpg" alt="(Fonte: The Vintage News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Vintage News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O sistema de assist&ecirc;ncia social e as ag&ecirc;ncias de ado&ccedil;&atilde;o, privadas ou p&uacute;blicas, s&oacute; surgiram no s&eacute;culo XX, ent&atilde;o antes disso as crian&ccedil;as e os jovens dependiam inteiramente de orfanatos &mdash; e de suas pol&iacute;ticas rudimentares. Sem nenhum apoio ou lei que resguardasse os interesses infantis, fazer uma rifa de crian&ccedil;as para tirar do atoleiro algumas institui&ccedil;&otilde;es abarrotadas foi a "solu&ccedil;&atilde;o" encontrada.
Al&eacute;m disso, por mais doentio que possa parecer, foram tais rifas e sorteios de infantes que configuraram um dos primeiros passos da sociedade em uma longa linhagem de evolu&ccedil;&atilde;o do cuidado infantil. No entanto, n&atilde;o &eacute; nada para ser celebrado.
<h2>A revolu&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/09/09210407231008.jpg" alt="(Fonte: Gallery 19C/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Gallery 19C/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Como aponta o artigo da Popular Mechanics, a dire&ccedil;&atilde;o do hospital pioneiro na rifa de crian&ccedil;as, o Paris Foundling Hospital, recebeu consentimento das autoridades para realizar o evento, que visava encontrar um lar para grande parte de seus &oacute;rf&atilde;os e arrecadar dinheiro para a institui&ccedil;&atilde;o.
Uma investiga&ccedil;&atilde;o dos vencedores era feita por membros encarregados do orfanato em quest&atilde;o para determinar se eram plenamente capazes de acolher uma crian&ccedil;a em seus lares &mdash; ainda mais em um tempo em que era comum que as pessoas maltratassem e expusessem as crian&ccedil;as de maneira deliberada.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/09/09210504168009.jpg" alt="(Fonte: The Vintage News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Vintage News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por muito tempo, a loteria de beb&ecirc;s foi um sucesso de participantes e arrecada&ccedil;&atilde;o em que as pessoas celebravam cada sorteio como um evento comemorativo. Ainda que os orfanatos tenham lidado com o problema de maneira totalmente equivocada, como se as crian&ccedil;as fossem mercadorias, muitos ofereceram o b&aacute;sico para ajudar os jovens a sobreviverem al&eacute;m de seus muros.
No final das contas, apesar de tudo, essas crian&ccedil;as tiveram mais chances do que aquelas que terminaram na criminalidade da cidade ou nos fundos de uma f&aacute;brica, morrendo de acidentes ou de doen&ccedil;as nos dormit&oacute;rios.
Pelo bem ou pelo mal, a loteria de beb&ecirc;s serviu para lan&ccedil;ar uma luz no problema social crescente que precisava de aten&ccedil;&atilde;o e resolu&ccedil;&atilde;o. Era um olhar para o futuro, mesmo que de maneira errada.

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Loteria de bebês: o início do sistema de adoção no mundo

Imagem de 5 rituais de exorcismo que foram historicamente marcantes no megacurioso

Conheça a história por trás de alguns casos de exorcismo tão horripilantes quanto qualquer coisa que Hollywood pode produzir

A pr&aacute;tica de rituais religiosos para livrar uma pessoa de uma poss&iacute;vel possess&atilde;o n&atilde;o &eacute; novidade, uma vez que j&aacute; era realizada h&aacute; milhares de anos e por diferentes cren&ccedil;as. Por&eacute;m, engana-se quem pensa que o exorcismo &eacute; coisa de cinema e deixou de ser praticado.
Ao longo da hist&oacute;ria, diversos casos ficaram marcados pela atrocidade dos fatos e por serem incrivelmente horripilantes &mdash; e reais. Pensando nisso, fizemos esta lista com cinco rituais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/56642-voce-sabe-como-funcionam-os-rituais-de-exorcismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">exorcismo</a> que ganharam notoriedade com o passar do tempo.
<h2>1. Exorcismo no Novo M&eacute;xico (1764)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29104759943096.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Em janeiro de 1764, o mission&aacute;rio espanhol Juan Toledo escreveu uma carta para o governador do Novo M&eacute;xico (EUA) descrevendo uma s&eacute;rie de exorcismos que havia realizado em uma col&ocirc;nia espanhola no estado. De acordo com ele, tudo teria come&ccedil;ado quando uma mulher chamada Maria Trujillo apresentou tristeza ao se tornar m&atilde;e &mdash; o que hoje seria reconhecido como depress&atilde;o p&oacute;s-parto.
Os sintomas persistiram at&eacute; que ela desmaiou ap&oacute;s as ora&ccedil;&otilde;es, acordou e come&ccedil;ou a "se exaurir com uma for&ccedil;a anormal". Segundo o mission&aacute;rio, era padr&atilde;o que os exorcizados tentassem agredi-lo ou ofend&ecirc;-lo. Ao todo, cinco mulheres e um homem passaram pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/61957-conheca-o-ritual-espanhol-bizarro-realizado-para-purificar-os-bebes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ritual</a>.
<h2>2. Exorcismo de George Lukins (1788)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29104713786095.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Perto do Natal de 1769, um alfaiate chamado George Lukins estava se preparando para as festividades quando foi surpreendido. Normalmente, ele e seus amigos iam de porta em porta cantar m&uacute;sicas natalinas pela vila de Yatton, na Inglaterra. Naquele ano, no entanto, ele recebeu um "tapa divino" e perdeu a capacidade de caminhar por conta pr&oacute;pria.
Em 1775, o problema do alfaiate foi diagnosticado como incur&aacute;vel, e ele passou a receber ajuda financeira de colegas. Em 1787, o rapaz alegou estar sendo possu&iacute;do por sete dem&ocirc;nios e precisar de sete pastores para ajud&aacute;-lo, ent&atilde;o o reverendo Joseph Easterbrook reuniu uma equipe de seis metodistas para exorciz&aacute;-lo.
Foram 2 horas de ritual com "rezas, can&ccedil;&atilde;o de hinos e a exig&ecirc;ncia de que os dem&ocirc;nios fossem embora em nome de Deus". Ao que tudo indica, o procedimento funcionou, e Lukins teria recuperado o controle das pernas tempos depois.
<h2>3. Exorcismo de Clara Germana Tele (1906)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29104645348094.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
De acordo com os relatos descritos no panfleto Are There Devils Today?,&nbsp;o exorcismo de uma jovem zulu chamada Clara Germana Tele foi um dos mais dr&aacute;sticos de todos os tempos. O reverendo Erasmus Hoerner, respons&aacute;vel pela sess&atilde;o, alegou que os p&eacute;s da garota se ergueram no ar e que ela andou pelas paredes, apresentou habilidades ps&iacute;quicas e mostrou conhecimento de diversas l&iacute;nguas.
Algumas testemunhas contaram que os membros do corpo de Tele podiam se "estender a comprimentos incr&iacute;veis". Embora o exorcismo tenha sido considerado um sucesso, a menina voltou a apresentar os problemas tempos depois. Seis anos ap&oacute;s os acontecimentos, ela faleceu de tuberculose.
<h2>4. Exorcismo de Roland Doe (1949)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29104550786093.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Em 1949, um padre jesu&iacute;ta passou semanas tentando libertar um garoto de 14 anos chamado Roland Doe, habitante de Maryland (EUA), de uma poss&iacute;vel possess&atilde;o. O caso, inclusive, serviu de inspira&ccedil;&atilde;o para que William Peter Blatty escrevesse o roteiro do filme O Exorcista (1971).
Segundo os relatos da fam&iacute;lia, era poss&iacute;vel ouvir arranh&otilde;es, passos e o som da mobilha sendo arrastada todos os dias no quarto do garoto, o que continuou acontecendo mesmo quando ele passou um tempo na casa dos vizinhos. Durante as tentativas de exorcismo,&nbsp;Doe teria ferido diversas pessoas e at&eacute; quebrado o nariz de um dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/100616-o-padre-estripador-que-foi-condenado-a-morte-e-chocou-a-igreja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">padres</a> em uma cerim&ocirc;nia.
Os rituais continuaram at&eacute; 1949, quando ele abruptamente pareceu estar curado. Ap&oacute;s essa data, o rapaz nunca mais apresentou problemas e viveu uma vida calma.&nbsp;
<h2>5. Exorcismo de Gina (1991)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/29/29104456598092.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Em um caso mais recente, estima-se que cerca de 29 milh&otilde;es de pessoas sintonizaram a televis&atilde;o no canal da ABC, nos Estados Unidos, para assistir ao exorcismo de uma garota de 16 anos chamada Gina. Dois padres cat&oacute;licos foram chamados para realizar o ritual que durou 6 horas.
Segundo o reverendo James J. LeBar, Gina, que havia sido hospitalizada seis vezes por epis&oacute;dios psic&oacute;ticos, estava possu&iacute;da. Durante o exorcismo, a garota teria rosnado, tentado fugir das amarras, amaldi&ccedil;oado os sacerdotes e falado em outras l&iacute;nguas.
Ao fim do processo, LeBar alegou que a menina estava completamente curada, mas ela voltou a ser internada 1 ano depois, quando foi tratada com medicamentos antipsic&oacute;ticos em vez de &aacute;gua benta.&nbsp;

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5 rituais de exorcismo que foram historicamente marcantes

Imagem de Caravana Donner: o caso de canibalismo em massa pela sobrevivência no megacurioso

Grupo de viajantes precisou ultrapassar limites em prol da sobrevivência

H&aacute; diferentes <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/71646-espante-se-com-outras-4-curiosidades-sinistras-sobre-canibalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tipos de canibalismo</a>, como o ritual&iacute;stico, o sacrificial ou o de sobreviv&ecirc;ncia. O caso conhecido como &ldquo;o canibalismo da caravana Donner&rdquo; se encaixa nessa &uacute;ltima situa&ccedil;&atilde;o. Tudo aconteceu entre 1846 e 1847, quando dezenas de imigrantes ficaram isolados pela neve enquanto se dirigiam para a Calif&oacute;rnia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03101644037078.jpg" alt="Lago Donner (Fonte: Wikipedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Lago Donner. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>O grande erro</h2>
A caravana Donner consistia em uma expedi&ccedil;&atilde;o que partiu de Illinois com destino &agrave; Calif&oacute;rnia. Os irm&atilde;os Donner e outros l&iacute;deres da viagem decidiram seguir a trilha indicada por Lansford Hastings, ex-major dos confederados, tido como um excelente viajante. Por&eacute;m, ouvir o ex-militar foi um erro fatal. Mais tarde descobriram que Hastings era um guia inescrupuloso e que nem conhecia direito o caminho que havia indicado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03100431990060.jpg" alt="Parte da paisagem onde a caravana ficou isolada. O toco das &aacute;rvores mostra a que altura chegou a neve (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Parte da paisagem onde a caravana ficou isolada. O toco das &aacute;rvores mostra a que altura chegou a neve. (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A caravana contava com 87 pessoas, metade delas jovens que ainda nem tinham completado 18 anos. Tamb&eacute;m havia mulheres, crian&ccedil;as e at&eacute; gestantes. Desse n&uacute;mero, 41 pessoas morreram. Entretanto, &eacute; bem prov&aacute;vel que nenhum sobrevivente restasse para contar a hist&oacute;ria se alguns indiv&iacute;duos n&atilde;o tivessem ultrapassado o maior limite de todos: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116752-fome-e-odio-motivaram-canibalismo-japones-durante-a-2a-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">praticar o canibalismo</a>.
Na &eacute;poca, a caravana saiu do Missouri seguindo a rota do Oregon, que j&aacute; era conhecida e exigia algo entre quatro e seis meses de deslocamento. Para encurtar a viagem, escolheram a rota de Hastings, que fugia dos caminhos conhecidos e passava por Utah. N&atilde;o demorou muito para que a desola&ccedil;&atilde;o e as dificuldades encontradas no trajeto levassem &agrave; perda de carro&ccedil;as e de animais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03100238459058.jpg" alt="Mudan&ccedil;a de rota foi fatal para a caravana Donner" />Mudan&ccedil;a de rota foi fatal para a caravana Donner.
A caravana de migrantes conseguiu chegar a Serra Nevada nos primeiros dias de novembro. Contudo, foram atingidos por uma nevasca que caiu antes do tempo na parte mais alta das montanhas. Da&iacute; em diante o desespero seria constante, afinal, sem comida e sem ter como pedir ajuda a sa&iacute;da era <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104195-no-seculo-17-europeus-ricacos-comiam-cadaveres-buscando-curas-milagrosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">preparar e comer a carne</a> dos companheiros mortos.
Uma equipe de resgate baseada na Calif&oacute;rnia at&eacute; tentou chegar ao local antes do fim de 1846, mas o primeiro contato s&oacute; foi poss&iacute;vel no m&ecirc;s de fevereiro de 1847.
Os irm&atilde;os Jacob e George Donner morreram. J&aacute; as fam&iacute;lias Breen e Reed, que tamb&eacute;m lideravam a caravana, conseguiram chegar ao destino. Entre os sobreviventes, nenhum tinha mais de 49 anos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03095714130055.jpg" alt="James Reed (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />James Reed. (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)

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Caravana Donner: o caso de canibalismo em massa pela sobrevivência

Imagem de Ana Jansen: a antiga lenda que assombrou o Maranhão do século XX no megacurioso

Até hoje as pessoas duvidam que a mulher tenha existido mesmo

Nascida em S&atilde;o Lu&iacute;s do Maranh&atilde;o em 1787, filha de Vicente Gomes de Lemos Albuquerque e Rosa Maria Jansen M&uuml;ller, a relev&acirc;ncia de Ana Jansen para a hist&oacute;ria do nordeste durante o s&eacute;culo XIX foi t&atilde;o grande que ela se tornou uma lenda urbana &mdash; muitas pessoas ainda acreditam que a mulher nem sequer tenha existido.
Conhecida como Donana, descendente da nobreza europeia, ela foi recha&ccedil;ada pela fam&iacute;lia quando engravidou ainda adolescente de um homem desconhecido. Foi considerada uma mulher &ldquo;desonrada&rdquo; por perder a virgindade e ser uma m&atilde;e solteira, acabando expulsa de casa com seu rec&eacute;m-nascido nos bra&ccedil;os.
Ela passou por um per&iacute;odo de dificuldades antes de se tornar amante do rico coronel Isidoro Rodrigues Pereira, pertencente &agrave; fam&iacute;lia mais rica da &eacute;poca, com quem teve alguns filhos. Com a morte da esposa do homem, Donana casou-se com Isidoro, mas continuou sendo vista como uma p&aacute;ria pela sociedade, apesar da vida de luxo.
<h2>Uma mulher detestada</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/04/04181654764417.jpg" alt="(Fonte: Infoescola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Infoescola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sua reputa&ccedil;&atilde;o s&oacute; melhorou com a morte de seu marido, ap&oacute;s 15 anos de casados, quando ela se transformou na vi&uacute;va mais rica do nordeste e uma poderosa senhora de terras, detentora de escravizados e l&iacute;der pol&iacute;tica; passando a ser chamada de &ldquo;Rainha do Maranh&atilde;o&rdquo;.
A partir disso, Donana tomou as r&eacute;deas de sua vida e causou uma revolu&ccedil;&atilde;o no estado, conduzindo a maior produ&ccedil;&atilde;o de algod&atilde;o e cana-de-a&ccedil;&uacute;car do Imp&eacute;rio, al&eacute;m de possuir o maior n&uacute;mero de escravizados da regi&atilde;o.
Al&eacute;m de seu poder, que causava inveja e rep&uacute;dio em muitos, a mulher ficou conhecida pelo comportamento mal&eacute;fico com que tratava seus funcion&aacute;rios e escravizados, a&ccedil;oitando e mutilando-os com crueldade.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/04/04181820186418.jpg" alt="(Fonte: Imirante/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Imirante/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, segundo o historiador Rodrigo do Norte, a maioria dos relatos sobre a maldade da mulher foram exagerados, principalmente devido ao &oacute;dio que ela inspirava na maior parcela da sociedade.
Essas hist&oacute;rias, por&eacute;m, se enraizaram no imagin&aacute;rio popular e ganharam proje&ccedil;&atilde;o quando a mulher faleceu, em 11 de abril de 1869, aos 82 anos, de causas naturais. A lenda que ficou mais famosa pela popula&ccedil;&atilde;o maranhense &eacute; a da &ldquo;Carruagem de Ana Jansen&rdquo;.&nbsp;
Segundo o mito, por suas a&ccedil;&otilde;es em vida, a mulher teria sido condenada a passar a eternidade vagando pelas ruas de S&atilde;o Lu&iacute;s em uma carruagem assombrada. Durante as noites de sexta-feira, o ve&iacute;culo conduzido por um escravizado ensanguentado sem cabe&ccedil;a e puxado por cavalos decapitados, perambularia pelas ruas de S&atilde;o Lu&iacute;s sob o coro de lamentos de seus escravizados torturados.

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Ana Jansen: a antiga lenda que assombrou o Maranhão do século XX

Imagem de Aos 10 anos, Samantha Smith tentou acabar com a Guerra Fria no megacurioso

Alguns viram como uma manobra de distração da guerra, outros como um símbolo de paz

Nascida em 29 de junho de 1972, em Houlton, no Maine (EUA), Samantha Smith tinha apenas 10 anos quando impressionou o pa&iacute;s ao falar sobre quest&otilde;es mundiais que iam muito al&eacute;m dos conhecimentos de algu&eacute;m com a sua idade.
Sabendo sobre os terrores da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119180-6888-batalhao-a-unidade-de-mulheres-negras-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> e o clima que o mundo estava com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117342-plano-dulles-russia-ainda-acredita-em-suposta-estrategia-da-cia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a>, Smith descobriu o que aconteceria com o futuro de seu planeta caso uma&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116183-vasili-arkhipov-o-homem-que-salvou-o-mundo-de-uma-guerra-nuclear.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">guerra nuclear</a> come&ccedil;asse.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/15/15165750220443.jpg" alt="(Fonte: Taringa!/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Taringa!/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ent&atilde;o quando o secret&aacute;rio-geral sovi&eacute;tico Yuri Andropov estampou a edi&ccedil;&atilde;o de 22 de novembro de 1982 da revista Time, ela foi incentivada por sua m&atilde;e a escrever uma carta para o novo l&iacute;der da ent&atilde;o Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica.
Sem hesitar, a garotinha aceitou, fazendo perguntas como: &ldquo;Voc&ecirc; vai votar para fazer uma guerra ou n&atilde;o?" e "Eu gostaria de saber por que se voc&ecirc; quer conquistar o mundo ou apenas nosso pa&iacute;s&rdquo;.
A mensagem foi postada em dezembro daquele ano e poderia ser apenas uma das milhares de cartas de civis enviadas para o governo, at&eacute; que o jornal sovi&eacute;tico Pravda publicou alguns trechos da carta com coment&aacute;rios de Andropov meses depois.
<h2>A promessa do Maine</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/15/15165905095444.jpg" alt="(Fonte: Yankee Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Yankee Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ao descobrir que foi ouvida, Smith escreveu uma segunda carta, enviada ao embaixador sovi&eacute;tico nos Estados Unidos, Anatoly Dobrynin, indagando o motivo de o l&iacute;der n&atilde;o ter respondido diretamente a ela.
Em 26 de abril de 1983, em meio &agrave; tens&atilde;o dormente entre os Estados Unidos e a Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica, Andropov convidou a jovem nascida no Maine para visitar o pa&iacute;s para &ldquo;ver por si mesma&rdquo; tudo o que eles tinham para mostrar, garantindo que l&aacute; todos eram "a favor da paz e uni&atilde;o entre os povos".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/15/15170059063445.jpg" alt="(Fonte: Russian Personalities/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Russian Personalities/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Samantha Smith, intitulada "Embaixadora Mais Jovem da Am&eacute;rica" pela imprensa, iniciou sua jornada em julho de 1983 ao aterrissar em solo inimigo. A sua visita n&atilde;o mudou o curso da guerra tampouco impactou em decis&otilde;es pol&iacute;ticas, apenas serviu para humanizar ambas as na&ccedil;&otilde;es diante da sociedade, em uma &eacute;poca que o americano era visto pelos sovi&eacute;ticos como uma amea&ccedil;a igual ou pior que os alem&atilde;es durante a Segunda Guerra Mundial.
Com seus pais e cercada por uma comitiva de imprensa, ao longo de duas semanas Smith visitou o t&uacute;mulo de Lenin, o Bal&eacute; Bolshoi, o acampamento de ver&atilde;o Artke na Crimeia, e conheceu Valentina Tereshkova, a primeira mulher a ir ao espa&ccedil;o.
&ldquo;Algumas pessoas t&ecirc;m uma impress&atilde;o errada sobre os sovi&eacute;ticos. Eles querem paz como eu&rdquo;, disse a jovem &agrave; imprensa.
<h2>A noite chuvosa</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/15/15170139781447.jpg" alt="(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Assim que voltou para o Maine, a garota j&aacute; era uma celebridade e continuou sua caminhada pela m&iacute;dia para relatar todas as impress&otilde;es e experi&ecirc;ncias de sua visita. No entanto, nem todos estavam contentes com o que ela havia se tornado. Muitos alegaram que ela havia sido usada como propaganda e pe&atilde;o pol&iacute;tico por ambos os governos para distrair a sociedade dos problemas reais.
&ldquo;Embora seja poss&iacute;vel que o objetivo sovi&eacute;tico fosse us&aacute;-la para projetar uma imagem de uma na&ccedil;&atilde;o amante da paz, Smith e a viagem de seus pais tamb&eacute;m colocaram os americanos em uma luz favor&aacute;vel, dificultando para os sovi&eacute;ticos continuarem suas descri&ccedil;&otilde;es dos americanos como fomentadores da guerra e do mal&rdquo;, ressaltou a professora e historiadora Lena Nelson ao The Smithsonian.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/15/15170343232449.jpg" alt="(Fonte: LiveJournal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: LiveJournal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Agrave;s 22h de uma noite chuvosa de 25 de agosto de 1985, no auge de sua publicidade como um s&iacute;mbolo de curiosidade e franqueza, Samantha Smith e seu pai morreram em um acidente de avi&atilde;o quando voltavam para casa ap&oacute;s as filmagens de uma s&eacute;rie de televis&atilde;o.
O mundo se comoveu com o fim da "Embaixadora Mais Jovem da Am&eacute;rica", e a especula&ccedil;&atilde;o acerca das circunst&acirc;ncias de sua morte prevaleceram at&eacute; que os Estados Unidos divulgassem o relat&oacute;rio da investiga&ccedil;&atilde;o em que constava que o mau tempo, a velocidade do avi&atilde;o e a falta de experi&ecirc;ncia dos pilotos culminou em uma queda fatal.
Jane Smith, m&atilde;e da jovem, voltou &agrave; Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica no ano seguinte com 20 colegas de classe de sua filha para visitar centenas de memoriais erguidos em homenagem a ela.&nbsp;
Por muitos anos a mulher esteve coordenou uma funda&ccedil;&atilde;o que promovia interc&acirc;mbios culturais entre estudantes norte-americanos e sovi&eacute;ticos como forma de prolongar o legado de sua filha.

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